Do PORTAL IMPRENSA – Os Estados Unidos defenderam a validade da operação efetuada no último sábado (6/12) no Iêmen para libertar o fotojornalista Luke Somers. O fracasso da ação levou à morte do americano e de um sul-africano que estava prestes a ser libertado pela Al-Qaeda, segundo uma ONG. De acordo com a AFP, o presidente Barack Obama disse ter “autorizado a operação de resgate em cooperação com o governo iemenita” depois de “relatos de que a vida de Luke estava em perigo imediato”. A Organização Repórteres Sem Fronteiras (RSF) pediu para que os Estados Unidos reformulem sua política diante dos casos de sequestros no exterior depois da morte de Somers.
“Voltamos a pedir ao governo dos EUA, que tinha anunciado sua intenção de revisar sua política sobre reféns, que explore todos os caminhos alternativos à opção militar”, solicitou em comunicado o secretário-geral da RSF, Christophe Deloire. “Os sequestros de profissionais da informação se multiplicaram nos últimos anos e cada vez mais com finais trágicos”, ponderou a ONG, ao lembrar que o fotojornalista não é o primeiro profissional de imprensa capturado por um grupo radical que morre este ano.
Somers, sequestrado desde setembro do ano passado, e Pierre Korkie, um professor sul-africano detido desde maio de 2013, foram assassinados por terroristas de Al-Qaeda na Península Arábica (AQAP), informou o secretário de Estado americano Chuck Hagel. As circunstâncias exatas das mortes ainda não foram divulgadas. Autoridades iemenitas e Washington acreditam que os sequestradores “atiraram nos dois reféns para liquidá-los” depois “de se recusarem a se render”. O especialista em segurança e terrorismo, Mustafa Alani, avalia que o resgate falhou devido à falta “de informações reunidas pelos serviços de inteligência dos Estados Unidos sobre o paradeiro dos reféns e o movimento de seus captores”.