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Doação de obras de arte do Grupo Band Bahia para a ABI é adiada

O Grupo Band Bahia faria, nesta terça-feira (20), a doação  para a Associação Bahiana de Imprensa (ABI) de duas obras de arte alusivas ao centenário do rádio no Brasil, comemorado este ano. O ato, no entanto, precisou ser adiado a pedido da direção da Band Bahia. As peças, originalmente encomendadas pela empresa de comunicação, são de autoria dos artistas baianos Marepe e Bel Borba. 

A doação ainda não tem uma nova data para ocorrer, mas será realizada no Museu de Imprensa, no térreo da sede da ABI, onde as obras devem ser conservadas e expostas. No ato, o presidente da diretoria executiva da ABI, Ernesto Marques, receberá as peças das mãos de Augusto Correia, diretor do Grupo Band Bahia e presidente do Sindicato das Empresas de Rádio e Televisão do Estado da Bahia (Serteb). 

SERVIÇO
O que: doação de obras do Grupo Band Bahia ao acervo da ABI
Quando: ADIADO
Onde: Museu da Imprensa. Rua Guedes de Brito, 1, Térreo, Praça da Sé

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ABI recebe acervo de José Umberto Dias sobre Glauber Rocha

Pesquisadores, estudantes e profissionais ligados ao segmento audiovisual terão em breve uma nova fonte para mergulhar no universo de Glauber Rocha. O cineasta e crítico cinematográfico José Umberto Dias assinou, nesta quarta (08/09), o termo de doação de seu acervo sobre o cineasta e jornalista baiano à Associação Bahiana de Imprensa (ABI). O conjunto doado é composto por recortes de jornais e de revistas, filmes, fotografias, livros e outros materiais com referência ao cinema glauberiano, além de entrevistas inéditas, como a que Glauber concedeu ao crítico de cinema e professor André Setaro e ao escritor João Ubaldo Ribeiro. 

Renata Ramos e Marilene empacotam o acervo | Foto: Joseanne Guedes

Natural do sul de Sergipe, José Umberto Dias nasceu na cidade de Boquim, conhecida como “Terra da Laranja”. Aos sete anos, ele veio para a Bahia e passou a morar em Feira de Santana. Foi lá que ele começou a guardar tudo que dizia respeito ao futuro colega conquistense, ainda em sua adolescência. O acervo reunido ao longo de mais de quatro décadas ocupava um armário em sua casa, na capital baiana. As relíquias foram devidamente embaladas e removidas pela técnica em restauro Marilene Rosa, e pela museóloga Renata Ramos, ambas da equipe do Laboratório de Conservação e Restauro da ABI. O material passará pelos cuidados das profissionais, antes de seguir para a reserva técnica do Museu de Imprensa e para a Biblioteca de Comunicação Jorge Calmon, a exemplo de outros acervos sob a guarda da Associação – João Falcão, Ruy Barbosa, Walter da Silveira, Sérgio Mattos, Jorge Calmon e Berbert de Castro.

Leia também: Acervo do crítico de cinema Walter da Silveira está disponível na internet

Ao lado do professor, jornalista e poeta Florisvaldo Mattos, José Umberto Dias participou, no último dia 17, da live que comemorou os 91 anos da ABI e lembrou os 40 anos da morte de Glauber. (Relembre aqui) Na ocasião, foi anunciada a doação concretizada ontem.

O jornalista Ernesto Marques, presidente da ABI, comemora a formalização da doação. “O valor deste acervo está precisamente na sua originalidade: não é um mero compilado de coisas sobre Glauber, é o recorte meticuloso e sob o olhar especial de um outro cineasta, influenciado por Glauber”, afirma. Ele destaca as gravações cujas matrizes jamais foram executadas, com longas horas de Glauber por ele mesmo, instigado por André Setaro e João Ubaldo Ribeiro. “Compartilhar tudo isso é o nosso principal compromisso com Zé Umberto, a quem nós agradecemos pela confiança depositada na ABI”, completa o dirigente.

>> Confira a seguir a entrevista concedida por José Umberto Dias no ato da doação:

O que esse acervo sobre Glauber Rocha representa para você?

Esse acervo tem uma conotação histórica e muito afetiva. Glauber foi um dos primeiros críticos de cinema por quem logo me interessei. Quando comecei a ler sobre ele, eu era um menino, em Feira de Santana, onde cheguei por volta de sete anos. Participei do clube de cinema de Feira de Santana e me interessei pela arte cinematográfica. Comecei a buscar assuntos ligados ao cinema, ensaios, notícias. O cinema era uma linguagem muito poderosa. Glauber logo se destacou, não só através dos seus filmes, mas através do jornalismo, da crítica, da ensaística e da historiografia do cinema brasileiro. Ele começou a questionar o cinema brasileiro, assim como fizeram Walter da Silveira, Paulo Emílio Sales Gomes e todo um movimento que já começava a desabrochar em vários pontos do país e veio a se chamar Cinema Novo.

