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Na UESB FM, “Acontece Conquista” aborda importantes temáticas sociais

Quem estava sentindo falta do programa Acontece Conquista vai poder mergulhar nos novos conteúdos trazidos pelo semanal a partir desta terça-feira (13), às 13h, na rádio UESB FM, emissora da Universidade Estadual do Sudoeste da Bahia. De acordo com a organização, a temporada 2021 do programa abordará temas que recebem pouco espaço na mídia tradicional e vai promover debates e análises em profundidade. O projeto é um dos programas educativos selecionados por edital que entraram na grade da emissora. A realização é do IDAC (Instituto de Desenvolvimento Humano e Ação Comunitária) e a apresentação ficou com as jornalistas Luciana Oliveira e Thaís Pimenta.

O programa ainda conta com uma equipe diversa de profissionais em sua produção, montagem e divulgação. “Nós estamos muito agradecidos à Uesb pela oportunidade do programa. É uma forma de trazer pluralidade ao debate social, à comunicação regional”, afirma Alexandre Botelho, presidente do IDAC.

Em 2020, o programa chegou a ir ao ar via edital UESB comunidade. Mas, logo veio a pandemia, com o necessário isolamento social para conter o coronavírus, e a produção foi interrompida, por medida de segurança. “Agora, depois de quase um ano, já aprendemos a conviver melhor com esse ‘novo normal’, conhecemos as medidas preventivas, adaptamos a rotina de produção e achamos viável continuar esse projeto que, do ponto de vista social e da democratização da comunicação, é tão importante”, salienta Thaís Pimenta.

O programa, que é gravado no laboratório da rádio do curso de Comunicação Social da UESB, está seguindo medidas como o uso de máscaras, higienização dos microfones, distanciamento, trazendo apenas um convidado por vez. Já a produção é realizada toda de forma online: reunião de pauta, formulação do roteiro e algumas entrevistas estão sendo feitas via plataformas de chamada de vídeo. “Na verdade, o mundo do jornalismo teve que se adaptar às novas rotinas de produção para dar continuidade às atividades”, acrescenta a apresentadora.

O Acontece Conquista é exibido toda terça, às 13 horas, na Uesb FM 97.5 ou pelo site <http://www2.uesb.br/radio/>. O horário da reprise ainda será divulgado. A equipe também estuda a possibilidade de disponibilizar o programa, após exibição na Rádio UESB, em plataformas digitais.

Saúde mental em foco

A primeira edição deste ano debateu o tema saúde mental no contexto da pandemia. De acordo com Luciana Oliveira, a intenção era falar da crise sanitária causada pela Covid-19, sem ficar apenas nos números. “Estamos há mais de um ano mergulhados numa pandemia. Mesmo que de formas diferentes, todos nós sofremos os impactos dessa crise. Aí a gente se pergunta: como segurar as pontas em meio a tantas notícias ruins? Foi pensando numa resposta que escolhemos o tema do primeiro Acontece Conquista”, explica. A entrevistada dessa edição foi Daniele Vilas Bôas, psicóloga há 17 anos.

Luciana Oliveira e Thaís Pimenta comandam o Acontece Conquista | Foto: Divulgação

Para Thaís Pimenta, a escolha temática segue à risca a proposta do projeto. “Saúde mental vem sendo, cada vez mais, um tema comum, especialmente com a pandemia. Mas, a gente tem que entender que a discussão não é sobre a saúde emocional individual. E foi sobre isso que conversamos com a convidada. O combate à pandemia, os cuidados para manter algum equilíbrio, fazem parte de uma perceptiva coletiva. Por isso, a gente também falou sobre políticas públicas para essa área. Vale muito a pena ouvir nossa primeira edição”, garante a jornalista.

