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Emiliano José lança segundo volume da biografia de Waldir Pires

Pouco mais de um ano depois do lançamento do primeiro volume, o jornalista e escritor Emiliano José entrega ao público a obra “Waldir Pires, Biografia –Volume 2”, fruto de cerca de sete anos de pesquisa e entrevistas. O novo livro será lançado no dia 15 de agosto, às 17h, no Palácio Rio Branco (Centro). “A partir de 17h, eu estarei lá autografando”, avisa Emiliano José. Em entrevista à Associação Bahiana de Imprensa (ABI), o autor disse que a importância da biografia de Waldir está relacionada à luta pela democracia no Brasil.

“Porque ele é um exemplo de extraordinário combatente pela democracia. Ele insistia nisso não só como regime de eleições, mas como regime que garante, sustenta e luta pela igualdade entre as pessoas”, afirma o jornalista. Emiliano falou sobre a experiência de escrever sobre o político falecido em junho de 2018, aos 91 anos, após parada cardiorrespiratória. “Uma honra retratar essa trajetória de vida extraordinária, uma missão de homem que amava o povo baiano, o povo brasileiro, que amava a humanidade. Ele tinha ideais muito elevados”, falou, emocionado.

Emiliano também refletiu sobre o atual panorama político brasileiro. “Vivemos um momento em que precisamos de homens assim, momento de muita dificuldade, supressão de direitos e liberdades no Brasil, com o novo governo que se instala no ano passado e vem na esteira do golpe de 2016”, analisa. “Waldir era um homem necessário para esta conjuntura e infelizmente nós o perdemos”, destaca Emiliano.

Para ele, o lançamento é parte desse processo. “É o momento de congregar pessoas com esse espírito de luta pela democracia. Essa luta implica diversidade, multiplicidade de visões, de pensamentos e olhares. Waldir sempre insistiu nisso”, conclui. Em junho do ano passado, a diretoria da Associação Bahiana de Imprensa (ABI) aprovou uma moção de congratulação a Emiliano José, pelo trabalho que conta a história de um dos políticos mais influentes do Brasil.

Volume 2 – A primeira parte do livro aborda o nascimento em Acajutiba e segue até o fim da jornada de Waldir Pires no Rio de Janeiro e retorno à Bahia vindo do Rio de Janeiro, em 1978, com o fim da vigência do Ato Institucional nº 5. Já o segundo volume, a ser lançado no próximo dia 15, conta a partir de 12 de janeiro de 1979 e descreve a caminhada de Waldir Pires na resistência democrática, a ousadia da candidatura ao Senado em 1982. Retrata a construção do PMDB, a campanha das Diretas Já, a vitória eleitoral em 1986, a polêmica renúncia. Relata também a eleição a deputado federal em 1990, pelo PDT, a filiação ao PT, sua reeleição a deputado federal e fim da carreira política, com seu mandato de vereador.

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Valber Carvalho prepara lançamento de biografia de Irmã Dulce

Enquanto a Igreja no Brasil já se prepara para a canonização de Irmã Dulce, no próximo dia 13 de outubro, o jornalista e escritor Valber Carvalho anuncia a biografia sobre a vida do “Anjo Azul dos Alagados” para o segundo semestre deste ano. Dias após Maria Rita Souza Britto Lopes Pontes ter deixado de ser apenas Irmã Dulce para se tornar a primeira Santa da Igreja Católica nascida em solo brasileiro, Valber convida a todos para o lançamento do livro.

O jornalista escreveu nesta quinta-feira (04) um artigo para o site da ABI, no qual descreve o árduo percurso de produção da obra, o que motivou a escolha da personagem e revela algumas fontes. “Milhares de documentos escritos foram lidos e catalogados, informações primárias oficiais – de dentro e de fora da Igreja – ou outras publicadas em jornais de todo o país, serviram para embasar as informações valiosíssimas de centenas de relatos orais gravados, muitos deles completamente inéditos”, ressalta no texto “Uma biografia da Santa Irmã Dulce”. Leia aqui.

