Notícias

Correio Nagô realiza rodas de conversas sobre Mulher negra e Justiça

“Mulheres Negras Ocupando a Justiça” é o próximo tema do projeto Redação Itinerante idealizado pelo Instituto Mídia Étnica, por meio do Correio Nagô. Nesta edição, que acontece amanhã (22), no Espaço Vale do Dendê – Av. Tancredo Neves, 148, Caminho das Árvores, Shopping da Bahia – os trabalhos contam com o apoio do coletivo feminista TamoJuntas.

Para participar do evento, que tem inscrição gratuita, é preciso preencher um formulário de inscrição disponível na internet. O local onde será realizada a “roda de conversas” tem capacidade para receber até trinta pessoas. A programação está prevista para acontecer às 14h00, no 2º piso do Shopping da Bahia.   

O Redação Itinerante acontece regularmente, às quartas-feiras, com realização de rodas de conversa, lives, meetups, oficinas e palestras sobre comunicação, empreendedorismo e inovação.

O coletivo TamoJuntas reúne “advogadas, assistentes sociais, psicólogas e pedagogas feministas, lutando contra o machismo, por justiça, direitos e empoderamento”. A iniciativa surgiu com o objetivo de prestar assistência gratuita às mulheres em situação de violência. Atualmente o projeto mobiliza cerca de setenta voluntárias em todo o país, oferecendo atendimento multidisciplinar gratuito.

Serviço:

Mulheres Negras Ocupando a Justiça – Redação Itinerante

Quando: 22 de agosto – 14h00

Valor: Gratuito

Endereço: Espaço Vale do Dendê – Av. Tancredo Neves, 148, Caminho das Árvores, 2º piso, Shopping da Bahia

*Sob a supervisão de Joseanne Guedes

publicidade
publicidade
ABI BAHIANA Notícias

Associação Bahiana de Imprensa chega ao seu 88º aniversário

Prisões de jornalistas, empastelamentos e censura explícita. Esse era o cenário, três semanas depois da posse da primeira diretoria da Associação Bahiana de Imprensa (ABI), em 1930

Há 88 anos, 73 jornalistas se juntaram em torno de um sonho: fundar a Associação Bahiana de Imprensa (ABI), para, além de prestar assistência aos profissionais ligados à atividade jornalística, defender a liberdade de expressão e zelar pelo respeito às leis estabelecidas. Esses ideais seriam adiados pela “Revolução de 30”, com a decretação do estado de sítio e severas restrições à ordem pública e às liberdades individuais, apenas três semanas depois da posse da primeira diretoria. A ABI só viria a funcionar em 10 de setembro daquele ano, sob a presidência de Altamirando Requião. Assim, o dia 17 de agosto é momento de relembrar todos os importantes integrantes da história dessa instituição, cuja trajetória está incorporada à própria História da Bahia e do Brasil.

Para o presidente da ABI, Antonio Walter Pinheiro, a entidade preserva sua memória sem perder de vista o futuro e as novas formas de comunicar. “A ABI é vista como uma das poucas instituições apartidárias, comprometida com a verdade, equilíbrio e seriedade dos seus atos. Isto exige vigilância, decisões rápidas e sintonizadas com os interesses da comunidade”, afirma. Ele ressalta o compromisso da ABI com a luta pela verdade, liberdade de imprensa, liberdade de expressão e pela garantia dos direitos humanos.

Pinheiro recorda o seu início na ABI, como diretor-financeiro e tesoureiro, na década de 1980. Em 2011, assumiu a presidência da entidade. “Cheguei à ABI através do saudoso professor, poeta e economista Jairo Simões, um dos responsáveis pela implantação de um novo Conselho Diretor da entidade, mesclando jornalistas com dirigentes de órgãos de comunicação”, lembra. Nessa época, o jornalista Samuel Celestino ocupava a presidência executiva e Jorge Calmon comandava a Assembleia Geral da ABI. “Sem abrir mão das diretrizes que nortearam o idealizador Thales de Freitas, a sensação é a de que conseguimos manter a ABI fortalecida, respeitada e presente junto à comunidade baiana”.

ABI na História

Na foto, Altamirando Requião (primeiro sentado à esquerda), Ranulfo Oliveira (Presidindo a mesa, no centro, de óculos) e Thales de Freitas (No fundo, o mais baixo de todos) em 28 de junho de 1933 – Foto: Arquivo

Autor de levantamento histórico da instituição, o jornalista e pesquisador Nelson Varón Cadena segue estudando o tema. De acordo com ele, o que motivou o surgimento da ABI foi a criação de um tipo de seguridade social para os associados, que teriam benefícios de pecúlio para auxílio funeral, assistência médica e odontológica, amparo na velhice. Mais tarde é que se focou na defesa da liberdade de expressão porque a entidade nasceu durante a ditadura Vargas. “Tiveram papel relevante na entidade Thales de Freitas, como idealizador, e Ranulpho Oliveira, pela sua longa gestão, equilibrada e conciliadora”. (Confira aqui a lista de ex-presidentes da ABI)

Sua relação com a ABI foi iniciada em 1979, com pesquisas na biblioteca e nos arquivos fontes primárias de jornais do século XIX, para um trabalho sobre a história da propaganda baiana (“468 Anos de Propaganda na Bahia”). Em 1980, foi chamado por Jorge Calmon, então diretor do jornal A Tarde, para escrever a memória da ABI. “O jornal me liberou um turno, o da manhã, para que pudesse intensificar a pesquisa a partir de fontes primárias: os livros de atas da entidade”. O livro foi publicado em setembro daquele ano, com revisão de texto do jornalista Beu Machado.

