Onde: sede da ABI (Edifício Ranulfo Oliveira – Praça da Sé)
1º – Dia 30/05 (sexta-feira), às 10h – Rui Costa (PT) – Realizado
2º – Dia 04/06 (quarta-feira), às 9h – Paulo Souto (DEM) – Realizado
3º – Dia 09/06 (segunda-feira), às 9h – Lídice da Mata (PSB)
Questões polêmicas nas áreas de segurança, mobilidade urbana e serviços públicos aqueceram o encontro da Associação Bahiana de Imprensa (ABI) com o pré-candidato Paulo Souto (DEM), na manhã desta quarta-feira (4), na sede da instituição. O evento conduzido pelo presidente da ABI, Walter Pinheiro, foi parte da série de encontros separados com os três principais pré-candidatos ao governo do estado, com o objetivo de contribuir com o debate eleitoral. Paulo Souto afirmou ter percebido no eleitorado uma vontade de mudança, que teria impulsionado sua pré-candidatura. O ex-governador rebateu críticasfeitas pelo postulante petista Rui Costa, convidado do primeiro encontro, e falou sobre suas propostas e prioridades, caso alcance novamente o cargo de governador da Bahia. No dia 9 de junho, às 9h, a ABI recebe a pré-candidata Lídice da Mata (PSB), que encerra os encontros realizados pela entidade.
O coordenador do encontro e diretor da ABI, Aloísio Franca Rocha Filho, explicou o objetivo dos encontros, e enfatizou a inquietação da entidade diante do momento eleitoral e sua repercussão na vida dos baianos. “Aintenção desse debate é, além de conhecer as propostas daqueles que pretendem governar a Bahia, fazer com que a ABI esteja presente na vida pública do estado, evitar possíveis omissões e futuras retratações à sociedade”.
Nas perguntas formuladas pela ABI,o dirigentelembrou que, no encontro anterior, o pré-candidato Rui Costa afirmou ser o mais bem preparado entre os postulantes e que estaria determinado na disputa. “Todos os candidatos devem ser considerados. Agora, quem tem que dizer qual o melhor e mais bem preparado, não éo candidato. É o povo.Espero que ele esteja preparado para a campanha e não haja desvios para questões pessoais. O importante é fazermos uma campanha à altura dos baianos”, rebateu o ex-governador, que acredita que o elemento fundamental para a virada no resultado das Eleições de 2006 foi a presença da política nacional nas eleições estaduais, “além do sentimento de experimentar algo novo, o que é perfeitamente compreensível em uma democracia”.
Durante encontro na ABI, Rui Costa reconheceu ser um pré-candidato desconhecido do eleitor, mas afirmou que mudaria o cenário desfavorável durante a campanha. Perguntado sobre o que pretende fazer para manter a preferência do eleitorado, diante de um novo candidato disposto a desbancá-lo, Souto não fez rodeios. “Ele fala sobre mim com tantos detalhes que eu chego a pensar que ele foi meu eleitor. Não vejo problema em enfrentar o candidato que representa a continuidade do governo em curso. Com a minha experiência na administração pública, tenho certeza de que terei condições de fazer um governo que priorize a Bahia”.
De acordo com o pré-candidato da oposição, se o sonho de ser governador se realizar, sua prioridade serão as finanças públicas. “Estou muito preocupado com a situação financeira do estado, que é gravíssima. Então, temos que priorizá-la, porque, se não houver esforço nesse sentido, os programas de governo serão meras intenções”. Para ele, das questões emergenciais, a segurança é outro ponto que merece atenção. “E não cabe o argumento de que o panorama é o mesmo em diversos estados brasileiros. Não é assim. Todos sabem, por exemplo, que greve de polícia é gravíssima. Eu tive problemas nos dois governos, mas contornamos bem. É preciso estabelecer uma relação de confiança entre o governo e as corporações. Nas duas últimas greves, faltou aprofundar o diálogo e não enganar os trabalhadores”.