De Maria Rita a Irmã Dulce – Maria Rita de Souza Brito Lopes Pontes nasceu em 26 de maio de 1914, em Salvador. Segunda filha de do dentista Augusto Lopes Pontes, professor da Faculdade de Odontologia, e de Dulce Maria de Souza Brito Lopes Pontes. Aos 13 anos, Irmã Dulce passou a acolher mendigos e doentes em sua casa, transformando a residência da família – na Rua da Independência, 61, no bairro de Nazaré, num centro de atendimento. Nessa época, ela manifesta o desejo de se dedicar à vida religiosa. Em 13 de agosto de 1933, recebe o hábito de freira das Irmãs Missionárias e adota o nome de Irmã Dulce, em homenagem a sua mãe. Passou a dar assistência a comunidades pobres, abrigar doentes que recolhia nas ruas de Salvador. Em 1959, é instalada oficialmente a Associação Obras Sociais Irmã Dulce.

Irmã Dulce morreu em 13 de março de 1992, aos 77 anos. A causa da Canonização de Irmã Dulce foi iniciada em janeiro de 2000. Foi beatificada pelo Papa Bento XVI, no dia 10 de dezembro de 2010, passando a ser reconhecida com o título de “Bem-aventurada Dulce dos Pobres”. Em maio de 2019, o Vaticano anunciou que Irmã Dulce se tornará santa, com a conclusão do processo de canonização.

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Em pauta

Uma biografia da Santa Irmã Dulce

Por Valber Carvalho*

            Pesquisar a vida de Irmã Dulce foi uma decisão tomada em abril de 2013, depois que fui convidado pela Assembleia Legislativa a escolher uma personalidade baiana para servir de tema para um livro. Naquele momento, três nomes emergiram imediatamente para a superfície do meu interesse. Um deles era o de Irmã Dulce.

            Conversei com alguns amigos antes de tomar a decisão, mas foi a minha querida e instigante irmã, Carmen Célia Carvalho Smith, nascida 14 anos antes de mim, quem me deu a régua e o compasso: “se eu fosse você faria a história de Irmã Dulce”. Perguntei o porquê de ela falar tão assertivamente e ela me devolveu: “você nasceu no ano de 1960 e por isso não viu, mas na década em que você era menino, e quando ainda ela não era uma unanimidade na sociedade, a atuação dela foi algo fora de série”.

            Ouvi com interesse aquele conselho e parti para a ação. Sem ter ainda me decidido, o nome de Irmã Dulce passou a ter um peso maior na escolha da decisão que deveria tomar nos próximos dias.

            Procurei a OSID, para conversar com o museólogo Osvaldo Gouveia, especialista na história dela e o grande responsável pelo Memorial de Irmã Dulce, instalado na sede das Obras, no bairro de Roma, na península itapagipana.

Foto: Roque Cerqueira

Depois de duas horas de conversa gravada, nos encaminhamos para a sala da superintendente das Obras Sociais, Maria Rita Lopes Pontes, onde ouvi mais relatos e então pude expor o estado de excitação que tomara conta da alma do jornalista, sempre que é levado “ao topo de um morro e consegue enxergar um rico e precioso vale, ainda não devidamente explorado em todos os seus minérios”. Sim. Estava mais que claro, eu tinha uma história para contar. Mas era um trabalho hercúleo: pesquisar e tentar entender, documentar e escrever sobre a vida da mais importante alma que já nasceu em nossa terra. Se muita coisa já se sabia e muita havia sido documentada, havia e sempre haverá muito ainda a ser escavado, processado e lapidado. Naquele 12 de julho de 2013, nascia o Projeto da Biografia de Irmã Dulce.

            A partir daí, o assunto foi mais e mais tomando corpo e estimulando o espírito do jornalista. Eu havia desenvolvido um método de trabalho, anos atrás, quando precisei pesquisar a trajetória de personagens que tiveram uma vida muito densa e e que haviam interagido com muitas pessoas e fatos importantes da história. Nesse método, primeiro busco trabalhar os “entrevistados-âncoras”, aqueles que servirão de pilastras para a sustentação do “edifício” da pesquisa que pretendo construir.

            Cada um desses âncoras me indica cinco, ou seis ou até 10 outros nomes de entrevistados importantes para a continuação da pesquisa. Cada entrevista traz um novo tijolo, e cada nova informação vai encorpando a argamassa, ao indicar novas áreas de pesquisa a serem trabalhadas. E assim vão se erguendo os andares da obra. Isso parece óbvio, e é. A diferença, no meu caso, é que considero fundamental escolher previamente, quem e quantos serão os tais âncoras que sustentarão o processo inicial da obra.

