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ABI recebe TJBA em visita ao Museu Casa de Ruy Barbosa

A Associação Bahiana de Imprensa (ABI) recebeu, na tarde desta terça-feira (11), os desembargadores Maria da Purificação da Silva e Lidivaldo Reaiche Raimundo Britto, do Tribunal de Justiça do Estado da Bahia (TJBA). Os magistrados conheceram as instalações e acervo do Museu Casa de Ruy Barbosa, a fim organizar um calendário comemorativo para o ano de 2019. A programação, ainda sem data definida, prevê uma exposição sobre os 410 anos do TJ, além da celebração dos 170 anos de nascimento de Ruy Barbosa e os 70 anos do fórum que leva o nome do jurista.

Os desembargadores estão reunindo informações, documentos e artefatos a respeito de Ruy Barbosa que, além da atuação no Direito, foi também jornalista e diplomata. “Nós estamos fazendo uma restauração no memorial e realizando pesquisas em busca de materiais que possam melhorar o acervo, até porque temos o Fórum Ruy Barbosa, sua cripta, bustos e outras peças em homenagem a ele”, explicou a Desa. Maria da Purificação da Silva.

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Foto: Fernando Franco/ABI

No mês de março, segundo o Deso. Lidivaldo Reaiche Raimundo Britto, uma exposição vai celebrar os mais de quatro séculos de atuação do primeiro Tribunal de Justiça do Brasil. Em novembro, será a vez das atividades que miram os 170 anos de nascimento de Ruy Barbosa e os 70 anos do fórum. “A exposição do início do ano vai tratar da história do Tribunal, dos processos antigos, processos dos escravos, documentos da época do Império, os livros. Em novembro, gostaríamos de organizar uma grande exposição somente sobre Ruy Barbosa”, comentou o magistrado.

Na oportunidade, os magistrados sinalizaram disposição em contribuir para a reabertura do Museu Casa de Ruy Barbosa. O equipamento, administrado através de um convênio entre a ABI e o Centro Universitário UniRuy | Wyden (antiga Faculdade Ruy Barbosa), enfrenta dificuldades para manter o funcionamento e foi alvo de furto de diversas peças em setembro deste ano.

A expedição foi guiada pelo diretor de Cultura da ABI, Jorge Luiz Ramos, e por Luís Guilherme Pontes Tavares, diretor de Patrimônio da instituição. Jorge Ramos vê com boas expectativas a iniciativa e já vislumbra a busca de parcerias com outras entidades e empresas privadas. “É uma oportunidade muito grande para termos aqui o Tribunal de Justiça”, salientou Ramos. De acordo com o dirigente, mais tarde o espaço pode ter o apoio da Ordem dos Advogados do Brasil – Seção Bahia (OAB/BA), da Universidade Federal da Bahia (UFBA), do Instituto Geográfico e Histórico da Bahia (IGHB). “E por que não as empresas apoiarem a restauração da Casa Museu de Ruy Barbosa e pô-la em funcionamento?”, refletiu.

*Sob supervisão da jornalista Joseanne Guedes.

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Especialista avalia condições do acervo do Museu Casa de Ruy Barbosa

A convite da diretoria da Associação Bahiana de Imprensa (ABI), o professor José Dirson Argolo, restaurador de obras de arte e especialista em preservação de monumentos e bens históricos, esteve no Museu Casa de Ruy Barbosa, na manhã desta segunda-feira (26). O objetivo da visita foi avaliar as condições em que se encontram o prédio e o acervo da instituição, além de buscar soluções para os problemas de segurança do imóvel, que há quase dois meses sofreu arrombamento e furto. O equipamento foi criado pela ABI e é mantido com o apoio do Centro Universitário UniRuy/Wyden.

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O diretor da ABI, Luís Guilherme Pontes Tavares, e o restaurador José Dirson Argolo – Foto: Jorge Ramos

José Dirson Argolo verificou as peças e constatou que uma grande parte carece de ações de preservação e de restauro. De acordo com ele, o imóvel que abriga o museu precisa de um moderno e eficaz sistema de segurança, para impedir que sofra novos ataques de ladrões e vândalos. O profissional fará um relatório técnico minucioso para apresentar às diretorias da ABI e da UniRuy, com sugestões concretas para melhorar a guarda e conservação do espaço.

