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Repórteres Sem Fronteiras divulga balanço de assistência a jornalistas

No Dia Mundial dos Refugiados, celebrado nesta terça-feira (20), a ONG Repórteres Sem Fronteiras divulgou balanço de sua atividade para fomentar a prática do jornalismo em regiões de conflitos e precariedade social. Em 2016, foram dadas 131 bolsas de assistência ao custo de mais de 330 mil euros. A RSF alertou que, em 3 de maio, Dia Mundial da Liberdade de Imprensa, foram contabilizados 69 casos de abusos em 2017, contra 41 na mesma data em 2016, um aumento de quase 70%.

Entre outras ações, a organização concede bolsas para cobrir custos de relocalização e segurança de jornalistas e apoia aqueles que sofrem perseguição, financiando despesas com advogados e assistência médica a quem sofre agressões, por exemplo. “A RSF se esforça para ajudar os jornalistas e os meios de comunicação a continuar a fazer com que ouçam suas vozes, de forma livre e independente, em seus países de origem ou no exílio”, declarou Martial Tourneur, responsável pelo escritório de Assistência da organização.

Dos recursos empenhados em 2016, 67% foram atribuídos ao desenvolvimento de atividades de meios de comunicações e organizações independentes. 47% das bolsas disponibilizadas foram para assistência destinadas a ações de relocalização e segurança de jornalistas ameaçados.

“Nossa independência financeira com relação ao poder é a garantia da nossa liberdade e eficácia”, diz Bashar Mandalawi, representante nos Estados Unidos do Journalistic Freedoms Observatory (JFO), organização parceira da RSF sediada no Iraque. Outro órgão parceiro é a Journaliste en Danger (JED). “O apoio da RSF nos permitiu continuar a desempenhar nosso papel de alertar”, Tshivis Tshivuadi, secretário geral da JED na República Democrática do Congo.

Perigo na pauta

Dois jornalistas morreram após a explosão de uma mina na cidade de Mossul, no Iraque, nesta segunda (19). De acordo com informações de autoridades americanas, Stéphan Villeneuve, da França, e Bakhtiyar Haddad, iraquiano, preparavam uma reportagem sobre o avanço das forças iraquianas contra extremistas do Estado Islâmico para a emissora France 2 quando a mina explodiu, ferindo outros dois jornalistas. Villeneuve era um veterano na cobertura de conflitos em todo mundo. Ele foi levado para o hospital da base militar americana próxima a Mossul com ferimentos graves, mas morreu pouco depois.

Apoiado por uma coligação internacional liderada pelos Estados Unidos, as forças iraquianas levam a cabo, desde outubro, uma grande ofensiva para expulsar o grupo extremista Estado Islâmico (EI) de Mossul, que foi tomada em junho de 2014. Mossul, segunda cidade do Iraque, é o último grande reduto urbano do grupo terrorista no país. Segundo a RSF, com estas mortes sobe para 27 o número de jornalistas mortos desde 2014 no conflito no Iraque.

*Informações do Portal IMPRENSA e da Associação Brasileira de Imprensa.

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Cinegrafista demitida após agredir refugiados pode pegar cinco anos de prisão

As cenas de uma jornalista húngara chutando refugiados sírios que tentavam atravessar a fronteira da Sérvia para entrar na Hungria escandalizaram todos os veículos de comunicação daquele país. Após a divulgação das imagens, publicadas pelo jornalista Stephan Richter, a repórter cinematográfica Petra Lazlo foi demitida pela N1TV e pode ser condenada a até cinco anos de prisão pela agressão, que se tornou símbolo da crescente intolerância de países da Europa. Segundo o Jornal britânico The Guardian, a cinegrafista tem ligações com o partido de extrema-direita Jobbik, radicalmente contrário à imigração e defensor de ideias neonazistas.

Petra Lazlo era funcionária do canal N1TV na cobertura dos enfrentamentos entre refugiados e a polícia na cidade húngara de Roszke na última terça-feira. Enquanto filmava a fuga de refugiados sírios, ela foi flagrada colocando o pé na frente de um homem que tentava escapar de um policial, derrubando-o e agredindo com chutes outras pessoas. Nem mesmo o fato de o homem carregar uma criança em seu colo deteve a repórter, mais tarde flagrada chutando uma menina.