Serviço
Estreia: Programa Acontece Conquista (temporada 2021)
Onde: Uesb FM 97.5 / http://www2.uesb.br/radio/
Data: 13 de abril (terça-feira)
Horário: 13 horas

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Dia Mundial do Rádio: Ninguém viu, ninguém ouviu

Por Nelson Cadena*

Quando Guglielmo Marconi inventou o rádio que não era rádio e sim telegrafo sem fio, ele mesmo assim o denominou, em 1896, não imaginou qual seria a utilidade desse trouço, além de facilitar e agilizar a comunicação à distância. Não era rádio coisa nenhuma, apenas transmitia sinais, a voz humana demorou alguns anos a ser incorporada. Somente em 1906 é que tivemos voz e música para ser ouvida. Por quem, mesmo? Radioamadores que colocavam uma espécie de fone de ouvido, acoplado a um aparelho feito a mão.

A primazia de Marconi como inventor do rádio é controversa. Os americanos creditaram a invenção, e validaram a patente, a Nikolas Testa; os russos consideram Aleksander Popov, o pioneiro; os brasileiros, o padre Landell de Moura. Seja quem for, Marconi foi o Relações Públicas do rádio no mundo e foi ele que obteve o Prêmio Nobel de Física, em 1909, e outras tantas premiações enquanto viveu, inclusive o hall da fama.

No Brasil

No Brasil, a estreia do rádio, em 07 de setembro de 1922, foi um fiasco. Som sofrível e nenhuma audiência. Nenhuma repercussão e nenhum registro fotográfico, entre as centenas de fotos existentes nos arquivos e bibliotecas, sobre a Exposição Comemorativa dos 100 anos da Independência no Brasil, cenário onde o fato ocorreu. Um release bem escrito da RCA Corporation que ganhou cantinhos escondidos nos jornais__ nenhuma linha nas revistas semanais, e a vontade dos pioneiros de validar a estreia como um grande acontecimento, fez parecer o que não foi.

A festa do Centenário foi organizada pela diplomacia brasileira, que estava lá se lixando, para experiências científicas de qualquer ordem. A prioridade era o cerimonial, a pompa e a circunstância, em torno da presença do Rei Alberto da Bélgica, dos presidentes da Argentina e Portugal e mais de uma centena de autoridades representando os seus respectivos países, atletas das nações latino-americanas e milhares de marinheiros dos navios estrangeiros ancorados no porto do Rio de Janeiro, protagonistas do grande desfile no Campo de São Cristóvão, perante 300 mil pessoas.

Inauguração sem registro

Foi uma oportunidade e tanto para os fotógrafos da época que produziram centenas de imagens e nenhuma delas retrata a dita fala do presidente da República, Epitácio Pessoa, no rádio. Os profissionais da área clicaram a grande parada militar aqui referida; a abertura dos jogos latino-americanos; a inauguração da Feira das Indústrias; visita aos pavilhões dos países; o baile na embaixada uruguaia; as festas a bordo dos navios ancorados no porto; as homenagens da Universidade do Plata ao Brasil; o baile de gala do Itamaraty; o Garden-Party do Jardim Botânico; a inauguração do monumento de Cuauhtemoc, em homenagem à delegação do México…

Clicaram ainda o campeonato de futebol do Centenário; as honras ao presidente de Portugal; a concentração do povo do lado de fora do Palácio Monroe; a iluminação cênica das ruas do Rio de Janeiro; os fogos de artifício; o meeting de atletismo; os Grandes Prêmios Ipiranga e Independência, no Jockey Club; o almoço no Palácio do Catete; palestras e conferências nos centros acadêmicos; a temporada lírica no Teatro Municipal e até o almoço que Santos Dumont ofereceu na sua residência (muitas autoridades convidadas) ao herói da 1º Guerra Mundial, o célebre aviador francês René Fonck.

Evento menor

Os fotógrafos destacaram os ilustres jornalistas presentes, dentre os quais Jorge Piacentini, diretor de La Nacion e Willian Powell Wilson do The Philadelphie Comercial… Fizeram imagens de todos e de tudo, menos da inauguração do rádio, que deve ter sido, mesmo, um evento menor, tanto que não há convergência nos registros sobre o assunto. Alguns autores falam que a inauguração foi durante o desfile do Campo de São Cristóvão, outros que foi dentro do recinto do Palácio das Indústrias. Difícil saber, o release não esclareceu.

