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Conselho de Comunicação aprova exigência do diploma de jornalista

DEU NA ABI – Associação Brasileira de Imprensa

O Conselho de Comunicação Social do Congresso Nacional (CCS) aprovou, nesta quarta-feira, 6 de agosto, o parecer favorável apresentado pelos conselheiros Celso Augusto Schröder, Alexandre Kruel Jobim e Ronaldo Lemos, às Propostas de Emenda à Constituição (PECs) que determinam a exigência de diploma para exercício da profissão de jornalista. Item mais polêmico da pauta, o parecer recebeu seis votos favoráveis e cinco contrários. O assunto já havia sido debatido na Comissão Temática da Liberdade de Expressão do Conselho de Comunicação Social, que se manifestou contra a obrigatoriedade do diploma. As PECs 206 e 386 ainda aguardam aprovação na Câmara dos Deputados.

O exercício profissional do jornalismo é regulamentado pelo Decreto-Lei 972/69, por sua vez regulamentado pelo Decreto 83.284/79. A regulamentação da profissão previa a formação de nível superior específica em Jornalismo como requisito para o exercício profissional, mas foi modificada por decisão do Supremo Tribunal Federal (STF), em 2009, que considerou a exigência inconstitucional a exigência do diploma de jornalismo e o registro profissional no Ministério do Trabalho como condição para o exercício da profissão.

Segundo Schröder, que preside a Federação Nacional dos Jornalistas (Fenaj), enquanto foi norma no Brasil, a exigência da formação nunca impediu o direito à opinião e à livre manifestação do pensamento, nem a colaboração, especializada ou não, nos meios de comunicação social. “Vale ressaltar, ainda, que os parlamentares estão exercendo a função para a qual foram eleitos: legislar, inclusive modificando a Constituição Federal, naquilo que for necessário para o ordenamento constitucional e infraconstitucional, com vistas ao aperfeiçoamento da democracia brasileira”, afirmou.

Favorável à exigência do diploma, o vice-presidente do conselho, Fernando César Mesquita, argumentou que a formação é um instrumento importante, inclusive para ampliar os horizontes do profissional. “Até porque as novas mídias precisam de muita atenção e cuidado”, ponderou.

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A pacificação do Rio, agora manchada por um estupro coletivo

DEU NO EL PAÍS*

As 38 Unidades de Polícia Pacificadora (UPPs) instaladas desde dezembro de 2008 em várias favelas do Rio de Janeiro estão definitivamente no olho do furacão. Depois de vários casos de corrupção e violência desenfreada que já vinham manchando a imagem de diversas unidades, o contingente pacificador destacado na favela do Jacarezinho, uma área da zona norte do Rio outrora conhecida como Faixa de Gaza, é agora alvo de uma denúncia de estupro tendo como vítimas três jovens de baixa renda, uma delas menor de idade. Segundo as vítimas, o crime foi cometido na madrugada de terça-feira por quatro agentes que já estão sob prisão preventiva e que serão julgados por tribunais da Polícia Militar. Dessa maneira, o mesmo projeto que surgiu sob a aprovação quase unânime dos principais especialistas em segurança pública enfrenta hoje uma crescente resistência por parte de um setor nada desdenhável das favelas ocupadas, e a nova denúncia solapa ainda mais a sua credibilidade.

“É um incidente muito grave, que demonstra que a relação entre a polícia e essas comunidades está muito longe do objetivo inicial do projeto das UPPs”, opina o sociólogo Ignacio Cano, especialista na questão da violência. Diante da gravidade do fato, a Polícia Militar se apressou em emitir uma nota afirmando que “as medidas adotadas serão rigorosas, incluindo a prisão e a possível expulsão da instituição [dos autores do crime, uma vez que se confirme sua culpa]. O comando da PM lamenta o episódio e repudia esse crime bárbaro, ressaltando que não coincide em nada com o comportamento que se espera de um policial”, conclui a nota.

“É uma reação positiva, já que se abre a possibilidade de uma investigação, algo que não tem sido frequente na Polícia Militar. Isso é fundamental para que se acredite no sistema e para que as pessoas continuem denunciando esses crimes”, comenta Cano.

