Às vésperas das homenagens ao Dia Mundial da Liberdade de Imprensa, comemorado no próximo dia 3 de maio, dois fatos alertam para a situação dos profissionais da comunicação, comumente expostos à violência e tentativas de censura. A imprensa de Bujumbura, capital de Burundi, na África, foi obrigada a suspender a cobertura ao vivo dos protestos contra o atual presidente, Pierre Nkurunziza, candidato ao terceiro mandato, que muitos consideram ilegal. De acordo com a EFE, a Rádio Pública Africana (RPA), uma emissora independente, não pôde realizar a cobertura após dezenas de policiais, acompanhados por ministros do governo de Nkurunziz, cercarem a sede central e ameaçaram entrar à força no edifício.
Outras duas rádios locais, a Isanganiro e a Bonesha FM, também tiveram de interromper a cobertura sobre o confronto e suas transmissões foram cortadas em todo o país. Pelo menos três pessoas morreram e outras quatro ficaram feridas após a polícia utilizar fogo para dispersar os manifestantes que se negaram a deixar as barricadas.
No poder desde 2005 e reeleito em 2010, Pierre Nkurunziza foi proposto pelo seu partido, o Conselho Nacional para a Defesa da Democracia-Forças de Defesa da Democracia (CNDD-FDD), como o candidato às próximas eleições. A oposição e vários setores da sociedade civil consideram que um novo mandato seria inconstitucional e colocam em cheque os acordos de paz de Arusha, que encerram a guerra civil no país, entre 1993 e 2006.
Intimidação
O cenário não é muito diferente na América Latina. De acordo com o Portal IMPRENSA, o repórter Lielson Tiozzo, da revista Pesca & Companhia, foi ameaçado por pescadores paraguaios no Rio Paraná, localizado na fronteira entre a Argentina e o Paraguai, nas proximidades de Yahapé, em Corrientes. A ameaça ocorreu quando uma lancha que o transportava se aproximou de uma embarcação de Cerrito, no Paraguai. Três homens que estavam nela manuseavam um espinhel para pesca. Ao perceberem que o repórter estava com uma câmera, iniciaram a intimidação. Um deles, que conduzia o barco, mostrou uma espingarda.
O guia que acompanha a reportagem, Horácio Zalazar, informou que a ameaça ocorreu porque os paraguaios estavam em águas argentinas, onde a pesca com espinhel é proibida e eles não estão licenciados para praticar qualquer tipo de pesca. O uso de armas serve ainda para intimidar a polícia naval argentina. Diversos paraguaios já foram detidos por praticar a pesca predatória no país.
*Informações do Portal IMPRENSA e da revista Pesca & Companhia