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Jihadistas treinam crianças e mulheres para combater na Síria e no Iraque

O Observatório Sírio dos Direitos Humanos (OSDH) informou nesta terça-feira (24) que o grupo extremista Estado Islâmico (EI) já treinou cerca de 400 crianças para combater na Síria, noticia a France-Presse. “Os jihadistas submetem as crianças, a quem chamam de `filhos dos leões do Califado”, a intensivos treinos militares e religiosos nos territórios que controlam na Síria”, afirma a Organização Não-Governamental com sede em Londres. “O chocante é que não escondem que usam crianças, ao contrário, se orgulham disso”, denuncia, por sua vez, Nadim Hury, diretor adjunto para o Oriente Médio da Human Rights Watch. Denúncias de tortura, estupro e emprisionamento de mulheres também vieram à tona. Apesar disso, cerca de 550 mulheres, segundo levantamento da consultoria de segurança The Soufan Group, com sede nos Estados Unidos e no Reino Unido, engrossam o exército dos terroristas na Síria e no Iraque.

A ação do grupo, que também recruta jovens na América Latina, deixou de ser algo distante e já se estende ao Brasil, de acordo com informações divulgadas no último domingo pelo jornal O Estado de S.Paulo. De acordo com a publicação, setores de inteligência do governo brasileiro teriam detectado tentativas de atração de jovens do país pelo Estado Islâmico (EI). O jornal apurou que o Palácio do Planalto recebeu relatórios de órgãos diferentes alertando para o problema e que os órgãos de inteligência vêm trocando informações. A estratégia do governo brasileiro é se antecipar aos possíveis movimentos do grupo, detectando as formas de cooptação. Fontes envolvidas afirmaram à reportagem que o tema foi alvo de discussão na última semana na Casa Civil, da qual participaram representantes de nível operacional do Ministério da Justiça e do Gabinete de Segurança Institucional (GSI), da Polícia Federal e da Agência Brasileira de Inteligência (Abin).

Leia também:Estado Islâmico tenta recrutar jovens brasileiros, afirma governo federal

Vários vídeos difundidos nas redes sociais, em contas ligadas ao EI, mostram crianças carregando escopetas, disparando e rastejando no chão em treinamento de guerrilha. Nas imagens, as crianças também são vistas estudando textos religiosos em torno de uma mesa redonda. O grupo radical sunita já utilizou dez crianças como terroristas suicidas na Síria. O diretor do OSDH, Rami Abdel Rahman, indicou que os adolescentes têm a possibilidade de se tornar combatentes pagos. “O EI tenta atrair as crianças com dinheiro e armas. Quando atingem a idade de 15 anos, esses meninos têm a opção de virar verdadeiros combatentes que recebem salário”, acrescentou, explicando que as crianças não são obrigadas a lutar, porém é o que acabam por fazer já que não vão à escola, nem trabalham. “Trata-se de uma lavagem cerebral”, completa o diretor.

Recrutamento de mulheres

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Mulheres empunham metralhadoras em foto divulgada em uma rede social do EI – Foto: Reprodução/Twitter

O islamismo praticado no EI é interpretado como hostil às mulheres, de inteira submissão aos maridos e também aos líderes do próprio grupo terrorista, que muitas vezes determinam quando e com quais guerrilheiros elas devem se casar, de acordo com relatos de pessoas que escaparam da milícia. Apesar disso, o número de dissidentes ocidentais que se juntam ao grupo aumentou bastante nos últimos anos – em torno de 3.400, de acordo com autoridades do Exército americano, em balanço de fevereiro.

UOL coletou informações de estudos e opiniões de especialistas, divulgadas em entrevistas ou em artigos à imprensa, para explicar as razões e circunstâncias que levam algumas mulheres a escolher o caminho do extremismo. O site mostrou que, dentro de sua estrutura de recrutamento de estrangeiros, o Estado Islâmico possui diferentes estratégias para atrair as mulheres, e, muitas vezes usam a idolatria e a ingenuidade como ingredientes. Os militantes utilizam Twitter, Facebook e outras redes para criar uma relação de confiança com as jovens mulheres e coletar informações sobre elas, como a aparência física, utilizada como instrumento de motivação aos guerrilheiros solteiros, e o histórico de relacionamento das garotas com a família e pessoas próximas. Em busca de aproximar mulheres que queiram participar efetivamente do conflito armado, o grupo até sinaliza que elas podem fazer parte do exército –fotos de mulheres com metralhadoras aparecem eventualmente em postagens nos perfis ligados ao grupo nas redes sociais.

