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Série Lunar 2022 recebe o Madrigal da UFBA

No dia 14 de setembro, o auditório da Associação Bahiana de Imprensa (ABI) vai receber o Madrigal da UFBA, um dos grupos musicais mais antigos no país com atividade ininterrupta. Sob regência do maestro Rafael Garbuio e direção artística do maestro José Maurício Brandão, a apresentação acontece às 19h e traz no programa obras como “Suíte Nordestina”, de Ronaldo Miranda, e “Vamus Aloanda”, de Camargo Guarnieri. Essa é a quinta noite de concerto desta temporada da Série Lunar, projeto criado pela ABI em parceria com a Escola de Música da UFBA (EMUS), que segue até dezembro.

O Madrigal da UFBA é um grupo vocal profissional fundado em 1954, que constitui um importante núcleo de extensão, veículo de comunicação cultural entre a universidade e a comunidade. “É importante ter esse espaço na sede da Associação Bahiana de Imprensa, é uma chance de levar nosso trabalho para fora do espaço da universidade, conversar com outros públicos”, comenta Garbuio. Em mais de seis décadas, o grupo tem realizado inúmeros concertos, participando das montagens de grandes obras do repertório erudito mundial. Participou de importantes eventos e tem realizado inúmeros concertos em diferentes ambientes – teatros, praças públicas, parques, igrejas, escolas etc., apresentando-se com fins beneficentes em hospitais, orfanatos, asilos e abrilhantando, ao longo da sua trajetória, congressos, simpósios, seminários, datas cívicas e religiosas.

“Esse concerto na ABI é muito especial para nós, porque vai ser a primeira vez que voltamos ao palco, de forma completa, desde o início da pandemia”, afirma Rafael Garbuio. Segundo ele, o Madrigal já cantou muito este ano, mas sempre fazendo participações em outros eventos. Para a Série Lunar, o grupo escolheu dois repertórios contrastantes. “Toda a primeira parte será dedicada à música sacra do Renascimento. Vamos trabalhar com dois compositores, o italiano Palestrina e o espanhol Tomás Luis de Victoria, contemporâneos e que desenvolveram um tipo de escrita vocal muito técnica, perfeita, resultando em uma música expressiva”, explica o maestro.

De acordo com Garbuio, o repertório remonta à origem da prática coral como concebemos hoje. Por isso, é valioso para um grupo como o Madrigal, que não tem a participação de instrumentos. Já na segunda parte, o conjunto prestará uma homenagem à prática coral brasileira, com obras de compositores nacionais, da segunda metade do século XX. “São músicas com uma escrita original para coro e muito original da nossa cultura”, observa.

Singularidade – Em seu grande acervo, de importância cultural e histórica, o Madrigal tem obras que provavelmente não poderão ser encontradas em outros locais, visto que existem inúmeros manuscritos originais e arranjos dedicados exclusivamente ao grupo, incluindo várias estreias mundiais, além das primeiras execuções modernas de peças históricas recuperadas. Desde a sua fundação, foram realizadas mais de 3 mil apresentações, sendo dirigido por inúmeros maestros. Além da rotina de concertos, o Madrigal atende aos alunos dos cursos de Composição, executando as suas peças, de Regência e Canto, possibilitando-lhes aprimoramento e prática musical indispensáveis à formação do músico.

As apresentações anteriores da Série Lunar 2022 contaram com o violonista clássico Mario Ulloa, o Quinteto de Sopros da UFBA, o Duo Sá-Cramento e o Duo Tota e Teca. O ciclo segue trazendo grupos da EMUS/UFBA até dezembro, sempre nas noites de lua cheia, com o objetivo de que os convidados possam desfrutar da magnífica vista do oitavo andar no prédio da ABI.

“É maravilhoso termos pela segunda vez em nossa casa o Madrigal da UFBA, que tem uma história brilhante, não apenas aqui na Bahia como em outros estado e no exterior. O grupo é sempre uma atração, por sua alegria, bom gosto e vozes primorosas. Estamos apostando em mais um sucesso de público”, destaca Amália Casal, diretora da ABI e coordenadora da Série Lunar 2022.

