ABI BAHIANA

Sinjorba, Fenaj e ABI prestam solidariedade a jornalista atacado por líder do governo na ALBA

O Sindicato dos Jornalistas Profissionais do Estado da Bahia (Sinjorba), a Federação Nacional dos Jornalistas (Fenaj) e a Associação Bahiana de Imprensa vêm a público manifestar sua irrestrita solidariedade ao jornalista João Pedro Pitombo, chamado de “mentiroso” pelo deputado Rosemberg Pinto (PT), líder do governo Jerônimo na Assembleia Legislativa da Bahia (ALBA). O parlamentar fez o comentário em vídeo gravado e publicado pelo site “Informe Baiano”, ao falar de reportagem assinada pelo profissional e publicada no jornal Folha de São Paulo, edição do último dia 25 de fevereiro, com o título “Esposa de Rui Costa tem cargo no Governo da BA desde 2014 e omite vínculo”.

À luz da prática do bom jornalismo, como defendem as entidades – tão necessário nesse tempo de circulação de fake news -, não há qualquer inverdade na referida matéria, apurada segundo critérios técnicos, com informações confirmadas por fontes da Secretaria de Saúde do Estado e corroboradas pelo ex-secretário da Pasta, o médico Fábio Vilas-Boas, a quem Aline Peixoto, concorrente a uma vaga de conselheira no Tribunal de Contas dos Municípios, esteve subordinada.

A polêmica em torno da indicação de Aline é concreta, por ser ela esposa do atual ministro da Casa Civil e ex-governador do Estado, Rui Costa (PT). A matéria do jornalista João Pedro Pitombo revela que a candidata ao Tribunal omitiu em seu currículo enviado à ALBA (clique AQUI), que permaneceu como assessora da Secretaria de Saúde no mesmo período em que, como primeira-dama, assumiu a coordenação das Voluntárias Sociais. Ela exerce o cargo na Secretaria de Saúde da Bahia há pelo menos 10 anos, incluindo os oito anos em que seu marido foi governador. No currículo, citou apenas os anos de 2012 a 2014. Portanto, não há mentira na matéria publicada.

O deputado Rosemberg, já envolvido em outras polêmicas com jornalistas, vai na contramão de lideranças nacionais de seu próprio partido que, no plano federal, vêm restabelecendo uma relação respeitosa com a imprensa e seus profissionais, atacados e perseguidos duramente pelo bolsonarismo, entre 2019 e 2022. Observe-se, o parlamentar fez questão de isentar o veículo, mirando somente no repórter (o trabalhador, elo mais fraco), como se este tivesse o poder da decisão editorial de um dos maiores jornais do país. Este ato de tentar descredibilizar o trabalho de João Pedro Pitombo, que ainda foi acusado de ser machista e agir contra a Bahia, fortalece o discurso de ódio que foi construído no último período e que foi banido pelas urnas ano passado.

Ademais, o Sinjorba, a Fenaj e a ABI chamam atenção da imprensa e de outros segmentos sociais, para a necessidade de se discutir os critérios não técnicos que sempre foram utilizados na indicação aos postos dos tribunais de contas, inclusive na Bahia. Que este caso lamentável de agora alerte para as responsabilidades envolvidas no ato de fazer críticas, além de evidenciar a importância do critério jornalístico nas apurações, para servir à sociedade, contribuir com o combate às fake news e ajudar na mudança de práticas políticas deletérias.

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ABI BAHIANA

Rede Bahia apoia plano de proteção a profissionais de imprensa

A ABI foi recebida na tarde de hoje por gestores da Rede Bahia, em Salvador.

No encontro, o ex-senador Antônio Carlos Magalhães Júnior, dirigente do grupo, declarou adesão à Rede de Proteção aos Profissionais da Imprensa, iniciativa da ABI e do Sinjorba, com o apoio da Fenaj, para combater a violência contra os trabalhadores do segmento.

Com data de lançamento oficial ainda não divulgada, a Rede já conta com ampla participação de órgãos da segurança pública e da Justiça. A expectativa é que outras empresas de comunicação participem das ações e adotem o protocolo desenvolvido.

“Não queremos fazer notas de repúdio e muito menos notas póstumas. A maior parte das ocorrências é perfeitamente evitável. O que vai precisar acontecer?”, questionou o jornalista Ernesto Marques, presidente da ABI.

Participaram da reunião as jornalistas Suely Temporal, Amália Casal e Jaciara Santos (diretoras da ABI); Ana Raquel Copetti, diretora de Jornalismo da Rede Bahia, e Linda Bezerra, editora-chefe do Jornal Correio.

