ABI BAHIANA

ABI e UniRuy avançam nas negociações para restaurar acervo do Museu Casa de Ruy Barbosa

Em visita técnica realizada ao Museu Casa de Ruy Barbosa, na manhã desta quarta-feira (10), o professor José Dirson Argolo, restaurador de obras de arte e especialista em preservação de monumentos e bens históricos, avaliou o estado do acervo do equipamento cultural. A iniciativa faz parte dos esforços da Associação Bahiana de Imprensa (ABI) e do Centro Universitário UniRuy para dimensionar os custos de um projeto de restauro das obras e da Casa. O vice-presidente da instituição, Luís Guilherme Pontes Tavares, e a museóloga Renata Ramos, responsável pelo Museu de Imprensa da ABI, receberam o docente no local.

O Museu Casa de Ruy Barbosa foi erguido sobre a casa onde, em 1849, nasceu Ruy Barbosa, na Rua dos Capitães (atual Rua Ruy Barbosa), Centro Histórico de Salvador. O imóvel original encontrava-se em ruínas quando foi adquirido pela ABI, através de uma campanha de subscrição popular liderada pelo jornalista Simões Filho (1886-1957). O Museu é administrado desde 1998 por meio de um convênio firmado com a Faculdade Ruy Barbosa, instituição pertencente à outra empresa, que posteriormente recebeu o status de centro universitário. Em 2021, o UniRuy e a ABI retomaram as negociações que viabilizarão um acordo para a restauração do Museu e seu acervo.

O acervo é constituído por peças em metal, louça, tecido e gesso, além de estatuetas, telas, mobiliário, livros e documentos diversos que se referem à vida, obra e trajetória de Ruy Barbosa (1849-1923). O “Águia de Haia”, como ficou conhecido, teve uma atuação marcante em mais de cinco décadas da história do Brasil, como jurista, diplomata, jornalista, escritor e político. Alguns desses itens foram subtraídos do imóvel durante o furto ocorrido em setembro de 2018.

O UniRuy se propôs a custear os reparos no imóvel, começando pelo telhado e o inventário, bem como remoção do acervo para um local escolhido pela ABI. Por indicação da ABI, foram contratadas as bibliotecárias Ana Lúcia Albano e Graça Catolino, que coordenarão a equipe técnica responsável pelo inventário. O trabalho começa na próxima segunda-feira, dia 15, e deverá se estender por mais trinta dias, liberando o imóvel para intervenções na estrutura física.

O UniRuy avalia ainda a possibilidade de assumir os custos da restauração das obras de arte e demais itens do acervo museológico. Os entendimentos avançam em reuniões semanais. O objetivo é que o espaço logo esteja em condições de ser reaberto ao público e passe a exercer a sua finalidade, de receber visitantes e principalmente ser um centro de atividades, estudos, pesquisas e divulgação sobre Ruy Barbosa e sua obra.

“Estamos empenhando nossos esforços, juntamente com a ABI, para promover as condições favoráveis à reabertura do Museu, bem como assegurar sua longevidade”, enfatiza Rodrigo Vecchi, Reitor do UniRuy.

Acervo danificado

De acordo com José Dirson Argolo, o tempo fechado e sem manutenção expôs o acervo e o imóvel. Ele comparou as obras com fotos feitas há dois anos, quando realizou levantamento e apresentou orçamento para a restauração e conservação do material. “Encontrei a Casa em condição complicada. Quando fiz a primeira avaliação, as peças estavam em um estado que ainda possibilitava um bom restauro”, lamentou. Uma das obras mais danificadas, segundo ele, é um retrato da esposa de Ruy Barbosa, Maria Augusta Viana Bandeira. “A gente pode limpar, mas a camada de carvão que era o desenho do artista está borrada, porque alguém fez uma limpeza de forma indevida, provavelmente utilizando flanela e álcool. Podemos fixar o que salvou dele, mas não voltará ao que era”, analisou.

“O acervo precisa ser deslocado daqui. E que se providencie a sua restauração, para que possamos conservar para a posteridade esse acervo tão importante sobre Ruy”, alertou. Com os dados coletados hoje, o restaurador vai atualizar e concluir o projeto, revisando os orçamentos que serão encaminhados ao UniRuy.

