ABI BAHIANA Notícias

Entidades convocam reunião para debater a remuneração de conteúdos jornalísticos na internet

O movimento “Conteúdo Jornalístico Tem Valor” divulgou convocatória em nível nacional para uma reunião sobre uma proposta de lei que obrigue as plataformas de aplicações na internet a remunerar, como direito autoral, as obras jornalísticas que sejam publicadas ao lado de anúncios na internet. O grupo formado por diversas entidades brasileiras elaborou uma proposta de substitutivo ao texto original elaborado pelo senador Ângelo Coronel (PSD/BA), em tramitação no Senado (PL 4255/20). Na reunião on-line (via Zoom) marcada para esta quinta (7/1), às 20h, o coletivo vai organizar os trabalhos no próximo período, começando com uma reunião com o senador e o relator da matéria. Quem tiver interesse em participar do encontro deve acessar o seguinte link (https://us02web.zoom.us/j/81814953725?pwd=Umg2TFVZNmJlbzdhY3VSL096cE5SZz09)

“Abordaremos a mobilização necessária para apoiar o andamento da proposta no Congresso Nacional”, adianta Fred Ghedini, presidente da Associação Profissão Jornalista (APJor). De acordo com o jornalista, o assunto é um dos mais importante para os jornalistas nos últimos 40 anos. Ele alerta para a drenagem da receita do jornalismo e a queda dos rendimentos. “Uma possibilidade que os jornalistas têm é receber das plataformas de redes sociais e buscadores a título de direito autoral. As donas das plataformas e dos buscadores faturam a receita publicitária ao exibir todo o tipo de conteúdo com anúncios vendidos diretamente por elas, inclusive o conteúdo jornalístico. Isso é absolutamente inaceitável”, argumenta.

“O substitutivo que elaboramos parte do princípio do que é justo: que os jornalistas e os veículos jornalísticos recebam quando sua produção gera receita para essas empresas”, explica Ghedini. “O papel da ABI baiana é fundamental. Nosso parceiro no Senado Federal, Ângelo Coronel, é senador pela Bahia. Nossos laços precisam ser fortalecidos”, enfatiza.

“É um tema da maior relevância para o jornalismo em toda parte. Está em jogo não apenas a viabilidade da atividade jornalística, como também a própria democracia no mundo, pois as big techs se abriram a decidir sobre fluxos financeiros e também sobre fluxos de informação de interesse público, como foi vivido recentemente pelo jornalista Bob Fernandes, cujo canal no Youtube foi desmonetizado porque ele usa “palavras fortes demais nos títulos (Bob explica no final deste vídeo)”, salienta o jornalista Ernesto Marques, presidente da Associação Bahiana de Imprensa (ABI), uma das entidades convocadoras do debate, ao lado da APJor, da Associação Brasileira de Imprensa (ABI), da Associação Brasileira de Comunicação Pública (ABCPública) e do Centro de Estudos da Mídia Alternativa Barão de Itararé.

No último dia 9, a ABI realizou uma reunião que expôs a drenagem da receita do jornalismo e a necessidade de fazer gigantes da tecnologia pagarem pelo material que alimenta seus algoritmos. Na ocasião, a entidade convidou como palestrante o jornalista Luiz Queiroz, da coalizão “Liberdade com Responsabilidade”, formada por 27 entidades ligadas à comunicação social no Brasil. Ele abordou o empasse com as chamadas “big techs” e outras pautas relacionadas à valorização do jornalismo e da publicidade. (Leia aqui)

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Notícias

Jornalista e ativista baiano integra programa de compliance para monitorar empresas que respeitam minorias sociais

O ano começa com uma notícia animadora para quem atua em defesa dos direitos de grupos socialmente vulneráveis. Um projeto inovador no Brasil vai abranger temas como racismo, igualdade gênero, respeito à sexualidade, além de outros nichos desprestigiados da sociedade. É o Programa de Compliance em Direitos Humanos, criado com o objetivo de monitorar e auditar permanentemente a relação de grandes companhias com as pautas sociais. A Associação Bahiana de Imprensa (ABI) conversou com o jornalista Yuri Silva (25), ativista baiano dos direitos humanos e do movimento negro. Ele será o coordenador de Direitos Humanos do IREE – Instituto para Reforma da Relação entre Estado e Empresa, organização independente responsável pelo projeto.

O programa surge em meio às recentes discussões sobre inclusão, combate ao racismo e a outras formas de discriminação, intensificadas após o caso Beto Freitas, no Carrefour. De acordo com o jornalista, a ideia é unir lideranças sociais e operadores econômicos dispostos a mudar a realidade do país. Militante LGBTQIA+ e coordenador nacional do Coletivo de Entidades Negras (CEN), Yuri Silva vai trabalhar ao lado do advogado paulista Walfrido Warde Jr., um dos maiores especialistas em litígios empresariais do Brasil e autor do best-seller ‘O Espetáculo da Corrupção’ (Leya), e do auditor fiscal Valdir Moysés Simão, ex-ministro-chefe da Controladoria Geral da União (CGU) e ex-ministro do Planejamento, Orçamento e Gestão do Brasil. Os dois juristas são, respectivamente, presidente e vice-presidente do IREE, que irá somar à tarefa os técnicos do instituto, considerados os melhores do compliance nacional.

Também se integram ao time inicial outras figuras de destaque no direito e no debate sobre o combate às desigualdades, como o doutor e mestre em Direito Administrativo Rafael Valim, que além de professor da PUC-SP e da Università Commerciale Luigi Bocconi (Itália), é um dos líderes da editora Contracorrente e diretor cultural do IREE; o estudante de direito e diretor institucional do IREE, Rodrigo Siqueira; e a economista-chefe do IREE Juliana Furno. Sediado na capital paulista, o IREE tem como objetivo promover o debate democrático, pluralista e suprapartidário, para aperfeiçoar a interação entre o setor público e o setor privado no país.

