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ABI recebe acervo do jornalista Berbert de Castro

A Associação Bahiana de Imprensa (ABI) recebeu a doação de centenas de livros, quadros, prêmios de imprensa e documentos que pertenceram ao jornalista baiano José Augusto Berbert de Castro. O acervo, que foi doado pelos familiares do jornalista, já se encontra na ABI. Berbert de Castro faleceu em 22 de julho de 2008, aos 82 anos.

Para que os livros sejam disponibilizados para consulta, é imprescindível que passem por um processo de quarentena – período necessário para que reagentes químicos façam o controle de pragas. Segundo a bibliotecária da ABI, Valésia Vitória, e a museóloga Renata dos Santos, só após este período serão higienizados, restaurados (caso necessário), e acondicionados.

De acordo com Ramiro Senna Berbert de Castro, filho de Berbert, o acervo precisava ser doado para uma instituição que não só pudesse cuidar de todo o material, mas que colocasse à disposição de estudantes e pesquisadores. “A população e os profissionais da área vão poder ter acesso aos livros através da biblioteca da ABI. O acervo estava guardado, sem uso, e já sofria por causa disso. Por isso eu e minha irmã Liliana Senna Berbert de Castro decidimos que o melhor lugar para fazer a doação seria a ABI, entidade da qual ele foi membro por muitos anos”, disse.

Ramiro ainda destacou o apego que Berbert tinha pelos livros. “A cada viagem que o amigo dele, o escritor Jorge Amado fazia, ele trazia oito, dez exemplares. Ele comprava e presenteava meu pai. Ou seja, os livros tinham um valor muito grande pra ele”, completou.

Referência

O valor do acervo foi ressaltado pela professora da Universidade do Estado da Bahia (Uneb), Izabel de Fátima Cruz Melo. Para ela, o material é uma importante fonte de informação para os estudiosos de cinema. “O acervo composto por livros e revistas tem um valor inestimável. Berbert foi um crítico, ou como ele mesmo diria, um comentarista sobre cinema. Ele teve muito material e pra quem pesquisa cinema, ter acesso a esse material é importante”, disse.

Ainda de acordo com Izabel de Fátima, que atualmente faz doutorado em Meios e Processos Audiovisuais, na Universidade São Paulo (USP), há um ganho pra ABI em termo de acervo e de reconhecimento. “A ABI é um lugar de referência pro jornalismo e para a história do cinema na Bahia. Pra nós pesquisadores esse material significa muito”.

Biblioteca de Comunicação

Depois do processo de quarentena e restauração, o acervo vai ser disponibilizado para estudantes, pesquisadores e para o público em geral na Biblioteca de Comunicação Jorge Calmon, que funciona na sede da ABI, localizada no Edifício Ranulfo Oliveira, 2º andar, Praça da Sé . A biblioteca, inaugurada em 1º de setembro de 1972, tem como objetivo incentivar e aprimorar os conhecimentos dos profissionais da área de comunicação.

O espaço dispõe de materiais especializados em teorias da comunicação, jornalismo, semiologia, publicidade e propaganda, marketing, relações públicas, cinema, fotografia, rádio, televisão, além de biografias de atores e cineastas.

Outra parte do acervo do “comentarista de cinema” será incorporada ao Museu da Imprensa, que a ABI pretende reabrir em agosto.

José Augusto Berbert de Castro foi colunista do Jornal A Tarde desde 1956, onde publicou cerca de sete mil artigos sobre cinema. Berbert, além de jornalista, era formado em medicina pela Universidade Federal da Bahia (Ufba).

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Solenidade na ABI marca doação do acervo de Walter da Silveira

A Associação Bahiana de Imprensa (ABI) reuniu em sua sede dirigentes da instituição, jornalistas, gestores públicos, pesquisadores, produtores e amantes do cinema, para acompanhar a assinatura do termo que oficializou, na tarde desta quarta (16), a doação feita pela família de Walter da Silveira à Biblioteca de Comunicação Jorge Calmon. À ABI cabe agora preservar e disponibilizar o acervo pessoal reunido pelo advogado, estudioso e crítico de cinema, responsável por formar gerações de cineastas. Em breve, centenas de livros, coleções de revistas especializadas, discos de vinil, fotografias dentre outras raridades estarão acessíveis a todos os interessados pela vida e obra desse baiano que completaria 100 anos em 2015.