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ABI emite Nota de Pesar pela morte do professor Roberto Santos

A Associação Bahiana de Imprensa soma-se a todas as instituições e pessoas enlutadas com o falecimento do ex-governador Roberto Figueira Santos, também ex-reitor e ex-professor da Universidade Federal da Bahia. Neste momento de despedida, necessário lembrar e reconhecer a trajetória honrada de um baiano que, ao cumprir longeva e profícua existência terrena, inscreve seu nome entre os maiores dos filhos desta terra.
Por todos os feitos, como intelectual e como político, pelo filho reverente, que teve os primeiros passos iluminados pelo pai, igualmente ilustre e marcante professor Edgard Santos, e soube iluminar a sua família, constituída com D. Maria Amélia Menezes Santos, oferecendo-nos, também, um exemplo dignificante de esmerado pai de família; pela forma sempre respeitosa com que se relacionou com os profissionais e empresas de comunicação social; pela visão acurada de estadista sobre o papel da comunicação pública, que levou à criação da Secretaria Estadual de Comunicação Social; pelo prestígio dado à ciência, em todas as oportunidades que a vida pública lhe ofereceu; pela grandeza de conhecer, com galhardia, os desafios de viver 94 anos; a Associação Bahiana de Imprensa (ABI-Bahia) expressa, neste momento de pesar, a sua gratidão ao professor Roberto Santos e solidariza-se com familiares e amigos, ao tempo em que firma o compromisso público com a memória deste grande baiano.

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Notícias

Relatório do Instituto Reuters elenca tendências para o jornalismo e a comunicação em 2021

O relatório anual do Instituto Reuters e da Oxford é um dos mais esperados da comunicação. Nele, dados se cruzam sobre a área, uma das mais afetadas nos últimos anos pelas redes sociais, registrando a perda de receita de publicidade e a migração de audiência para outros conteúdos – inclusive em portais de fake news. Mas, se 2020 foi o ano-castástrofe para muito negócios, no caso do jornalismo e da comunicação, em geral, ficou clara a sua importância.

Em meio ao caos de acontecimentos inéditos, o trabalho do profissional de informação foi considerado de primeira necessidade. Pensando nisso e de olho na ofensiva que governos pelo mundo têm se organizado para fazer em torno das principais empresas tech – como Facebook e Google – confira abaixo 10 tendências para 2021 elencadas pela parceria do Instituto Reuters, um dos mais renomados da área, com a Universidade de Oxford.

1. A inteligência artificial chegou para ficar

A automação feita por conta da IA já vista em muitos outros setores de mercado deve dar as caras com mais força na comunicação a partir de 2021. “Novas tecnologias, como inteligência artificial (IA), levarão a uma maior eficiência e automação em muitos setores, incluindo o editorial este ano. Mas, à medida que a IA sai dos laboratórios para a aplicação na vida real, podemos esperar um debate mais acalorado sobre seu impacto na sociedade – sobre o ritmo da mudança, sobre transparência e justiça”, explicam os dados do relatório.

Muitos veículos ainda estão fazendo transição para o digital. Mas de uma forma ou de outra, a pandemia de Covid-19 acelerou esse cenário de transformação online, que culminará com mais IA dentro das empresas de comunicação. De qualquer maneira, segundo o material, “os planos de negócios incluem trabalho mais remoto e uma mudança mais rápida para modelos de negócios focados no leitor”. O tempo parece que nunca correu tão rápido para os jornalistas.

2. Imparcialidade X opinião

De acordo com o documento, as noções de imparcialidade estão cada vez mais difíceis de serem atingidas nesse momento de polarização de ideias. “As noções tradicionais de imparcialidade e objetividade jornalística estão sob pressão em uma era de maior polarização política e social – com meios de comunicação mais parciais previstos para lançar este ano.” Em outras palavras, ganhará mais atenção da audiência quem claramente disser a que veio.

“Apesar disso, a grande maioria (88%) dos pesquisados, o que inclui um grande número de editores seniores, afirma que o conceito de imparcialidade é mais importante do que nunca. Ao mesmo tempo, quase metade (48%) concorda que existem algumas questões políticas e sociais em que não faz sentido ser neutro”, mostra o relatório. Essa aposta de produção de conteúdo se une a de que, em um mundo cada vez mais complexo, será necessário expertises cruzadas (de sociologia, antropologia, História, ciências, etc) para poder explicá-lo com neutralidade.

3. Limites para a chamada “liberdade de expressão”

Em um ambiente tão polarizado como o que encontramos hoje nas redes sociais, alguns limites do que pode e não pode ser dito foram pulverizados. “Com vidas em risco e sob ameaça de regulamentação, espere uma abordagem mais intervencionista sobre conteúdo prejudicial e não confiável e maior destaque para marcas de notícias confiáveis ​​- juntamente com maior apoio financeiro”, enfatiza o relatório.

