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Fundador da Wikipédia lança site para combater notícias falsas

“Um site de notícias com um senso comunitário”. Foi assim que o fundador da enciclopédia online Wikipédia, Jimmy Wales, se referiu ao seu mais novo projeto. Agora, ele decidiu investir em jornalismo e lançou um site com o objetivo de combater a disseminação de notícias falsas. Chamada de Wikitribune, a nova plataforma terá acesso gratuito, será sem propaganda e dependerá de seus leitores e apoiadores para financiamento.

A ideia é reunir jornalistas profissionais e uma comunidade de voluntários para produzir reportagens e, assim como acontece no Wikipédia, os autores das notícias deverão indicar quais as fontes de suas notícias. Segundo o jornal O Globo, embora no Wikitribune os usuários também possam fazer alterações nos textos, essas mudanças só serão publicadas mediante aprovação de um dos jornalistas da equipe.

A página inicial da Wikitribune informa que a plataforma irá ao ar em 29 dias. O comunicado também indica que a iniciativa pretende contratar 10 jornalistas. A plataforma pode ser acessada neste link.

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Wikipedia e mais oito instituições processam EUA por “vigilância em massa” na internet

A Wikimedia Foundation, organização sem fins lucrativos administrada pela enciclopédia Wikipedia, processou nesta terça-feira (10) o governo dos EUA e a Agência de Segurança Nacional (NSA) por vigiar a internet “em massa” para ter acesso a supostamente milhares de documentos de cidadãos dentro e fora do país. De acordo com EFE, a denúncia apresentada na Corte do Distrito de Maryland foi apoiada por outras oito organizações, entre elas Human Rights Watch (HRW), Anistia Internacional (AI) e a ONG Escritório de Washington para a América Latina (WOLA). Essa ação judicial constitui uma nova frente legal para os defensores do direito à privacidade que criticaram os programas de espionagem dos EUA desde 2013, quando o ex-analista da NSA Edward Snowden revelou operações de espionagem em massa.

Ação movida pelo Wikipedia constitui uma nova frente legal para os defensores do direito à privacidade - Foto: Reprodução
Ação movida pela Wikipedia constitui uma nova frente legal para os defensores do direito à privacidade – Foto: Reprodução

As instituições explicam que, como organizações defensoras dos direitos humanos e instituições relacionadas com o mundo da informação, emitem “centenas de milhares de documentos internacionais sensíveis na internet a cada ano”. “A Fundação Wikimedia se comunica com centenas de milhões de pessoas que visitam as páginas da Wikipedia para ler ou contribuem para o grande repositório de conhecimento humano que Wikimedia mantém em linha”, especifica o processo.

Como organizadores de caráter social, consideram que “a troca de informação de maneira confidencial, livre de vigilância e sem ordens judiciais do governo, é essencial”, enquanto “a vigilância viola a privacidade e solapa a capacidade dos litigantes para realizar suas missões”. Para pedir à corte que respalde seus argumentos, sustentam que a atitude do governo americano e da NSA viola a lei de Vigilância de Inteligência Exterior (Fisa, em sua sigla em inglês) de 2008.

Os litigantes exigem que o tribunal considere ilegal a “vigilância em massa” da NSA a americanos e outros cidadãos do mundo. Além disso, a ação exige que o governo dos EUA elimine de sua base de dados todas as comunicações supostamente interceptadas ilegalmente. Os autores da petição consideram que a “vigilância em massa” viola a Constituição dos EUA, especialmente as emendas referentes à liberdade de culto, de expressão, de imprensa, assim como a proibição de apreensões irracionais, que neste caso seriam de dados.

“A NSA realiza sua vigilância, tendo acesso diretamente à coluna vertebral da internet nos Estados Unidos, composta por cabos de alta capacidade, interruptores de luz e roteadores que transportam vastas quantidades de informação de americanos e outros cidadãos do mundo”, sustentam os querelantes, que ainda a argumentam que, enquanto se produzem as comunicações entre os americanos, a NSA intercepta dezenas de documentos de texto, comunicações internas do país e “dezenas de milhares” de termos de busca utilizados para localizar informação na Internet. A petição está dirigida a altos cargos do governo americano, como o procurador-geral Eric Holder; o diretor da NSA, Mike S. Rogers; e o diretor de Inteligência Nacional, James Clapper.