*Informações da France-Presse, Bahia Notícias, Estadão e UOL.

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Estado Islâmico tenta recrutar jovens brasileiros, afirma governo federal

O Estado Islâmico, que já recruta jovens na América Latina, estende seu proselitismo ao Brasil. Setores de inteligência do governo brasileiro teriam detectado tentativas de atração de jovens do país pelo Estado Islâmico (EI), informa o jornal O Estado de S. Paulo. Os recrutados atuariam como “lobos solitários” — pessoas que não integram listas internacionais de terroristas e têm maior mobilidade para realizar atentados isolados em diferentes países. O jornal apurou que o Palácio do Planalto recebeu relatórios de órgãos diferentes alertando para o problema e que os órgãos de inteligência vêm trocando informações. A estratégia do governo é se antecipar aos possíveis movimentos do grupo, detectando as formas de cooptação.

Um dos objetivos dos relatórios é alertar a presidente Dilma Rousseff de que, apesar da tranquilidade até agora do governo brasileiro, há um “fator de risco” que não pode ser desprezado. Envolvidos na discussão dizem que “a luz amarela está acesa”. A principal preocupação da Casa Civil, responsável pela coordenação das discussões internas sobre a questão, é a Olimpíada de 2016. Fontes envolvidas afirmaram à reportagem que o tema foi alvo de discussão na última semana na Casa Civil, da qual participaram representantes de nível operacional do Ministério da Justiça e do Gabinete de Segurança Institucional (GSI), da Polícia Federal e da Agência Brasileira de Inteligência (Abin).

Pelas investigações, apesar de o Brasil não ter histórico de terrorismo, o interesse do EI é ampliar o espectro de recrutamento de novos militantes, hoje concentrado na Europa, para a América do Sul. Policiais europeus já estiveram em Brasília no mês passado para troca de informações com o governo brasileiro. Conforme o Estadão, a Casa Civil confirmou, em nota, que a prevenção ao terrorismo foi tratada em reunião do grupo de trabalho de segurança pública em grandes eventos na semana passada. No entanto, o governo negou que o recrutamento de brasileiros pelo EI fez parte do encontro.

Hoje, milhares de europeus sem vínculo original com o islamismo participam de ações terroristas na Síria e no Iraque. Trata-se de uma espécie de fenômeno cultural maligno. Parece que o relativismo que tomou conta da cultura ocidental — ambiente que tende a considerar todas as escolhas justificáveis e igualmente válidas — empurra frações da juventude para a busca de um valor absoluto, ainda que seja o terror.

*Informações do Estadão, Zero Hora e Veja.

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Execuções lideram lista da ONU de violações de direitos humanos no Irã

DEU NO G1 (da REUTERS) – O Irã realizou uma quantidade “profundamente perturbadora” de execuções no ano passado e não manteve a promessa de proteger minorias étnicas e religiosas, afirmou a Organização das Nações Unidas (ONU) nesta terça-feira em seu relatório anual sobre a situação dos direitos humanos no país. O documento do escritório do secretário-geral da ONU, Ban Ki-moon, ao Conselho de Direitos Humanos da organização catalogou as preocupações da ONU com as violações de direitos humanos no Irã contra mulheres, minorias religiosas, jornalistas e ativistas.

Foto: MEHR
Na lista de países com o maior número de execuções em todo o mundo, o Irã aparece em segundo lugar, atrás da China – Foto: MEHR

O relatório foi publicado no mesmo mês em que o Irã e grandes potências esperam selar um acordo preliminar sobre o programa nuclear iraniano, que Teerã diz que poria fim às sanções que sofre atualmente. Na segunda-feira, o ministro iraniano das Relações Exteriores, Mohammad Javad Zarif, reclamou ao conselho sobre “dois pesos e duas medidas” e “uma compulsão quase incontrolável” para politizar temas.

Acredita-se que o Irã executou pelo menos 500 pessoas entre janeiro e novembro de 2014, e possivelmente muitas mais, afirma o relatório. A maioria das vítimas não teve um julgamento justo, e mais de 80 por cento dos executados estavam envolvidos com drogas, afirma o documento. “O secretário-geral continua profundamente preocupado com o ainda grande número de execuções, incluindo de prisioneiros políticos e de jovens”, declarou, repetindo um pedido da ONU de moratória à pena de morte e de proibição de execução de jovens. O relatório diz que o Irã não manteve a promessa de seu presidente,  Hassan Rouhani, de “ampliar a proteção a todos os grupos religiosos e fazer emendas na legislação que discrimina minorias”.