Já foi possível ver isso na prática, nas primeiras semanas do ano, com as restrições impostas ao ex-presidente Donald Trump por parte do Twitter e do Facebook. De acordo com o material, a perspectiva é otimista para quem produz notícia: “no final do ano, o jornalismo pode estar um pouco mais separado da massa de informações que é publicada na internet”, diz o relatório.

4. A volta do contato cara a cara

Ainda que o trabalho jornalístico tenha sido considerado de primeira necessidade durante a pandemia de Covid-19, muita gente está há meses trabalhando de casa no contato com suas fontes e apurações. Para 2021, o relatório prevê que isso deve mudar e os jornalistas serão vistos mais em campo, como se diz.

“Podemos esperar uma sede de contato face a face após um ano de bloqueios e restrições ao movimento. Os eventos da vida real devem retornar este ano, conforme a fadiga do Zoom se manifestar.”

5. Vídeos online e algoritmos

Quando o assunto é desinformação, o material aponta os vídeos online ainda como a maior fonte para fake news. Ele deve seguir sendo uma preocupação para quem atua na área.  “Ele se torna o principal foco de preocupação em torno da desinformação, com o surgimento de canais hiper partidários baseados na opinião e podcasts de vídeo distribuídos por plataformas como YouTube e Spotify”, dizem os dados do documento. Ou seja, é mais uma pedra no sapato na hora de lidar com a regulação de conteúdo e a delicada fronteira que pode transformar em censura a remoção de algo do ar. Essa experiência terá que ser feita em modo beta, ou seja, com tudo já acontecendo.

6. Áudio, a estrela da vez

A pandemia fez o auge da comunicação em áudio se acelerar e agora os podcasts são o que há de mais novo e interessante quando o assunto é produção de conteúdo. O relatório aponta esse caminho também e novas movimentações no mercado brasileiro não podem deixar isso passar despercebido, como o surgimento da plataforma brasileira Orelo para podcasts.

“O áudio continua a ser um ponto brilhante para a mídia de notícias, com forte inovação em conteúdo e modelos de negócios. Espere ver um foco crescente em podcasts pagos e pagamentos de plataforma, ampliando a gama de opções de monetização.” Em outras palavras, quem ainda não começou a focar em conteúdo de áudio já está perdendo tempo.

7.  Prepare-se para o 5G

Só se fala na tecnologia 5G, que vai dar um salto ainda maior no volume de consumo de dados e, consequentemente, de conteúdo. “Os lançamentos 5G ganham ritmo em todo o mundo, junto com uma proliferação de novos dispositivos, incluindo wearables e smart glasses”, adianta o relatório.

Editores e CEOs devem se preparar para um futuro em que a distribuição do conteúdo será essencial para manter suas marcas vivas – e não só a produção garantirá o interesse. Se não chegar nas pessoas, nesse mar de informações diárias, não adiantará nada focar em qualidade ou volume.

8. Jornalismo orientado para fato e explicações

Nunca se valorizou tanto o papel do jornalista-especialista em sua área de atuação quanto agora. Saúde, economia, política, história… Tudo isso ganhou destaque com a pandemia de Covid-19 e as matérias mais aprofundadas, com explicações que vão além das manchetes e devem ser as preferidas do público.

“As empresas que investiram em recursos especializados e talentos antes da crise estavam em melhor posição para aumentar sua reputação. Jornalistas de saúde e especialistas médicos se tornaram nomes conhecidos distribuindo seu conhecimento pela TV, rádio, podcasts e online – respondendo a perguntas do ouvinte e ajudando a corrigir informações falsas”, diz o relatório.

9. Renovação da confiança no jornalismo

Tanto por parte da audiência quanto pelo lado dos profissionais, o mundo virado pelo avesso que a pandemia de Covid-19 trouxe teve como resultado um reconhecimento maior da necessidade de se fazer bom jornalismo. Isso tanto por parte de quem o consome, o público espectador, quanto por parte de quem o produz. Sob pressão, o apuro precisou ser ainda maior e, como essa pressão não deve se dissipar tão cedo, esse cenário se mantém.