Programação Série Lunar 2022:

18/05 – Mario Ulloa ✔

15/06 – Quinteto de Sopros da UFBA ✔

13/07 – Duo Sá-Cramento ✔

17/08 – Duo Tota e Teca (especial 92 anos da ABI) ✔

14/09 – Madrigal da UFBA

11/10 – Duo Cello e Violão (Suzana Kato e Diego Esteves)

09/11 – Orquestra de Violões da UFBA

07/12 – Concerto de Natal

SERVIÇO

Série Lunar – Temporada 2022
Apresenta: Madrigal da UFBA
Quando: 14 de setembro (quarta-feira), às 19h
Onde: Sede da ABI (Rua Guedes de Brito, 1 – Praça da Sé | Edifício Ranulfo Oliveira, 8º andar, Auditório Samuel Celestino

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Recital do Duo Tota e Teca encanta público na Série Lunar

Acorda, vem ver a lua
Que dorme na noite escura
Que fulge tão bela e branca
Derramando doçura
Clara chama silente
Ardendo meu sonhar

Melodia Sentimental (Villa-Lobos)

Entre uma música e outra, a pianista Teca Gondim abrilhantou a noite desta quarta (17/08) na ABI, ao recitar versos de “Melodia Sentimental”, de Heitor Villa-Lobos. Ao lado do flautista Tota Portela, seu esposo e companheiro de palco há mais de 30 anos, ela integra o Duo Tota e Teca, quarta atração da atual temporada da Série Lunar. O evento gratuito e aberto ao público é fruto de parceria entre a ABI e a Escola de Música da UFBA, e segue até dezembro.

O recital, comemorativo aos 92 anos da ABI, atraiu um público bastante diverso. As cadeiras se encheram de casais, mães, avós e seus netos, crianças, estudantes e professores de música. Todos ávidos por boa música e pela vista proporcionada pela varanda do Edifício Ranulfo Oliveira, sede da ABI.

O presidente da entidade, Ernesto Marques, deu as boas-vindas ao público junto com outros membros da Diretoria Executiva, como Sara Barnuevo, Luís Guilherme Pontes Tavares e Amália Casal, coordenadora do evento. Nas palavras dos dirigentes, um pouco da trajetória da instituição nonagenária e anseios por tempos melhores para a imprensa e para a sociedade.

Cultura viva

A cada música, dona Noélia Rocha fechava os olhos e passeava no tempo. Acompanhada pela família, ela não escondeu o entusiasmo ao final da apresentação. “Adorei! Eu viajei na música, fiquei muito satisfeita”, contou. Sua neta é a jornalista Laís Rocha. “Tudo o que foi celebrado hoje aqui, a história dos 92 anos da ABI, a arte, tudo isso é fruto da democracia. É importante poder estar aqui, circular pela nossa cidade, ver que a cultura vive. Repertório incrível! É voltar para casa e dormir bem”.

O programa da noite trouxe obras de Chiquinha Gonzaga, Villa-Lobos, Debussy, Beethoven, Mozart e outros clássicos. “Foi sublime. Que repertório maravilhoso, especialmente os nomes brasileiros trazidos. Essa parceria da ABI com Emus é importantíssima. A música modifica qualquer ambiente. Com música isso aqui é ainda mais agradável. Temos que investir na arte. Sem ela, não tem vida, não tem democracia”, observou a jornalista e cantora Rita Tavares.

Para o jornalista Alberto Freitas, a comemoração do aniversário da ABI aconteceu em grande estilo. “Além de festejar a data, o Duo trouxe um programa com músicas imortais, atemporais. Essa iniciativa é excelente”, ressaltou.

Por muitos anos, o jornalista José Cerqueira administrou a carteira cultural da Copene, antiga empresa brasileira do setor petroquímico. “Me senti muito à vontade. Foi uma noite prazerosa. Meu ambiente de animação cultural sempre foi na cena alternativa”, destacou.

