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Abert registra 173 casos de violência contra a imprensa no último ano

DEU NA AGÊNCIA BRASIL – No último ano, foram registrados 173 casos de violência contra profissionais e veículos de comunicação no Brasil, entre assassinatos, agressões, ataques, ameaças, detenções, intimidações, censura e condenações. O número é 27% maior que o registrado no período anterior, quando foram identificados 136 casos. Os dados constam do Relatório sobre Liberdade de Imprensa da Associação Brasileira de Emissoras de Rádio e Televisão (Abert), que será apresentado amanhã (9) pelo presidente da entidade, Daniel Slaviero, durante a 44ª Assembleia Geral da Associação Internacional de Radiodifusão (AIR), na Cidade do Panamá. O levantamento foi feito com dados que vão de outubro do ano passado até agora.

De acordo com o relatório, foram registradas 66 agressões no período, sem contar com os casos ocorridos durante as manifestações na Copa do Mundo, quando houve 35 casos de violência contra profissionais e veículos de comunicação. Desse total, 30 registros são de agressões e intimidações, a maioria cometida por manifestantes e policiais militares.

No último ano, foram assassinados sete profissionais da imprensa. Segundo a Abert, depois da morte do cinegrafista Santiago Andrade, da TV Bandeirantes, o governo reforçou as medidas para a segurança de jornalistas durante as manifestações, mas os equipamentos de proteção individual, como coletes à prova de balas, capacetes e máscaras antigás não fizeram parte do dia a dia das equipes.

“Isso é preocupante. A Abert tem cobrado das autoridades para que essas agressões sejam devidamente apuradas e não fiquem impunes. As liberdades de expressão e de imprensa precisam de vigilância permanente, para não haver retrocessos”, avalia Slaviero. O número de ataques ao patrimônio de veículos de comunicação chegou a 15 no último ano, cinco a mais que no período anterior. Sedes de rádios e de jornais, além de automóveis, foram incendiados ou depredados.

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Entidade de imprensa alerta sobre autocensura de jornalistas na Venezuela

DEU NO PORTAL IMPRENSA – O Instituto de Imprensa e Sociedade (Ipsys, na sigla em espanhol) divulgou uma nota para denunciar a autocensura de jornalistas que atuam na Venezuela. No comunicado, o órgão afirma que os repórteres evitam publicar informações com receio de retaliações governamentais. Há também, conforme a entidade, possíveis sanções de veículos por matérias prejudiciais às autoridades do país.

Segundo o portal Venezuela Al Día, a entidade identificou o problema durante um levantamento para verificar as condições de trabalho dos comunicadores na região. “A conclusão […] é o reconhecimento da autocensura como um sintoma muito grave na situação dos jornalistas”, disse Marielena Balbi, diretora do IPYS, na apresentação de “A ordem é o silêncio”.

A investigação foi realizada entre agosto e setembro deste ano e foram consultados cerca de 225 jornalistas de meios privados (89%), comunitários (5%), estatais (3%) e independentes (3%). Os repórteres entrevistados trabalham em diversas cidades venezuelanas, como Miranda, Carabobo, Zulia, Aragua, Táchira, Lara, Mérida, Anzoátegui, Falcón, Portuguesa, Barinas, Bolívar, Monagas.

Dos comunicadores entrevistados, 29% reconheceu que se autocensurou depois que o veículo em que trabalha não divulgou uma informação. Já 28% revelou que o fez para evitar ameaças contra sua segurança e integridade pessoal, enquanto 26% fizeram isso para evitar sanções e novas leis sobre meios. Além disso, 23% disseram evitar publicar um dado por mera precaução.

O estudo constatou, também, que a censura é proveniente do poder Executivo em 34% dos casos. O relatório confirma as dificuldades vivenciadas pelos meios de comunicação na Venezuela. Além da autocensura, os veículos lutam para se manter em circulação diante da falta de subsídios para a compra de papel, o que resultou na deterioração dos jornais na região.

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Estado Islâmico publica 11 regras para jornalistas que cobrem as ações do grupo

DEU NO PORTAL IMPRENSA – O grupo extremista Estado Islâmico (EI) divulgou na última terça-feira (7/10) 11 “regras” para os jornalistas que acompanham os territórios dominados por eles na Síria, no Iraque e em cidades curdas da Turquia, onde tenta ampliar seu poder. De acordo com a ONG de notícias especializada no conflito Syria Deeply, houve uma reunião entre repórteres e funcionários da assessoria de imprensa do grupo radical, que esclareceram a maneira como cobertura deve ser realizada.

