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Jornalista do “Washington Post” será julgado por quatro crimes no Irã

Deu no PORTAL IMPRENSA – O jornalista iraniano-americano, Jason Rezaian, do Washington Post, está sendo acusado pelo Irã de quatro crimes, incluindo espionagem. A informação foi revelada por um artigo do próprio jornal, nesta segunda-feira (20/04). Segundo a Reuters, além da acusação por espionagem, o ex-chefe de redação do Post é denunciado por “coletar informações sobre política interna e externa”, “colaborar com governos hostis” e “fazer propaganda contra a República Islâmica”, confirmou a advogada do jornalista, Leyla Ahsan.

Em comunicado, Martin Baron, chefe de redação do jornal, afirmou que a ação do governo iraniano é desprezível. “É absurdo e desprezível afirmar, como está fazendo a justiça iraniana, que o trabalho de Jason como freelancer e correspondente do Post em Teerã se assemelhe a espionagem ou represente uma ameaça para a segurança do Irã”, disse. Rezaian comandava a redação do Washington Post em Teerã desde 2012. Ele foi detido em julho do ano passado.

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Polícia do Paraná constrange jornalistas a revelarem suas fontes

Embora o sigilo da fonte seja uma garantia fundamental da Constituição no Brasil, não são raros os episódios que o colocam em xeque. Após publicarem diversas reportagens expondo irregularidades da polícia local, jornalistas que cobrem segurança pública no Estado do Paraná começaram a sofrer constrangimentos da corporação para revelar suas fontes. Segundo o Sindicato dos Jornalistas Profissionais do Paraná (SindijorPR), pelo menos cinco profissionais já foram intimados a falar sobre a origem das denúncias, tanto pela Polícia Militar quanto pela Polícia Civil. Os repórteres Felippe Aníbal, Diego Ribeiro, Albari Rosa e Mauri König, todos do jornal Gazeta do Povo, já foram chamados mais de 20 vezes, desde 2013, a depor como testemunhas em inquéritos e procedimentos. Os quatro jornalistas convocados sistematicamente são responsáveis pela série de reportagens “Polícia fora da lei”, que denunciou, em 2012, o uso de carros oficiais para fins particulares por policiais.

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Matéria da Gazeta do Povo denuncia uso indevido de veículos oficiais por policiais civis do Paraná – Foto: Reprodução/Jornal Nacional

O inquérito para o qual são convocados normalmente apura a irregularidade denunciada. Contudo, os repórteres afirmam que o foco do interrogatório é descobrir os informantes. Em alguns casos, policiais denunciados ou suspeitos de serem os informantes acompanharam o depoimento. “Fica muito claro que a intenção deles é forçar, de uma forma até intimidadora, que todos nós aqui revelemos as nossas fontes de informação, que nem são informações privilegiadas, são informações de interesse público”, contou o jornalista Mauri König, que coordenou a série, ao Jornal Nacional. Pelas mesmas reportagens, Konig recebeu ameaças de morte e, no final de 2012, precisou deixar o país com sua família por questões de segurança.

A notícia sobre ações inconstitucionais das autoridades junto aos repórteres do Paraná ganhou repercussão nacional e gerou o repúdio de associações e sindicatos da categoria. O SindijorPR, a Federação Nacional dos Jornalistas (Fenaj),a Federación de Periodistas de América Latina y el Caribe (FEPALC) e a Federação Internacional dos Jornalistas (FIJ) iniciaram uma campanha para exigir providências. As entidades protocolaram e enviaram um ofício ao Ministério Público e para a Secretaria de Segurança Pública do Estado, com o objetivo de impedir a tentativa de policiais civis e militares de quebrar o sigilo de fonte dos jornalistas do impresso paranaense.

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De acordo com a reportagem, cúpula da PM também usava viaturas para fins particulares – Foto: Reprodução/Jornal Nacional

“Quando um jornalista sofre algum tipo de censura ou coação para ferir princípios éticos, a maior prejudicada é a democracia. Porque o que está em jogo é a garantia de que o jornalismo possa estar a serviço da sociedade, cumprindo o direito fundamental do cidadão de acesso à informação. Sem informação livre não é possível construir uma sociedade consciente, capaz de interpretar corretamente a realidade e agir para o bem comum. É inaceitável, para uma sociedade que busca fortalecer sua democracia, que jornalistas sejam sujeitados a este tipo de situação. É inaceitável que jornalistas sejam coagidos para revelar suas fontes”, afirma o SindijorPR.