Isso ocorreu na Paraíba, com um curta chamado “Aruanda”, no Rio, Nelson Pereira dos Santos, com “Rio 40 Graus”, e outros. Aí estão as raízes do Cinema Novo, que Glauber, aqui na Bahia, começa a teorizar, principalmente com o lema dele “Uma câmera na mão e uma ideia na cabeça” – um slogan da Nouvelle vague francesa. Anteriormente à nouvelle, já tínhamos o neorrealismo italiano, com a presença de Rossellini [Roberto], Vittorio De Sica, e outros. Tem várias outras origens, como por exemplo o cinema soviético, de 1917 em diante, principalmente com duas figuras fundamentais: Eisenstein [Serguei Mikhailovitch] e Dziga Vertov. Glauber já começava a ver esses filmes que começavam a provocar uma revolução. 

Foto: Joseanne Guedes

Quando decidiu colecionar?

Isso se confunde muito com toda a minha adolescência em Feira, onde me envolvi com cinema e outras linguagens artísticas, como o teatro. Depois do golpe de 64, vim para Salvador e tive um contato mais direto com Walter da Silveira. Nessa época, Glauber já tinha saído da Bahia. 

Qual era o seu intuito ao reunir o material?

O acervo tinha a finalidade de embasar um livro que eu queria escrever sobre Glauber. Não concretizei. Depois da morte dele, surgiram muitos livros e eu achei por bem não levar adiante a ideia do livro. Embora, eu escrevesse bastante em jornais, de uma forma muito fragmentária. 

O que seu livro poderia trazer de novo? Qual era o seu olhar sobre Glauber? 

Primeiro, uma admiração muito grande. Porque eram ideias que surgiam de uma cabeça, de uma mente, privilegiada. Uma pessoa anormal, no sentido de que não obedecia determinados padrões e também era causador de muitas polêmicas. As polêmicas eram uma tática dele para transformar o cinema brasileiro, mudar o panorama. 

A que mudanças você se refere?

O que se encontrava aqui era um tipo de cinema muito conservador, muito reacionário, não integrado a uma cultura brasileira, ao que estava acontecendo no país, além dele propor uma linguagem de independência, uma linguagem anticolonial. Ele achava que éramos muito colonizados e necessitávamos mudar isso. O Cinema Novo é uma retomada do que aconteceu mais ou menos com a Semana de Arte Moderna, na década de 20. Era uma proposta anti-industrial, anti-Hollywood e que buscava uma linguagem nacional.

Então, você ressaltaria no seu livro essa ruptura proposta por Glauber…

Sem dúvida. Tanto que a palavra ‘revolução’ é mais usada por Glauber. É uma referência vinda também do movimento político e cinematográfico anticolonial da África. Isso teve uma repercussão no mundo inteiro, principalmente na América Latina, onde muitos países começaram a produzir um novo cinema. Nos Estados Unidos também, através do Movimento Underground, com John Cassavetes e outros. Na Europa, temos o Free Cinema. Na Polônia, de Polanski [Roman]. Na Rússia, com o cinema dissidente de Tarkovski [Andrei]. A coisa se enraizou no Ocidente e no Oriente. Era um cinema internacional. 

Quantos documentos compõem o acervo doado à ABI?

Nunca calculei. A parte mais importante é da década de 90 para trás. Porque faz uns 10 anos que eu fui parando de reunir material. Tem muita raridade. 

O que você pode destacar de mais importante?

Tem uma entrevista de André Setaro e João Ubaldo Ribeiro, então editor do jornal Tribuna da Bahia, com Glauber. Essa entrevista nunca foi publicada. E André me deu um pouco antes de morrer. Tem também uma entrevista do cineasta Marcos Medeiros, que trabalhou junto com Glauber no filme “História do Brasil”. Quando Glauber morreu, ele esteve na Bahia e ficou em minha casa. Eu liguei o gravador e deixei registrando uma conversa que eu nunca ouvi.

O que te impulsionou a confiar esse material raro à ABI?

O respeito que tenho pela instituição. E depois a identidade que há entre o material e a obra de Glauber, porque Glauber foi sobretudo jornalista. Sempre foi. Ele amava o jornalismo. Fez entrevistas célebres, com autores internacionais, como Truffaut [François], Jean Renoir, Pasolini, John Ford… É um périplo dele pelo mundo entrevistando essas pessoas. 

Qual é a sua expectativa para o acervo?

A intenção é uma utilidade pública. Abrir sobretudo para a juventude, os estudantes, pesquisadores, e qualquer um que se identifique com algo que sai de uma cabeça muito além do padrão. Glauber, para mim, é alguém que atravessa o inconsciente, apesar de ser um homem. Apesar não… É um homem, um materialista. Mas um materialismo que se sedimenta na capacidade de sonhar.

Como descreve o seu sentimento ao ver o fruto de tantos anos de garimpo ser transportado de sua casa? 

Eu poderia estar triste, porque é algo que me acompanha há décadas. Mas eu acho que não é tristeza. É uma alegria saber que o acervo vai ter uma finalidade humanista, de romper essa fronteira do individualismo, que é o fato de se encerrar no meu guarda-roupas, e alcançar prateleiras onde as pessoas vão ter acesso e criar novas possibilidades.