 *Informações do Portal IMPRENSA, EFE e Revista Época Negócios.

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Servidor que mudou perfis de jornalistas a partir de rede do Planalto será exonerado

De acordo com nota distribuída pela Casa Civil da Presidência da República nesta quinta-feira (11), prazo final da apuração, a Comissão de Sindicância criada para apurar o uso de computadores do Palácio do Planalto para alterar os perfis dos jornalistas Miriam Leitão e Carlos Alberto Sardenberg na Wikipédia identificou o autor das mudanças. Durante o processo de investigação, o servidor Luiz Alberto Marques Vieira Filho, ocupante de cargo efetivo da carreira de finanças e controle, “assumiu a autoria das alterações”.

Leia também: Entidades repudiam uso de rede do Planalto para alteração de dados e críticas a jornalistas

Na época, ainda de acordo com o Planalto, o servidor exercia cargo de assessor da Secretaria de Relações Institucionais (SRI) e atualmente ele ocupa a função de chefe da Assessoria Parlamentar do Ministério do Planejamento, Orçamento e Gestão, cargo do qual já solicitou desligamento. A exoneração do referido servidor será publicada no Diário Oficial da União desta sexta-feira, 12.

O servidor pediu afastamento do cargo e um processo administrativo disciplinar (PAD) foi aberto para dar prosseguimento às investigações nos termos da Lei 8.112/1990, assegurados amplo direito de defesa e do contraditório. O PAD tem duração de 30 dias e, ao final, Luiz Alberto poderá perder seu cargo efetivo.

Segundo dados do Portal da Transparência, vinculado à Controladoria Geral da União (CGU), Luiz Alberto é funcionário de carreira do Ministério da Fazenda, desde abril de 2007. Em maio desde ano, foi cedido ao Ministério do Planejamento. O salário mensal do servidor é de R$ 22.065,61. Quando o caso veio à tona, entidades se manifestaram em repúdio ao caso e pediram rigor nas investigações.

 *Informações do Estadão e da ABI – Associação Brasileira de Imprensa

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Entidades repudiam uso de rede do Planalto para alteração de dados e críticas a jornalistas

Entidades representativas de jornalistas, emissoras de rádio e televisão, jornais e imprensa, cobraram na última sexta-feira (8) investigação sobre a autoria de críticas, realizadas a partir da rede de internet do Palácio do Planalto, aos perfis dos jornalistas Carlos Alberto Sardenberg e Miriam Leitão na Wikipédia. A Federação Nacional dos Jornalistas (Fenaj), a Associação Brasileira de Emissoras de Rádio e Televisão (Abert), a Associação Nacional de Jornais (ANJ) e a Associação Brasileira de Imprensa (ABI) condenaram o episódio.

A Wikipédia é uma enciclopédia virtual e gratuita alimentada por colaborações de usuários da internet. Qualquer pessoa pode alterar o conteúdo desses artigos e o registro de edições é armazenado a partir do endereço de IP, um número de identificação atribuído a cada aparelho conectado à internet. Reportagem publicada na sexta-feira (8) pelo jornal “O Globo” revelou que de dentro do Planalto, foi escrito na Wikipédia que Miriam Leitão fez análises “desastrosas”, que defendeu o ex-banqueiro Daniel Dantas e ainda que ela havia cometido “um dos maiores erros de previsão” sobre o crescimento o PIB brasileiro durante a crise financeira internacional de 2009.

Já sobre Sardenberg, foi escrito que é crítico  dos cortes de juros feitos nos governos Lula e Dilma e que é irmão de Rubens Sardenberg, “economista-chefe da FEBRABAN, instituição que tem grande interesse na manutenção de juros altos”. Depois, foi acrescentado que “a relação familiar denota conflito de interesse”.

A vice-presidente da Federação Nacional dos Jornalistas (Fenaj), Maria José Braga, disse que é preciso investigar se as alterações partiram de um agente público. “É preciso haver apuração para saber quem usou computador público para fazer essas alterações, o que não é atribuição de um agente público. Caso seja confirmado, é uma atitude condenável e necessita uma punição aos responsáveis”, disse a vice-presidente da entidade.