A Abraji (Associação Brasileira de Jornalismo Investigativo) declarou em nota que a ação atenta diretamente contra a imprensa brasileira. “A Abraji repudia a tentativa das polícias Civil e Militar de romper um dos pilares da liberdade de imprensa e da própria democracia: o sigilo da fonte. Constranger jornalistas da maneira como as corporações têm feito é atentar diretamente contra a imprensa brasileira e contra o direito de saber de toda a sociedade. A Abraji acredita que as polícias devem dedicar seu tempo e efetivos a identificar e punir os agentes cujas contravenções foram alvo de reportagens – e não os informantes que permitiram aos repórteres executar suas pautas”.

Sigilo de fonte – Outras reportagens que envolvem forças policiais, políticos e empresários também têm motivado intimações a jornalistas de todo o país. Em dezembro do ano passado, um juiz federal de São José do Rio Preto, no estado de São Paulo, decretou a quebra de sigilo telefônico do jornal Diário da Região e do repórter da publicação Allan de Abreu. A medida buscava determinar a identidade de uma fonte do jornalista, que estaria na origem do vazamento de informações confidenciais sobre um esquema de corrupção investigado pela Polícia Federal. A quebra do sigilo foi suspensa pelo Supremo Tribunal Federal no dia 9 de janeiro, depois de um recurso proposto pela Associação Nacional de Jornais (ANJ). Na decisão, o ministro Ricardo Lewandowski escreveu que “se está resguardando uma das mais importantes garantias constitucionais, a liberdade de imprensa e a própria democracia”.

Em 2011, o canal TV Tem também divulgou as mesmas informações publicadas pelo jornal Diário da Região e foi alvo de um inquérito aberto pelo Ministério Público Federal. A ação foi arquivada por um juiz, que alegou que ela violava uma norma constitucional e colocava “em risco a liberdade de informação, enquanto pilar do regime democrático”, de acordo com a organização Repórteres sem Fronteiras (RSF). O Brasil ocupa a 111ª posição (em 180 países) na Classificação Mundial da Liberdade de Imprensa 2014, estabelecida pela RSF.

*Informações do Blog Jornalismo nas Américas, Sindijor-PR, Jornal Nacional e Abraji.

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Jornalista da Reuters é forçado a deixar o Iraque após denunciar crimes de guerra

O jornalista Ned Parker, chefe da sucursal de Bagdá da agência de notícias Reuters, foi forçado a deixar o Iraque no fim de semana, depois de ser ameaçado por um grupo paramilitar xiita, em reação a uma reportagem da Reuters sobre o linchamento de um suspeito sob a custódia do Estado Islâmico tinha sido assassinado em Tikrit pela polícia nacional iraquiana. De acordo com ABC News, Parker partiu em segurança do país, depois que seu nome e foto foram difundidos e publicados na internet por pessoas afiliadas às milícias xiitas que pediram sua expulsão ou morte.

Na semana passada, correspondentes da Reuters estavam presentes quando um suspeito do EI foi linchado até a morte por uma multidão de policiais nacionais iraquianos, que gritavam que estavam vingando um coronel morto pelo grupo terrorista. As ameaças contra jornalista Ned Parker começaram em uma página de Facebook iraquiano administrada por um grupo que se chama “The Hammer” e ligada a grupos xiitas armados, segundo fontes de segurança iraquiana. No dia 5 de abril, post e comentários subsequentes pediram a expulsão do jornalista. Um comentarista disse que a morte de Parker seria “a melhor maneira de silenciá-lo”.

As ameaças parecem ser parte de uma luta de poder mais amplo no Iraque. O país está dividido entre a sua maioria xiita, que agora domina o governo, e a minoria sunita, que dominou no âmbito do falecido ditador Saddam Hussein. O primeiro-ministro Haidar al-Abadi, um xiita moderado, está tentando derrotar Estado Islâmico – um ramo sunita radical da Al Qaeda que apreendeu grandes porções de território iraquiano – e, ao mesmo tempo que tenta fazer as pazes com a comunidade sunita mais amplo. Abadi está programado para reunir com o presidente dos EUA, Barack Obama, em Washington, nesta terça-feira (14) para discutir a campanha contra o Estado islâmico.

O assassinato do prisioneiro na frente dos jornalistas é um dos exemplos mais alarmantes dos tipos de crimes de guerra cometidos com aparente impunidade pelas Forças de Segurança iraquianas, como mostrou uma reportagem investigativa da ABC News, que foi ao ar em março. Michael Lavallee, um porta-voz do Departamento de Estado dos EUA, disse: “Nós condenamos todas as formas de intimidação e violência contra os meios de comunicação. A proteção das liberdades jornalísticas é um aspecto essencial de todas as sociedades democráticas”.