As cenas ganharam as redes sociais, e milhares de comentários pedem que Petra seja processada para responder de forma mais grave pelo ato. Perfis de repúdio contra a jornalista também já foram criados pelos internautas. O Comitê de Helsinque para os direitos humanos indicou que, como a repórter chutou várias pessoas, pode ser condenada a cumprir de 1 a 7 anos de prisão, uma vez que a violência foi direcionada contra membros de um grupo específico.

Interesses “cristãos”

Nos últimos dias, a situação na fronteira daHungria com a Sériva, em Röszke, tem sido bastante tensa. O primeiro-ministro húngaro, Viktor Orban, é alvo de críticas pelo discurso contra a entrada de imigrantes estrangeiros e por ordenar a construção de uma cerca ao longo da fronteira com a Sérvia para tentar conter o fluxo de migrantes e refugiados que tentam atravessar a Hungria para chegar à Áustria e a Alemanha. Mais de 160 mil migrantes ou refugiados entraram na Hungria em 2015, segundo autoridades do país.

Orban é líder do Fidesz, partido de tendência nacionalista e conservadora. Recentemente, ele criticou os planos da União Europeia de criar cotas de recebimento de refugiados para países do bloco. E disse estar defendendo “interesses cristãos contra o fluxo de muçulmanos chegando à Europa”. Uma recente enquete revelou que 46% dos húngaros é contra a entrada de imigrantes no país, um índice que triplicou em 20 anos.

A Hungria é um dos países com um intenso fluxo imigratório de refugiados vindos principalmente do Oriente Médio, especialmente na Síria – que passa por Turquia, Grécia, Macedônia e Sérvia, até chegar a Budapeste, já na União Europeia e perto dos países mais ricos do bloco. Da capital húngara, os imigrantes tentam chegar à Áustria ou à Alemanha. Uma pesquisa registra que 66% da população húngara vê os refugiados como uma ameaça à estabilidade de seu país. Milhares de pessoas, porém, tem se posicionado a seu favor durante a atual crise, mobilizando-se para ajudá-los, apesar do repúdio explícito manifestado pelo Governo àquilo que considera uma invasão.

*Informações da Associação Brasileira de Imprensa (ABI), BBC Brasil, El País (Edição Brasil).

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Foto de criança síria afogada na Turquia choca o mundo

Pelo menos 12 imigrantes sírios que fugiam do Estado Islâmico e da guerra civil no país, entre eles oito crianças, morreram nesta quarta-feira (2), na costa da Turquia, quando tentavam cruzar o Mar Egeu e chegar à Grécia, informou a agência de notícias estatal turca Anadolu. Uma imagem forte da realidade de centenas de milhares de pessoas que tentam fugir da guerra, da fome e da miséria é alerta para o mundo civilizado de que algo precisa ser feito. A foto chocante (que não é reproduzida nesta matéria) mostra o corpo de um bebê, de bruços numa praia de Bodrim, no sul da faixa asiática da Turquia. Os cadáveres das crianças apareceram no início da manhã, o que levou a Guarda Costeira a mobilizar várias equipes de salvamento, que conseguiram resgatar seis pessoas das duas embarcações avariadas.

Apesar do choque causado pela imagem, a foto deve se tornar um símbolo do drama dos refugiados que tentam chegar à Europa fugindo de conflitos e da pobreza no Oriente Médio e no norte da África. A tragédia causou comoção em milhares de usuários, que replicaram a foto e lamentaram o custo humano da crise imigratória. O assunto foi um dos mais comentados no Twitter, onde o registro ganhou a hashtag #kiyiyavuraninsanlik, algo como “a humanidade se choca contra a costa”.

Os imigrantes tentam cruzar a nado a distância de cinco quilômetros entre o popular resort de verão de Bodrum, no sudoeste turco, e a ilha grega de Kos. Dois barcos que tentavam fazer a jornada naufragaram em águas internacionais, segundo a agência turca Dogan. Uma embarcação de 2 metros com nove imigrantes do Paquistão foi forçada a retornar por autoridades turcas.

A maioria dos imigrantes tenta fazer esse trajeto durante a noite, aumentando os riscos, segundo moradores na região. Um refugiado sírio, Omer Mohsin, disse à agência Dogan que seu barco naufragou pouco após zarpar, às 2h (hora local). Segundo o refugiado, caberiam dez pessoas no barco, mas foram colocadas 17, cada uma pagando 2.050 euros aos traficantes de pessoas.

*Informações da Revista IstoÉ e do El País (edição Brasil).

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