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Emissora de TV italiana se recusa a exibir vídeos do Estado Islâmico

Desde que o grupo extremista Estado Islâmico descobriu na internet uma poderosa arma de propagação de seus atos, emissoras de TV e sites ao redor do mundo estudam maneiras de lidar com a cobertura do caso. O canal italiano RAI News 24 anunciou que não exibirá os vídeos feitos pela facção, inclusive em seu site. A justificativa foi apresentada por Monica Maggioni, diretora da cadeia RAI News Group, numa coluna publicada pelo jornal Il Tempo. De acordo com Le Fígaro, ela explica que a decisão foi tomada após meses de discussões. “Agora o Estado Islâmico se transformou em uma espécie de Hollywood terror. Seus vídeos são estudados, cada comunicação é refletida. E nós não queremos ser parte de sua propaganda”.

A decisão da RAI News 24 abriu um debate sobre como as emissoras de TV devem trabalhar as imagens do grupo terrorista, delimitando a linha entre informação e propaganda. Apesar de não apresentar as imagens, o canal italiano garante que continuará informando os telespectadores sobre o Estado Islâmico. Na França, os canais de televisão não transmitirão as imagens de execuções, apenas mostrarão reprodução das imagens dos vídeos. Caso não procedam desta forma, serão imediatamente sancionado pelo Conselho Superior do Audiovisual (CSA).

Rede social

0tempO debate não escapa às redes sociais. As condições de serviço do Twitter, por exemplo, não permitem que usuários publiquem “ameaças específicas ou diretas de violência contra os outros”. A empresa sistematicamente exclui mensagens que apresentam vídeos de atos de violência do grupo terrorista e suspende suas contas o mais rápido possível. Por esse motivo, o cofundador do microblog, Jack Dorsey, passou a receber ameaças de morte do Estado Islâmico. Um post supostamente escrito por partidários da facção criminosa ameaça o executivo-chefe e funcionários da empresa.  A mensagem foi enviada pelo site de textos e imagens JustPaste e apresenta a imagem Dorsey com uma mira de arma sobreposta ao seu rosto. Segundo o site BuzzFeed, o motivo da mensagem é a exclusão recorrente de contas do EI na rede social.

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‘’Você começou esta guerra falha. Nós lhe dissemos desde o início que a guerra não é sua, mas você não entendeu e continuou fechando nossas contas no Twitter. Quando os nossos leões vierem e tomarem sua respiração, você nunca vai voltar à vida’’, dizia a ameaça. “Como irá proteger seus funcionários? Jack, você será impotente quando os pescoços deles se tornarem oficialmente um alvo para os soldados do Califado e para os simpatizantes espalhados entre o seu meio. O que iria você responder às suas famílias e seus filhos? Que você falhou em sua guerra?”, completou.

As reclamações ocorrem porque a rede social não permite a publicação de ameaças específicas ou diretas de violência contra os outros. A empresa exclui vídeos de violência e suspende a conta de organizações criminosas. ‘’Nossa equipe de segurança está investigando a veracidade destas ameaças com os funcionários responsáveis pela aplicação da lei’’, disse um porta-voz do Twitter.

*Informações do Portal IMPRENSA e de O Globo.

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ONU pede a países que “olhem para si” sobre violações de direitos humanos

O alto comissário das Nações Unidas para os Direitos Humanos criticou hoje (2) todos os países por apontar a outros e não a si mesmos o desrespeito aos direitos fundamentais das pessoas que vivem em seus territórios. Em discurso na 28ª sessão do Conselho de Direitos Humanos da ONU, que começou nesta segunda-feira, Zeid Ra’ad Al Hussein dirigiu-se aos 192 países que formam a organização e a outros, pedindo-lhes que se olhem no espelho, que façam um exercício de introspecção crítica, que se analisem e cumpram o que assinaram e ratificaram. “Se tiverem assinado a Carta das Nações Unidas, se tiverem assinado e ratificado tratados, devem cumpri-los e implementá-los”, disse o representante do organismo das Nações Unidas responsável por zelar pela proteção e pela promoção dos direitos humanos no mundo.

