ABI BAHIANA

Presidente da ALBA garante apoio à restauração da Casa de Ruy Barbosa

O presidente da Assembleia Legislativa da Bahia – ALBA, deputado Adolfo Menezes, recebeu, nesta terça-feira (15.03) em seu gabinete, o presidente da Associação Bahiana de Imprensa (ABI – Bahia), jornalista Ernesto Marques. Os dois conversaram sobre os preparativos para as homenagens ao centenário de morte de Ruy Barbosa, que acontece em março de 2023, e a reforma do Museu Casa de Ruy Barbosa, que guarda, no Centro de Salvador, objetos que pertenceram ao renomado jurista baiano.


Ernesto Marques relatou a situação precária do museu, que estava sob a responsabilidade de uma entidade privada e Adolfo Menezes se colocou à disposição da ABI, para a ALBA ajudar a entidade no que for possível e afirmou que reverenciar a memória e o legado de Ruy Barbosa é uma obrigação de todos os cidadãos e cidadãs na Bahia e no Brasil. “Infelizmente, muitos não estão dando valor a esse patrimônio. Mas a Assembleia ajudará a ABI no que for possível. Vamos ajudar na restauração do museu que, lamentavelmente, se encontra deteriorado”, afirmou o chefe do Legislativo estadual.

Foto: Vaner Casaes/ALBA


“Eu saio dessa reunião com o presidente Adolfo Menezes ainda mais confiante no trabalho de restauração e revitalização do Museu casa de Ruy Barbosa”, disse Ernesto Marques, lembrando que o museu é um equipamento cultural importante e bonito. Além disso, está em andamento a revitalização da Rua Ruy Barbosa, que tem importância histórica, porque foi sede de 18 jornais, residência de muitos jornalistas e abriga o próprio Museu da Imprensa. “O entorno do museu será ocupado com atividades culturais, potencializando os pequenos negócios que já tem na rua”, falou o presidente da ABI.

Com informações da Assembleia Legislativa da Bahia (ALBA).

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Artigos

A morte de Cosme de Farias ficou registrada num cordel

Luis Guilherme Pontes Tavares*

O livro A morte de Cosme de Farias. O benfeitor da pobreza, do poeta alagoano Rodolfo Coelho Cavalcante (1919-1987), é o 29º da série Literatura de Cordel publicado pela Tipografia e Livraria Baiana. Foi publicado logo após a morte do jornalista, advogado e político baiano Cosme de Farias, ocorrida em 15 de março de 1972. O autor, na quarta estrofe da primeira do folheto de oito páginas descreve a reação popular à perda do benfeitor:

“Era o sino badalando/ E o povo no sol ardendo/ Em soluços caminhando/ Cada um em si dizendo:/ ‘Ó meu Deus, Cosme morreu/ Outro igual jamais nasceu/ Morre pobre, só se vendo!…’”

Há, por certo, exemplar desse folheto em Salvador, mas localizei cópia no Acervo Raymond Cantel do Centre de Recherches Latino-Americaines da Université de Poitiers, localizada no centro oeste da França. O acervo do professor Cantel (1914-1986), com mais de quatro mil folhetos brasileiros, portugueses e espanhóis, integra a Biblioteca Virtual Cordel- https://cordel.edel.univ-poitiers.fr/collections/show/3 .
Rodolfo Cavalcante, na página sete de A morte de Cosme de Farias recomenda, como se estivesse lendo o testamento deixado pelo falecido:

“Que a infeliz meretriz/ Deixe seu caminho errado/ Pois a mulher sendo honesta/ Tem futuro iluminado,/ Meretriz foi Madalena/ Mas tornou-se uma açucena/ Perante o LÍRIO ORVALHADO.
“Que os trovadores se mirem/ Hoje em Cosme de Farias/ Lutando por nobres causas/ Através das poesias,/ Pois a poesia sã/ É o ASTRO-REI da manhã/ Que surge todos os dias!
“Que os políticos também/ Sigam ao Cosme os seus feitos,/ Em defesa dos humildes/ Desde que sejam eleitos/ Para servirem ao Povo,/ Pois é o Roteiro novo/ Dos homens que são direitos!
“Que a pobreza também/ Se mire no predicado/ Do Major Cosme Farias/ Home[m] simples, denodado, Que não mostrava fraqueza./ Seu estado de pobreza/ Deu-lhe o nome abnegado!”

