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Cachoeira inicia comemorações da Independência da Bahia

A cidade de Cachoeira, no Recôncavo baiano, iniciou neste domingo, 25 de junho, as comemorações da Independência da Bahia, celebrada no próximo dia 2 de julho. Em homenagem à Batalha de Cachoeira, a cidade festejou com desfile cívico seu protagonismo na luta pela Independência do Brasil, que completa 195 anos em 7 de setembro.

Placa-para-o-poste-225x300A cerimônia contou com um enredo histórico que reverenciou o Rio Paraguaçu como ponto estratégico para Cachoeira e o Recôncavo da Bahia no período colonial, homenageou as mulheres, índios e negros que se dedicaram às lutas.

Pela manhã, foram hasteadas as bandeiras do Brasil, do Estado e de município, em frente à Câmara, cerimônia do tradicional Te Deum, uma missa em forma de canto, na paróquia local. À tarde, os tradicionais desfiles com a imagem do Caboclo e das fanfarras escolares animaram moradores e turistas.

“É um reconhecimento aos nossos antepassados. Precisamos reverenciar e exaltar nossa história para que a juventude tenha orgulho de seu povo guerreiro”, salienta o jornalista cachoeirense Romário Gomes, que é editor do jornal A Cachoeira e integra a diretoria da ABI.

Capital por um dia

Ontem, a Bahia não teve como capital a cidade de Salvador, e sim Cachoeira. É que desde 2007, a cidade passa a ser simbolicamente capital do estado neste período, por causa da Lei 10.695 – aprovada pela Assembleia Legislativa da Bahia, como forma de homenagear a cidade. Cachoeira, a Heroica, assim denominada pela lei nº 43, de 13 de Março de 1837, em virtude dos seus feitos, foi a Sede do Governo Provisório do Brasil pela primeira em 1822 e, novamente, em 1837, quando ocorreu o levante da Sabinada na Bahia.

Junto a outros municípios do Recôncavo, como Saubara e Santo Amaro, Cachoeira protagonizou batalhas pela independência do país no século 19, sendo uma das pioneiras no processo de emancipação política de Portugal. No dia 25 de junho de 1922, antecipando o Grito do Ipiranga, Cachoeira já proclamava o Príncipe D. Pedro I como Regente: estava lançada a semente, que frutificou em 2 de Julho de 1823, quando a Bahia definitivamente tornou-se livre do jugo português, consolidando a Independência do Brasil. Desde 25 de junho de 1824, a cidade comemora esta data em memória e homenagem ao seu ato heroico de batalha pela independência.

*Com informações da Secretaria de Educação de Cachoeira e do jornal A Tarde

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Crítica ao cenário educacional marca abertura da Flica 2016

A 6ª edição da Festa Literária Internacional de Cachoeira (Flica) teve início na tarde desta quinta-feira (13) e abrilhanta até domingo a cidade do Recôncavo baiano. Com rica programação cultural, a Flica reúne anualmente nomes da literatura local, nacional e internacional. Mas nem só de música, sarau, dança e oficinas é feita a festa que movimenta Cachoeira. Já na primeira mesa de discussões, a historiadora e escritora carioca Mary Del Priore denunciou as condições do ensino no Brasil e criticou a classe política.

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Foto: Egi Santana

Del Priore, que destacou a importância dos índios na formação do Brasil, falou sobre seu mais recente livro, Histórias da Gente Brasileira, durante bate-papo conduzido pelo secretário estadual da Cultura, Jorge Portugal. A educação foi um dos assuntos abordados pela escritora. “Esta é uma lacuna enorme na história do país. Mas aprendi, enquanto escrevia, que nem toda sabedoria está nos livros. Quando olhamos para o passado, a gente percebe que tinha ‘sabenças’, que eram informações passadas pelos mais velhos aos mais novos e esse saber da tradição não pode ser deixado de lado”.

A historiadora protestou contra as condições dos professores no país. “Como no passado, o professor continua ganhando um frango, meia dúzia de ovos e um saco de farinha. Que me desculpem os políticos que estão aqui, mas essa é uma classe que, como sempre, continua fazendo discursos e promessas em campanhas e não as cumpre”, criticou.