O que é bom em matéria de conteúdo deve prevalecer. “Apesar do panorama econômico desolador, a confiança em empresas individuais permanece surpreendentemente forte (73%), enquanto a confiança no jornalismo de forma mais ampla aumentou de 46% para 53%, em comparação com a pesquisa do ano passado”, informa o material da Reuters com a Oxford.

10. Impulso na assinatura digital e outras formas de pagamento

O relatório já havia indicado, em 2020, que essa forma de financiamento por parte dos veículos de mídia seria cada vez mais usada: o pagamento para se poder consumir o conteúdo. Seja por meio de paywall, seja por assinatura digital ou colaboração coletiva, os caminhos estão sendo delineados, ainda que não alcancem o mesmo valor conseguido com projetos publicitários.

Mas é fato que a partir de agora o leitor terá que pagar: “A Covid-19 deu um grande impulso a essa tendência, com o especialista em assinaturas Zuora relatando que a publicação de mídia foi o segundo segmento de crescimento mais rápido – depois de serviços de streaming de vídeo como Disney +, Netflix e Amazon Prime. A média de assinaturas em notícias, de acordo com Zuora, foi cerca de 110% maior do que no ano anterior, na comparação dos meses de março a maio de 2020”, informam os dados. “O New York Times sozinho adicionou mais de um milhão de assinantes digitais em 2020 – citando uma demanda sem precedentes por jornalismo de qualidade, original e independente.”

No Brasil esse esclarecimento sobre o valor das notícias e do jornalismo de qualidade já começou, mas ainda precisa avançar para chegar a níveis mais próximos aos de Estados Unidos e Reino Unido.

Fonte: Luciana Fonseca para site Consumidor Moderno.

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Revista AglomeraDores discute o direito à cidade e o processo de transformação urbana

Aglomerar é uma ação que se tornou proibida em tempos de pandemia de Covid-19. A partir dessa realidade e com a proposta editorial de debater o direito à cidade e a   gentrificação por meio de um resgate histórico, será lançada no próximo sábado (6/2), a Revista AglomeraDores. O evento de lançamento é gratuito e acontece no espaço Al Mare, às 16h, na Ribeira. A revista impressa terá edições trimestrais e será comercializada a um custo de R$20. 

O poeta e ativista do movimento negro Marcelo Teles, idealizador da publicação, assume a função de editor-chefe, em parceria com sua sócia, a designer gráfica Nilma Santos, também ativista do movimento negro. A AglomeraDores conta ainda com a colaboração dos(as) colunistas:  Dhay Borges, ativista nacional do Movimento Negro; Jamile Santana, poetisa, compositora e bacharel em Humanidades; Renata Cytryn, mestra em antropologia; e Marcella Gomez, bióloga e mestranda em educação (PPGEDUC – UNEB). As imagens são do fotógrafo  Antonello Veneri.

De acordo com os idealizadores, a revista “aquilomba experiências dos quatro cantos de Salvador e traz a cidade para o centro do debate, revelando vivências de uma perspectiva incomum, mas cotidiana, presentes da Ladeira da Preguiça a Ilha de Maré”. A AglomeraDores pretende promover o diálogo, mas também um tipo de escrita que não cria barreiras, fazendo com que a mensagem chegue a diversos segmentos sociais. “O desafio é uma busca sensível pela informação e formação política para o povo negro. AglomeraDores é o caos sem saída de emergência, é a filosofia periférica com o intenso sopro dos que vieram antes na luta antirracista”, destaca o idealizador Marcelo Teles. 

Junção de duas palavras (Aglomera + Dores), a revista nasce da ideia de aglomeração urbana das grandes cidades, os aglomerados de concreto que tomam toda a cidade ou os barracos urbanos, entupindo os espaços urbanos de difícil acesso. “Fala a respeito das dores que ficam invisíveis diante o olhar doentio e naturalizado pelas violências correlatas do racismo. A revista relaciona o direito à cidade com questões como o racismo, gênero e o localismo, como também outros recortes que levam uma cidade a ser duas pela segregação socioespacial”, conclui o editor-chefe.

Divulgação: Revista AglomeraDores
Serviço
Lançamento da Revista AglomeraDores
Local: Al Maré, na Ribeira. Próximo ao fundo do colégio Costa e Silva
Data: Sábado, dia 6, às 16h
Gratuito | Revista terá o custo de R$20
OBS: O evento contará com a presença do idealizador e equipe, respeitando as medidas de distanciamento social e de lotação do espaço.
Mais informações: (71) 99688-0599 (Marcelo Teles)
Email: [email protected]

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