Os jornalistas dos jornais A TARDE e MASSA! paralisaram as atividades nos dias 8 e 9 de março, para reivindicar o pagamento de salários e direitos trabalhistas. No entanto, de acordo com o Sinjorba, o Grupo A Tarde “não se pronunciou e nem mudou sua proposta de pagar o salário do mês de janeiro apenas no dia 15 de abril”. Os trabalhadores farão uma nova assembleia no dia 14 de março, para avaliar o resultado da paralisação de 48 horas e definir novas ações de mobilização.
O Sindicato ressalta também que a empresa não apresentou qualquer proposição para solucionar pendências existentes, “que demonstram o total descompromisso da organização para com seus empregados e para com a lei”. Os profissionais podem parar dessa vez por 72 horas ou deflagrar uma greve por tempo indeterminado.
A entidade anuncia para a próxima semana uma série de medidas no campo jurídico-institucional, como acionar o Ministério Público do Trabalho (MPT) e a Superintendência Regional do Trabalho.
No campo político, o Sinjorba buscará o apoio da Federação Nacional dos Jornalistas (Fenaj) e dos sindicatos representativos da categoria em outros estados para denunciar nacionalmente a situação.
“O jornal A TARDE optou pela imaturidade. Em vez de buscar uma negociação séria, a empresa se calou e fechou as edições dos dias 09 e 10 de março com material produzido por estagiários (o que é ilegal), além de obrigar alguns fotógrafos que não aderiram ao movimento a dobrarem o expediente”, diz o presidente do Sinjorba, Moacy Neves.
Segundo o edital publicado no site do Sindicato, a assembleia de deflagração de greve acontece na próxima segunda (14), às 14h, pelo Zoom. Pauta: a) Avaliação da Paralisação de 48 horas; b) Discussão e aprovação de nova paralisação de 72 horas ou deflagração de greve por tempo indeterminado a partir do dia 17 de março de 2022; c) O que ocorrer.
Mais detalhes no site e nas redes oficiais do Sinjorba.
O jornalista, advogado, servidor público e político baiano Cosme de Farias (1875-1972) ficou ainda maior na minha vida por causa de um trote que recebi após a publicação, há 22 anos, de artigo sobre seu livro Lama & sangue (1.ed. Salvador: e.a., 1926). Essa lembrança se acentuou nos dias atuais por causa da proximidade do 14 de março, data em que a Associação Bahiana de Imprensa (ABI), assim como outras instituições, o homenageará devido à passagem do cinquentenário de sua morte. Vou contar tim-tim por tim-tim o que ocorreu em 2000.
No final de outubro daquele ano, encaminhei ao editor do caderno “Cultural” de A Tarde, jornalista e professor Florisvaldo Mattos, as três laudas do artigo “Biografia de Cosme de Farias”. Em 11 de novembro, portanto dias depois da minha remessa, o artigo, na íntegra, foi publicado (página 2 e parte da página 3) sob novo título: “Ataques a Góes Calmon”. Ao texto, acrescentou-se o box intitulado “Fotógrafo do povo”, em que agradecia a cessão de retrato do biografado pelo amável e venerado profissional Anizio Carvalho, agora com 92 anos (completados no dia 23 de fevereiro).
Em dia posterior à publicação, no início da noite, alguém (quem?) ligou para o nosso número de telefone fixo e estabeleceu-se o seguinte e constrangedor diálogo:
– É aí que mora o filho da p* do Luis Guilherme?
– Quem está falando?
– Li seu artigo n’A Tarde, seu filho da p*.
Lembro que desliguei. Em seguida, especulei sobre quem poderia ter levantado meu número de telefone pessoal e ligado, movido pelo furibundo propósito de derramar sobre o receptor sua ácida e massacrante ira. Quem? Algum parente do ex-governador e banqueiro Francisco Marques de Góes Calmon (1874-1932)?
Enfim, pouco importa, até porque o desrespeitoso me situou como partidário de Cosme de Farias e não errou de que lado me encontraria!