Enquanto faz as malas, Yuri Silva analisa o desafio que terá quando desembarcar em São Paulo, na segunda quinzena deste mês. “Chego e começo a montar uma agenda de diálogos com ativistas sociais, pessoas que vão ajudar a construir esse conjunto de regras, compromissos e metas a serem seguidas pelas empresas. É uma construção que requer paciência, conversa e convencimento”, avalia. “A expectativa é grande porque se trata de um projeto que tem potencial de incidir na realidade prática da vida das pessoas, de mudar um pouco as dores sociais que estruturam o Brasil, como o racismo, o machismo, a lgbtfobia”, avalia.

Segundo Yuri, todo preconceito contra as chamadas minorias sociais, que na verdade são ‘maiorias’, atrapalha o avanço social e econômico do país. “É um desafio civilizatório avançar nessas questões, sobretudo no diálogo com o setor privado. A gente costuma estabelecer esse diálogo com o Estado, com o poder público. Minha tarefa será dialogar com as grandes empresas, corporações nacionais e multinacionais, fazer os empresários entenderem que não há crescimento sem inclusão, porque ninguém cresce excluindo. Crescer sem incluir não dá mais”, enfatiza.

Yuri Silva é ex-repórter de A Tarde (2016-2018) e ex-correspondente do jornal O Estado de S. Paulo (2018-2019), onde especializou-se na cobertura dos poderes Executivo e Legislativo e em pautas relacionadas às questões sociais na sociedade e na política. “Como jornalista, eu me especializei em cumprir pautas relativas aos direitos humanos. Então, o jornalismo me colocou em exposição a fatos que eu já sabia, porque sou um homem negro, periférico e LGBT, mas também me expôs de forma mais profunda a realidades sociais que eu vou tratar agora nesse projeto”, disse. Para ele, o jornalismo é essencial nesse acúmulo de experiência. “O jornalismo me fez vivenciar muitas dessas mazelas que a gente trabalha agora: inclusão, diversidade, a construção de um país que inclua todas as pessoas. É um desafio bastante importante em minha trajetória social e profissional, porque vai me permitir juntar o conhecimento que acumulei até agora e aplicar na construção dessa iniciativa”, conclui o comunicólogo.

Trajetória

• Coordenador de Jornalismo e Imprensa da pré-campanha e da campanha da Major Denice Santiago (PT) à Prefeitura de Salvador – junho de 2020 até novembro de 2020

• Coordenador de Comunicação e Maketing Político na campanha a vereador de Salvador de Marcos Rezende – julho de 2019 até novembro de 2020

• Consultoria em Comunicação Digital e Marketing Político na campanha à reeleição do vereador de Salvador Zé Trindade – abril de 2020 até setembro de 2020;

• Consultoria em Comunicação Digital e Marketing Político no mandato do vereador de Salvador Zé Trindade – novembro de 2018 até junho de 2019;

• Conselheiro Estadual de Direitos Humanos do Estado da Bahia – dezembro de 2019 até agora (mandato até 2022)

• Assessor de Comunicação do Coletivo de Entidades Negras na Bahia (CEN-BA) – períodos diversos e intercalados, em projetos específicos, desde outubro de 2013;

• Coordenador Executivo do projeto Feira de Empreendimentos Negros Solidários – setembro de 2019 a novembro de 2019

• Assistente Técnico no projeto Terra Preta, parceria entre CEN e SETRE – julho de 2019 a outubro de 2019;

• Repórter Correspondente na Bahia no jornal O Estado de S. Paulo (Estadão), cobrindo eleições presidenciais e estaduais no Estado e no Nordeste – maio de 2018 a novembro de 2018

• Assessoria Técnica em Comunicação no projeto Feira de Empreendimentos Negros Solidários – julho de 2018 a novembro de 2018

• Assessor de Comunicação do mandato do vereador de Salvador José Trindade – setembro de 2017 até maio de 2018

• Repórter na editoria ‘Salvador’ do jornal A TARDE, com colaboração nas editorias ‘Brasil’, ‘Mundo’, ‘Economia’ e especialmente ‘Política’, atuando em coberturas especiais, como a votação do impeachment e as eleições municipais de 2016, além de passagem pela coluna de opinião ‘Tempo Presente’ em janeiro de 2017 e produção de dois cadernos especiais e uma reportagem especial multimídia para o Dia da Consciência Negra – janeiro de 2016 até março de 2018

• Assessor de Comunicação da Iniciativa Negra por uma Nova Política sobre Drogas (INNPD) – janeiro de 2016 até março de 2016

• Assessor de Comunicação do Observatório Popular de Política sobre Drogas (OPPD Racial) – maio de 2017 a dezembro de 2017

• Conselheiro Estadual de Políticas para a População LGBTQIA+ do Estado da Bahia – setembro de 2014 a dezembro de 2019

• Repórter-estagiário na editoria ‘Salvador’ do jornal A TARDE, com colaboração nas editorias ‘Política’, ‘Economia’ e ‘Brasil’ em plantões especiais – novembro de 2013 até novembro de 2015;

• Estagiário de jornalismo na Assessoria de Comunicação do Instituto do Patrimônio Artístico e Cultural da Bahia (Ipac), autarquia vinculada à Secretaria da Cultura do Estado da Bahia (Secult-BA) – março de 2013 até novembro de 2013.

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