O poeta encerra o folheto com reverências ao falecido e o elogio de seu exemplo ao longo de quase 97 anos de vida:

“Quinze de março hoje é/ Data jamais esquecida/ Porque Cosme de Farias/ Foi a mais sublime vida/ Pelos seus valores nobres/ Em benefício dos pobres/ E da gente desvalida!
“Aceita Cosme estes versos/ De um humilde trovador/ Como tu foste na vida/ O mais divino cantor,/ Aceitas a homenagem/ Nesta singela mensagem/ Que te escrevi com amor!
“É impossível, leitores,/ Num folheto de Cordel/ Dizer quem foi Major Cosme/ Homem bondoso e fiel,/ Que tudo fez, em verdade,/ Pra ser útil a humanidade/ E ao nosso Deus de Israel!
“Silêncio Bahia, os sinos/ Badalam nas Catedrais…/ É teu filho estremecido/ Que partiu p’ra nunca mais,/ Deixando a eterna lembrança/ No coração da criança/ Para um futuro de paz!”

Aprendi com a professora baiana Jerusa Pires Ferreira (1938-2019), de quem fui aluno em pós na ECA/USP, no final da década de 1980, a relevância da literatura de cordel. Por isso, a localização e adoção, como fonte, do folheto de Rodolfo Coelho Cavalcanti, autor, também, do Cosme de Farias: o defensor do povo baiano, obra de 1945 (http://docvirt.com/docreader.net/CordelFCRB/47701, link de exemplar da coleção de cordéis da FCRB). Encontrei a referência na página de editora europeia que anuncia o livro A construção de Cosme de Farias na narrativa poética de Rodolfo Coelho Cavalcante, da advogada Regina Costa Farias, publicado em 2018. O exemplar é oferecido por mais de R$ 350,00.

Os últimos dias de Cosme de Farias – A leitura do folheto de cordel A morte de Cosme de Farias. O benfeitor da pobreza, de Rodolfo Coelho Cavalcanti, reacendeu minha dúvida sobre a data exata do falecimento do Major. Por isso fui consultar, na hemeroteca do IGHB, as edições de março de 1972 de quatro jornais da capital que circulavam na época: DN (Diário de Notícias), Jornal da Bahia e A Tarde e Tribuna da Bahia. Não há, dúvida: a informação de Coelho Cavalcante está correta: Cosme de Farias faleceu às 4h40 de 15 de março de 1972 no Hospital Português.

Capa do cordel de Rodolpho Coelho Cavalcante sobre a morte de Cosme em 1972 | Reprodução

Tal informação nos parecia inverídica porque o cortejo féretro foi iniciado às 16h do mesmo dia, portanto 12 horas após o passamento. Vamos então repassar o que ocorreu com Cosme de Farias entre 10 e 15 de março. Conforme nos relembrou o blog do jornalista Reynivaldo Brito, foi ele quem obteve, em 10mar1972 (uma sexta-feira), para A Tarde, a última entrevista que o Major, já moribundo e internado no Hospital Português, concedeu.

No domingo, 12, o então deputado estadual Cosme de Farias acordou e reclamou do barulho na vizinhança do Hospital. Mostrava-se bem disposto e o médico Luiz Vieira Lima (DN, 14mar1972, p. 3) deu-lhe alta. Foi para casa e, nesse mesmo dia, houve o revés do quadro e ele foi conduzido pela a unidade do Sames (Serviço de Assistência Médica Salvador), localizada na Ladeira da Fonte das Pedras (Jornal da Bahia, 14mar1972, 1ª página). Dali foi reconduzido ao Hospital Português.