Flica que segue

Hoje (14/10), a programação da Flica começa às 10h, com mesa dedicada à literatura de fantasia, com a participação do carioca Eduardo Spohr, autor de Filhos do Éden, e a baiana Scarlet Rose, que escreveu Finlândia. As mesas seguintes contarão com Milton Hatoum e Ana Maria Machado, homenageada deste ano. Na Fliquinha, no Cine Theatro Cachoeirano, tem contação de histórias com Lídia Hortélio, às 9h30, e apresentações musicais, com destaque para Carlinhos Brown, que estará num bate-papo às 16h30. Ainda na sexta-feira, o Balé Teatro Castro Alves (BTCA) faz performances do espetáculo “Voyeur do Movimento” às 17h, na Escadaria da Câmara de Cachoeira.

No sábado (15), das 18h às 19h30, o público poderá conferir o projeto “O Violão e a Palavra”, com a participação do secretário Jorge Portugal e do cantor, compositor e pesquisador da música baiana, Roberto Mendes. Os dois falarão dos meios de composição da música popular, das métricas à melodia, com mediação do filósofo e professor Saulo Matias Dourado. O encontro será realizado na Escadaria da Câmara de Cachoeira.

Programação Cultural

Sexta-feira 14/10
8h às 12h e das 14h às 18h – Fantástico Mundo da Leitura – Auditório Hansen Bahia
9h – Biblioteca Móvel – Em frente a Fliquinha (Cine Theatro Cachoeirano)
17h – Balé Teatro Castro Alves com performances “Voyeur do Movimento”
17h – Lançamento de Livros – Espaço Educar para Transformar/Conversas Íntimas: um convite ao prazer – Luís Carlos Assis Rosa /Olhos D´agua – Lita Passos/ Dor de Facão e Brevidades – Rosana Almeida

Sábado 15/10
9h – Escolas Culturais – Stand
9h – Biblioteca Móvel – Em frente a Fliquinha (Cine Theatro Cachoeirano)
18h – Violão e a Palavra – Conversa cantada com Jorge Portugal e Roberto Mendes

Domingo 16/10 
9h – Biblioteca Móvel – Em frente a Fliquinha (Cine Theatro Cachoeirano)

Serviço “Território Flica”
De quinta a sábado, das 9h às 16h – Caminhão Educativo
Quinta, das 13h às 17h / Sexta e sábado, das 9h30 às 12h30 e das 14h às 17h
Quinta, a partir das 16h30 – Cine Fliquinha (integra programação da Fliquinha)
Sexta, a partir das 16h30 – Bate-papo musical com Carlinhos Brown (integra programação da Fliquinha)
Sábado, das 8h às 12h e das 14h às 18h – Oficina de Stop Motion

*Informações do Correio* e do G1

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Jornalista baiano Antônio Torres é homenageado na quinta edição da Flica

Do agitado mundo das redações às letras que não têm pressa de traduzir as gentes. Essa é a trajetória de dois jornalistas que, fascinados pelo profundo de cada história, decidiram fazer brotar romances. O recém-empossado na cadeira 23 da Academia Brasileira de Letras, Antônio Torres, de 75 anos, é o homenageado da quinta edição da Festa Literária Internacional de Cachoeira -Flica 2015, que começa hoje e se estende até domingo (18). Ele estará na abertura do evento, ao lado do também jornalista e escritor Igor Gielow, para discutir o tema “Gentes Brasileiras”, com mediação do poeta e secretário de Cultura do Estado, Jorge Portugal. São diversos no tempo e nos espaços, nos temas e ritmos, porém muito mais os une do que os separa.

Esta é a primeira vez de Torres e Gielow na Flica. “Fui convidado primeiro, depois tive a boa notícia de que eu seria o homenageado da edição. Embora eu seja um baiano desgarrado, a minha literatura é super agarrada à Bahia”, comenta Torres, que sucedeu João Ubaldo Ribeiro na Academia de Letras da Bahia e foi empossado no último mês de maio. Nascido em Junco (atual Sátiro Dias, a 205 km de Salvador), ele começou a escrever em diários como Jornal da Bahia e Última Hora, migrou para a publicidade e depois passou para a literatura. “Comecei a trabalhar no Jornal da Bahia, entre os 18 e 19 anos, fazendo o jornalismo ‘barra-pesada’, que foi uma grande escola. Mas, de fato, a maior escola no jornalismo é o esporro do chefe e, nesse caso, eram dois: João Carlos Teixeira Gomes e Ariovaldo Matos”, afirmou ao Correio*.

