Um dos expoentes da mídia internacional, o jornal The Guardian anunciou uma parceria com a rede americana CNN, a agência Reuters, o Financial Times e a revista semanal The Economist. O acordo fechado nesta quinta-feira (19) vai criar uma plataforma unificada de publicidade digital que dará aos anunciantes acesso a um público de quase 110 milhões de leitores on-line através de um sistema programático de anúncios usuários. Batizada de ‘Pangaea’ – uma referência ao supercontinente que unia todas as parcelas de terra do planeta há milhões de anos – a união é uma estratégia para retomar o controle sobre gastos com publicidade que têm sido direcionados a gigantes da tecnologia como Microsoft, Google e Facebook. A iniciativa surge num momento em que grupos de mídia tentam aumentar o retorno obtido com a publicidade digital.
A Pangea Alliance, a ser lançada em versão beta em abril, será gerenciada porque uma equipe de vendas que inclui membros de cada empresa de mídia. O grupo, que está negociando a entrada de outros integrantes, usará uma plataforma de publicidade programática operada pela Rubicon Project, uma companhia sediada em Los Angeles. Cada um dos participantes liberará 10% de seu estoque de espaço publicitário digital para a venda pela Pangea. “A singularidade da Pangaea reside na qualidade dos seus parceiros”, afirmou Tim Gentry, diretor global de receitas da Guardian News & Media e líder do projeto. “Sabemos que a confiança é o melhor meio de defesa da marca, por isso, nos unimos para potencializar os benefícios da publicidade dentro de ambientes de mídia confiáveis”.
Os cinco veículos que participam da Pangaea destacam que a iniciativa vai atrair principalmente companhias que procuram ter acesso a uma audiência qualificada e ressaltam que um em cada quatro dos seus usuários se encontra nas classes de maior poder aquisitivo. Outros potenciais novos integrantes estão negociando participação na parceria. A plataforma conta com leitores e espectadores na América do Norte, Europa, Oriente Médio e Ásia, o que os integrantes da aliança acreditam ser uma solução perfeita para campanhas mundiais.
Separadamente, “CNN” e “Guardian” respondem por uma audiência de 89 milhões e 43 milhões, respectivamente, de visitantes únicos mensais via desktop, segundo dados da ComScore. O Facebook tem uma audiência estimada em 1,4 bilhão de usuários ativos mensais. “A qualidade dos leitores do ‘Financial Times’ é o que os nossos anunciantes compram”, disse Dominic Bom, diretor de vendas do jornal.
O mercado de publicidade on-line global é estimado em US$ 60 bilhões (cerca de R$ 197 bilhões), segundo o WPP Group M. No Reino Unido, Google e Facebook vão neste ano abocanhar metade do mercado digital, algo superior a 1 bilhão de libras (R$ 4,8 bilhões), de acordo com a eMarketer.
*Informações do Estadão e O Globo, com agências internacionais.