O quadro de saúde dele se agravou e, na véspera (14mar1972) da morte, os médicos Jaime Câmara e Jaime Viana constataram e diagnosticaram que Cosme de Farias sofrera trombose cerebral; às 21h50, o capelão do Hospital Português ministrou a Extrema Unção no paciente, que ocupava o quarto 52 (Tribuna da Bahia, 15mar1972, 1ª página). O sofrimento prosseguiu até o último suspiro às 4h40 da madrugada de quarta-feira (Jornal da Bahia e Tribuna da Bahia, 15mar1972, 1ª página). Do Hospital, após os procedimentos legais para o sepultamento, o corpo seguiu para a Igreja de São Domingos, no Terreiro de Jesus (Pelourinho), onde Cosme de Farias mantinha o modesto e improvisado escritório de advocacia.

A cobertura da morte do criador da Liga Bahiana contra o Analfabetismo cobriu a primeira página da edição de 15 de março do vespertino A Tarde, o mesmo acontecendo com a edição de 16 de março do matutino Jornal da Bahia. A coleção do DN que consultei não tem o exemplar de 16. Repasso alguns registros que li a respeito do sepultamento: o povo – mais de 100 mil pessoas – dispensou o carro funerário e conduziu, revezando braços fortes, o caixão desde o Terreiro até o Cemitério Quinta dos Lázaros. O cortejo teve início às 16h e o trajeto foi cumprido em mais de três horas. A senhora Railda Araci Pitanga, que cuidou de Cosme de Farias desde o falecimento de Dona Semíramis, esposa dele, ocorrido oito anos antes, esteve ao lado do féretro. No mesmo dia, o Governo do Estado inaugurava a Estrada do Feijão (BA 052).

Os restos mortais do jornalista, advogado e político Cosme de Farias estão sepultados, conforme A Tarde (16mar1972, p. 3), “na cova número um da quadra de Nossa Senhora do Pilar, no Cemitério Geral de Quinta dos Lázaros, pertencente à Secretaria da Saúde [do Estado da Bahia]”. Dessa edição do jornal, destaco, para encerrar, o trecho final da crônica “A Bahia de luto” (página 4), do escritor sergipano Mário Cabral (1914-2009):

“Até os noventa anos nunca foi ao médico. Gostava de cachaça com mocotó e era doido por um vinho Clarete ao almoço e uma cerveja Brahma, casco escuro, ao cair da tarde. Quando gripado a cura vinha logo, depois de três doses de aguardente com vermute. Este foi o Cosme de Farias que toda a Bahia conheceu e admirou. Bom, simples, humano, com o seu escritório de advocacia chamado “Quitanda da Liberdade”, deputado, jornalista, vereador, major da Guarda Nacional, patente que os amigos lhe arranjaram pelo preço de trinta e cinco mil Réis. Para falar de Cosme de Farias seria necessário escrever um livro. Que o façam, sem demora, aqueles que o conheceram mais de perto, a sua vida e a sua obra. A Bahia está de luto. Porque morreu, na verdade, um dos seus maiores filhos! O homem que foi um Paladino. Um Apóstolo. Quase diria que foi um Santo… Aqui ficam estas palavras como um preito de justiça. E de saudade, também. Nada mais posso dizer…”

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*Jornalista, produtor editorial e professor universitário. É 1º vice-presidente da ABI. [email protected]

Nossas colunas contam com diferentes autores e colaboradores. As opiniões expostas nos textos não necessariamente refletem o posicionamento da Associação Bahiana de Imprensa (ABI). 
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ABI BAHIANA

ABI celebra legado de Cosme de Farias

Exatamente há 50 anos, no dia 15 de março de 1972, o Brasil se despedia de uma das mais potentes vozes da luta pela justiça social: o jornalista, escritor, político e advogado Cosme de Farias, ‘Anjo da guarda dos excluídos’. A Associação Bahiana de Imprensa (ABI) dedicou a manhã desta segunda-feira (14) para celebrar a trajetória desse importante personagem da nossa história. Em cerimônia realizada no auditório da entidade, jornalistas, pesquisadores e representantes de instituições relacionadas a Cosme de Farias compartilharam depoimentos e relembraram as razões que tornam tão especial o seu legado. 

