DEU NO R7 (da EFE) – A Polícia Federal capturou nesta quarta-feira (4), em Naviraí, no Mato Grosso do Sul, o principal acusado pelo assassinato de um jornalista paraguaio e de sua estagiária, cometido em 2014 por supostos membros de um cartel de traficantes de drogas que possuem vínculos políticos, informou nesta quinta (5) uma fonte policial. A delegacia da Polícia Federal nesse município do interior do Mato Grosso do Sul, próximo da fronteira com o Paraguai e a Bolívia, confirmou para a Agência Efe a detenção de Vilmar “Neneco” Acosta, ex-prefeito da cidade de Ypehú, situada no departamento de Canindeyú. “Aparentemente se trata de Vilmar Acosta e será levado para Campo Grande”, onde se confirmará a identidade do detido e serão divulgados mais detalhes da captura, segundo um porta-voz policial.
Acosta, foragido desde 16 de outubro do ano passado, o dia em que ocorreu o duplo assassinato, é acusado de ser o autor intelectual do atentado contra Pablo Medina, correspondente regional do jornal “ABC Color” e de Antonia Almada, sua estagiária e estudante de jornalismo. Além disso, é acusado por produção e tráfico de maconha. Seu irmão Wilson Acosta, e seu sobrinho Flávio Acosta, foragidos da Justiça paraguaia, também foram denunciados pela promotoria como autores materiais do crime e acredita-se que estejam no Brasil, enquanto Arnaldo Cabrera, motorista do político e também indiciado, foi capturado em 8 de dezembro.
Medina era conhecido por seus trabalhos jornalísticos sobre os supostos vínculos do narcotráfico com alguns políticos locais. A morte de Medina e de Antonia levou à revelação de supostas conexões entre traficantes e políticos governistas de diferentes níveis, de vereadores a congressistas, evidenciadas em um relatório divulgado pelo Congresso. O Poder Legislativo abriu uma comissão especial para investigar o assunto e oferecer a documentação ao Ministério Público do Paraguai.
Antes da confirmação da captura por parte da Polícia Federal do Brasil, o ministro do Interior do Paraguai, Francisco De Vargas, e o Ministério Público desse país tinham antecipado a detenção de Acosta e, sem revelar detalhes, indicaram que a mesma foi fruto do trabalho conjunto de inteligência das polícias brasileira e paraguaia.