Talvez devamos deixar de lado o entusiasmo e prestarmos maior atenção ao depoimento de Roquette Pinto, testemunha ocular e imparcial como cientista que era: ” muita pouca gente se interessou pelas demonstrações experimentais da radiotelefonia…”. Está dito e explicado quando repara que ninguém ouviu nada, reporta-se à qualidade técnica do som, mas também às circunstâncias: “no meio de um barulho infernal”.

Ninguém ouviu, ninguém viu e ninguém registrou para a posteridade aquela que seria uma imagem de fato marcante do início de uma nova era nas telecomunicações. Os americanos, fornecedores de equipamentos de transmissão, queriam vender e conseguiram. A parafernália da transmissão ficou, logo teríamos (1923) a primeira emissora de rádio do Brasil.  

*Nelson Cadena é jornalista, pesquisador e publicitário.

Nossas colunas contam com diferentes autores e colaboradores. As opiniões expostas nos textos não necessariamente refletem o posicionamento da Associação Bahiana de Imprensa (ABI)

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TV UESB entra na era digital e vai fortalecer jornalismo conquistense

Quando o calendário marcar o dia 5 de dezembro, o sinal analógico de TV deixará de funcionar em Vitória da Conquista, no Centro-Sul da Bahia. A transmissão será obrigatoriamente digital. Para cumprir a determinação do Ministério da Ciência, Tecnologia, Inovações e Comunicações, a comunicação da Universidade Estadual do Sudoeste Baiano (UESB) já fez os ajustes no Sistema UESB de Rádio e Televisão Educativas (Surte). Desde quarta-feira (18), a TV UESB e a Rádio Uesb FM, emissoras públicas, operam em SD Digital.

O assessor geral de comunicação e diretor do Surte, Rubens Sampaio, destaca os efeitos da digitalização para o jornalismo conquistense. “A grande importância está em oferecer uma opção diferenciada de informações, sem as amarras da necessidade comercial e voltada para a educação, a cultura e as necessidades sociais da comunidade”, avalia. Sampaio também é professor do curso de Jornalismo da UESB e reforça a necessidade de ofertar conteúdos que não são abarcados pela mídia tradicional. “Faremos um jornalismo que primeiro foca no formar e, depois, no informar. Nossas pautas são diferentes e a abordagem também.”

“Com a digitalização da TV, o conteúdo produzido chegará a mais pessoas com maior qualidade. A Universidade, enquanto instituição pública, tem um compromisso social muito grande. É uma preocupação nossa oferecer serviços de qualidade para a população, não só em extensão, mas também no ensino e na pesquisa”, afirma a professora Gleidi Magali Lemos, pró-reitora de Extensão e Assuntos Comunitários da instituição.

Ampliação – A digitalização amplia o sinal da UESB FM, que passará a ser a emissora de rádio da região Sudoeste com maior alcance. O sinal das emissoras chegará até Poções, Planalto, Aracatu, Barra do Choça, Tremedal, Belo Campo dentre outros municípios num raio de 100 km. A segunda etapa da digitalização da TV UESB será operar em Full HD. Para isso, está previsto um investimento na estrutura interna da emissora, com melhoria nas ilhas de edição, estúdio e câmeras. A previsão é que essa etapa seja finalizada até dezembro deste ano.