Pescoço e colarinho – Nas lembranças mais recuadas que tenho de Cosme de Farias, o vejo no alto de caminhãozinho a divulgar a Liga Bahiana contra o Analfabetismo. Ele repetia isso, até o início da década de 1970, nos desfiles cívicos do Dois de Julho e do Sete de Setembro. O público o aplaudia, enquanto, no asfalto, amigos dele distribuíam exemplares da Cartilha do ABI. Mais adiante, em 1971, o vi de perto no térreo do Edifício Ranulpho Oliveira, enquanto esperávamos o elevador. Ele, deputado estadual; eu, funcionário da Assembleia Legislativa que, então, funcionava no prédio-sede da Associação Bahiana de Imprensa (ABI), vizinho à Praça da Sé.
Ver Cosme de Farias, em 1971, de tão perto, permitiu constatar que o colarinho da camisa dele não era justo e isso permitia que, na altura dos 95 anos, faltasse pescoço para preencher o traje. Recordo de também tê-lo visto no escritório improvisado que mantinha num dos acessos da Igreja de São Domingos, no Terreiro de Jesus, e num restaurante da Rua Alfredo Brito, no Pelourinho, almoçando e bebendo cerveja. O Pelô era o território do seu dia-a-dia e era ali que atendia as demandas populares que resolvia junto aos três poderes.
Em finais da década de 1990, 18 anos após a morte dele, voltei a encontrar o jornalista Cosme de Farias na condição de colega do gráfico e editor Arthur Arezio da Fonseca (1873-1940) na Imprensa Oficial do Estado (IOE) e na Associação Typographica Bahiana (ATB). Constatei esse vínculo quando pesquisava para sustentar a tese “Nome para compor em caixa alta: ARTHUR AREZIO DA FONSECA”, que defendi na FFLCH/USP em 2000.
Mais adiante, em 2007, ainda no âmbito acadêmico, auxiliei na edição e publicação do livro Cosme de Farias, sexto volume da Coleção Perfil do Parlamentar da Bahia, criada pela Assembleia Legislativa do Estado da Bahia. O livro da professora Mônica Celestino resume a dissertação “Réus, analfabetos, trabalhadores e um major: a inserção social e política do parlamentar Cosme de Farias”, defendida pela então mestranda em 2005.
Para quem, por ventura, tem poucas informações sobre Cosme de Farias, ofereço o breve perfil que acompanhava o texto que encaminhei ao A Tarde em outubro de 2000:
“Fiscal externo da Recebedoria das Rendas do Estado, jornalista e rábula, Cosme de Farias (02.04.1875-15.03.1972) não era militar; a patente de major foi adquirida da extinta Guarda Nacional. Ele foi colega de Arthur Arezio no Jornal de Notícias (1894) e na IOE, onde esteve à disposição nos anos de 1930 e 1940. Era sócio honorário da Associação Typographica Bahiana. Orador cívico prestigiado pelo povo humilde de Salvador, foi deputado estadual nos anos de 1910 e, outra vez, de janeiro de 1971 até a sua morte. Cosme de Farias criou em 1915 a Liga Bahiana contra o Analfabetismo, através da qual distribuiu milhares de cartilhas do ABC.”
Lama & Sangue – Li o exemplar da primeira edição na então Biblioteca Ruy Barbosa da Associação dos Empregados no Comércio do Estado da Bahia (acervo de mais de 10 mil volumes). É necessário lembrar que essa biblioteca desapareceu no bojo da comercialização de imóveis da Rua Chile. O prédio da Associação, também denominado Palacete Tira-Chapéu, prossegue em obras para receber cerca de oito restaurantes temáticos. Apreciaria reencontrar aquele volume que me rendeu mais identificação com Cosme de Farias. Da resenha que escrevi em 2000, seguem mais adiante alguns parágrafos relativos aos capítulos do livro.
Antes desses anunciados parágrafos, registro que há, desde 2018, a 2ª edição de Lama & Sangue. Veio a público com o selo editorial da EDUFBA e prólogo, introdução e notas do advogado Bruno Rodrigues de Lima, paulista formado pela UNEB e pós-graduado na Unicamp, na UnB e no Max-Planck-Institut (Alemanha), com prefácio da professora doutora Wlamyra Albuquerque, da FFCH/UFBA, e apresentação do advogado Adailton Pires Costa, na ocasião cursando doutorado na UFSC. Desconheço as tratativas para a publicação da obra, tendo em vista que ela ainda não caíra em domínio público, o que só ocorrerá em 2042. De todo modo, louve-se a iniciativa.