O acervo é constituído por centenas de peças em metal, louça, tecido e gesso, além de estatuetas, telas, mobiliário, livros e documentos diversos que se referem à vida, obra e trajetória de Ruy Barbosa (1849-1923). O “Águia de Haia”, como ficou conhecido, teve uma atuação marcante em mais de cinco décadas da história do Brasil, como jurista, diplomata, jornalista, escritor e político.

Mais: ABI recebe documento raro com discurso de Ruy Barbosa na Conferência de Haia

A intenção da ABI é que o equipamento esteja em condições de ser reaberto ao público e passe a exercer a sua finalidade, de receber visitantes e principalmente ser um centro de atividades de estudos, pesquisas e ações sobre Ruy Barbosa e sua obra. A visita foi acompanhada pelos jornalistas Luís Guilherme Dias Tavares e Jorge Ramos, diretores de Patrimônio e de Cultura da ABI, respectivamente.

O Museu Casa de Ruy Barbosa foi erguido sobre a casa onde, em 1849, nasceu Ruy Barbosa, na Rua dos Capitães (atual Rua Ruy Barbosa), Centro Histórico de Salvador. O imóvel original encontrava-se em ruínas quando foi adquirido pela ABI, através de uma campanha de subscrição popular liderada pelo jornalista Simões Filho (1886-1957).

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ABI recebe documento raro com discurso de Ruy Barbosa na Conferência de Haia

Na manhã desta quarta-feira (14), durante a realização de reunião mensal, a Associação Bahiana de Imprensa (ABI) recebeu a doação de um exemplar do documento “A Conferência de Haia” (1907), de autoria do jurista, jornalista e também diplomata Ruy Barbosa. O impresso datado de 1952 traz prefácio de João Neves da Fontoura, embaixador do Brasil junto ao governo português entre 1943-1945. A cessão do livro foi feita pelo jornalista Jorge Ramos, diretor de Cultura da ABI.

Ramos conta que a aquisição do material foi feita há cerca de 20 anos em uma de suas visitas a um sebo. “Quando eu vi o livro, eu disse ‘poxa, interessante’. Eu não tinha nenhuma ideia para que ele serviria, mas eu achei que era importante naquele momento, ‘isso aqui vai servir no futuro para alguma coisa’. Aí, eu pedi o preço, negociei, barateei e consegui comprar”.

Jorge Ramos entrega documento ao presidente da ABI, Walter Pinheiro – Foto: Fernando Franco/ABI

O diretor de cultura da ABI conta de sua surpresa ao identificar a raridade do documento que registra a participação histórica de Ruy Barbosa na Conferência de Haia, a qual lhe conferiu a alcunha Águia de Haia. “Além do prefácio preciosíssimo de João Neves da Fontoura, para minha surpresa, eu vi que tinha o fac-símile do texto, o copião inicial do discurso célebre que Ruy Barbosa pronunciou na Holanda em 1907”, comenta.

A Conferência de Paz, em Haia, na Holanda, foi realizada pela primeira vez em 18 de maio e durou até 25 de agosto de 1899, reunindo 26 Estados por iniciativa do czar Nicolau II. A proposta era assegurar os benefícios da paz estendidos a todos os povos e por um fim progressivo ao desenvolvimento de armamentos. O Brasil, único convidado da América do Sul à época, não compareceu à Conferência.

A Segunda Conferência da Paz aconteceu entre 15 de junho e 18 de outubro de 1907, com a presença de 175 delegados de 44 Estados. Desde o ano de 1906, o diplomata Manuel de Oliveira Lima indicava, por meio da imprensa, Ruy Barbosa para representar o Brasil nesta edição da Conferência, que contava agora com a participação dos países latino-americanos. O mesmo fazia Edmundo Bittencourt, no Correio da Manhã.

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Em 1º de abril de 1907, Ruy Barbosa foi nomeado Embaixador Extraordinário e Plenipotenciário e 1º Delegado, e Eduardo Félix Simões dos Santos Lisboa, 2º Delegado e Agente Diplomático, junto à Corte da Holanda. Ramos relembra a atuação brilhante de Ruy Barbosa, que silenciou os presentes na assembleia. “Ruy defendeu o princípio da força do Direito contra o direito da força. Ele defendeu o direito dos povos contra a força dos poderosos. Esse discurso que Ruy Barbosa pronunciou em francês calou a Assembleia de Haia, com repercussão mundial”, resgata Jorge Ramos.