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ABI recebe exemplares do Correio da Chapada

Na manhã desta quinta-feira (5), a Associação Bahiana de Imprensa (ABI) recebeu a doação de 13 edições do Correio da Chapada, jornal que circulou em cidades como Palmeiras, Lençóis, Itaberaba, Seabra, Abaíra, Rio de Contas, Mucugê, Piatã, Jussiape e região, entre os anos de 1989 a 2009. Os exemplares foram doados pelo fundador, o jornalista e escritor Renato Luís Bandeira, e farão parte do acervo do Museu de Imprensa da ABI.

Em seu primeiro editorial, datado de setembro de 1989, o impresso afirma que o seu principal objetivo era manter acesa a memória e a tradição local, enquanto, ao mesmo tempo, lutar pelo desenvolvimento da região. “O Correio da Chapada nasce a partir desta necessidade. Certo de que qualquer iniciativa do gênero deve ser embasada no conceito de informar sem a preocupação de trilhar os caminhos estabelecidos pelas tendências ou conveniências, procurando assim destorcer as notícias para agradar grupos”.

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Segundo Renato, as pessoas ficavam ávidas pelas matérias do Correio. “Além de política, abordávamos cultura, história e artigos com assuntos relacionados à Chapada Diamantina. Era o principal jornal artesanal da época”, explica.

O jornalista ainda destacou a importância da doação feita para a ABI. “Meu objetivo é tentar contribuir na preservação da imprensa do interior. Sem falar que nos exemplares contém artigos históricos que podem interessar estudantes e pesquisadores”.

O material será catalogado e, em breve, disponibilizado ao público.

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ABI oficializa doação do acervo de Berbert de Castro

A Associação Bahiana de Imprensa – ABI realizou, na manhã desta quarta-feira (12), uma cerimônia para formalizar a doação do acervo do jornalista, comentarista e cinematógrafo José Augusto Berbert de Castro, falecido em 2008. A assinatura do termo aconteceu durante a reunião mensal da ABI. A solenidade foi simultânea a uma mostra de acervos que compõem o Museu de Imprensa da ABI: João Falcão, Walter da Silveira, Fernando Rocha, Jorge Calmon e a “Exposição Berbert de Castro”. A última segue montada até o dia 21 de setembro, pois integra a programação do Museu de Imprensa da ABI durante a Primavera dos Museus.

O presidente da ABI, Walter Pinheiro, ressaltou a importância do gesto e agradeceu a doação feita pela família de Berbert. “Existe uma preocupação com a preservação deste material. Temos a certeza do seu valor e queremos ampliar a possibilidade de acesso”, afirmou. “É um dia marcante para nossa ABI, visto que oficializamos o ingresso de importantíssimo acervo”. Pinheiro destacou a presença de Kátia Silveira, filha de Walter da Silveira, cuja doação feita em 2015 também “enriquece sobremaneira o acervo da ABI”.

Liliana Berbert, filha de Berbert de Castro, representou a família e expressou sua satisfação com a entrega de cerca de 500 itens do pai, lembrando da relação do jornalista com a associação. “Ele trabalhou durante muito tempo aqui na ABI, principalmente na época de Afonso Maciel. Tinha a maior dedicação, gostava do que fazia, era grato à ABI. Com o falecimento dele, a família resolveu doar o acervo. Lá, não tínhamos condições de conservar os arquivos e objetos. Eu fiquei muito satisfeita, muito feliz. Tenho mais itens e vou trazer”, afirmou Liliana, que esteve acompanhada por Marta Lopes Pontes, sobrinha de Berbert.

Acervo

Cerca de 500 itens compõem o acervo doado – Foto: ABI

O acervo cedido pela família é composto por quase 500 itens, entre medalhas de honra ao mérito, cds e artigos publicados no jornal A Tarde, nos mais de 50 anos de atuação de Berbert de Castro como colunista. O destaque fica por conta dos mais 470 livros raros, a maioria recebida como presentes de viagem de seu amigo Jorge Amado.

“São, em sua maioria, biografias de cineastas, atores, atrizes e diretores, como Alfred Hitchcock, Anthony Quinn, Brigitte Bardot, Charlie Chaplin, biografia das pessoas da época de Hollywood, Liz Taylor, Frank Sinatra. Títulos como a “Filmographie Mondiale de la Révolucion Française”, de 1989, todos dentro desse nível, material riquíssimo”, afirma Valésia Oliveira, bibliotecária da ABI.

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Segundo Valésia, a importância e raridade do acervo são notórias, pois não foram encontrados exemplares, em sua pesquisa, dos títulos recebidos pela ABI em outras instituições de salvaguarda. Além das excelentes condições de conservação, os livros se apresentam no idioma em que foram escritos originalmente, muitos deles com dedicatórias de seus autores. “Em alguns títulos serão realizados pequenos restauros, outros vieram ótimos, em condições de pesquisa e consulta nas dependências da biblioteca”, disse.

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*Estagiário da ABI sob a supervisão de Joseanne Guedes

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