Uma das questões abordou a falta de infraestrutura do estado que tem 417 municípios, um dos piores sistemas de saúde e educação e altos índices de violência.O pré-candidato foi estimulado a citar intervenções urbanas feitas por sua gestão, um questionamento lançado à plateia por Rui Costa, no último dia 30. “Salvador tinha alguns problemas incríveis. Realizamos o Bahia Azul, responsável pelo aumento dos índices de saneamento básico do estado. Fizemos com recursos suados o programa Viver Melhor, que diminuiu consideravelmente as tragédias em 80 áreas de risco da cidade. Construímos a Maternidade de Referência Prof. José Maria de Magalhães Netto.Essas obras foram feitas com enorme esforço no governo estadual e espero que o governo federal continue com a mesma disposição em oferecer recursos. Se ele não considera isso como grandes intervenções…”.
Não é novidade a situação caótica da cidade no quesito mobilidade urbana. Segundo o pré-candidato, o problema não será resolvido apenas com o desenvolvimento de eixos de transporte público. Para ele, é necessário incentivar a autossuficiência das áreas periféricas e, assim, diminuir a necessidade de deslocamento para os centros. Já sobre o controvertido projeto da Ponte Salvador-Itaparica, o pré-candidato afirmou não ver problema em dar continuidade, caso seja uma proposta viável econômica e ambientalmente, e seja realizada com recursos privados.
A questão cultural também agitou o debate. Questionado sobre a possibilidade de incluir em seus planos a construção de um novo Centro de Convenções na Bahia, Souto agiu com cautela. “Eu prefiro não assumir esse compromisso, mas quero reconhecer o estado de degradação do Centro de Convenções. Se não for possível atender ao turismo com a requalificação, teremos que tomar providências”. O pré-candidato criticou o que ele chamou de desrespeito pelos ícones culturais baianos. “Não entendo a razão para acabar com o Prêmio Jorge Amado de arte e literatura. É só porque foi feito na gestão passada? Tenho a impressão de que a Bahia foi descoberta em 2007. Antes disso, na foi feito. Não podemos esquecer que a iniciativa de implantar o Fundo de Cultura foi nossa”, lembrou.
A construção da Barragem do Rio Colônia em Itajudo Colônia, na qual está previsto o investimento de cerca de R$ 68 milhões, é uma reivindicação antiga da população para solucionar o problema da falta de água em municípios como Itabuna e Itapé. Paulo Souto se comprometeu com o projeto que pode beneficiar 484 mil baianos e contribuir para o desenvolvimento da região.
Ainda em estágio de formulação do programa de governo, o pré-candidato reconheceu que não ponderou sobre as 32 secretarias em atividade no governo atual, enquanto sua gestão contava com 18. “Ainda não me debrucei sobre o problema, mas é um número que me desagrada, não só pela questão financeira, mas também operacional. O importante são os projetos e não o número de secretarias. A minha ideia é modernizar a administração pública” concluiu.
A Associação Bahiana de Imprensa (ABI) dá continuidade à série de encontros separados com os três principais pré-candidatos ao governo do estado, com o objetivo de contribuir com o debate eleitoral. Nesta quarta-feira (4), impreterivelmente às 9h, será a vez de Paulo Souto (DEM) vir à sede da ABI para mostrar suas intenções, propostas e projetos para o cargo de governador da Bahia. Assim como no primeiro encontro, que trouxe o pré-candidato Rui Costa (PT), os próximos também serão abertos a representantes de entidades da sociedade civil e profissionais da comunicação.
Encontros com pré-candidatos ao governo do estado
Onde: sede da ABI (Edifício Ranulfo Oliveira – Praça da Sé)
1º – Dia 30/05 (sexta-feira), às 10h – Rui Costa (PT) – Realizado
2º – Dia 04/06 (quarta-feira), às 9h – Paulo Souto (DEM)
3º – Dia 09/06 (segunda-feira), às 9h – Lídice da Mata (PSB)
O pré-candidato da chapa governista para as Eleições 2014, Rui Costa (PT), foi recebido pelo presidente da Associação Bahiana de Imprensa (ABI), Walter Pinheiro, nesta sexta-feira (30), na abertura da série de encontros com postulantes ao cargo de governador do estado da Bahia. Durante o encontro, que reuniu na sede da instituição jornalistas e representantes de entidades da sociedade civil, o pré-candidato relatou uma série de projetos e obras que serão incluídos em seu programa de governo. Rui Costa elogiou o trabalho da ABI em defesa da liberdade de expressão e na luta contra a censura e tentativas de silenciar manifestações livres. Temas como mobilidade urbana, educação e cultura, logística e segurança pública foram abordados.