Foto: Rita Dantas

Para o presidente da ABI, Ernesto Marques, o evento abriu uma sequência de iniciativas com o mesmo propósito de trazer Cosme de Farias para os nossos dias, atualizando suas lutas, “considerando que as violências das desigualdades herdeiras da escravidão que mobilizaram o Cosme cidadão-ativista, político, jornalista e advogado. Estas mesmas feridas atravessam séculos e estão aqui, bem presentes”, refletiu o jornalista, no discurso de abertura da cerimônia. “Ele combateu muitos bons combates tendo a palavra como arma forte, a serviço de suas causas: as lutas por liberdades, por justiça e contra o analfabetismo. Quem se enganar com a sua fragilidade aparente descobre um gladiador em Lama e Sangue [1.ed. Salvador: e.a., 1926]”, disse Marques.

Leia também: É grande o nosso amor por Cosme de Farias

Como parte das homenagens, o cantor Rallie apresentou a inédita canção “A imprensa tem papel”, um samba que enaltece a atuação dos trabalhadores da notícia. “A verdade dos fatos buscar/ Na imprensa, é essencial dever./ E o interesse público mirar/ Noticiando, doa quem doer”, diz trecho da música.

Arte: Gentil

Na sequência, ele convidou o ator Dody Só para interpretar a letra do “Hino dos Jornalistas”, escrito por Cosme de Farias e musicado por João Antônio Wanderley, o regente que dá nome à Banda de Música Maestro Wanderley da Polícia Militar da Bahia. A partir das partituras do Maestro Wanderley, o maestro Luã Almeida, titular da banda de Rallie, produziu o instrumental que ambientou a interpretação de Dody Só. “Funcionou como uma música de fundo e colocamos uma percussão em cima. Ficou com uma força regional, mantendo o tradicional e o samba criou a contemporaneidade”, explica Rallie. 

Monica Celestino | Foto: Rita Dantas

A palestra ficou por conta da jornalista e doutora em História, Mônica Celestino, autora da primeira biografia publicada sobre Cosme. Sua pesquisa sobre o advogado inicia com uma reportagem para o jornal Correio* e a partir daí ela se aprofunda na relação de Cosme com o contexto histórico da Bahia dos séculos XIX e XX. “Cosme de Farias era um humanista por natureza e relembrá-lo, saudá-lo, trazer de volta os seus princípios e ideias é oportuno em um momento em que a gente tem crise de  valores, contestação de direitos e necessidade de garantir os direitos humanos e sociais em todo o Brasil”, afirmou a jornalista.

A série de depoimentos da manhã surgiu de um lugar especial: a memória afetiva dos convidados que foram, todos a seu modo, ajudados por Cosme. Talvez ninguém possa falar melhor sobre isso que a guia turística Creusa Carqueija, uma das netas do major. Cosme, que não teve filhos, deixou seus descendentes através dos apadrinhamentos que fazia com várias crianças. Creusa veio para Salvador ainda criança, como retirante, junto com sua família. Sem lugar para morar, todos dormiam nas ruas da cidade, até que a mãe foi avisada de que podia buscar a ajuda de Cosme. O político foi responsável por conseguir vagas em um internato para os irmãos de Creusa e por lhe ensinar uma lição de vida de um modo muito simples. 

Creusa Carqueija | Foto: Rita Dantas

Questionada se sabia ler, a menina de prontidão puxou a cartilha do ABC do major e leu as lições com destreza. “Eu disse: ‘Eu sei ler. Agora me dê um queimado’. Ele disse que ia me dar uma coisa de que gostava muito, cortou uma fatia de queijo Palmira e um pedaço de goiabada cascão. Botou um pedaço na boca e botou outro na minha. Ali, aprendi que a vida podia ser doce e que não precisava passar o resto da minha vida numa fonte pública para tomar um banho, nem dormindo na rua coberta de papelão”, recordou Carqueija. 

