Por Wilson Midlej*
O engenheiro e empresário Norberto Odebrecht estaria completando 100 anos no dia 9 de outubro.
Chegado em Salvador aos cinco anos de idade, Norberto Odebrecht edificou aquela que seria uma das maiores empresas do mundo. Tão grande que acabou engolindo até mesmo os sólidos ideais éticos do seu fundador.
Os baianos conheciam o Dr. Norberto e o conjunto dos seus mandamentos e de suas normas comportamentais. Tudo nele era grandioso. O orgulho de ser “baiano”, apesar de ter nascido na capital de Pernambuco, o universo crescente de amigos e admiradores e, sobretudo, o imenso contingente de colaboradores que integravam o famoso Grupo Odebrecht.
Na Bahia participava de quase todas iniciativas que visassem desenvolvimento do estado e crescimento do seu povo. Absolutamente todos os seus gestos eram fundados em conceitos de liberdade e democracia.
Com os famosos centros de custos implantados nas empresas, Dr. Norberto socializava a orientação de autonomia dos executivos e cuidava prioritariamente das pessoas, do bem-estar de cada um dos membros da grande família Odebrecht. Talvez esta conduta o tenha levado a agregar quase duzentos mil empregados, mas, também, aos infortunados caminhos em busca de resultados a qualquer custo.
Todavia, a sua trajetória, o seu brilho pessoal, especialmente na Bahia, não foi turvado pelos fatos por demais conhecidos. São tropeços que, infelizmente, ficaram também colados à sua biografia, entretanto outros atos grandiosos em extensão e humanidade, marcaram a sua existência.
Odebrecht estruturou uma fundação exclusivamente para o adjutório a iniciativas sociais edificantes, assim como a parceria com a Irmã Dulce, que durou toda uma vida. Com ela, firmou um pacto de silêncio quanto à sua participação financeira em todas as oportunidades. O combinado foi cumprido.
Ela se tornou santa, com muita justiça. E ele, o doutor Norberto, a quem a santa Irmã Dulce, bem como a Bahia, tanto conhece, não terá ressaltados os seus méritos?
Pois é. Hoje o doutor Norberto Odebrecht se conosco ainda estivesse, apesar da obscuridade das eventuais sombras, completaria um centenário de vitórias, de glórias e de luzes. Deus seja louvado! Embora os desvelados tropeços, que ele possa receber os eflúvios de paz e reconhecimento pelo bem esparzido, justamente na efeméride sempre importante, que é o dia do seu nascimento.
Saudades!
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*Jornalista e diretor da ABI.