            Pouco mais de três meses de trabalho depois o que inicialmente parecia grande,  agora se apresentava tão gigantesco, que quase não se podia delimitar seu horizonte. Se fosse  possível comparar com uma figura geométrica, a vida de Irmã Dulce era como um poliedro com centenas ou até milhares de faces que refletiam diferentes aspectos da sociedade baiana e brasileira, porque em seu cotidiano ela interagia diariamente, durante décadas, com todos os atores sociais. Do mais rico ao mais pobre.

            Em síntese, eram intermináveis histórias e estórias que se consorciavam e se soprepunham, ou pareciam sobrepor-se, muitas vezes de maneira ilusória. Para entender tudo isso, uma pesquisa caprichada, longa e exaustiva se delineava à vista. Foi então que procurei o jornalista Paulo Bina, chefe da Assessoria de Imprensa da Assembleia Legislativa, para me desincumbir de qualquer compromisso com aquela entidade, por entender que o tempo para a execução da pesquisa era impossível de ser mensurado, e por isso somente o próprio fazer é quem seria o responsável por determinar o tempo de consecução.

            A solidão da decisão tomada naquele momento, significou vivenciar uma sensação extremamente desafiadora, porém ainda mais gratificante. Experimentei abandonar a segurança de um navio que tinha hora para zarpar e embarcar num pequeno bote sem possibilidade de ancoragem durante meses e anos. Se havia muitos motivos para acabar perecendo naquele oceano de tantos personagens e assuntos, com possibilidade de serem explorados, havia também a alegria da investigação criteriosa, e as comemorações silenciosas de cada remada em direção a uma nova descoberta.

            Como a imensa maioria dos que haviam convivido com Irmã Dulce nos primeiros tempos já acumulavam mais de 80 ou de 90 anos de idade, decidi priorizar as entrevistas com aqueles que tinham convido com a religiosa nas eras pioneiras. Era uma questão aguda de tempo conseguir material inédito, antes que a perda definitiva das memórias preciosas daqueles homens e mulheres, apagasse os últimos registros dos períodos mais desafiadores e menos documentados da trajetória de Irmã Dulce. Somente depois de fazer isso é que me senti confortável de apontar a proa da pesquisa em busca de documentos e jornais antigos.

            No primeiro ano de trabalho, fiz apenas 17 longas entrevistas, no segundo ano já eram 120, no terceiro já acumulava 250, e assim a obra foi ganhando altura. Ao fim de seis anos de trabalho, eram cerca de 500 entrevistados. Prioridade um, para os  mais importantes e/ou os mais idosos, personagens que não poderiam deixar de serem ouvidos. No segundo momento, após essas entrevistas, o trabalho pôde ser dividido entre a caça por novas entrevistas e a busca diária por documentos.

            Milhares de documentos escritos foram lidos e catalogados, informações primárias oficiais – de dentro e de fora da Igreja – ou outras publicadas em jornais de todo o país, serviram para embasar as informações valiosíssimas de centenas de relatos orais gravados, muitos deles completamente inéditos.

            Hoje, se a obra ainda não estava pronta, há a certeza de que a fundação é segura e forte, mas por sua vez, o “edifício” ainda não está pronto e “habitável” para os olhos dos leitores.

            Nesse momento, dias após Maria Rita Souza Britto Lopes Pontes ter deixado de ser apenas a nossa querida Irmã Dulce, Anjo Azul dos Alagados e o maior exemplo de solidariedade-cidadã vivido por nossa sociedade, para se tornar a primeira Santa da Igreja Católica nascida em solo brasileiro, convido a todos para o lançamento do livro no segundo semestre de 2019, livro que desde já aviso que não será meu.

            Porque a nossa personagem é tão grande e tão incrivelmente humana, que o livro é dela, de Irmã Dulce. E até lá, se Deus quiser!

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*Valber Carvalho é jornalista e escritor.