Foto: Rita Dantas

O jornalista e agitador cultural Clarindo Silva lembrou de um tempo em que mal possuía condições de estudo. Foi das mãos do próprio major que ele recebeu a Cartilha do ABC, distribuídas para funcionar como apoio para a alfabetização de crianças. “Aquilo me tocou profundamente”, disse, emocionado. “Esse homem é um revolucionário. Comecei a acompanhá-lo em todos os lugares, inclusive em algumas audiências. O discurso dele era extraordinário, tocava na gente. Ele tinha propósito social”. 

Clarindo criticou a falta de ações voltadas para se fazer recordar a memória de Cosme e parabenizou a iniciativa das instituições reunidas no evento. “Um evento como esse serve para popularizar e mostrar à sociedade a importância daquele que, pra mim, foi uma das maiores figuras do estado da Bahia”, completou. 

O professor Alfredo Matta concorda. Ele conta que Cosme, junto com seu avô Edgard Matta e Dorival Passos, formou o que se chamava de “Trindade de Ouro” do Júri da Bahia. Hoje, Matta se sente um herdeiro da relação próxima que esses advogados possuíram, mas sua admiração pela figura de Cosme vai além disso. “É um dos grandes líderes do início da luta antirracista que a Bahia tem, talvez do Brasil. Então como é que a gente pode deixar de falar de Cosme? Ele tem que ser lembrado porque a luta não acabou”, afirmou.

Assim como Mônica, o cineasta Marcelo Oliveira foi um dos que já narrou a vida do major, mas dessa vez em celuloide, no documentário “Quitanda da Liberdade”, cujo teaser foi exibido no evento. “Qualquer pessoa que fizer uma investigação sobre Cosme vai desenvolver um trabalho fantástico e vai se emocionar”, garante. Questionado sobre o que representava para ele aquele momento de celebração da figura do político, Oliveira aproveitou para endossar a importância que é manter viva a memória de Cosme de Farias. “[O cinquentenário] Representa a história de uma personalidade excepcional, que é a do major Cosme de Farias. E é mais uma maneira de ele estar sempre presente, sempre vivo na nossa comunidade. O velho Cosme é o exemplo de um grande baiano”.

Também prestigiaram o evento o fotojornalista Anízio Carvalho, a professora Cybele Amado, diretora-geral do Instituto Anísio Teixeira; a defensora pública Cynara Fernandes; o vereador e professor Silvio Humberto, representante da Câmara Municipal de Salvador (CMS); a arquiteta Milena Tavares, diretora técnica da Fundação Gregório de Matos (FGM); o advogado Eduardo Rodrigues, presidente da Comissão de Direitos Humanos da Ordem dos Advogados do Brasil Seção Bahia (OAB Bahia); o jornalista Alberto Freitas, representando a Assembleia Legislativa da Bahia (ALBA); e a Fundação Pedro Calmon/Secult.

Confira outras programações sobre o cinquentenário da morte de Cosme de Farias:

Dia: 15/03 – Missa Solene

Horário: 08h
Local: Igreja do São Francisco
Endereço: Largo do Cruzeiro de São Francisco, S/N
Realização: Igreja e Convento do São Francisco

Exposição – O Rábula da Democracia e Alfabetismo

Abertura: 10h00
Local: Centro Cultural da Câmara Vereador Manuel Querino
Período: 16/03 a 16/04
Realização: Câmara dos Vereadores

Dia: 16/03 (quarta-feira)
Mesa redonda: Contos e Feitos de Cosme de Farias

Debatedores: Jair Cardoso, Marcelo Oliveira, Clarindo Silva
Mediadora: Mônica Celestino
Local: Auditório do Centro de Cultura da Câmara
Endereço: Praça Thomé de Souza, s/n
Horário: 09h30