O presidente da ABI, Tarcísio Holanda,em nota, expressou preocupação com o caso e disse que as adulterações tiveram o objetivo de prejudicar a imagem dos dois profissionais. A nota solicitou apuração rigorosa por parte do Palácio do Planalto. “A ABI entende que este fato insólito, sem precedentes no regime democrático em voga no país, é inaceitável e compromete o direito à liberdade de expressão. A intervenção direta da Presidência da República nos remete ao período da ditadura, quando expedientes como estes, ao lado de ações violentas, foram usados para perseguir e silenciar jornalistas críticos ao governo”, escreveu.

Carlos Alberto Sardenberg - Foto: Reprodução/Facebook
Carlos Alberto Sardenberg – Foto: Reprodução/Facebook

Em nota, o vice-presidente da ANJ, Francisco Mesquita Neto, disse que a entidade condena a alteração e pede apuração sobre o caso. Segundo ele, “continham críticas e afirmações inverídicas e desqualificadoras em relação aos dois profissionais”. Também por meio de nota oficial, a Abert disse que condena “todo o ato de adulteração de dados ou informação falsa contra qualquer cidadão”. Para a associação, o episódio é “ainda mais inaceitável” porque visa atingir profissionais da imprensa. “Para a Abert, é de fundamental importância a apuração das denúncias pelo Palácio do Planalto e a garantia do direito à veracidade dos fatos”, informou a entidade.

Ao G1, Carlos Alberto Sardenberg disse que considera as alterações feitas em seu perfil uma “ofensa”. Ele disse que pretende, juntamente com seus advogados, analisar se o episódio pode ser configurado como crime. “Vamos exigir que o governo esclareça. A alteração que foi feita no perfil tem data e hora. Então, dá para investigar. É uma ameaça à liberdade de imprensa, é o fim do mundo, é inacreditável pensar que tem funcionários do governo se dedicando a fazer esse tipo de coisa”, declarou o jornalista. “Se quiserem fazer um debate sobre política econômica, tudo bem, não tem problema nenhum, podem criticar minhas posições. O que é inadmissível é um órgão do governo patrocinar uma coisa clandestina, que é por baixo do pano”, concluiu.

Miriam Leitão - Foto: Reprodução/TV Globo
Miriam Leitão – Foto: Reprodução/TV Globo

A jornalista Miriam Leitão disse ter ficado “chocada” com a revelação e destacou que todas as alterações realizadas em seu perfil são mentirosas. “Todas as inclusões são mentiras, calúnia e difamação. É inadmissível que num Estado democrático de direito o governo se aproprie dos recursos e dos funcionários públicos para fazer esse tipo de ataque a uma pessoa, seja ela qual for. Não falo apenas por mim. Estou mais chocada como cidadã e democrata do que como jornalista”, declarou.

Em meio a sua campanha à reeleição, a presidenta Dilma Rousseff (PT) reagiu ao escândalo e classificou como inadmissível as alterações nos perfis dos repórteres e colunistas da área econômica. “A minha opinião é que isso é absolutamente inadmissível por parte do Planalto, do governo federal, ou por parte de qualquer governo. Nesse caso específico é algo que quem individualmente quiser fazer que o faça, mas não coloque o governo no meio”, declarou durante evento de sua candidatura à reeleição em Osasco, Região Metropolitana de São Paulo. Rousseff recordou que também foi alvo de ataques cibernéticos na eleição de 2010. Na ocasião, violaram o seu e-mail pessoal.

O Planalto também recuou do discurso de que não há como identificar o responsável pelas alterações da biografia dos jornalistas, funcionários das Organizações Globo. A Secretaria-Geral da Presidência anunciou que será aberto um procedimento com prazo de conclusão de 60 dias para investigar o caso. Na sexta-feira, por meio de nota, o Governo Federal havia dito que era “tecnicamente impossível identificar os responsáveis pelas modificações.” Pois, até julho de 2013, os conteúdos da rede de internet da sede do executivo federal só eram armazenados por até seis meses. E o episódio ocorreu em maio do ano passado. Para garantir que novas violações não ocorram, o Governo Federal também determinou que seja bloqueado o acesso dos computadores ligados à rede do Palácio do Planalto às páginas de edição da Wikipédia.

*Informações de Priscilla Mendes (G1-Brasília) e de Pedro Marcondes de Moura (El País/EdiçãoBrasil)

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