Vamos, pois, ao resultado da leitura que fiz em 2000 em exemplar da 1ª edição:
“O prefácio, ‘Vômito negro’, é do jurista Carlos Ribeiro. [O livro] tem 21 capítulos e fotografias de políticos e correligionários de Seabra que foram perseguidos por Góes Calmon. O tom geral é o mesmo que se lê na página 48: ‘A Bahia, em tempo algum, teve um governador tão cobarde e tão perverso como o tristemente celebre bacharel Francisco Marques de Góes Calmon que pelo nome não se perca…’
“‘Na Força Pública’ (primeiro capítulo), o autor denuncia: dias após a posse, Góes Calmon demitiu 40 oficiais simpatizantes de Seabra. No segundo capítulo, ‘De foice em punho’, outra denúncia, a demissão do diretor da Biblioteca Pública, ex-deputado federal Francisco Luiz da Costa Drummond, que, por isso, teria morrido ‘victima de traumatismo moral’. No terceiro capítulo, ‘Vingança de Pyrrho’, transcreve o artigo ‘A casa de loucos’, publicado no Correio do Povo (27.06.1924), assinado por José Vicente, mas atribuído por Cosme de Farias ao jornalista Israel Ribeiro. A propósito, Ribeiro publicou em 1926 o livro Minhas prisões, no qual não reconhece a autoria.
“Os capítulos 4 e 5, ‘Um retrato: mysticismo e cangaço’ e ‘A sanguera de Lençoes’, tratam da luta de Góes Calmon contra o poder do coronel Horácio de Mattos na Chapada Diamantina. Na versão de Cosme de Farias, Mattos ganha. Após o banho de sangue nos comandados do tenente coronel PM João da Motta Coelho, que o atacaram, Horácio de Mattos foi nomeado intendente. No capítulo 6, ‘Nas mãos de bandidos’, o autor denuncia que a PM não prestou homenagem póstuma ao tenente coronel Motta Coelho, morto em 17 de fevereiro de 1925 em Lençóis.
“Em ‘Mystificador & mystificações’, sétimo capítulo de Lama & sangue, Cosme de Farias denuncia a propaganda enganosa do governo, a exemplo da estrada Muritiba-Castro Alves, festivamente inaugurada, mas que era apenas para carroças. Em ‘Usurpador de votos & magarefe da lei’, oitavo capítulo, salienta fraudes eleitorais em Jaguaquara (11.11.1923) e Salvador (01.02.1925), sendo que nessa ele próprio foi prejudicado. No capítulo nono, ‘Outras victimas’, detalha como se deu a prisão do jornalista e ex-funcionário do Tribunal de Contas Israel Ribeiro. O capítulo 10, ‘Folha negra’, relaciona os nomes dos que Cosme de Farias considerava traidores de J. J. Seabra.
“No 11º capítulo, ‘Mais uma infâmia’, denuncia a demissão do escrivão Euripides Gomes de Menezes, do distrito de Tartaruga, em Amargosa, porque não quis falsificar uma ata eleitoral. ‘Subsídio para a história’, 12º capítulo, relaciona a série de decretos de Estado de Sítio que atingiram a Bahia no governo Góes Calmon. Em ‘Alma de chacal’, 13º capítulo, o autor relata suas desditas, desde a prisão em 12 de julho de 1924, seguida da deportação para o Rio de Janeiro, onde permaneceu preso até 28 de fevereiro de 1925. “De volta a Salvador, [Cosme de Farias] foi mais uma vez preso em 5 de abril de 1925 e levado para cela na Secretaria de Segurança. Ali ouviu os gritos que o chefe de polícia, Pedro de Azevedo Gordilho, arrancava dos presos: ‘Quando as mãos inchavam e começavam a gotejar sangue dos cantos das unhas, mandava dar bolos na palma dos pés.’ (Página 91 de Sangue & lama [Salvador: e.a., 1926]).”
