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SIP aborda violência e pressão política sobre imprensa na América

DEU NO ESTADÃO – A violência física contra jornalistas em alguns países e a crescente pressão econômica contra empresas de comunicação em outros continuam sendo os desafios mais urgentes para a imprensa na América Latina – e é desses temas que tratará, fundamentalmente, a 70.ª Assembleia-Geral da Sociedade Interamericana de Imprensa (SIP), com início nesta quinta-feira, 16, em um elegante hotel do bairro El Golf, em Santiago do Chile. 

“A imprensa do nosso continente continua chamando a atenção do mundo”, resume o representante brasileiro no encontro, Marcelo Rech, do Comitê Editorial da Associação Nacional de Jornais (ANJ). A agenda do encontro – que reunirá cerca de 400 profissionais e se estenderá por quatro dias – incluirá, segundo ele, “as questões específicas de violência, frequentes na vida de jornalistas no México e no Brasil, e também o agravamento da situação da liberdade de informação em países como Venezuela, Equador e Argentina”. Um balanço divulgado na semana passada, em Buenos Aires, dá conta desse agravamento: um estudo aponta que mais de 80% da mídia do país está hoje sob controle do governo argentino.

Os debates de Santiago foram divididos em quatro temas. O primeiro é o estado atual da liberdade de expressão no continente e seu ponto alto será a leitura, por representantes de cada um dos países, da situação da imprensa local. Depois de debatidos e votados, esses relatórios comporão o balanço final da imprensa na região.

Desafio digital

O segundo eixo será a análise dos “cenários complexos e em permanente evolução” da indústria dos meios de comunicação – leia-se, a busca de novos modelos de atuação numa sociedade cada dia mais mergulhada na cultura digital. “A velocidade do desenvolvimento do mundo digital não tem precedentes”, resume um dos textos de apresentação. Trata-se de um mundo novo em que a demanda de informação via telefones celulares “abre um novo formato para a difusão da informação”.

O terceiro tema abordará “os projetos editoriais e a geração de novas audiências”. No último deles se exporá o que se faz e o que se pensa, nos meios publicitários, para distribuir as mensagens com eficácia nos novos formatos digitais.

Esse pacote tecnológico incluirá a exposição sobre experiências bem-sucedidas de grandes ou pequenas empresas de comunicação, e não só na América Latina. Para tanto, a SIP convidou para as discussões estudiosos do tema em países europeus e nos Estados Unidos.

*GABRIEL MANZANO – O ESTADO DE S. PAULO

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Jornalistas recebem ameaças de grupos paramilitares na Colômbia

DEU NO PORTAL IMPRENSA – Grupos paramilitares da Colômbia, os chamados Los Urabeños e Los Rastrojos, publicaram uma lista com seus próximos alvos. Entre os que correm risco de vida estão dez jornalistas. Eles exigem que os profissionais peçam demissão e deixem as cidades onde trabalham.

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Dez jornalistas estão na lista de alvos dos grupos paramilitares – Foto: Reprodução/EFE

De acordo com o Blog Jornalismo nas Américas, aproximadamente 160 repórteres, ativistas de direitos humanos, advogados e lideranças sindicais foram diretamente apontados como alvos dos grupos, em setembro.

A ONG Repórteres Sem Fronteiras (RSF) denunciou as ameaças e solicitou que as autoridades assegurem proteção aos profissionais de imprensa para tentar combater as crescentes intimidações no local.

Oito jornalistas que trabalham na região de Valle del Cauca, localizada no oeste da Colômbia, receberam um aviso no dia 28 de setembro, no qual o grupo diz que “aqueles que quebrarem a ordem direta imposta pelos Los Urabeños serão silenciados”.

A Fundação Colombiana pela Liberdade de Imprensa (FLIP) também denunciou ameaças alegando que “os atos ressaltam a situação crítica vivida por jornalistas do Valle de Cauca”. Apenas neste ano, a entidade registrou 10 agressões contra jornalistas na cidade, incluindo o assassinato de Yonny Steven Caicedo, que trabalhava como cinegrafista.

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Jornalistas são impedidos de assistir filme sobre corrupção da PM do Rio

DEU NA ABI (Associação Brasileira de Imprensa) – Com o objetivo de apresentar a cadetes da Polícia Militar do Rio de Janeiro  episódios marcantes para a corporação, e propor uma reflexão sobre o comportamento dos agentes envolvidos, cerca de 400 militares foram convidados a assistir ao documentário “ À queima roupa “, que será lançado em circuito no próximo dia 16. Também foram convidados acadêmicos, pelo menos um advogado e jornalistas, estes chamados pela diretora do filme e pela Diretoria Geral de Ensino e Instrução da Polícia Militar. Tudo teria transcorrido com tranquilidade se o comandante da Academia da Polícia Militar (Acadepol), coronel Luiz Claudio dos Santos Silva, e o subcomandante, tenente-coronel Louzada, não se opusessem à presença dos jornalistas. Todos foram convidados a se retirar do local.