Leia também: ABI e Sinjorba apresentam plano de combate à violência contra a imprensa

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Notícias

Ataques a jornalistas dobram na Bahia

Está disponível no site da Federação Nacional dos Jornalistas (FENAJ) a edição 2022 do relatório “Violência contra jornalistas e liberdade de imprensa”. Foram registrados 376 casos no Brasil. Segundo a entidade, houve um crescimento de 133,33% das ameaças/hostilização/intimidações, a segunda categoria com maior número de ocorrências em 2022, somando 77 episódios (44 a mais que os 33 registrados em 2021). No que tange ao cenário baiano, o número de casos dobrou, passando para 14 em 2022.

Capa do relatório

As agressões verbais tiveram queda de 20,69%, em comparação com o ano anterior. Mas as agressões físicas aumentaram 88,46%, passando de 26 para 49, e os impedimentos ao exercício profissional cresceram 200%: foram sete casos em 2021 e 21, em 2022.

Dentre os dados divulgados pela instituição, estão o recorte de gênero, tipo de mídia e região do país em que os profissionais são atacados com mais frequência. Como de costume, a edição também recolhe relatos das agressões e aponta os principais agressores à categoria.

Confira o relatório na íntegra: Violência contra jornalistas e liberdade de imprensa

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Ministério da Justiça instalará Observatório Nacional da Violência contra Jornalistas

O ministro da Justiça e Segurança Pública, Flávio Dino, anunciou nesta terça-feira (17/01) a criação do Observatório Nacional da Violência contra Jornalistas, para monitorar casos de ataques à categoria. O anúncio aconteceu um dia após o ministro se reunir com a presidenta da Federação Nacional dos Jornalistas (FENAJ), Samira de Castro, os diretores do Sindicato dos Jornalistas do Distrito Federal (SJPDF), Silvio Luiz Vasconcellos de Queiroz e Cristiane Silva Sampaio, e a presidente da Associação Brasileira de Jornalismo Investigativo (Abraji), Katia Brembatti.

“Acolhendo o pedido das entidades sindicais dos jornalistas, vamos instalar no Ministério da Justiça o Observatório Nacional da Violência contra Jornalistas, a fim de dialogar com o Poder Judiciário e demais instituições do sistema de justiça e de segurança pública”, escreveu Dino em sua conta no Twitter.

No encontro, que aconteceu na segunda-feira (16/01), no Palácio da Justiça, em Brasília, Dino se solidarizou com os jornalistas e colocou a pasta à disposição das entidades de classe que representam os jornalistas. O objetivo é cessar a onda de violência contra os profissionais em todo o Brasil. A reunião contou com a participação do interventor federal da Segurança Pública no DF, Ricardo Cappelli, também jornalista e secretário-executivo do MJSP, e do secretário Nacional de Segurança Pública (Senasp), Tadeu Alencar.

Para o ministro, o que houve com a imprensa no dia 8 de janeiro, nos ataques terroristas às sedes dos Três Poderes em Brasília, se encaixa no escopo de comportamentos antidemocráticos, uma vez que um jornalista é atacado não é o ataque a uma pessoa, mas ao que ela representa, sendo que o jornalismo é essencial para a democracia.

“Quando o jornalismo é atacado, é um sinal inequívoco de que a democracia está sob ataque. Foi muito importante prestar nosso apoio integral à atividade profissional de jornalismo e aos jornalistas, além de nos colocar à disposição para apurar todo tipo de violência sofrida pelos profissionais de comunicação no Brasil”, completou Ricardo Cappelli.

Para a presidenta da FENAJ, Samira de Castro, a iniciativa do MJSP tem um significado muito representativo. “Mostra que a gente sai de um período de quatro anos, sem nenhum diálogo com o Governo Federal, para um período em que temos a possibilidade de construir medidas concretas para garantir o livre exercício do jornalismo no país”, observou.

A FENAJ apresentou uma série de propostas ao ministério para o fortalecimento da atividade jornalística. Entre elas, está a realização de uma campanha com as forças de segurança nos estados para a compreensão da sociedade sobre o papel dos jornalistas, bem como o respeito e a necessidade de garantir a liberdade de imprensa. “Essa é apenas uma das propostas, mas, sem dúvida, é uma das mais importantes que a gente pode tentar viabilizar de uma forma muito concreta a partir de agora”, disse Samira de Castro.

A presidente da Abraji, Katia Brembatti, considera que essa abertura é importante para que o governo reconheça que os ataques sofridos pelos jornalistas não são comuns. “É uma violência política e direcionada a uma categoria profissional”, destacou.

Segundo Brembatti, a expectativa é que a partir do compromisso do MJSP, os casos de violência contra os jornalistas sejam investigados com rigor e que as perseguições diminuam. “Para isso acontecer, são várias as iniciativas que precisam ser tomadas, entre elas, o reconhecimento de que a imprensa é parte dessa estrutura democrática, além da conscientização de que é inaceitável qualquer tipo de violência contra os profissionais de comunicação”, sugeriu a presidente da Abraji.

Fonte: Fenaj

Com informações do MJSP

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