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ABI BAHIANA

Biblioteca da ABI incorpora acervo pessoal do jornalista e professor Sérgio Mattos

A Biblioteca de Comunicação Jorge Calmon, da Associação Bahiana de Imprensa (ABI), recebeu uma coletânea especializada de 2.436 livros. A doação foi feita nesta quarta-feira (13) pelo jornalista, pesquisador, educador e autor Sérgio Mattos, que integra a diretoria da instituição. Assim como o site que reúne sua obra, a seleta abrange preciosidades e uma das maiores concentrações de periódicos acadêmicos na Bahia. Entre os títulos, há também livros de literatura escritos por biógrafos, contistas, cronistas, poetas, romancistas e jornalistas de várias gerações, em uma importante iniciativa rumo à preservação da memória da comunicação no estado.

A maioria dos livros está autografada pelos autores, o que eleva a estima e o valor individual do acervo. “É impossível quantificar o sentimento que devotei a cada um desses livros, que me acompanharam na vida, como verdadeiros filhos, em minhas conquistas e em meus fracassos. São livros dos quais sinto ciúme, pois fazem parte de minha vida”. Mattos conta que se envolveu sentimentalmente na seleção. “Peguei cada um desses livros, recordando os bons momentos desfrutados em diferentes épocas de minha vida”, confessou. O restante de seu acervo será fracionado entre bibliotecas municipais ou universitárias da Bahia.

Emocionado, Sérgio Mattos recordou um dos principais teóricos da Comunicação no Brasil, o amigo José Marques de Melo, falecido em junho de 2018. Entre as publicações doadas por Mattos está grande parte dos livros escritos e organizados por José Marques, a exemplo da Revista de Comunicação da Intercom, a única revista brasileira de comunicação a ter o reconhecimento do Qualis A e indexação internacional. “Foi o primeiro doutor em Jornalismo do país, um líder da área da comunicação a quem devemos tudo o que conseguimos no que diz respeito ao reconhecimento da importância de nossa área no Brasil”, destacou.

  • Leia aqui a íntegra do pronunciamento de Sérgio Mattos

 “Minha expectativa é que, aqui na ABI, meus livros serão bem tratados e terão condições de melhor  servir à comunidade e aos pesquisadores do que se permanecessem trancados  em meu gabinete”, ponderou. “Sinto-me renascer com esta doação, pois estou compartilhando pedaços de minha vida com vocês”. O professor manifestou ainda o desejo de que seu gesto acelere as obras do Museu de Imprensa e a expansão da Biblioteca Jorge Calmon, onde também se encontram acervos doados pelas famílias de João Falcão, Walter da Silveira e José Augusto Berbert de Castro.

Na primeira reunião de diretoria em 2019, o presidente da ABI, Walter Pinheiro, registrou os agradecimentos pela doação. “Esse acervo que ele encaminhou para a nossa guarda é uma parte da sua alma, uma parte da sua vida muito bem registrada”, afirmou. O dirigente ressaltou o privilégio de conviver com Mattos. “Sempre tivemos a convicção daquilo que Sérgio Mattos, um cearense que veio emprestado e que aqui ficou baiano, é para a nossa cultura e para a imprensa baiana. A ABI tem a obrigação de zelar por esse patrimônio”, disse.

“Sérgio nos doa um tesouro. Mas o maior tesouro que essa doação traz é esse imenso sentimento dele, é muito coração”, comentou o diretor de Patrimônio da ABI, Luís Guilherme Pontes Tavares. Para Valber Carvalho, diretor de Comunicação da ABI e ex-aluno de Sérgio, o acervo vai atrair cada vez mais estudantes para a Biblioteca Jorge Calmon, pois a seleta é composta por documentos que não são facilmente encontrados. “Dá para ver que ele está emocionado. Ter livros guardados, escolhê-los, demanda tempo e carinho. A gente agradece, fica feliz por esse compartilhamento”, concluiu o jornalista.

O advogado Antônio Luiz Calmon Teixeira doou à ABI um DVD que registra traslado dos restos mortais de Ruy Barbosa para Salvador – Foto: Joseanne Guedes/ABI

Quem também fez uma importante doação à ABI foi o advogado Antonio Luiz Calmon Teixeira. Ele se associou às comemorações dos 170 anos do nascimento de Ruy Barbosa, que ocorrerá em novembro, e ofertou à Associação um DVD da filmagem “Volta de Ruy à terra natal”. Segundo ele, o vídeo registra o traslado dos restos mortais do jurista para cripta no Fórum Ruy Barbosa, em 1949, ano em que se comemorou os 400 anos de fundação da cidade do Salvador.

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