Seu primeiro romance, “Um Cão Uivando Para a Lua”, foi escrito quando tinha 32 anos. Foi o seu terceiro livro, “Essa Terra”, de 1976, que o consagrou nacionalmente e, mais tarde, o lançou para o mundo, tendo sido publicado em países como França, Bulgária e Paquistão. A narrativa, baseada nas lembranças do autor, abordava o êxodo rural dos nordestinos. Desde sua estreia, foram mais de 15 livros, entre romances, coletâneas de crônicas e infantis.

Já Igor Gielow estreou na literatura este ano com o romance de guerra Ariana, escrito a partir de suas memórias sobre as viagens ao Paquistão e Afeganistão. “Eu gosto de dizer que Ariana é um livro completamente verossímil. Praticamente tudo o que está lá ou aconteceu comigo ou com alguém que eu conheci”, comenta Gielow, que espera poder contribuir no debate “Gentes Brasileiras” não só como escritor, mas também como jornalista.

A festa

Foto FlicaA Flica 2015 vai mesclar a participação de autores baianos com representantes de outros estados. Entre os representantes locais estão o pesquisador Luiz Claudio Dias Nascimento e o escritor Carlos Ribeiro. O primeiro, que tem como temas de suas pesquisas a escravidão e o candomblé, participará amanhã, às 10h, da mesa Etnias, Resistências e Mitos, junto com o também historiador Tâmis Parron. Já o ficcionista Carlos Ribeiro estará no debate sobre o centenário do escritor Adonias Filho (1915- 1990), nascido em Ilhéus. Ao lado de Ribeiro, na sexta-feira, às 15h, estará a escritora Silmara Oliveira, também baiana.

Entre os autores de destaque da literatura nacional está o carioca João Paulo Cuenca, autor de livros como “O Único Final Feliz Para uma História de Amor É um Acidente”. Cuenca participa amanhã, às 15h, da mesa O Superficial da Profundidade, em que estará também o romancista brasiliense Lima Trindade. Uma das estrelas da literatura internacional que virá à Flica é a americana Meg Cabot, autora do juvenil “O Diário da Princesa”, lançado em 2000 e que se tranformou numa série de mais de dez volumes.

A portuguesa Mariana Trigo Pereira, o nigeriano Helon Habila e a americana Sapphire são outros autores internacionais que virão à Flica. Além da programação dedicada aos adultos, há a Fliquinha, com atividades dedicadas às crianças, incluindo atrações musicais como o grupo Canela Fina e a trupe de palhaços Nariz de Cogumelo. Escritoras como Ana Raquel e Edsoleda Santos participarão de bate-papos com as crianças no Cine Teatro Cachoeira.

  • Confira a programação completa aqui.

*Com informações de Correio* e A Tarde

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ABI BAHIANA Notícias

ABI se solidariza com diretor da instituição agredido por PMs em Cachoeira

Mais um caso de violência policial reforça o grave cenário de abusos e violações aos direitos humanos na Bahia e reacende o debate sobre os limites para o uso da força militar nas abordagens. Durante a reunião da Associação Bahiana de Imprensa (ABI), realizada na manhã desta quarta-feira (11), um dos diretores da entidade, o jornalista e advogado Romário Costa Gomes, relatou ter sido brutalmente agredido por policiais militares, no último dia 16 de fevereiro, na cidade de Cachoeira, no Recôncavo Baiano. Com a presença dos diretores, o presidente da ABI-Bahia, Walter Pinheiro, prestou solidariedade ao colega. Uma representação preparada por três advogados será protocolada na Corregedoria da Polícia Militar, na Secretaria de Segurança Pública do Estado da Bahia e na Secretaria de Comunicação Social do Estado da Bahia. O documento será encaminhado à ABI-Bahia, à Ordem dos Advogados do Brasil Seção Bahia (OAB-BA) e ao Sindicato dos Jornalistas do Estado da Bahia (Sinjorba), para que estas instituições dirijam-se diretamente ao Governo do Estado, para cobrar responsabilização e punição dos agressores.