“No 14º capítulo, ‘A bolsa ou a vida’, Cosme de Farias denuncia a extorsão do Tesouro estadual na selagem de tributos em valores superiores ao devido. No capítulo 15º, ‘Correligionário de ladrões e protetor de sebaças’ denuncia a transferência da sede municipal de Sento-Sé para o distrito de Aldeia por motivos políticos. ‘Um gesto nobre’, 16º capítulo, elogia a iniciativa do coronel Marcelino Figueiredo, de assinar artigo contra Góes Calmon no Diário de Notícias (06.04.1925). No capítulo 17, ‘A delação de um pústula e o granir da cobardia’, relata a tentativa de atentado de Fernando de Luna Freire contra a Góes Calmon em 9 de março de 1925.
“O 18º capítulo, ‘Cabotinismo & cabotinagens’, é dedicado aos gastos do Governo Góes Calmon com a propaganda oficial. No 19º capítulo, ‘Um rol de bandalheiras e o grito de justiça’, Cosme de Farias relata como foi a dilapidação da herança de Cecília Mendes pelo coronel José Rodrigues Mendes. Em ‘Villanias & tropeços’, 20º capítulo, o autor denuncia que a subvenção de seis contos de Réis que destinara como deputado ao Asylo de Mendicidade fora suspensa pelo governo.
O 21º capítulo, “Última pá de cal”, contém a sentença final de Cosme de Farias: ‘Maldito seja, pois, o nome delle pelos seculos a fóra…’”
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*Jornalista, produtor editorial e professor universitário. É 1º vice-presidente da ABI. [email protected]
Nossas colunas contam com diferentes autores e colaboradores. As opiniões expostas nos textos não necessariamente refletem o posicionamento da Associação Bahiana de Imprensa (ABI).
Poucas manifestações artísticas são tão marcantes quanto o cinema, assim como poucas áreas profissionais atravessaram transformações tão profundas quanto a comunicação. O que muda pouco são os desafios impostos para a atuação feminina, já que o machismo, o sexismo, o etarismo e o racismo parecem seguir dando as cartas.
Nós entendemos a comunicação enquanto estratégia de luta e os meios de comunicação (e também as artes) como espaços com enorme potencial para promover mudanças importantes em nossa sociedade.
Neste 8 de março, queremos celebrar as mulheres que fazem história e parabenizar em especial todas as comunicadoras e trabalhadoras do ramo da tecnologia da informação. Vocês nos enchem de orgulho!
Listamos aqui 8 obras que abordam diversos aspectos da vida da mulher em sociedade, sejam filmes baseados em fatos reais, docs ou narrativas ficcionais, para quem gosta dos bastidores da notícia e quer se inspirar em grandes jornalistas, como a revolucionária Katharine Graham e a corajosa Marie Colvin.
Confira a seguir!
1. Uma Guerra Pessoal (2018)
Biografia sobre a jornalista Marie Colvin (Rosamund Pike), premiada repórter norte-americana, conhecida por cobrir zonas de conflito como Chechênia, Kosovo e Zimbábue. Durante um trabalho no Sri Lanka, ela perdeu seu olho esquerdo em 2001 e passou a usar um tapa-olho, que se tornou sua marca registrada até sua morte em 2012.
2. Òlòtūré “Por Uma Vida Melhor” (2019)
O filme de ficção nigeriana acompanha a jornalista Òlòtūré (Sharon Loja), protagonista do filme na região de Lagos. Disfarçada de profissional do sexo, seu objetivo é denunciar a situação de prostituição e o tráfico de mulheres.
3. A Jornalista (2019)
A jovem jornalista Erika Yoshioka trabalha no “Tokyo Metropolitan News”, onde seu pai cometeu suicídio sob suspeita de falsificar notícias. Ela passa a investigar esquemas de corrupção no governo japonês. A série da Netflix é uma adaptação desse filme inspirado no livro de Isoko Mochizuki.
4. O Escândalo (2019)
Baseado em uma história verídica, o filme traz um trio de jornalistas – vividas pelas atrizes Charlize Theron, Nicole Kidman e Margot Robbie -, responsáveis pela divulgação das denúncias de assédio sexual que levaram a demissão do diretor da Fox News, Roger Ailes.
5. O Custo da Coragem (2003)
O filme traz a inspiradora – e trágica – história de Veronica Guerin (Cate Blanchett), jornalista que descobre um grande esquema de narcotráfico em Dublin, na Irlanda. Expôr o submundo do tráfico lhe traz reconhecimento, mas também coloca sua vida em risco.