Para permanecer no território, os jornalistas devem respeitar 11 regras, como relata o Huffington Post:

1 – Os correspondentes devem jurar lealdade ao califa Abu Bakr al-Baghdadi e serem súditos do EI;

2 – Os trabalhos dos jornalistas estarão sob supervisão exclusiva da assessoria de imprensa do EI;

3 – Os jornalistas podem trabalhar diretamente com agências de notícias internacionais (como Reuters, AFP e AP), mas devem evitar todos os canais locais e internacionais de televisãopor satélite. Eles também estão proibidos de fornecer qualquer material exclusivo (som ou imagem) a essas agências;

4 – Os jornalistas estão proibidos de trabalhar aos veículos inscritos “na lista negra de emissoras que lutam contra países islâmicos” (como Al-Arabiya e Al Jazeera) criada pelo EI. Os infratores serão responsabilizados;

5 – Os jornalistas estão autorizados a cobrir eventos da região governada com textos e imagens sem precisar da autorização da assessoria de imprensa do EI. Contudo, todos os materiais publicados devem levar os nomes do jornalista e do fotógrafo responsáveis;

6 – Os jornalistas não estão autorizados a publicar qualquer reportagem (impressa ou transmitida) sem antes entrar em contato com a assessoria de imprensa do EI;

7 – Os jornalistas podem ter contas próprias nas redes sociais e blogs para divulgar notícias e fotos. No entanto, a assessoria de imprensa do EI deve ter os endereços dessas contas e páginas;

8 – Os jornalistas devem respeitar os regulamentos ao fotografar dentro dos territórios controlados pelo EI e evitar filmar locais onde fotografias são proibidas;

9 – A assessoria de imprensa do EI irá acompanhar o trabalho dos jornalistas no território controlado pelo grupo e nos veículos de comunicação estatais. Qualquer violação das regras em vigor levará à suspensão do jornalista e ele será responsabilizado;

10 – As regras estão sujeitas a alterações a qualquer momento, dependendo das circunstâncias e do grau de cooperação e compromisso dos jornalistas;

11 – Os jornalistas recebem uma licença para trabalhar depois de apresentar um pedido de autorização na assessoria de imprensa do EI.

A violência do EI contra a imprensa ganhou força em agosto deste ano, quando o grupo divulgou um vídeo com a decapitação do jornalista James Foley, que prestava serviços para o site Global Post e para AFP. Duas semanas depois, outro registro mostrava a execução do repórter freelancer Steven Sotloff. Ambos estavam reféns do EI na Síria desde 2012. Os atos ocorreram em represália aos ataques aéreos dos Estados Unidos contra forças jihadistas.

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Irã liberta jornalista presa desde julho

Autoridades do Irã libertaram a jornalista Yeganeh Salehi, de 30 anos, colaboradora do jornal dos Emirados Árabes The National. Libertada sob fiança, a esposa de Jason Rezaian, correspondente do jornal The Washington Post em Teerã, havia sido detida junto ao marido e outro casal de jornalistas – que já foi libertado –, em julho deste ano. Rezaian (38), que é iraniano-americano, permanece detido, de acordo com informações divulgadas pelo Post nesta segunda-feira (6). Os Estados Unidos solicitaram a libertação do profissional, mas o Irã não reconhece a dupla nacionalidade, e por isso rejeitou os apelos do Departamento de Estado americano.

Segundo o The National, o irmão de Rezaian, Ali Rezaian, afirmou que Salehi foi solta no fim da semana passada, após ter tido permissão para visitar seu marido. Ali Rezaian ainda teria declarado que os dois estavam “psicologicamente saudáveis” e que a família de Salehi no Teerã não comentará o caso com a imprensa e pediu privacidade. Ele acrescentou que Salehi não pode mais trabalhar como jornalista no Irã e não deu mais detalhes.

Yeganeh Salehi e seu marido Jason Rezaian, que permanece detido/ Foto: Reprodução
Yeganeh Salehi e seu marido Jason Rezaian, que permanece detido/ Foto: Reprodução

O casal foi preso em 22 de julho como parte de questões ligadas à segurança da república islâmica, conforme declarações de um funcionário do Judiciário do Irã, em meados de agosto. As forças de segurança foram até a casa dos jornalistas e confiscaram seus bens pessoas, incluindo computadores, livros e notas. Ainda em agosto, um jornal conservador mencionou acusações de espionagem. No fim de julho, outro funcionário falou de ‘atividades dos inimigos (do Irã) e de seus agentes’, em relação às duas detenções.

O diretor-geral do departamento de meios de comunicação estrangeiros no ministério iraniano da Cultura, Mohamad Kushesh, afirmou aguardar uma nova definição sobre o caso. “Esperamos que Jason Rezaian seja libertado em breve”, acrescentou. O executivo disse que sua pasta está fazendo o possível para que Rezaian também seja libertado, embora tal decisão não esteja em sua alçada. Em comunicado, a família de Yeganeh agradeceu a libertação. “Estamos convencidos de que Jason não cometeu nenhum crime, e rezamos para que o governo iraniano chegue à mesma conclusão e o liberte também”.

*Informações da AP e da AFP  via Estadão.

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