Foto: Luiz Hermano Abbehusen
Foto: Luiz Hermano Abbehusen

A doação feita à ABI recompõe quase totalmente a biblioteca pessoal de Silveira, somando à parte do acervo adquirida em 1972 pela instituição, composto por obras que já estavam disponíveis na Biblioteca Jorge Calmon. O presidente da ABI, Walter Pinheiro, expressou o sentimento da instituição e reconheceu que assume, junto aos demais diretores, a grande responsabilidade de manutenção do precioso patrimônio deixado pelo crítico. “A ABI sente-se muito orgulhosa e feliz com a incorporação da biblioteca de Walter. Bendito o dia em que a cineasta Márcia Nunes, amiga da família, nos conheceu e, posteriormente, recomendou a doação, o que tornou possível essa solenidade”. O dirigente afirmou que a ABI se orgulha de atuar na área da cultura, para além de seu papel preponderante em defender a liberdade de expressão e a liberdade de imprensa.

Família Silveira - Foto: Joseanne Guedes/ABI
Família Silveira – Foto: Joseanne Guedes/ABI

Emocionada, a filha de Walter da Silveira, Kátia da Silveira Andrade, que resistia à ideia de transferir o acervo para um sítio da família, no interior, demonstrou gratidão. “A ABI abraçou a ideia com a maior alegria e isso me deixou feliz. Tenho certeza que todas as obras serão cuidadas com o mesmo carinho, por isso me sinto segura em saber que meu pai vai ser preservado e sua memória, continuada. Sempre que possível, estarei na ABI para matar a saudade”. Kátia esteve acompanha pelo filho Danilo da Silveira, pelas irmãs Márcia, Diana e Eliana, pela cunhada Tânia da Silveira, além do neto de Walter da Silveira, Paulo Ivan da Silveira, responsável pelo edital que possibilitou no ano passado a recuperação do acervo, que ficou fechado durante quarenta anos no escritório anexo ao apartamento em que vivia seu avô, no bairro da Graça.

“É uma honra muito grande e, ao mesmo tempo, uma responsabilidade enorme. Preservar acervos não é uma coisa fácil, nem barata. Mas eu tenho certeza que com esse acervo tão rico de Walter, pela atenção que desperta, pela importância dele para o cinema brasileiro, não só para o cinema da Bahia, encontraremos bons parceiros da iniciativa privada, além do apoio do poder público”, destacou Ernesto Marques, vice-presidente da ABI. Marques afirmou que o primeiro compromisso com a família seria a restauração e disponibilização do acervo para o acesso público. No futuro, a intenção é digitalizar para que qualquer pessoa no mundo possa saber quem foi e o que fez Walter da Silveira.

Foto: Luiz Hermano Abbehusen
Foto: Luiz Hermano Abbehusen

O ator, diretor e publicitário baiano Bertrand Duarte, gestor da Diretoria de Audiovisual (DIMAS), da Fundação Cultural do Estado da Bahia (FUNCEB), salientou a grandeza do acervo e a necessidade de se investir e incentivar a produção audiovisual na Bahia. “É um ganho imensurável para todas as áreas pelas quais ele passou, sobretudo, para o cinema e para o jornalismo. Walter da Silveira é um dos grandes cineclubistas do Brasil. Ele formou Roberto Pires, Glauber Rocha e todas as gerações que se seguiram”. Duarte também lembrou a recente inauguração do Cineclube Walter da Silveira, na sala de mesmo nome, em homenagem ao centenário do crítico. “Espero que não seja de forma tardia e que essa juventude, que não teve acesso a essa poesia do cinema e não assistiram a produções locais, tenham o pleno conhecimento da importância dele”.

O evento foi prestigiado por expoentes do cinema da Bahia, como o professor e cineasta Guido Araújo e o cineasta e produtor Roque Araújo, amigos e parceiros de Walter da Silveira, Glauber Rocha, Roberto Pires e outros notáveis do cinema. “Essa é a mais importante biblioteca de cinema na Bahia. Fico muito feliz em estar vivo para presenciar o reconhecimento e a preservação desse legado. Nossa relação foi de amizade profunda, como se fôssemos irmãos”, revela Guido Araújo, que manteve uma amizade com Walter da Silveira por quase 30 anos. “Se não fosse Walter, não existiria a cinema brasileiro, nem o Cinema Novo. Devemos trabalhar para que a obra de Walter ganhe dimensão audiovisual”, defende o diretor-geral do IRDEB, José Araripe Junior, que também é cineasta, roteirista e diretor.

Pesquisadora de História e Crítica do Cinema no Brasil, a professora da Universidade Federal do Recôncavo da Bahia, Cyntia Nogueira, está fazendo doutorado e se mostra entusiasmada com a disponibilização do acervo de um dos maiores pensadores sobre cinema no país. “A partir dessa biblioteca, há um potencial muito grande de novas pesquisas acadêmicas e publicações de materiais não explorados, porque, mesmo o que já temos acesso, ainda é muito pouco conhecido e aproveitado”. O acervo entregue pela família Silveira está sob os cuidados da equipe de conservação e restauro da ABI. Depois da fase de quarentena, onde passa pela desinsetização, o material vai ser disponibilizado para consulta local.