Na abertura, o coordenador da mesa, Aloísio Franca Rocha Filho, enfatizou a preocupação da entidade com a crise generalizada da representação política. “Estamos preocupados com a democracia. Isso significa que estamos também preocupados com as eleições e, consequentemente, com as propostas, projetos e intenções daqueles que pretendem conduzir o nosso estado”, disse o dirigente. A primeira questão dirigida ao pré-candidato indagou sobre a sua intenção de governar a Bahia. “Se seria por vaidade, disponibilidade desinteressada para servir a sociedade e/ou ambição pelo poder”.
Rui Costa respondeu à questão muito emocionado, ao lembrar-se de sua mãe, que faleceu há 19 anos vítima de câncer. O pré-candidato relatou sua trajetória difícil no bairro da Liberdade, onde cresceu enfrentando dificuldades. Para ele, a má distribuição de renda no Brasil foi uma das principais causas para o seu envolvimento com a política. “Eu cresci em uma encosta, vendo em meus pais o medo de desabamentos, além das dificuldades cotidianas. Isso é muito injusto. Eu quero ajudar a mudar esse cenário e sou muito determinado, busco todas as alternativas disponíveis”. O deputado federal contou que seus estudos foram concluídos na rede pública de ensino, sempre com o apoio da mãe.
Já sobre sua qualificação para ser governador da Bahia, Rui afirma que se preparou a vida inteira para o cargo. “Eu tenho certeza de que sou o mais bem preparado. Tive duas formaturas: na universidade, em economia; e outra de superação, da vida, porque tive origem humilde e sou determinado”. Perguntando sobre o que existe de singular em sua candidatura e como pretende vencer a barreira do desconhecimento pela maioria dos eleitores, ele foi taxativo. “Diferentemente dos outros dois principais candidatos, eu nunca tive a oportunidade de governar um estado ou uma cidade. Eles puderam mostrar seu estilo. Eu não. Quanto ao desconhecimento, podemos diminuir isso no período da propaganda eleitoral, além da realização de carreatas, encontros, comícios… Ainda é muito cedo”, afirmou Rui Costa, revelando a sua ansiedade em debater com a oposição os programas de governo.
Rui abordou alguns temas que devem ser priorizados em seu programa de governo. “Por muitos anos, o Nordeste esteve em segundo plano do ponto de vista do desenvolvimento nacional, panorama que está sendo alterado desde o governo Lula”. Questionado sobre a mobilidade urbana, Rui Costa enumerou diversas obras do governo do PT na Bahia que, segundo ele, melhoraram o trânsito em Salvador, como a Via Expressa, Complexo Viário 2 de Julho e viadutos na Paralela, além de rodovias construídas no interior.
A polêmica construção da Ponte Salvador-Ilha de Itaparica, cujo contrato para elaboração do projeto básico de engenharia foi assinado em março, não ficou de fora da discussão. De acordo com Rui Costa, o projeto não está descartado. “Precisamos pensar projetos grandes e a ponte é um projeto importante. O estado da Bahia não tem condições de arcar com os 6 bilhões de reais estimados para a realização das obras. Então, precisa de apoio da iniciativa privada. Exige um amplo plano de desenvolvimento”.
O presidente da ABI, Walter Pinheiro, encerrou a sessão e agradeceu a presença do pré-candidato, com votos de que a emoção com que Rui abordou sua trajetória de vida seja o “combustível para governar o estado”. Também participaram do encontro dirigentes da ABI, a presidente do Instituto Geográfico e Histórico da Bahia (IGHB), Consuelo Pondé, a presidente do Sindicato dos Jornalistas Profissionais do Estado da Bahia (Sinjorba), Marjorie Moura.
No dia 4 de junho, às 9h, a ABI trará Paulo Souto (DEM) e no dia 9 de junho, também às 9h, Lídice da Mata (PSB). Os encontros também serão abertos a representantes de entidades da sociedade civil e profissionais da comunicação.