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ONU pede a países que “olhem para si” sobre violações de direitos humanos

O alto comissário das Nações Unidas para os Direitos Humanos criticou hoje (2) todos os países por apontar a outros e não a si mesmos o desrespeito aos direitos fundamentais das pessoas que vivem em seus territórios. Em discurso na 28ª sessão do Conselho de Direitos Humanos da ONU, que começou nesta segunda-feira, Zeid Ra’ad Al Hussein dirigiu-se aos 192 países que formam a organização e a outros, pedindo-lhes que se olhem no espelho, que façam um exercício de introspecção crítica, que se analisem e cumpram o que assinaram e ratificaram. “Se tiverem assinado a Carta das Nações Unidas, se tiverem assinado e ratificado tratados, devem cumpri-los e implementá-los”, disse o representante do organismo das Nações Unidas responsável por zelar pela proteção e pela promoção dos direitos humanos no mundo.

Segundo Zeid Ra’ad Al Hussein, mais de 6 mil pessoas morreram no leste da Ucrânia desde o início do conflito, em abril de 2014. Ele denunciou a destruição das infraestruturas e o sofrimento dos civis. “As mulheres, as crianças, os idosos e os grupos vulneráveis são os mais afetados pela guerra. “É imperativo que todas as partes respeitem as decisões dos acordos de Minsk e cessem os bombardeios indiscriminados e outras hostilidades que criaram uma situação catastrófica para os civis, em violação flagrante do direito internacional humanitário e dos direitos humanos”, afirmou o jordaniano, ao apresentar um relatório sobre os direitos humanos na Ucrânia. O documento aponta as detenções arbitrárias, as torturas e os desaparecimentos forçados, cometidos fundamentalmente pelos grupos armados paramilitares e, em alguns casos, pelas Forças Armadas ucranianas.

“Não há desculpas. Os Estados alegam situações excepcionais. Escolhem os direitos. E, sob essas circunstâncias, justificam as prisões arbitrárias e de tortura, ao espionar os seus cidadãos em nome do contraterrorismo, discriminam as minorias porque não querem mais imigrantes. Tenho de recordá-los da universalidade dos tratados. A Lei Internacional dos Direitos Humanos não pode ser minimizada ou ignorada, deve ser cumprida totalmente”. Al Husseiun mostrou-se “muito incomodado” pelo pouco respeito quando recebem os relatórios especiais e os especialistas independentes eleitos pelo próprio Conselho, muitos dos quais têm recebido insultos e ameaças nos últimos meses”. “Dirijo-me a todos e digo-vos que se concentrem no conteúdo e não nas pessoas”, afirmou.

Mundo sem estigmas

O alto comissário destacou que os países devem aceitar e aplicar as recomendações da Revisão Periódica Universal, que é a avaliação feita pela Comissão de Direitos Humanos da ONU a todos no que se refere aos direitos humanos. Ele observou que todas as vítimas de abusos contra os direitos humanos têm características em comum: privação e discriminação, seja baseada na etnia, no gênero, na religião, orientação sexual, classe ou na casta. “Essa discriminação não é gerada espontaneamente. A maioria das violações dos direitos humanos é resultado de uma escolha política, que limita a liberdade e a participação e cria obstáculos para a partilha de forma justa dos recursos e das oportunidades”, comentou. “Penso que o trabalho que fazemos no Conselho de Direitos Humanos é vital. Apelo a todos que implementem as recomendações do conselho e dos seus mecanismos e que o trabalho que fazemos aqui saia desta sala e chegue às ruas e às casas”, afirmou Al Hussein.

Na intervenção perante o Conselho, Portugal chamou a atenção para a “atuação desumana” do autoproclamado Estado Islâmico, apelando à comunidade internacional que atue para “erradicar este grupo terrorista”. O ministro de Estado e dos Negócios Estrangeiros português, Rui Machete, recordou que o Estado Islâmico (EI) “ameaça os valores e os princípios mais elementares” das democracias. “Continuamos a assistir, em pleno século XXI, a violações em larga escala de direitos humanos”. O conflito na Síria “é elucidativo” dessas “violações”, mencionou o ministro. “A comunidade internacional não pode permanecer indiferente perante a escala das violações e dos abusos” cometidos no país, frisou.

*Informações da Agência Lusa via Diário de Pernambuco, G1 Jornal de Notícias.

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