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Alvo de mais de 40 ações judiciais, “Gazeta do Povo” conquista Prêmio ANJ de Liberdade de Imprensa

Após mais de 40 ações judiciais, o jornal Gazeta do Povo, de Curitiba (PR), e cinco de seus jornalistas conquistaram o Prêmio ANJ de Liberdade de Imprensa de 2016. De acordo com a Associação Nacional dos Jornalistas (ANJ), a premiação será em agosto. A notícia, no entanto, não foi recebida pela Associação dos Magistrados Brasileiros (AMB), que divulgou nota nesta quarta-feira (15) criticando a entidade por conceder o prêmio ao veículo e seus profissionais. A equipe do periódico paranaense enfrenta dezenas de processos movidos individualmente por juízes do Estado após ter publicado reportagem sobre os salários dos servidores.

A AMB sustenta que “denunciar recebimentos acima do teto sem explicar que verbas indenizatórias não são submetidas ao teto constitucional revela uma lamentável política de desinformação à cidadania”. Para a entidade, a postura da ANJ de premiar jornalistas “por matéria tendenciosa” sobre os vencimentos da magistratura “é um atentado ao direito à informação”. Em outro trecho, a associação afirma que “laurear o jornalismo irresponsável e voltado a descredibilizar a magistratura brasileira atenta não somente contra o Poder Judiciário, mas contra cada cidadão brasileiro que tem o direito de ser bem informado”.

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A nota foi divulgada pela AMB após o próprio presidente da entidade, João Ricardo Costa, declarar que considera as ações movidas contra os jornalistas como um “suicídio institucional”, já que podem causar danos à imagem do Judiciário. Em carta enviada a magistrados do Paraná na última sexta-feira (10), Costa critica a atuação da Amapar (Associação dos Magistrados do Paraná), “uma gestão de retaguarda”, que gerou repercussão negativa para a magistratura em mais de 40 veículos.

A ANJ afirmou que os profissionais são vítimas de “assédio judicial”. “A escolha [dos premiados] representa o apoio ao jornalismo de qualidade e à coragem da Gazeta do Povo ao abordar os privilégios injustificáveis autoconcedidos pelos magistrados e membros do ministério público paranaense”, ponderou. O presidente da ANJ, Carlos Lindenberg Neto, declarou ontem (15) que a entidade estranha o teor da nota da AMB. Ele ressaltou que a ANJ não questiona o direito constitucional de todo cidadão de recorrer à Justiça em defesa de seus direitos, “mas rejeita o expediente utilizado no Paraná, em tudo similar ao já utilizado contra os jornais Folha de S.Paulo (SP) e A Gazeta (ES)”.

O dirigente lembrou que em ambos os casos todas as ações foram ganhas pelos jornais e jornalistas. “A inadequação desse tipo de ação, aliás, é reconhecida pela própria AMB ao afirmar que discorda ‘da estratégia definida’ e entende que ‘a melhor ação seja de natureza coletiva, pois se trata de um direito constitucional'”. Segundo ele, a premiação representa o apoio da ANJ a pessoas, jornais ou instituições que tenham se destacado no exercício, na promoção e na defesa da liberdade de imprensa.

Entenda o caso

Em fevereiro deste ano, o veículo publicou reportagens sobre “supersalários”, repercutindo o debate entorno do teto constitucional na remuneração de funcionários públicos. Depois da divulgação dos dados, juízes e promotores, ofendidos pelos textos, abriram, até o momento, 40 ações individuais contra os profissionais do diário. Os processos foram abertos em diferentes juizados especiais, espalhados por pelo menos 15 cidades do Paraná, fazendo com que os jornalistas sejam obrigados a comparecer a cada audiência. Os pedidos de indenizações somam R$ 1,3 milhão.

Na última terça-feira (14/6), o Colégio de Presidentes dos Institutos dos Advogados do Brasil divulgou nota de repúdio sobre as ações contra a Gazeta do Povo. O texto, assinado por José Horácio Rezende, Presidente do Colégio, condena ainda toda forma de censura, direta ou indireta, à liberdade de expressão da imprensa.

“É indiscutível a salvaguarda constitucional de que não será excluída da apreciação do Poder Judiciário a lesão ou ameaça ao direito. Contudo, é inadmissível qualquer ação, judicial ou extrajudicial, concebida como um pacto de atuação dos membros do Poder Judiciário em seu próprio benefício, ferindo de morte o princípio da moralidade pública, especialmente nesta grave quadra da história em que a sociedade brasileira clama pelo resgate do espírito público”, acrescentou.