Segundo a ‘Guia para Exame Médico-Legal’, requerido pela Delegacia Territorial de Cachoeira, o advogado alega que foi agredido fisicamente pelo 1º Sgt. Elinaldo de Souza Bonfim e pelo soldado Jackson dos Santos Souza, quando abordado no centro da cidade, acusado de estar obstruindo o trânsito. Romário Gomes, que alegou não usar drogas e não estar sob efeito de substância entorpecente, foi acusado de desacatar os policiais envolvidos na operação, da qual participou também o soldado Edson dos Santos Leal. O relatório assinado pelo médico clínico da Santa Casa de São Félix, Zacarias dos Apóstolos, atesta que Romário Gomes apresentava escoriações e hematomas no antebraço e punho, nas mãos e cotovelos.

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“Eu trafegava numa ladeira, em Cachoeira, que dá acesso uma avenida à beira rio. Reduzi a velocidade para cumprimentar duas pessoas e deixá-las atravessar a rua, quando surgiu uma viatura ao meu lado, impedindo o acesso de quem estava do sentido contrário. O sargento chamou a minha atenção ‘para que não obstruísse a via’. Eu respondi que estava em movimento lento, mas quem estava obstruindo a passagem era a viatura policial, por estar na contramão. Mas eles são ousados e prepotentes, não admitem que apontemos seus erros. O sargento, transtornado, com olhos esbugalhados e avermelhados, passou a desferir palavras de baixo calão e determinou que eu parasse o veículo e abandonasse a direção: ‘Pare essa p**** desse carro ali na frente!’. Como me recusei e segui, fui perseguido pela viatura. Parei 50m depois, ao perceber que eles faziam zig-zag na pista para eu bater o carro. Fui obrigado a deixar o carro, já que abordado pelos soldados, que empunhavam três metralhadoras. Ordenaram que eu levantasse as mãos e as pusesse em cima do carro, abrisse as pernas e braços. Eu não entendi e não atendi. Fui chutado violentamente nas duas pernas pelo policial Santos Souza, mesmo já tendo me identificado como advogado e jornalista”, relata Gomes.

Humilhação

De acordo com o jornalista, durante a abordagem, populares protestavam contra os policiais, afirmando se tratar de um cidadão considerado e prestigiado por toda a cidade, mas não adiantou e o sargento ainda apontou a metralhadora para os cidadãos. “Dei a carteira da OAB e da ABI, alertei que ele estava falando com um advogado e jornalista. Ele desdenhou afirmando que ‘aquilo não valia nada’. Após a abordagem, fui algemado com as mãos para trás e jogado de forma brusca no camburão da viatura, onde permaneci por cerca de uma hora, em frente à Delegacia de Cachoeira até ser conduzido para a Delegacia de Maragogipe.

Ao sair da Delegacia de Cachoeira, o sargento retirou as algemas da vítima, afirmando se tratar de um ‘favor’. “Quando aleguei ser uma pessoa idosa, ele respondeu com mais violência e desrespeito: ‘Idoso tem que se f****!’. Então, repeti que ele estava falando com um jornalista e advogado. Ele respondeu que ‘jornalista, advogado, juiz, promotor, para ele, não valiam nada”. Até hoje tenho dificuldades em fazer alguns movimentos com as mãos, além de escoriações nas pernas, causadas pelos coturnos dos policiais. Foram muitos os prejuízos”. Durante o trajeto, o veículo da vítima ainda permaneceu na mão do sargento Elinaldo, que não teria pedido permissão para dirigi-lo e vistoriá-lo sem a presença de seu proprietário.

“Quando o delegado solicitou ao soldado Santos Souza que trouxesse a documentação do carro, fiquei surpreso ao perceber a rapidez com que achou, dando a entender que já havia revirado o interior do veículo. Um fato que chama atenção no Auto de Entrega emitido pela Delegacia Territorial de Maragogipe é a discrepância entre a quantia em espécie entregue à unidade pelos policiais e o valor alegado pela vítima. Segundo Romário, entre seus pertences no carro apreendido, havia novecentos reais (em nove cédulas de R$100) que desapareceram, além de moedas de R$1 e cédulas de R$2 que totalizavam R$ 152, único valor devolvido pela polícia.

No dia seguinte à agressão, Romário Gomes procurou o Departamento de Polícia Técnica de Santo Amaro, que estava fechado, uma vez que os profissionais estavam à disposição do Carnaval de Salvador. No dia 18 de fevereiro, o jornalista conseguiu realizar o exame de corpo de delito em Santo Amaro, depois de três tentativas.

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