Segundo Cadena, poucas são as associações de imprensa do país que preservam a sua memória. “Para se resgatar a história de uma entidade é preciso matéria-prima, ou seja, documentação. E a ABI teve o cuidado de preservar seus arquivos”. Isso, de acordo com o jornalista, facilitou o trabalho de consulta às fontes. “No meu livro 50 Anos da ABI há centenas de tópicos que podem inspirar pesquisas mais aprofundadas sobre cada tema. Em especial no que diz respeito ao cerceamento da liberdade de expressão durante as ditaduras Vargas e Militar a partir de 1964”.

Edifício Ranulfo Oliveira, sede da ABI, na esquina da Rua Guedes de Brito com a Rua José Gonçalves – Foto: Arquivo

Entre as muitas descobertas durante o levantamento, Nelson Cadena cita uma especial. “Na sede da ABI, foi projetado um abrigo antiaéreo subterrâneo, para a eventualidade de um bombardeio. Estávamos em plena II Guerra Mundial e a costa da Bahia tinha sido torpedeada por submarinos alemães”, relembra o jornalista, que reforça o papel da ABI na história da imprensa da Bahia. “Teve momentos marcantes. A cada período cronológico, uma prioridade. Atualmente, é a capacitação através de seminários e palestras com personalidades que trazem conhecimento e propiciam debates interessantes”, avalia. Para os próximos anos, ele espera “uma ABI mais aberta às novidades do mundo, considerando os novos tempos de transição das ferramentas, plataformas e conteúdos da comunicação”. 

Memória da imprensa

Também pesquisador do tema, o jornalista Luís Guilherme Pontes Tavares integra a diretoria da ABI. Ele destaca as principais contribuições da entidade para a preservação e divulgação da memória da imprensa baiana. Para ele, isso se dá em três perspectivas: “No cuidado que dedica aos acervos bibliográfico, imagético e de objetos afins com a história da imprensa da Bahia; no apoio que oferece para os estudos acadêmicos e autorais realizados por pesquisadores que utilizam tais acervos; e na realização de eventos em que são enaltecidos personagens, fatos e instituições relacionadas à história de nossa imprensa”.

Luís Guilherme é autor do livro 200 anos da imprensa na Bahia, uma publicação que demonstra seu empenho pelo resgate da história da imprensa no âmbito estadual. Segundo ele, a ABI contribuiu em duas etapas dessa publicação: além dos acervos da Biblioteca de Comunicação Jorge Calmon e do Museu de Imprensa terem sido usados como fontes dos estudos realizados, a publicação teve o selo editorial da ABI, que intermediou o patrocínio dado pela Empresa Gráfica da Bahia (EGBA).

Veja também:

publicidade
publicidade
Notícias

Google oferece formação gratuita para jornalistas em Salvador

Entre os dias 20 e 21 de agosto, a empresa Google traz à Itaipava Arena Fonte Nova, em Salvador, o curso de formação gratuita “Cresça com o Google”, para capacitar jornalistas, professores e o público feminino. O objetivo do programa é propiciar o desenvolvimento de habilidades digitais para atuação no mercado de trabalho. As inscrições seguem abertas e podem ser realizadas no site.

A iniciativa é o desdobramento de uma ação realizada pela empresa no ano passado, com a qualificação de cerca de cinco mil participantes em Salvador e Recife. Atualmente, o programa se divide em quatro eixos chamados Treinamento de Marketing; Desenvolvimento para Mulheres; Ferramentas Google para Jornalistas; e Treinamento digital para Professores.

No primeiro dia do evento, com início às 8h00, serão abordados conhecimentos “para o desenvolvimento pessoal e profissional com o objetivo de criar oportunidades econômicas para as mulheres”. Durante a tarde, 13h30, o módulo “Ferramentas Google para Jornalistas” tratará das possibilidades de apuração e desenvolvimento de reportagens com o auxílio das ferramentas do Google. O curso é direcionado para estudantes e profissionais do jornalismo.

À noite, a programação prevê apresentação de ferramentas para auxiliar os professores no processo de aprendizado das novas gerações, como o uso da plataforma de vídeos YouTube, além da exposição de conhecimentos básicos em segurança on-line e cidadania digital.