Tota Portela ficou surpreso com a recepção do público. “Eu esperava casa cheia por causa do aniversário da ABI, mas não imaginava que as pessoas iam gostar tanto”, comentou. Segundo ele, o Duo ficou apreensivo por ter montado um repertório mais calmo. “Foi um programa noturno, para ouvir a dar aquele soninho, só não pensei que fossem ficar tão acordados”, brincou o professor. Bem humorado, Tota falou sobre o privilégio de levar alegria ao público. “Eu nasci para ser feliz. Tenho uma profissão que posso dar às pessoas um pouco de felicidade. Temos essa missão de levar beleza, a gente já vê muita coisa ruim e que nos deixa tristes”, ponderou o docente da Emus.

Confira abaixo a galeria!

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Série Lunar com Duo Tota e Teca celebra 92 anos da ABI

O aniversário da Associação Bahiana de Imprensa, no dia 17 de agosto, será comemorado de um jeito muito especial. Na noite em que a entidade celebrará seus 92 anos, a Série Lunar vai receber o flautista Tota Portela e a pianista Teca Gondim, vice-diretora da Escola de Música da UFBA (Emus/Ufba). A apresentação do Duo Tota e Teca, que conta com obras de Chiquinha Gonzaga, Villa-Lobos, Debussy, Beethoven, Mozart e outros clássicos em seu programa, acontece às 19h no auditório da ABI, no Centro Histórico de Salvador.

“A Série Lunar, parceria entre a ABI e a Emus, é um projeto incrível, que considero de grande importância, pois podemos mostrar um pouco da nossa produção num espaço novo, para um público diferente, e ainda ser brindado com a vista espetacular da lua cheia sobre o Centro Histórico da nossa cidade. Estamos felizes e honrados de celebrarmos juntos neste mês os 92 anos da ABI”, destaca Teca Gondim.

Maria Thereza (Teca) Gondim é professora da Escola de Música da Universidade Federal da Bahia desde 1995. Possui graduação, especialização e mestrado pela Universidade Federal da Bahia, e doutorado em piano pela Universidade de Alabama. Especializou-se na música brasileira para piano do início do século XX, em especial a obra de sua avó, Maria de Lourdes Gondim. Entre seus professores de piano estão Esther Cardoso, Paulo Gondim (seu pai), Diana Santiago e Amanda Penick.

Antônio Carlos (Tota) Portela é flautista principal da Orquestra Sinfônica da Universidade Federal da Bahia e assistente da Orquestra Sinfônica do Estado da Bahia. Graduou-se em flauta pela UFBA e especializou-se nos Estados Unidos com a flautista Sheryl Cohen, na Universidade do Alabama, com bolsa do Ministério da Cultura do Brasil. Mais tarde, em 2006, retornou aos EUA por mais 5 anos para realizar mestrado e doutorado em flauta na mesma instituição, sob a orientação de Diane Boyd Schultz, especializando-se em música barroca.

Juntos na arte e na vida desde 1987, Tota e Teca compartilham belas memórias de festivais nacionais e internacionais. O Duo, que é frequentemente convidado para recitais na América Latina, EUA, França e Brasil, tem dois CDs gravados: “Fim de Tarde”(1999) e “Catedral”(2003), com repertório variado.

Ernesto Marques, presidente da ABI, elogia o programa do Duo e fala da expectativa para a noite festiva. “Como todo aniversário, é o momento de reflexões sobre o ciclo que se encerra e é quando a gente projeta os desejos para o ciclo que se inicia. Vai ser inspirador fazermos esta virada celebrando a vida, porque a ABI é uma composição de muitas vidas reunidas e somadas, como numa partitura”.

A Série Lunar – Temporada 2022 é uma programação realizada através de parceria entre a Associação Bahiana de Imprensa (ABI) e a Escola de Música da UFBA (Emus). O evento gratuito e aberto ao público segue até dezembro com concertos mensais, sempre na lua cheia.

SERVIÇO

Série Lunar – Temporada 2022
Apresenta: Duo Tota e Teca
Quando: 17 de agosto (quarta-feira), às 19h
Onde: Sede da ABI (Rua Guedes de Brito, 1 – Praça da Sé | Edifício Ranulfo Oliveira, 8º andar, Auditório Samuel Celestino

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Duo Sá-Cramento esbanja sintonia na Série Lunar

Eles nasceram no mesmo dia: 22 de março. Érica Sá chegou sete anos antes de Aquim Sacramento – eles explicam em meio a risos, no encerramento do espetáculo. A perfeita sintonia entre os músicos do Duo Sá-Cramento extrapola o espaço do palco e chega fácil, de ponta a ponta, na plateia. Foi assim na terceira noite de Série Lunar 2022, realizada pela Associação Bahiana de Imprensa e pela Escola de Música da Universidade Federal da Bahia (Emus/UFBA). Como num plano paralelo de conexão, eram almas em diálogo musical no auditório da ABI. A cada toque nos instrumentos, era o público que vibrava. E cantava.