*Informações do Portal IMPRENSA e da Folhapress

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Fenaj denuncia na França ações judiciais contra “Gazeta do Povo”

A Federação Nacional dos Jornalistas (Fenaj) denunciou no Congresso Mundial de Jornalistas, na França, as mais de 30 ações que movidas por juízes e promotores do Paraná contra o jornal Gazeta do Povo e cinco de seus repórteres. A entidade classificou a medida como uma evidente manobra articulada dos magistrados. Em nota, a Fenaj informou que a denúncia será encaminhada à Comissão Interamericana de Direitos Humanos da Organização dos Estados Americanos, e que solicitará manifestações oficiais do Ministério da Justiça, do Conselho Nacional de Justiça (CNJ) e do Ministério Público Federal (MPF).

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Os juízes e promotores decidiram mover as ações após reportagens, publicadas em fevereiro deste ano, revelarem os rendimentos dos membros do Judiciário e do Ministério Público do Estado. Duas matérias e uma coluna, divulgadas nos dias 15, 16 e 17, indicaram que o rendimento médio de juízes e integrantes do MP-PR superou o teto constitucional — de R$ 30.471,10 — em mais de 20% no ano passado. Os pedidos somam R$ 1,3 milhão em indenizações.

Na última sexta-feira (10/6), a Associação Brasileira de Imprensa (ABI) manifestou apoio ao jornal e aos jornalistas. Também se disse surpresa pelo fato de a iniciativa partir de segmentos do serviço público que têm o dever de zelar pela boa prática do Direito.

Fonte: Portal IMPRENSA

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ABI BAHIANA Notícias

Sarau da imprensa fecha temporada com debate sobre Música e Baianidade

 

A última edição da temporada 2016 do projeto Sarau da Imprensa vai abordar o tema “Música, Baianidade e Lugar da Fala“, nesta quinta-feira (9/6), às 19h, na sede da Associação Bahiana de Imprensa (Praça da Sé – Centro). O encontro vai refletir sobre o processo de “fecundação” e disseminação dos fatores que identificam a chamada baianidade, a construção de estereótipos e a difusão de características reducionistas de aspectos culturais. O Sarau impõe tributo a uma figura notável da história do estado: o antropólogo Roberto Albergaria, falecido em 2015. “Alberguinha”, como era conhecido, foi um dos estudiosos que mais contribuiu para a compreensão e estudo da “ontologia baiana”, principalmente através de suas críticas sobre as representações simbólicas no âmbito cultural. Um show com a cantora Carla Visi e Jam-Jor, banda formada por jornalistas, encerra a noite.

A roda de discussão sobre os elementos que tornam a baianidade um tema tão difundido pelo mundo contará com quatro convidados especiais: o diretor de teatro e presidente da Fundação Gregório de Mattos, Fernando Guerreiro; a doutora em Comunicação e especialista em baianidade, Agnes Mariano; o antropólogo especializado em música e festividades baianas, Milton Moura; e o jornalista Franciel Cruz. O mediador do projeto, o jornalista Ernesto Marques, acredita quediscursos que envolvem questões de identidade servem a vários usos, inclusive políticos. “Esse conceito do que é ser baiano desperta reações diversas; porém, o baiano ainda é visto na mídia de forma caricata, seja sob o aspecto da preguiça ou da sensualidade. Muitas vezes, a música, a TV, o cinema e a literatura propagam esses estereótipos”, avalia.

A autora do livro A Invenção da Baianidade, Agnes Mariano, busca nas letras de canções, hábitos, práticas e valores que reforçam esse discurso. Em entrevista a Leonardo Campos, ela destaca que a baianidade é um conjunto de ideias difundidas no ambiente cultural. “A ideia de baianidade é muito mais um modelo, uma fonte de inspiração, do que a tradução da realidade concreta. Todas as identidades culturais são apenas isso: ideias. O que não é pouco. Elas unem pessoas, facilitam o diálogo, sintetizam valores importantes. A identidade cultural não explica as nossas qualidades nem os nossos defeitos. A cada instante cada um de nós escolhe como, quando e de que modo deseja se relacionar com essa ideia. Vivemos vários papéis, várias identidades ao mesmo tempo”.