Agora aos cuidados da equipe da ABI, a obra segue para o processo de catalogação e deve passar por reparos que a tornarão adequada para futuras consultas pelo público. “O destino da obra ainda será decidido pela direção da instituição, se fica no acervo do Museu de Imprensa da ABI ou na Casa de Ruy Barbosa. Por ser uma obra rara, a consulta só será possível in loco”, explica a bibliotecária da ABI, Valésia Oliveira.

*Sob a supervisão de Joseanne Guedes.

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ABI e UniRuy discutem ações após assalto ao Museu Casa de Ruy Barbosa

A Associação Bahiana de Imprensa (ABI) recebeu representantes do Centro Universitário UniRuy | Wyden (antiga Faculdade Ruy Barbosa), na manhã da última sexta-feira (19/10), para definir medidas a serem adotadas depois do assalto ao Museu Casa de Ruy Barbosa, no final de setembro. As instituições possuem um convênio para administrar o equipamento cultural desde 1998. Na reunião, foram abordadas a situação do imóvel localizado no Centro de Salvador e sua vulnerabilidade, bem como ações para reinserir o espaço no circuito cultural.

O presidente da ABI, Walter Pinheiro, fez um breve histórico da edificação onde nasceu o jurista baiano Ruy Barbosa (1849-1923) e do seu ingresso no patrimônio da ABI, em 1935. Ele também recapitulou o início das relações com a Faculdade Ruy Barbosa e salientou a necessidade de fortalecer a parceria. O dirigente ponderou que, em face do primeiro turno das Eleições 2018, as investigações do crime possam ter sido prejudicadas, mas ressaltou a esperança de reaver as peças furtadas do museu.

O reitor do UniRuy, professor Hubert Soares, falou sobre a progressão da faculdade para centro universitário e destacou a relevância da Casa de Ruy para a instituição. “Sempre teve importância para nós. Até aqui, mantivemos o acordado, que era a limpeza e a segurança”. Ele lembrou o fato de os vigilantes contratados pelo UniRuy para a guarda patrimonial não estarem no local quando ocorreu o crime. “Ficamos tristes que o incidente tenha acontecido por uma falha de nossos funcionários, agora ex-funcionários, porque eles foram desligados por justa causa”, lamentou o reitor, que esteve acompanhado da pró-reitora administrativa/operações do UniRuy, Eliana Martins.

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O diretor de Patrimônio da ABI, Luís Guilherme Pontes Tavares, lastimou a demora na conclusão das investigações para localizar e recuperar as demais peças roubadas do acervo. Até agora, apenas um dos bustos voltou para a ABI, através do dono de um ferro-velho que viu reportagem sobre o furto e procurou a polícia para devolver a obra. “Existem digitais, receptador identificado, depoimentos dos funcionários e diversas pistas dos criminosos. Por que não se chega a uma informação concreta?”, questionou o diretor. Segundo ele, a ABI vai elaborar um pedido de tombamento do imóvel ao Instituto do Patrimônio Artístico e Cultural da Bahia (IPAC). No momento, o imóvel tem a proteção nacional por causa da sua localização no sítio histórico de Salvador. Nenhuma intervenção pode ser realizada sem a permissão do Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (IPHAN).

De acordo com a museóloga da ABI, Renata Ramos, um relatório sobre o caso foi enviado ao Instituto Brasileiro de Museus (Ibram), órgão vinculado ao Ministério da Cultura (MinC) e responsável pela Política Nacional de Museus (PNM). No documento, a ABI disponibiliza todas as informações para que as peças sejam incluídas no Cadastro Brasileiro de Bens Musealizados Desaparecidos (CBMD). A base de dados on-line, de acesso público, reúne informações de bens, de caráter museológico, arquivístico e bibliográfico, desaparecidos dos museus brasileiros e/ou declarados de interesse público.

Novo ciclo

Segundo Hubert Soares, a primeira medida nessa nova etapa da parceria entre as instituições será a instalação de sistema de monitoramento e gravação por câmeras no interior e no exterior do Museu Casa de Ruy Barbosa. Depois, o foco será dar utilidade ao equipamento, que está fechado para visitação. “Queremos revitalizar a casa, promover visitas, aproveitar os espaços”, ressaltou.

O diretor de Cultura da ABI, Jorge Ramos, defendeu que seja feito um levantamento sobre todas as atividades realizadas desde a assinatura do convênio, para futura elaboração de um plano diretor para a Casa. Entre as ações para movimentar o museu, ele sugeriu a formação de uma equipe interinstitucional, a fim de construir e executar um programa para as comemorações dos 170 anos do nascimento de Ruy Barbosa, em 05 de novembro de 2019.

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