Já a socióloga Jacqueline Pitanguy, coordenadora-executiva da ONG Cidadania, Estudo, Pesquisa, Informação e Ação (Cepia), afirma que “quando quem comete esse delito é um agente do Estado, a mulher passa a ser triplamente vulnerável, já que é muito mais difícil que sua denúncia chegue a bom porto e, o mais preocupante, que ela não sofra represálias”.

A agressão relatada pelas vítimas, que já identificaram os agressores entre 60 agentes apresentados para reconhecimento, aconteceu a poucos metros de umas das vias ferroviárias que cruzam a favela do Jacarezinho. Ali costumam se reunir consumidores de crack, fazendo dessa zona uma das cracolândias mais conhecidos da zona norte carioca. As operações policiais e de agentes sociais são permanentes na região, embora até agora não tenham conseguido acabar com o acampamento improvisado de consumidores.

Segundo os primeiros relatos, uma patrulha de seis agentes se aproximou das jovens e as obrigou a irem até um local próximo, onde o estupro coletivo teria ocorrido. O Instituto Médico Legal (IML) do Rio submeteu as vítimas a perícia para determinar a autoria do crime. Os soldados Gabriel Machado Mantuano, Renato Ferreira Leite, Wellington de Cássio Costa Fonseca e Anderson Farias da Silva, todos com menos de três anos de serviço na Polícia Militar, encontram-se detidos no presídio militar de Benfica, no Rio do Janeiro. Só um deles confirmou o estupro.

O episódio põe sobre a mesa o debate a respeito da violência sexual, frequentemente ofuscado pelas notícias de tiroteios, homicídios e autos de resistência no Rio de Janeiro. Pitanguy acredita que “enquanto o tráfico de drogas imperava nas favelas atualmente ocupadas pelas UPPs, as mulheres estavam mais indefesas. Uma vítima de violência doméstica ou sexual dificilmente podia sair da comunidade e denunciar [o caso] à polícia”.

Segundo dados contabilizados no Dossiê Mulher, elaborado anualmente pelo Instituto de Segurança Pública (ISP) do Rio de Janeiro, o número de estupros no Estado vem crescendo exponencialmente desde 2008. Em 2012 (6.029 casos), 82,8 % das agressões sexuais tiveram como vítimas mulheres, a maioria entre 5 anos e 19 anos de idade, brancas ou pardas, e solteiras. De acordo com Cano, “não se sabe se esse aumento se deve ao fato de que as pessoas denunciam mais ou à ocorrência de mais estupros”.

Pitanguy acrescenta que “a partir do momento em que a violência sexual tem uma maior visibilidade pública e passa a ser um fenômeno descrito nas estatísticas criminais, já estamos diante de um avanço. O mais perigoso é quando é invisível, quando não é contabilizada e quando não há espaços para denúncia. Durante muitas décadas, no Brasil, essa era a situação”.

*Francho Barón para o El País (Edição Brasil)

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ABI discute desafios da implantação do Memorial da Resistência

O ciclo “Três novos endereços de Cultura” está de volta. Dessa vez, a Associação Bahiana de Imprensa (ABI) vai realizar um debate para traçar reflexões sobre as dificuldades na implantação do projeto “Memorial da Resistência Carlos Marighella”. O evento, que será realizado no dia 12 de agosto, às 9h30, trará à sede da ABI o arquiteto Pasqualino Magnavita, a professora Maria Teresa Navarro de Brito Matos e o advogado Carlos Augusto Marighella, filho do militante Carlos Marighella (1911-1969) – um dos mais conhecidos opositores ao regime militar e defensor das liberdades democráticas no país.

O projeto para a criação do Memorial da Resistência é uma bandeira levantada há anos por diversos movimentos sociais e ganhou força em 2011, quando, por iniciativa de Carlos Augusto Marighella, foi encaminhado o pedido ao Governo do Estado da Bahia. Nos casarões de números 28 e 30 da Rua João de Deus, no Pelourinho, o governo estadual pretende implantar até o final de 2014 o Memorial da Resistência Carlos Marighella. O espaço vai guardar e expor documentos e obras daqueles que combateram a opressão na Bahia, desde lutas como a Revolta dos Malês (1835) e a Sabinada (1837-38) até embates mais recentes, com destaque para a oposição à Ditadura Militar.