Realização: Câmara dos Vereadores

Homenagem a Cosme de Farias

Local: Salão Nobre da Ordem dos Advogados da Bahia – OAB
End.: Rua Portão da Piedade, 16 – Dois de Julho
Horário: 14h
Realização: Ordem dos Advogados da Bahia

Dia: 17/03 (quinta-feira)

Visita à Escola Municipal Cosme de Farias

Horário: 09h30
Endereço: Rua Galdino Franklin Bandeira, 59 – Nazaré / Lapa

Dia: 18/03 (sexta-feira)
Visita ao busto de Cosme de Farias
Horário: 09h30
Local: Praça Cosme de Farias (final de linha dos ônibus).

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Notícias

Exposição traz recordações da cena musical baiana dos anos 90

Entre os shows de The Dead Billies, Dois Sapos e Meio, Paquito, Pitty e Retrofoguetes, a fotojornalista e fotógrafa Sora Maia pôde ver e viver muita coisa. Parte das suas recordações agora compõem a exposição virtual “Virando o Tabuleiro – O Rock que eu Vi”, que será lançada nesta quinta-feira (10). 

O lançamento irá ocorrer por meio do canal de Youtube do projeto, às 20h30, com participação do produtor Rogério Bigbross, dos músicos Rex e Jorge King Cobra e dos jornalistas Thainá Dayube, que atua nas mídias sociais do projeto, e Ednilson Sacramento, responsável pela revisão da descrição #pracegover que acompanhará as fotos. A exposição ficará disponível nas redes do Instagram e do Facebook (@virandootabuleiro). 

Constança e Érika da banda Penélope, no Pelourinho | Foto: Sora Maia

A mostra é composta por cerca de cinquenta fotos realizadas por Sora entre os anos de 93 e 2003. Segundo a fotógrafa, o objetivo da mostra não é ser uma documentação perfeita da década, mas sim um “recorte afetivo” da época vivida por ela. “Aqui você não encontra o registro de tudo que aconteceu nem se pretende dizer que era o que de melhor aconteceu. É apenas o rock que vi, ou ainda menos, o que fotografei”, afirma. 

Foram cerca de 400 fotos escaneadas para se chegar na seleção que será exposta. Os registros foram feitos em películas de celulóide, carregando as manchas e rasuras do tempo, que foram mantidas. “O principal critério foi que todas as imagens seriam pré-digitais, do tempo do filme, laboratório, contatos e provas. Cronologicamente, iam de 1993 quando comecei a fotografar não só o rock, mas também quando comecei profissionalmente até 2003, quando comprei minha primeira câmera digital”, recorda Sora. Foi nesse período que a fotojornalista formada pela UFBA iniciou sua carreira, com passagem por jornais como o Bahia Hoje e o Correio*, onde trabalha atualmente.  

Os Dois Sapos e Meio no estúdio | Foto: Sora Maia

Ela completa, afirmando que a proposta busca casar com os meios de divulgação da cena musical alternativa da época, como os flyers, banners e cartazes. Essa linguagem pretende, acima de tudo, expressar a efervescência de um tempo que, nas palavras da fotógrafa, “foi vibrante e divertido”. 

Sora Maia em fotografia feita por volta dos anos 90 | Acervo pessoal

Além dos artistas que marcaram época, as fotos retratam espaços que receberam a cena musical do rock baiano: o Casablanca, Calypso Heineken Station, Havana, Santana, Hotel Pelourinho, New Florida e o Sabor da Terra. O projeto “Virando o Tabuleiro” conta com apoio da Secretaria de Cultura do Estado da Bahia, viabilizado pela Lei Aldir Blanc através do Prêmio Cultura na Palma da Mão. 

Serviço:

Lançamento da exposição virtual “Virando o Tabuleiro – O Rock que eu Vi”, da fotógrafa Sora Maia 

Quando: 10 de março de 2022, às 20h30

Onde: Live no canal de Youtube do Virando o Tabuleiro

Redes do projeto: Instagram @virandootabuleiro | Facebook /virandootabuleiro 

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