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Em combate à desinformação, Projeto Comprova inicia checagem sobre coronavírus

O Projeto Comprova iniciou um expediente especial para checar informações sobre o coronavírus. Os 24 veículos de comunicação que integram a iniciativa vão monitorar redes sociais e aplicativos de mensagens em busca de informações duvidosas sobre a Covid-19. Fazem parte da coalizão do Comprova veículos impressos, radiofônicos, televisivos e digitais de grande alcance, como Folha de S. Paulo, Estado de S. Paulo, SBT, Band News FM e UOL, entre outros.

Eles vão atuar para descobrir e investigar informações enganosas, inventadas e deliberadamente falsas sobre coronavírus compartilhadas nas redes sociais ou por aplicativos de mensagens. “A imprensa como um todo tem feito uma ótima cobertura direcionada para o coronavírus. O conteúdo informativo e de serviço está muito bom. Mas o conteúdo de verificação da desinformação que circula nas redes precisa ter seu alcance reforçado”, explica Sérgio Lüdtke, editor do Comprova.

Sem fins lucrativos, o Comprova recebe sugestões de conteúdos duvidosos para a verificação. No site, há o canal “Pergunte ao Comprova”, e os boatos também podem ser enviados por WhatsApp (11 97795-0022). Para acompanhar as verificações que serão produzidas, basta acessar o site do projeto e as redes sociais (Twitter e Facebook). Os 24 veículos membros da coalizão também replicarão as verificações em seus canais.

“Queremos desbancar os boatos nocivos, mas também instrumentalizar jornalistas e o público em geral para identificar as características dos embustes e ajudar a filtrar desinformação de forma autônoma”, afirma o presidente da Abraji, Marcelo Träsel. O expediente especial sobre o novo coronavírus conta com patrocínio de Google News Initiative (GNI), Facebook Journalism Project, First Draft News, WhatsApp; e apoio da Fundação Armando Alvares Penteado (FAAP).

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Mídia e Gestão

A mídia burguesa e o álcool gel

Por Paulo Nunes*

Somente agora, e de forma tímida, a grande mídia burguesa está saindo de seus estúdios de apresentação, de seus boletins diários e entrevistas com infectologistas, médicos e especialistas para mostrar o outro lado do álcool e gel. Refiro-me aos pobres das periferias que não têm condições financeiras nenhuma de adquirir o produto para se proteger do coronavírus, o Covid-19.

Não é só isso. Moradores pobres que vivem em favelas e barracos não têm nem água nas torneiras e sabão para lavar as mãos. Essas pessoas, há muito tempo, vivem aglomeradas em cômodos apertados, sem saneamento básico, onde todos dormem juntos. Os jornalistas devem sair de seus confortos dos computadores, subir os morros e atravessar a linha de pobreza para mostrar essa triste realidade.

Quando se manda que todos lavem as mãos com álcool e gel, a impressão que passa é que toda população brasileira, com profundas desigualdades sociais, pode comprar o material, que subiu de preço pelos gananciosos. Gostaria de indagar quem olha para esse povo e vai fornecer o álcool e o gel?

Há dias que venho fazendo essa observação, mas sendo criticado por muita gente. Passou do tempo dos veículos de comunicação cobrarem providências urgentes por parte do poder público (municipal, estadual e federal), e não ficar fazendo de conta que vivemos num país rico, sem esses terríveis desníveis sociais de calamidade pública.
Outro problema que já venho falando é quanto a situação dos desempregados, daqueles trabalhadores intermitentes, comissionados e dos informais que dependem do que produzem para comprar suas necessidades básicas, principalmente os alimentos do dia a dia.

Quem vai socorrer essa gente, da qual pouco a mídia comenta e entrevista, mostrando o quadro de penúria, principalmente agora? Não estou aqui para contrariar a recomendação de que todos fiquem em suas casas, mas existe uma tremenda omissão da imprensa que pouco noticia como esses brasileiros esquecidos vivem, estão vivendo e vão viver daqui para a frente para enfrentar a luta contra o Covid-19.

Existe um plano dos governantes para atender esses milhões que já vivem em plena pobreza, com a tendência de piorar mais ainda com o confinamento e a falta de dinheiro para se proteger do vírus e se alimentar? Até o momento, só demagogias, falatórios, discurso e nada de concreto.

Na verdade, não existe um plano para sanar esse problema, e a nossa mídia não explora esta questão que pode se transformar numa convulsão social e invasão de casas comerciais, mercados, farmácias e supermercados. Como solucionar o problema das pessoas que têm doenças crônicas e precisam de fazer hemodiálises, quimioterapia e outros tratamentos inadiáveis, sem o transporte para deslocamentos para cidades e clínicas que prestam esses serviços?

É um alerta que fica, e um apelo para que a mídia comece mais firme a noticiar essa situação que pode se tornar crítica e caótica, se não forem tomadas as devidas medidas por parte do poder público. Mais uma vez, vamos deixar essa gente de lado e fazer de conta que ela não existe?

*Paulo Nunes é advogado e jornalista, editor do Blog do Paulo Nunes.