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Cerimônia formaliza doação do acervo de Walter da Silveira à ABI

A Associação Bahiana de Imprensa (ABI) vai receber a família de Walter da Silveira para o ato de doação do seu acervo pessoal à instituição, na próxima quarta-feira 16, às 15h, na Biblioteca de Comunicação Jorge Calmon, na sede da entidade. A ABI foi escolhida para cuidar do acervo reunido pelo crítico e estudioso de cinema que completaria 100 anos em 2015. O evento reunirá gestores da área cultural do Governo da Bahia e da Prefeitura de Salvador e representantes das entidades que reúnem produtores de cinema e vídeo, além de pesquisadores e aficionados pela sétima arte.

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Álbuns de recortes e originais das obras publicadas pelo crítico estão entre as raridades do acervo – Foto: ABI

Uma exposição trará algumas das raras obras reunidas por Walter, entre as quais estão centenas de livros, coleções de revistas especializadas, discos de vinil, fotografias, além de registros com Jorge Amado, livros autografados por Vinicius de Moraes e correspondências trocadas com Carlos Drummond de Andrade. A equipe da Biblioteca de Comunicação Jorge Calmon, da ABI, já iniciou o trabalho de restauração das obras, que em breve serão disponibilizadas para estudantes, pesquisadores e para o público em geral.

Leia também: o artigo “Cinema, preleção e debate

A biblioteca que Walter da Silveira deixou ocupava o escritório anexo ao apartamento em que ele vivia, no bairro da Graça, e havia sido transferida para a sede da ABI, na Praça da Sé. Essa recente doação feita à ABI recompõe quase totalmente a biblioteca pessoal de Silveira, somando à parte do acervo adquirida há anos pela instituição, composto por obras que já estavam disponíveis na Biblioteca Jorge Calmon.

A filha do crítico, Kátia da Silveira, resistia à ideia de transferir o escritório para um sítio da família, no interior, mas não via alternativas. A cineasta Márcia Nunes, amiga da família, conheceu a ABI na inauguração da Sala Roberto Pires – espaço dedicado ao audiovisual – e apresentou Kátia à instituição, viabilizando a doação. “A ABI recebeu com muito carinho o acervo do meu pai, que sempre utilizou as palavras ‘eterno’ e ‘efêmero’. Minha intenção é eternizar a memória dele. Estou entregando com toda a confiança porque acredito que na ABI todas as obras estarão em boas mãos”, afirmou Kátia.

 SERVIÇO:

O que: Cerimônia de doação acervo Walter da Silveira

Onde: Biblioteca de Comunicação Jorge Calmon, na Associação Bahiana de Imprensa (Rua Guedes de Brito, 1 – Praça da Sé)

Quando: 16 de setembro, às 15h

Informações: 3322-6903 / [email protected]

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Doado pela família, acervo de Walter da Silveira chega à ABI

A Associação Bahiana de Imprensa (ABI) foi a instituição escolhida pelos sete filhos do advogado, crítico e estudioso de cinema, Walter da Silveira, para cuidar do acervo reunido pelo pai. São centenas de livros, incluindo muitas raridades, fotografias, coleções de revistas especializadas em cinema e já fora de circulação, discos de vinil, originais dos livros publicados por Walter e documentos diversos. No início desta semana, a equipe da Biblioteca de Comunicação Jorge Calmon concluiu o processo de transferência do acervo do apartamento da família, no bairro da Graça, para a sede da entidade, na Praça da Sé. A mais recente doação feita à ABI recompõe quase totalmente a biblioteca pessoal de Silveira, somando à parte do acervo adquirida há anos pela instituição, composto por obras raras, que já estavam disponíveis para estudantes e pesquisadores na Biblioteca Jorge Calmon.

A biblioteca que Walter da Silveira deixou ocupava o escritório anexo ao apartamento em que ele vivia. A filha do crítico, Kátia da Silveira, acompanhou a transferência. “A ABI recebeu com muito carinho o acervo do meu pai, que sempre utilizou as palavras ‘eterno’ e ‘efêmero’. Minha intenção é eternizar a memória dele. Estou entregando com toda a confiança porque acredito que na ABI todas as obras estarão em boas mãos”, afirmou Kátia.

A doação será formalizada pela família de Walter da Silveira em uma solenidade marcada para 16 de setembro, na Biblioteca Jorge Calmon. Antes de ser disponibilizada para estudantes e pesquisadores e para o público em geral, todo o acervo passará pelos cuidados da equipe de restauro da ABI.

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