Durante os próximos 90 dias, a emissora entra em caráter experimental, aumentando progressivamente a potência do sinal até atingir 1.250 watts. Agora, o Surte conta também com um gerador próprio na torre de transmissão, que garante maior estabilidade na manutenção da TV UESB e UESB FM no ar. Para ter acesso à programação da TV UESB em sinal digital, é necessário ter o conversor instalado em sua televisão e ressincronizar no canal 4.1. As duas emissoras privadas que transmitem a partir de Vitória da Conquista, a TV Sudoeste e a TV Cabrália já fizeram as mudanças necessárias para a migração definitiva. (Com informações da ASCOM/UESB)

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Após repassar concessões a parentes, políticos seguem no controle de emissoras

A Constituição de 1988 determina que deputados e senadores não podem firmar e manter contratos diretos com a administração pública ou ser concessionários de serviços públicos. Uma matéria publicada pelo jornal Folha de S. Paulo, contudo, revela que a Justiça tem apresentado entendimentos diferentes sobre a legalidade do repasse de ações de empresas de mídia por políticos a seus parentes. Com isso, pelo menos 29 parlamentares continuam respondendo por emissoras de rádio ou TV, mesmo após repassarem as cotas de sociedade para filhos, irmãos, pais e aliados políticos.

As transferências foram feitas após a instauração de inquéritos e de ações civis públicas, movidos pelo Ministério Público Federal em 2015, questionando as concessões em nome de parlamentares. Pedro Machado, procurador do Ministério Público Federal em São Paulo que encaminhou 45 denúncias contra concessões a parlamentares pelo país, diz que o repasse de cotas a parentes virou um impasse jurídico. “Nós entendemos que, a partir do momento em que optou por ser parlamentar, o político tem que abrir mão dessa concessão”, afirma.

Apesar das contestações judiciais, há políticos que continuam no quadro societário de rádios e TVs. Eles alegam que as restrições seriam apenas para exercer cargos executivos na direção das empresas. Curiosamente, a maioria dos políticos que compõem o chamado “coronelismo eletrônico” se opõe a projetos que visam a tão falada – mas pouco discutida – democratização da mídia.

Entre os diversos exemplos citados pela reportagem, está o senador Jader Barbalho (PMDB-PA), que deu lugar à filha Giovana Barbalho na sociedade da Rádio Clube do Pará. Em junho, um juiz federal suspendeu as transmissões da emissora sob o argumento de que o quadro de sócios da empresa segue constituído por “outros membros da família”. O senador afirmou que transferiu suas cotas em emissoras de rádio e televisão para herdeiros, mas não comentou o teor da ação civil pública que levou à suspensão de uma das rádios da família.

Já em Minas Gerais, o Tribunal Regional Federal entendeu que o fato de Aécio transferir, em setembro de 2016, suas ações na rádio Arco Íris –44% do capital da emissora– à irmã, Andréa Neves, anulava irregularidades na concessão, já que ele havia saído da sociedade. O MPF recorreu e ainda não há decisão.

Tudo em casa

Outro parlamentar que se valeu de parentes para repassar as concessões foi o senador José Agripino Maia (DEM-RN), que vendeu a dois irmãos e à mãe cotas de uma rede de televisão e de emissoras de rádio no Rio Grande do Norte. “Essas emissoras pertenciam ao meu pai, recebi por herança. Mas houve esse questionamento, optei por vender as ações para meus irmãos e minha mãe. Não queria prejudicá-los”, afirma. O processo contra ele foi extinto.

Há três ações sobre o tema em tramitação no STF (Supremo Tribunal Federal). Duas pedem a inconstitucionalidade das concessões de rádio e TV para qualquer político com cargos eletivos, não só deputados federais e senadores. Outra, proposta pelo governo Michel Temer (PMDB) em dezembro de 2016, pede a suspensão de todos os processos envolvendo concessões de parlamentares com mandatos e das liminares que interromperam a transmissão de rádios e TVs até o julgamento final dos casos.

Segundo o governo, o direito à liberdade de expressão é soberano e a legislação eleitoral já tem mecanismos para coibir o abuso de poder nos meios de comunicação. O pedido foi indeferido pela ministra Rosa Weber, mas, devido a um recurso, o caso permanece inconcluso.

*Informações da Folha de S.Paulo

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