Debater a situação em que se encontra o projeto e buscar meios para torná-lo realidade é o propósito do debate que será promovido pela ABI. “A ABI escolheu a data de 12 de agosto porque nesse dia, em 1798, os sediciosos contra o jugo português, contra a escravidão e a favor de um Brasil independente e justo com o seu povo panfletaram as principais vias da Cidade do Salvador com boletins em que expunham as principais reivindicações do movimento. A data nos pareceu apropriada para debater o projeto do Memorial de Resistência”, explica o presidente da entidade, Walter Pinheiro.

A discussão sobre o Memorial da Resistência dá continuidade às reflexões propostas pela ABI, com o apoio do Instituto Geográfico e Histórico da Bahia (IGHB). A primeira edição do evento abordou a situação da primeira sede do governo primaz da Igreja Católica, o Palácio Arquiepiscopal de Salvador, que passa por intenso processo de arruinamento. O debate iniciado no dia 22 de abril, com a palestra do arquiteto e professor Francisco Senna, foi retomado no dia 29 de maio pelo arcebispo de São Salvador da Bahia e primaz do Brasil, dom Murilo Krieger. No último dia 29, a Arquidiocese de São Salvador da Bahia e a Superintendência do Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (IPHAN) na Bahia apresentaram o projeto de restauração do edifício para implantação do primeiro Centro de Referência da História da Igreja Católica do Brasil.

O que: Debate sobre o projeto do Memorial da Resistência

Quando: Dia 12 de agosto, às 9h30

Onde: Auditório Samuel Celestino da Associação Bahiana de Imprensa (8º andar do Edifício Ranulpho Oliveira – Rua Guedes de Brito, 01, esquina da Praça da Sé)

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Jornalista defensor de direitos humanos é encontrado morto na Rússia

Timur Kuashev, repórter da revista russa Dosh, foi encontrado morto na última sexta-feira (1/8), numa floresta na cidade de Nalchik, ao sul da Rússia. O jornalista, que denunciava crimes contra direitos humanos no país, havia desaparecido um dia antes e dizia ter recebido ameaças de autoridades locais.

De acordo com o site Caucasian Knot, cerca de 200 pessoas compareceram ao enterro de Kuashev no último sábado (2/8). A causa da morte ainda não foi revelada. Colegas de profissão e líderes sociais na região do Cáucaso, onde o jornalista atuava, afirmam que sua morte está relacionada ao trabalho em defesa dos direitos humanos.

A ONG Repórteres Sem Fronteira (RSF) também se manifestou sobre o caso. “A morte de Kuashev é mais um lembrete do preço exorbitante pago pelo jornalismo independente em certas repúblicas no Cáucaso Russo. A impunidade generalizada desfrutada por aqueles que atacam jornalistas na região deve ter um fim com urgência”, declarou Johann Bihr, chefe da pasta Europa Oriental da RSF.

Um artigo no Dosh disse: “Nós acreditamos que Timur foi sequestrado de sua casa. O celular, que ele sempre carregava, foi encontrado em seu apartamento”. Seu colega, Abakar Abakarov, acredita que em assassinato. “Seu corpo carrega todos os sintomas de envenenamento. Seus dedos ficaram enegrecidos. Há um sinal de uma injeção em sua axila e vermelhidão da pele. Não há dúvida de que foi um assassinato planejado e cometido por um profissional”.

Kuashev havia denunciado abusos aos direitos humanos cometidos pelas forças de segurança no decurso de operações antiterrorismo. Ele também criticou a política russa na Ucrânia. Em 21 de Maio, Kuashev foi preso sem explicações pouco antes do início de uma marcha comemorativa pelos 150 anos do fim da Guerra do Cáucaso. Na época, o jornalista afirmou que o simples objetivo era preveni-lo de cobrir o evento.

Fonte: Portal Imprensa, Caucasian Knot e The Guardian.

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