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Ataque do Estado Islâmico deixa seis mortos em emissora de TV

Os ataques a jornalistas continuam pelo mundo afora. Dessa vez o atentado aconteceu em uma estação de televisão estatal afegã, na cidade de Jalalabad, onde seis pessoas foram mortas na última quarta-feira (17). O Estado Islâmico reivindicou a responsabilidade do ataque, que ainda deixou 24 feridos.

O atentado na emissora foi conduzido por quatro invasores, um deles estava com a bomba que foi detonada na entrada do complexo. Os outros três terroristas foram mortos por forças de segurança durante o combate.

O Comitê de Segurança dos Jornalistas Afegãos condenou o ataque, que disse ser uma violação das leis de guerra, que protegem a mídia assim como os civis.

Fonte: ABI

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Político paquistanês oferece recompensa para quem matar novo diretor da “Charlie Hebdo”

DEU NO PORTAL IMPRENSA – O ex-ministro paquistanês, Ghulam Ahmad Bilour, anunciou que pagará uma recompensa de US$ 200 mil para quem matar o novo diretor da revista satírica Charlie Hebdo, o cartunista Laurent Sourisseau, que assina suas charges como Riss. Segundo RFI, Riss estava na redação no dia do massacre, que levou à morte de 12 pessoas. No atentado, o cartunista levou um tiro no ombro, mas escapou da morte ao se esconder embaixo de uma mesa.

Bilour, que oferece um prêmio pelo assassinato do chargista, é um extremista do Partido Nacional Awami (ANP), uma formação ultraconservadora. Em 2012, ele ofereceu US$ 100 mil dólares de recompensa pela morte dos autores do curta-metragem “A Inocência dos Muçulmanos”, que caçoava do profeta Maomé e foi divulgado no YouTube.

Leia também: Edição histórica do satírico francês ‘Charlie Hebdo’ chega ao Brasil

O ex-ministro quer a morte de Riss por causa das novas caricaturas de Maomé publicadas no número histórico do Charlie Hebdo, que chegou às bancas após a morte de seus principais chargistas. Atualmente, ele é deputado e anunciou que dará US$ 100 mil às famílias dos terroristas responsáveis pelos ataques em Paris.

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Maré humana toma Paris em defesa da liberdade de expressão

Um verdadeiro mar de gente tomou conta das ruas de Paris neste domingo (11) para protestar contra o extremismo e defender a liberdade de expressão e a unidade. Em um país que declarou a República há mais de 225 anos, o ataque ao semanário satírico Charlie Hebdo – que deixou 12 mortos –, além das mortes da jovem policial abatida a tiros e das quatro pessoas na tomada de refém em um mercado parisiense de comida judaica, motivaram uma massa de cerca de 1,5 milhão de pessoas que se abarrotaram nas ruas da cidade. Em toda a França, foram cerca de 3,7 milhões que marcharam contra o terrorismo. Meia centena de líderes da Europa, África e Oriente Médio também participaram da histórica manifestação pela liberdade e democracia.

Leia também: ABI repudia mortes de jornalistas e atentado à liberdade de expressão

A multidão, reunida sob um frio sol de inverno, alterna slogans como “Viva a França”, “Eu sou Charlie” e sua variação mais abrangente “Eu sou Charlie, judeu, policial”. Liberdade era a palavra mais ouvida entre a população francesa. A movimentação na capital francesa começou na Praça da República, onde jovens passaram a subir no monumento de Marianne, figura que representa a república francesa, onde estão grafadas as palavras Liberdade, Igualdade e Fraternidade. Bandeiras da França foram levantadas no monumento e receberam a companhia de símbolos de outros países.

“Charlie, Charlie” era um dos gritos dos presentes, até que passaram a cantar “La Marseillaise”, hino nacional francês. Numerosos, os cartazes ‘Je Suis Charlie’ (na tradução ‘Eu Sou Charlie’) se espalharam por toda a praça e arredores. Nas ruas mais próximas da République, era impossível se mover enquanto a caminhada não começava. A imensa mobilização passou pela Bastilha e terminou na Praça da Nação, onde familiares das vítimas foram recebidos com silêncio e aplauso. Depois, o hino francês foi novamente entoado pela multidão, uma marcha que antes pregava a guerra, agora prega a união e a paz entre os povos. A presença massiva demonstrou também uma afirmação dos franceses em defesa da nação, em vez de expressar o medo ao terror. Nas ruas, a principal defesa da voz das ruas era pela livre expressão e pela liberdade de culto, como relatam os manifestantes.

Manifestação histórica

A grande manifestação deste domingo na capital francesa foi seguida de outras nas principais cidades do país. Esses protestos já foram precedidos por outros espontâneos realizados na quarta-feira passada, horas depois do ataque jihadista contra o jornal satírico Charlie Hebdo, que terminou com 12 assassinados e, no sábado, quando mais de 700.000 pessoas saíram às ruas de todo o país para expressar oposição ao terrorismo e ao antissemitismo. Nas manifestações de sábado, muitos dos participantes carregavam cartazes com a frase “Sou judeu”.

Pelo menos cem mil pessoas protestaram em Toulouse (sul), 40.000 em Lille (norte), 30.000 em Pau (sudoeste) e dezenas de milhares mais em outras cidades, para prestar uma homenagem às vítimas. Em cidades como Orleans, Rouen e Marselha, os manifestantes saíram às ruas mostrando lápis e capas do semanário atacado, que perdeu cinco de seus cartunistas. Eles mostravam cartazes com inscrições como “não tenho medo” e “contra o obscurantismo”.