O filme com direção de Theresa Jessouroun, que faz uma reflexão sobre crimes praticados por PMs nos últimos 20 anos, entre eles as chacinas de Vigário Geral, em 1993 — quando 21 pessoas foram assassinadas —, e da Baixada, em 2005 — com a morte de 30 civis,  foi apresentado na última sexta feira no Rio.

Durante a sessão, um fotógrafo chegou a ser hostilizado por cadetes sentados nos fundos da sala de exibição. Após a exibição houve debate entre os cadetes que, inclusive, criticaram o filme justificando que ele mostra somente um lado da PM. “Acharam que o documentário deveria mostrar o lado bom da PM também. O filme não é contra a PM. Ele mostra o que ela fez de errado. E é uma oportunidade para uma reflexão para que isso nunca mais volte a acontecer”, comentou a diretora que, apesar das críticas, avaliou o debate como positivo entre os cadetes.

Finda a discussão entre os militares, a diretora do documentário, Theresa Jessouroun, disse ter conversado com o comandante sobre a retirada dos jornalistas. “Disse que ele deu um tiro no pé. Porque ele perdeu uma grande oportunidade de mostrar que a Polícia Militar está aberta, transparente. Foi uma atitude contrária à proposta da exibição do documentário para os cadetes, que foi incitar uma discussão sobre o comportamento de PMs”, criticou.

Em nota, a Polícia Militar do Rio de Janeiro informou que o comandante da Academia da Polícia Militar Dom João VI, coronel Luiz Claudio dos Santos Silva, tinha acordado com a imprensa que os jornalistas só participariam do evento até um determinado momento. Em seguida, ele seria restrito aos cadetes, já que a exibição do filme visava à instrução acadêmica.

* Por Kika Santos, com informações do Jornal O Globo.

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Estado Islâmico executa cinegrafista iraquiano e mais três civis em Bagdá

O Estado Islâmico (EI) executou em público um cinegrafista iraquiano, o seu irmão e outros dois civis, na última sexta-feira (10), em Samra (Bagdá), de acordo com a família da vítima. Raad al-Azzawi tinha 37 anos e trabalhava para o canal de televisão local Sama Salaheddin. Os jihadistas também teriam executado em simultâneo, no norte do país, nove pessoas, suspeitas de ligações a grupos sunitas, segundo fontes dos serviços de segurança e testemunhas citados pela agência noticiosa AFP.

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Segundo a organização Repórteres Sem Fronteiras (RSF), al-Azzawi, pai de três filhos, foi sequestrado pelo grupo jihadista em 7 de setembro. “Levaram-no de sua casa, juntamente com o irmão”, contou um membro da família, que acrescentou: “Não fez nada de mal, o seu único crime foi ser operador de câmara, apenas fazia o seu trabalho”. Um comunicado da RSF divulgado no mês passado informava que o EI tinha ameaçado o jornalista por se recusar a trabalhar para o grupo. 

“Estou esperando a minha vez”

John Cantlie em um dos vídeos divulgados pelo EI - Foto: Reprodução_AFP
John Cantlie em um dos vídeos divulgados pelo EI – Foto: Reprodução_AFP

Outro profissional da imprensa segue na mira do EI. Militantes do grupo Estado extremista postaram na Internet um artigo escrito supostamente por John Cantlie, um jornalista britânico feito prisioneiro por jihadistas, na qual ele pede ao governo britânico para negociar a sua libertação.

A par do artigo, o jornal Dabiq, pertencente ao EI, publica uma foto do jornalista vestido com um macacão laranja, igual aos usados pelos jornalistas norte-americanos executados pelos extremistas islâmicos. “Agora, se algo não mudar de forma radical e muito rapidamente, estou esperando a minha vez”, enfatizou Cantlie, citado pelo jornal Daily Mail. Anteriormente, o grupo havia publicado três vídeos com mensagens de Cantlie; num desses, ele diz que a ajuda norte-americana à oposição síria tem um efeito nulo.

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*Informações do Jornal de Notícias, AFP, Portal Imprensa e rádio Voz da Rússia.

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