Carla Visi e Jam-Jor – A atração musical da última edição do Sarau da Imprensa será especial. A cantora baiana Carla Visi fará uma apresentação pensada para o encerramento do projeto,Carla VisiTa o samba da Bahia para o mundo, com Rudnei Monteiro (violão), Citnes Dias(percussão) e Marcos Froes (produção). A produção do evento também aposta em mais uma edição da Jam-Jor, banda formada por jornalistas, conduzida por Rita Tavarez e aberta aos participantes que quiserem cantar ou tocar algum instrumento. A ideia é permitir uma noite de improviso com a mistura de estilos musicais.

Projeto – Com um encontro por mês, sempre às quintas-feiras, o projeto abordou temas contemporâneos diversos, sempre com a participação de especialistas e atrações musicais que dialogaram com os temas abordados. O projeto conta com apoio financeiro do Governo do Estado, por meio do Fundo de Cultura, Secretaria da Fazenda e Secretaria de Cultura da Bahia. Podem participar estudantes, profissionais liberais, classe artística, jornalistas, comunicólogos, intelectuais,formadores de opinião e demais interessados.

Sobre a última edição do projeto, Ernesto Marques destaca os seis meses de intensos debates, sobre temas contemporâneos diversos. “O projeto trouxe para o centro da cidade temas relevantes do cotidiano, debatidos com profundidade e de forma séria. É uma gratificante demonstração de força do pensamento e da atuação cidadã dos baianos. Agradecemos aos participantes e convidados e nos despedimos, com uma tristeza saudosa, das felizes noites mensais de quinta-feira, partilhando conhecimento, fomentando discussões, batendo papo, propiciando diversão e bons momentos àqueles que congraçavam e ocupavam um espaço tão importante para a memória da Bahia, que é a sede da Associação Bahiana de Imprensa”, finaliza.

Serviço
O Que: Sarau da Imprensa discute Música, Baianidade e Lugar da Fala e realiza tributo ao antropólogo Roberto Albergaria
Quando: dia 09 de junho de 2016, às 19 horas
Onde: Sede da Associação Bahiana de Imprensa – ABI (Rua Guedes Brito, nº 1, edifício Ranulfo Oliveira, 8º andar, no Centro Histórico de Salvador)
Entrada gratuita

Clube Press – Assessoria de Comunicação
Assessoria de Imprensa: Marcos Paulo Sales (Jornalista MTb 2246)
Contato: (71) 4101-8288 / 99632-6252
E-mail: [email protected]
Site: www.clubepress.com.br
Facebook: www.facebook.com/clubepress

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ABI BAHIANA Notícias

ABI promove reunião para discutir reabertura da Casa de Ruy Barbosa em Salvador

A Associação Bahiana de Imprensa (ABI) recebeu, na manhã desta segunda-feira (6/6), o diretor da Faculdade Ruy Barbosa (FRB), Cristiano Aguiar, para tratar da situação do Museu Casa de Ruy Barbosa, cuja gestão está a cargo da instituição de ensino do grupo DeVry, através de uma parceria. O prédio, situado numa área tombada pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (IPHAN), foi alvo de “Reforma Simplificada” no final de 2015.

A Faculdade Ruy Barbosa conseguiu autorização do órgão para realizar reparos no telhado, pinturas internas e externas do imóvel localizado na Rua Ruy Barbosa,  nº 12 – Centro Histórico. De acordo com Aguiar, as intervenções, fundamentais para resguardar o acervo, são parte do esforço para reabrir a Casa para visitação.

20160606_100659O presidente da ABI, Walter Pinheiro, esteve acompanhado pelo diretor de Patrimônio, Luís Guilherme Pontes Tavares, e pela museóloga da entidade, Renata Ramos. O dirigente falou do potencial do museu e destacou a procura por parte principalmente de pesquisadores e turistas. Mas, ressaltou as dificuldades de movimentar o espaço. “Nosso objetivo é a reabertura da Casa, dar movimento, contribuir para a preservação da nossa memória”. Segundo ele, hoje, a localização do prédio impõe algumas barreiras para o desenvolvimento de atividades porque o Centro Histórico convive com problemas graves. “O principal ponto é a falta de segurança, que afasta as pessoas. A reativação do local pode ajudar na valorização da região”, afirma.

Em 1935, a ABI reivindicou e conseguiu a posse da casa de Ruy Barbosa. Após uma redefinição das suas instalações, o museu passou a oferecer um acervo mais rico sobre a vida do ilustre jurista. Foi possível recuperar a coleção de retratos de Ruy Barbosa, móveis e livros doados. Desde então, a ABI realizou eventos, como o aniversário de Ruy Barbosa.

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