O sincronismo não é à toa. Os dois percussionistas se conheceram há 20 anos. “A gente foi se acompanhando e isso reflete na nossa performance”, observa Aquim. Para Érica, tocar na Série Lunar foi “surpreendente”. Assim como Aquim, a musicista nunca tinha entrado no auditório da Casa dos Jornalistas. “É um espaço maravilhoso para concertos, com uma vista belíssima”, afirmou Érica.

Natasha e Ueliton | Foto: Joseanne Guedes

Gratuito e aberto ao público, o evento acontece uma vez por mês, sempre na lua cheia, e vai até dezembro. A próxima apresentação será no dia 17 de agosto, no aniversário de 92 anos da ABI. Diretores da Casa, Luis Guilherme Pontes Tavares, Ernesto Marques e Amália Casal, na função de coordenadora da Série Lunar, receberam o público.

No meio da plateia, um jovem casal parecia não querer perder um só movimento do Duo. A percussionista Natasha e seu esposo, Ueliton Pereira, desfrutaram da noite e prometeram retornar. “É sempre um prazer vê-los tocando, mas ainda não tinha visto um recital somente dos dois”. Já Ueliton, que é trompista, se rendeu ao som do Duo e acredita que esse tipo de evento é importante para derrubar a visão estereotipada em relação aos instrumentos percussivos. “Ver percussão solo hoje foi uma experiência completamente nova. Não conhecia o potencial desses instrumentos”, reconheceu.

Hilton e sua filha Mariá | Foto: Joseanne Guedes

A pequena Mariá, de 5 anos, estava atenta e parecia não querer ir embora, mesmo depois que o Duo se despediu. “Ela gosta muito de música e eu queria que ela se soltasse, aproveitasse a percussão do Duo. Virei mais vezes, especialmente se tiver essa lua”, brincou Hilton Japyassu, pai de Mariá e professor do Instituto de Biologia da UFBA.

A pianista Teca Gondim, vice-diretora da Emus, falou de sua satisfação em acompanhar o crescimento de Érica e Aquim. Ela testemunhou o comecinho dos dois na música. “Eu sempre fico emocionada, porque foram meus alunos. É muito legal vê-los profissionais competentes, fazendo um concerto tão lindo, com tanta sintonia. Eles estudam muito, são sérios”, contou.

“Além da bela apresentação, eles conseguiram uma interação muito grande com o público. Houve co-participação, simbiose. Eu gostei muito. Estarei aqui sempre que possível”, garantiu o engenheiro e escritor Ancelmo da Rocha.

Vitalidade no Centro Histórico

O advogado Marcos Perez, representante da Central Única da Cidadania (CUC), é frequentador da Série Lunar. “Adoro essa programação. Essa apresentação de hoje traz o lado espiritual. Os tambores, o vibrafone, desencadeiam uma ligação impressionante com a música”.

O presidente da Associação do Centro Histórico Empreendedor (ACHE), José Iglesias Garcia, também marcou presença. “É o tipo de música que a gente escuta com a alma, não com os ouvidos. A ABI e a Emus foram muito felizes ao trazer esses dois jovens para fazer essa apresentação. Eventos com essa qualidade cultural são importantes para o Centro Histórico, que é a parte mais bela da nossa cidade”, afirmou.

“É um projeto extraordinário. Traz um público fantástico para o Centro Histórico de Salvador. A ABI e a Escola de Música estão de parabéns. Quero dizer que vocês contam com a minha parceira, minha alegria e resistência. Viva a magia que é a Série Lunar, viva o Pelô!”, festejou o escritor, jornalista, poeta e agitador cultural Clarindo Silva.

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