O último dia do evento, 21/08, será reservado para o “Treinamento em Marketing Digital”. A formação abordará os conceitos básicos do marketing digital e é voltado para quem deseja empreender no ambiente digital. Conheça a programação completa:

20 de agosto (segunda-feira)

8h às 12h – Programa de Desenvolvimento para Mulheres
13h30 às 16h30 – Ferramentas Google para Jornalistas
18h às 22h – Treinamento Digital para Professores

21 de agosto (terça-feira)

8h às 12h – Treinamento de Marketing Digital
18h às 22h – Treinamento de Marketing Digital

*Sob a supervisão de Joseanne Guedes

 

 

 

 

publicidade
publicidade
Notícias

Cineasta baiano lança filme sobre a Revolta dos Búzios

Um dos mais importantes acontecimentos da História do Brasil será tema de filme. 1798 REVOLTA DOS BÚZIOS é um documentário longa metragem produzido pela Portfolium Laboratório de Imagens e tem a direção do cineasta baiano Antonio Olavo. Seu lançamento será nesta segunda feira, dia 13 de agosto, às 20h, na Sala Walter da Silveira (Biblioteca Central do Estado da Bahia – Barris). A é entrada franca (limitada a lotação da sala)*.

O filme registra o movimento conspiratório ocorrido na Bahia em 1798, protagonizado por dezenas de homens negros que planejaram um levante com o objetivo de derrubar o governo colonial, proclamar a independência e implantar uma República democrática, livre da escravidão. Esse episódio cruzou a linha do tempo e recebeu diversas denominações, entre elas Revolta dos Búzios, Revolução dos Alfaiates e Conjuração Baiana.

O movimento, que completa 220 anos este ano, foi deflagrado no amanhecer de um domingo, 12 de agosto de 1798, quando surgiram afixados papéis manuscritos, em pontos de grande movimentação da cidade. Esses documentos chamavam, em nome do “Poderoso e Magnífico Povo Bahiense Republicano”, o povo para fazer uma revolução, por meio da qual haveria igualdade entre os homens pretos, pardos e brancos, salários dignos para os soldados e comércio livre entre as nações.

O documentário foi selecionado no Edital de Fomento à Produção Audiovisual Baiana 2014 promovido pelo Instituto de Radiodifusão Educativa da Bahia – IRDEB, através da Chamada Pública 01/2014 do Programa Brasil de Todas as Telas da Agência Nacional do Cinema – ANCINE. Este é o quinto longa-metragem dirigido por Antonio Olavo, também autor de Paixão e Guerra no Sertão de Canudos (1993), Quilombos da Bahia (2004), Abdias Nascimento Memória Negra (2008) e A Cor do Trabalho (2014). É dele também o roteiro, extraído dos “Autos da Devassa”, fonte primária de grande valor, com mais de duas mil páginas que detalham minuciosamente o processo de 1798.

Na História – A Revolta dos Búzios é um movimento de importância fundamental para a história política do país, visto que já em 1798, em pleno regime colonial, os conspiradores baianos levantaram as bandeiras da Independência, que só viria em 1822; do fim da escravidão, conquistada somente em 1888; e da República, proclamada tardiamente em 1889. O movimento foi denunciado e o governo instalou uma Devassa que durante 15 meses convulsionou a cena política regional, atingindo centenas de pessoas com ameaças, interrogatórios, detenções, condenações de açoites públicos, prisões, degredo perpétuo, e até a pena de morte, sentença máxima que se abateu sobre quatro homens negros: os soldados Luiz Gonzaga e Lucas Dantas, e os alfaiates João de Deus e Manoel Faustino, enforcados e esquartejados em 8 de novembro de 1799 na Praça da Piedade, em Salvador.

Relacionadas: 

Para Olavo, no Brasil atual, onde a população afrodescendente é majoritária, “não é mais possível continuar desconhecendo movimentos sociais protagonizados pelo povo negro, que teve grande importância na formação histórica e política do país. É neste sentido que a realização deste filme contribui para preencher uma lacuna na história da Bahia e do Brasil, que necessitam de iniciativas como esta, fundamentais para a afirmação e consolidação da autoestima e identidade étnica de seu povo”. Segundo o cineasta, o principal objetivo é contribuir para o resgate da memória de um episódio que marcou profundamente a vida do povo baiano durante décadas. “Essa grandiosa conspiração republicana, mobilizadora de tantas emoções e sentimentos, regionais e nacionais, ainda hoje, passados 220 anos de sua eclosão, permanece ignorada pela historiografia tradicional”, completa Antonio Olavo.

Serviço
Dia: 13 de agosto de 2018
Hora: 20h
Local: Sala Walter da Silveira (Biblioteca Central do Estado da Bahia – Barris)
Entrada franca (limitada a lotação da sala)
*Os convites para acesso serão distribuídos no dia 13 na Portaria da Sala Walter da Silveira, a partir das 17h.
Informações: Daiane Rosário (71) 3334-5681 / 99247-6055

publicidade
publicidade