6. Conspiração e poder (2015)
Outro filme estrelado por Cate Blanchett, dessa vez na pele da jornalista Mary Mapes. A obra mostra os bastidores da reportagem que revelou as irregularidades da carreira militar do então jovem George W. Bush, que se valeu de relações nepotistas para não servir na Guerra do Vietnã. A jornalista sofreu um sério backlash após divulgar a matéria.
7. Spotlight (2015)
O filme se baseia na investigação dos jornalistas do ‘The Boston Globe’ sobre os casos de pedofilia abafados dentro da Igreja Católica. Integrando o grupo que conduziu a investigação estava a jornalista Sacha Pfeiffer, única mulher no time. Recebeu o Oscar de Melhor Filme em 2016.
8. The Post – A Guerra Secreta (2017)
A lendária publisher do Washington Post Katharine “Kay” Graham é vivida por Meryl Streep. Uma das envolvidas na apuração do caso “Watergate”, que levou à renúncia do presidente norte-americano Richard Nixon. Ofilme mostra o papel da jornalista na publicação dos documentos secretos do Pentágono sobre a Guerra do Vietnã. Além de nos revelar a importância dessa figura para a história do jornalismo investigativo, o filme é ainda um elogio à liberdade de imprensa.
O Dia Internacional das Mulheres começou com uma greve de 48h entre os trabalhadores dos jornais A Tarde e Massa!, veículos do Grupo A Tarde. Os profissionais afirmam ter paralisado as atividades para exigir respeito e dignidade. Eles denunciam atrasos e congelamentos salariais, o não pagamento de direitos trabalhistas para aqueles que tiveram os contratos rescindidos, o não recolhimento do FGTS, entre outros direitos.
Não chega a ser novidade que o Grupo A Tarde vem enfrentando uma severa crise financeira e econômica nos últimos anos. Em março de 2016, a imprensa baiana repercutiu uma nota assinada pela Associação Bahiana de Imprensa, em apoio ao A Tarde. No documento, a instituição destaca que o veículo “é parte da cultura e da tradição do povo baiano” e chama a atenção de instâncias governamentais, culturais, organizações sociais e lideranças em geral. Entre demissões e despedidas de nomes importantes do jornalismo impresso baiano, os remanescentes do jornal centenário vivenciam o agravamento da situação.
De acordo com o Sinjorba – Sindicato dos Jornalistas Profissionais do Estado da Bahia, a empresa deve parte dos salários de dezembro e o total de janeiro e fevereiro, demitiu 10 jornalistas de agosto para cá e não pagou rescisão; também não pagou o 13º salário de 2021, repetindo o que vem fazendo desde 2016. “Todos os colegas estão com dívidas, assim como não conseguem ter um mínimo planejamento financeiro pois não sabem quando receberão o salário, situação que torna a vida pessoal um inferno”, diz Moacy Neves, presidente do Sinjorba.
No último dia 24, o Sindicato enviou carta à direção da empresa (leia aqui) comunicando o clima de insatisfação generalizada entre os jornalistas, na qual lista novamente o rol de pendências existentes. A entidade afirma que o sentimento entre os funcionários é de frustração porque percebem ser em vão todo sacrifício a que estão sendo submetidos há anos.
“Foram vários pedidos de apoio, ao longo dos últimos anos, e todos foram atendidos pelos funcionários. Ninguém deixou de trabalhar acreditando na administração”, revela uma jornalista do veículo. Segundo a profissional, no entanto, o retorno veio em forma de demissões sem o pagamento de direitos, atrasos de salários e assédio.
Confira a situação dos trabalhadores dos jornais A TARDE e MASSA:
1) Atraso salarial de no mínimo 2 meses desde o fim de 2020;
2) Não percepção do 13º salário desde 2016 pelos trabalhadores do regime CLT;
3) Redução de 10% nos contratos dos trabalhadores PJ desde maio de 2020;
4) Congelamento salarial desde 2016, acumulando uma perda de 32,64% até janeiro/2022;
5) Não percepção de tíquete-refeição desde 2017;
6) Não pagamento das rescisões dos demitidos em setembro de 2021, que até agora não receberam qualquer pagamento;
7) Não recolhimento de FGTS/INSS há pelo menos 76 meses;
8) Intermitência do convênio médico, que vez ou outra é suspenso por falta de pagamento.