Lavallee disse que o Departamento de Estado tinha falado com o escritório do Abadi “para aumentar as preocupações com a atmosfera potencialmente perigosa criada por uma transmissão de editorial em uma rede de televisão iraquiana privada sobre o chefe do escritório da Reuters e do pessoal Reuters no Iraque”. O Departamento de Estado “vai continuar a acompanhar de perto o tratamento da mídia internacional no Iraque e levantar objeções a qualquer forma de intimidação que pode inibir a capacidade dos meios de comunicação para realizar seu trabalho”.

*Informações do Portal IMPRENSA, Reuters e ABC News

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SIP lança carta em defesa da liberdade de imprensa e de expressão

A Sociedade Interamericana de Imprensa (SIP – Sociedade Interamericana de Prensa, em espanhol) divulgou nesta quinta-feira (9) em seu site uma carta em defesa da liberdade de imprensa e de expressão. O documento com data de hoje (10) está endereçado aos chefes de Estado e de governo das Américas e será enviado à Cúpula das Américas, que realiza sua sétima edição entre sexta-feira e sábado, no Panamá. De acordo com o documento, os países americanos “têm uma oportunidade histórica de reafirmar” o direito à informação dos cidadãos “como direito humano fundamental, sem o qual não pode haver verdadeira prosperidade, igualdade e cooperação entre os cidadãos e os povos”.

“Para além das diferenças ideológicas e das retóricas oficiais sobre interferências inadequadas e soberanias nacionais, a violação das liberdades individuais e civis, como obriga a Declaração Universal de Direitos Humanos, deve ser denunciada por todos”, diz a carta, pedindo que os governantes não sejam “testemunhas silenciosas”.

A SIP especifica “violações” cometidas, “de forma particular e sistemática” por “Raúl Castro, Rafael Correa e Nicolás Maduro”, com “presos de consciência, meios de comunicação fechados, jornalistas e cidadãos amordaçados”.

Leia a íntegra da carta da SIP:

Mensagem da Sociedade Interamericana de Imprensa aos Chefes de Estado e de Governo das Américas reunidos na VII Cúpula das Américas

UMA OPORTUNIDADE HISTÓRICA

Os líderes dos governos que representam os povos das Américas, reunidos nesta VII Cúpula das Américas cujo tema é “Prosperidade com igualdade: o desafio da cooperação nas Américas” têm uma oportunidade histórica de reafirmar seu compromisso com a liberdade de expressão e de imprensa e com o direito à informação dos cidadãos, princípios que a Carta Democrática Interamericana considera essenciais para a vida democrática e para o bem comum.

Com esse tema, e de acordo com o exigido por cada Constituição, os governantes têm a obrigação de vigiar, promover e defender a liberdade de expressão como direito humano fundamental, sem o qual não pode haver verdadeira prosperidade, igualdade e cooperação entre os cidadãos e os povos.

Para além das diferenças ideológicas e das retóricas oficiais sobre interferências inadequadas e soberanias nacionais, a violação das liberdades individuais e civis, como obriga a Declaração Universal de Direitos Humanos, deve ser denunciada por todos – governantes e governados – sem censura, limites ou fronteiras.

 Não há desculpas para que os nossos governantes sejam testemunhas silenciosas do sofrimento dos cidadãos que não podem se expressar livremente. Todos deveriam reagir quando alguém é perseguido, preso, insultado, agredido ou violentado por expressar suas ideias. Ninguém pode ficar calado quando esses abusos e afrontas provêm do próprio Estado. 

Ninguém pode ficar calado ou indiferente diante das violações dos direitos humanos, da liberdade de expressão, que cometem, de forma particular e sistemática, os governos de Raúl Castro, Rafael Correa e Nicolás Maduro. Presos de consciência, meios de comunicação fechados, jornalistas e cidadãos amordaçados expõem essas violações. 

Se esta VII Cúpula pretende ser histórica, deverá reconhecer que não bastam atos eleitorais para que se construa uma democracia. A democracia exige uma nítida separação de poderes, juízes independentes, transparência na gestão pública, promoção da prosperidade, igualdade, garantias individuais e um ambiente de respeito que alimente a pluralidade e diversidade de ideias como corresponde a um Estado de direito. 

No futuro se poderá julgar se na Declaração que emanar desta Cúpula, os governantes do continente americano se mostraram firmes de que a cooperação plena e verdadeira só poderá ser alcançada quando existir convicção democrática e quando nenhum cidadão for excluído ou discriminado por pensar, opinar ou por ser diferente.

Cidade do Panamá

10 de abril de 2015

 

*As informações são do jornal  Zero Hora e da SIP (Sociedade Interamericana de Prensa)

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