Segundo Zeid Ra’ad Al Hussein, mais de 6 mil pessoas morreram no leste da Ucrânia desde o início do conflito, em abril de 2014. Ele denunciou a destruição das infraestruturas e o sofrimento dos civis. “As mulheres, as crianças, os idosos e os grupos vulneráveis são os mais afetados pela guerra. “É imperativo que todas as partes respeitem as decisões dos acordos de Minsk e cessem os bombardeios indiscriminados e outras hostilidades que criaram uma situação catastrófica para os civis, em violação flagrante do direito internacional humanitário e dos direitos humanos”, afirmou o jordaniano, ao apresentar um relatório sobre os direitos humanos na Ucrânia. O documento aponta as detenções arbitrárias, as torturas e os desaparecimentos forçados, cometidos fundamentalmente pelos grupos armados paramilitares e, em alguns casos, pelas Forças Armadas ucranianas.

“Não há desculpas. Os Estados alegam situações excepcionais. Escolhem os direitos. E, sob essas circunstâncias, justificam as prisões arbitrárias e de tortura, ao espionar os seus cidadãos em nome do contraterrorismo, discriminam as minorias porque não querem mais imigrantes. Tenho de recordá-los da universalidade dos tratados. A Lei Internacional dos Direitos Humanos não pode ser minimizada ou ignorada, deve ser cumprida totalmente”. Al Husseiun mostrou-se “muito incomodado” pelo pouco respeito quando recebem os relatórios especiais e os especialistas independentes eleitos pelo próprio Conselho, muitos dos quais têm recebido insultos e ameaças nos últimos meses”. “Dirijo-me a todos e digo-vos que se concentrem no conteúdo e não nas pessoas”, afirmou.

Mundo sem estigmas

O alto comissário destacou que os países devem aceitar e aplicar as recomendações da Revisão Periódica Universal, que é a avaliação feita pela Comissão de Direitos Humanos da ONU a todos no que se refere aos direitos humanos. Ele observou que todas as vítimas de abusos contra os direitos humanos têm características em comum: privação e discriminação, seja baseada na etnia, no gênero, na religião, orientação sexual, classe ou na casta. “Essa discriminação não é gerada espontaneamente. A maioria das violações dos direitos humanos é resultado de uma escolha política, que limita a liberdade e a participação e cria obstáculos para a partilha de forma justa dos recursos e das oportunidades”, comentou. “Penso que o trabalho que fazemos no Conselho de Direitos Humanos é vital. Apelo a todos que implementem as recomendações do conselho e dos seus mecanismos e que o trabalho que fazemos aqui saia desta sala e chegue às ruas e às casas”, afirmou Al Hussein.

Na intervenção perante o Conselho, Portugal chamou a atenção para a “atuação desumana” do autoproclamado Estado Islâmico, apelando à comunidade internacional que atue para “erradicar este grupo terrorista”. O ministro de Estado e dos Negócios Estrangeiros português, Rui Machete, recordou que o Estado Islâmico (EI) “ameaça os valores e os princípios mais elementares” das democracias. “Continuamos a assistir, em pleno século XXI, a violações em larga escala de direitos humanos”. O conflito na Síria “é elucidativo” dessas “violações”, mencionou o ministro. “A comunidade internacional não pode permanecer indiferente perante a escala das violações e dos abusos” cometidos no país, frisou.

*Informações da Agência Lusa via Diário de Pernambuco, G1 Jornal de Notícias.

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ABI BAHIANA Notícias

ABI repudia agressão à equipe da TV Oeste na paralisação de caminhoneiros

greve caminhoneiros-fotos-reproduçãoA Associação Bahiana Imprensa (ABI) repudia as agressões sofridas pela equipe de reportagem da TV Oeste, afiliada da Rede Bahia, durante cobertura da paralisação dos caminhoneiros, em Luiz Eduardo Magalhães, na BR 242, saída para a cidade de Barreiras. Na manhã da última sexta-feira (27), os jornalistas foram xingados pelos manifestantes, o carro de reportagem teve os pneus furados e o repórter Muller Nunes foi agredido por um caminhoneiro. Ao registrar as imagens da paralisação, o cinegrafista Fernando Correia também foi ameaçado pelos manifestantes. Com as câmaras de ar cortadas, o carro da equipe precisou ser transportado por um guincho para que os profissionais pudessem voltar à redação.

O presidente da ABI, Walter Pinheiro, se manifestou sobre o fato e considera imprescindível a apuração dos fatos e a punição dos responsáveis por esse ato que atenta contra a liberdade de imprensa, tentando impedir que profissionais da comunicação atuem na cobertura de fatos de interesse da sociedade.

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