*Informações da AFP, Terra e El País (Edição Brasil)

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Jornalismo protesta consternado contra atentado bárbaro. Polícia persegue terroristas

Os principais jornais europeus publicaram nesta quinta (8) um editorial conjunto em defesa da liberdade de expressão, enquanto os veículos de comunicação resolveram se unir para ajudar o jornal Charlie Hebdo a continuar circulando. Os poucos sobreviventes do jornal decidiram demonstrar que o Charlie Hebdo está ferido, mas não morto, depois do atentado da última quarta-feira. Eles contam uma vez mais com a ajuda de um jornal irmão em ideologia, o Libération. Foi também esse jornal que acolheu a redação do semanário satírico quando suas instalações foram destruídas por um coquetel molotov em 2011.

Agora, está prevista para semana que vem, com apoio de toda a imprensa francesa, uma nova edição do jornal, que deve ter mais de um milhão de exemplares.

De acordo com o editorial assinado pelos diários Le Monde, The Guardian, Süddeutsche Zeitung, La Stampa, Gazeta Wyborcza e EL PAÍS, a imprensa satírica agita e desperta consciência. O texto ressalta que a ação não é apenas um ataque à liberdade de imprensa e à liberdade de opinião, mas também aos valores fundamentais das sociedades democráticas europeias. “Já nos últimos meses, a liberdade de pensar e informar estava sob a mira, com a decapitação de outros jornalistas, norte-americanos, europeus e de países árabes, sequestrados e assassinados pelas mãos da organização Estado Islâmico”, destaca o texto. E avisa que os jornais europeus continuarão dando vida aos valores de liberdade e independência. “Continuaremos informando, investigando, entrevistando, editando, publicando e desenhando sobre todos os temas que nos pareçam legítimos, em um espírito de abertura, enriquecimento intelectual e debate democrático”.

Ao redor do mundo, tanto organizações trabalhistas quanto patronais criticaram veementemente os assassinatos. Desde o atentado terrorista, as mídias sociais e a cobertura das redes internacionais de TV cobram uma forte condenação por parte do mundo islâmico em relação ao episódio. Mas, a população muçulmana já condenou os ataques. O levantamento da cobertura jornalística no mundo árabe, feito por exemplo pela britânica BBC e pelo israelense “Haaretz”, mostra uma imprensa tão crítica quanto a europeia ou a americana. Na capa do jornal pan-árabe “al-Sharq al-Awsat” a manchete, em árabe: مذبحة في اجتماع التحرير. “Massacre na reunião editorial”, em português.

Uma das críticas mais contundentes veio, como talvez fosse de se esperar, do libanês “al-Nahar” –o editor-chefe, Gebran Tueni, e o colunista Samir Kassir foram mortos em 2005. O cartunista Armand Homsi desenhou, para esse jornal, um lápis afiado desafiando um rifle Kalashnikov. O editorial de quinta-feira dizia: “Todos os jornalistas assassinados são uma tocha iluminando o caminho para outros jornalistas. Não importa o quanto eles tentem silenciar a mídia, a palavra escrita continua a ser uma bomba relógio que um dia irá explodir na cara do terrorismo e de todos os terroristas”.

Caçada 

Os dois supostos autores do atentado contra o jornal “Charlie Hebdo”, em Paris, integram “há anos” a lista de terroristas elaborada pelos Estados Unidos, informou à AFP um funcionário americano. Após o ataque ao jornal, Chérif e Said fugiram e foram vistos no norte da França, onde as forças da ordem fazem uma enorme operação, com mais de 80 mil agentes. A caçada prossegue nesta sexta-feira (9), mobilizando milhares de homens e cinco helicópteros. Os dois suspeitos falaram com a polícia por telefone e disseram que querem “morrer como mártires”, disse o parlamentar Yves Albarello, que é da cidade de Dammartin-en-Goële, onde ocorre o cerco, segundo a CNN. O atentado foi saudado nesta quinta-feira (8) pelo grupo Estado Islâmico, que chamou os irmãos de “heróis”.

Nascido em 28 de novembro de 1982 em Paris, francês de nacionalidade e apelidado Abu Isen, Chérif Kouachi integrava a chamada “rede de Buttes-Chaumont”, comandada pelo “emir”‘ Farid Benyettu. Ela era encarregada de enviar jihadistas para combater no braço iraquiano da Al-Qaeda, então liderado por Abu Mussab al Zarkaui. Detido pouco antes de viajar à Síria, Chérif foi julgado em 2008 e condenado a três anos de prisão, com 18 meses sob liberdade condicional.

Segundo o jornal “Guardian”, Chérif trabalhava na época como entregador de pizza e havia dito às autoridades que foi motivado a viajar ao Iraque por imagens de atrocidades cometidas pelas tropas americanas na prisão de Abu Ghraib, em Bagdá. O suspeito era órfão de pais de origem argelina do oeste da França e tinha formação técnica em instrutor de educação física, ainda de acordo com o “Guardian”. Said também nasceu em Paris e tem nacionalidade francesa. Ele passou “vários meses” treinando com armamento de guerra com um membro da Al-Qaeda no Iêmen em 2011, antes de regressar à França, disse ao jornal “The New York Times” um funcionário americano. (Até o fechamento desta matéria, os suspeitos continuavam foragidos).

*Com informações do Jornal Nacional, El País (Edição Brasil), G1 e Folha de S. Paulo.

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