Nossas colunas contam com diferentes autores e colaboradores. As opiniões expostas nos textos não necessariamente refletem o posicionamento da Associação Bahiana de Imprensa (ABI).
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ABI BAHIANA

Jornais brasileiros se unem em campanha contra o coronavírus

Ontem foi um dia histórico para a imprensa brasileira. As capas dos jornais de todo o país amanheceram com a mesma mensagem. Uma mensagem de união e de responsabilidade, em meio à pandemia do coronavirus. A campanha “Juntos vamos derrotar o vírus. Unidos pela informação e pela responsabilidade”, articulada pela Associação Nacional de Jornais (ANJ), reforça o papel da imprensa da produção de informação de credibilidade. Além da mensagem na capa das edições impressas, a campanha marcou presença nas edições digitais dessas publicações, que destacaram a hashtag #imprensacontraovírus. A ação foi veiculada pela Folha, Estadão, O Globo, Zero Hora e outros. A Bahia contou com a adesão do Correio, do A Tarde e da Tribuna da Bahia.

“Em situações dramáticas como a que vivemos, informação precisa e contextualizada ainda é um bem essencial”, diz Marcelo Rech, presidente da ANJ. A associação desenvolveu a ação na semana passada e pretende, ainda, fazer uso das redes sociais e outros meios para reforçar a importância da busca por informações de credibilidade, produzidas por veículos profissionais, a respeito da pandemia e das medidas de prevenção. Na semana passada, os principais veículos de mídia impressa da Argentina fizeram a mesma ação, estampando na capa uma mensagem sobre a importância da informação de qualidade no atual momento.

Leia também: COVID-19: Governo Federal define atividade da imprensa como essencial

Após a quinta-feira passada, 12, quando a Organização Mundial da Saúde classificou como pandemia a disseminação do novo coronavírus, jornais brasileiros começaram a tomar medidas para garantir maior acesso à informação de conteúdo importante a respeito da prevenção, medidas de restrição e do panorama da doença no mundo. Por isso, veículos como Estadão, Folha, O Globo, Correio, O Povo, GaúchaZH, O Correio do Povo, Jornal do Comércio, Gazeta do Povo, O Popular, NSC Total e A Gazeta liberaram o acesso às suas reportagens sobre o coronavírus a quem não é assinante. (Informações do site Meio & Mensagem)

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COVID-19: Governo Federal define atividade da imprensa como essencial

Em meio à crise provocada pela Covid-19, o governo federal editou um decreto neste domingo (22) que define como essenciais as atividades e serviços relacionados à imprensa. O texto, assinado pelo presidente Jair Bolsonaro, foi publicado em edição extra do “Diário Oficial da União”. De acordo com a determinação presidencial, as medidas previstas em lei para o enfrentamento da emergência de saúde pública decorrente do coronavírus “deverão resguardar o exercício pleno e o funcionamento das atividades e dos serviços relacionados à imprensa”.

Pelo decreto divulgado no domingo (clique aqui), são considerados essenciais os serviços de imprensa “por todos os meios de comunicação e divulgação disponíveis, incluídos a radiodifusão de sons e de imagens, a internet, os jornais e as revistas, dentre outros”. O texto também proíbe a restrição à circulação de trabalhadores que possa afetar o funcionamento das atividades e dos serviços essenciais da imprensa. O decreto diz ainda que, na execução da atividade da imprensa, deverão ser adotadas todas as cautelas para a redução da transmissão da Covid-19.

Na noite de sexta-feira (20), o governo já havia editado a MP 926 e um decreto com a lista de atividades essenciais, mas a imprensa não estava incluída. Os dispositivos, que alteram a mesma lei que dispõe de medidas contra o coronavírus, estabelecem como competência federal, e não dos estados, o fechamento de estradas e aeroportos. Ao todo, a norma elenca 35 serviços públicos e atividades que não devem ser interrompidos, por serem “indispensáveis ao atendimento das necessidades inadiáveis da comunidade, assim considerados aqueles que, se não atendidos, colocam em perigo a sobrevivência, a saúde ou a segurança da população”.

Queda de braço

Em mais um episódio da disputa entre o presidente Jair Bolsonaro e governadores, o decreto de Bolsonaro determina a manutenção de serviços como o transporte intermunicipal, interestadual e internacional de passageiros e o transporte de passageiros por táxi ou aplicativo – na direção contrária às restrições impostas por governos estaduais, a exemplo de São Paulo e Bahia.

Segundo a norma editada pelo governo federal, passa a ser exigida recomendação “técnica e fundamentada” da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), que é ligada ao Ministério da Saúde, para a adoção de qualquer restrição à locomoção interestadual e intermunicipal por rodovias, portos e aeroportos.

O governador da Bahia, Rui Costa (PT), publicou em seu Facebook que vai manter barreiras nas estradas da Bahia. “Vamos entrar com uma ação judicial para questionar a constitucionalidade da Medida Provisória do presidente da República. É preciso que o Governo Federal cuide da vida das pessoas. Não queremos ver no Brasil as cenas que estamos vendo na Itália”, ressaltou Costa.

Depois de Bolsonaro dizer que “alguns governadores estão tomando decisões que não são de suas competências”, os governadores de São Paulo, João Dória (PSD), e do Rio, Wilson Witzel (PSC), reagiram às críticas do presidente às medidas adotadas pelos Estados durante a pandemia. “Estamos fazendo o que deveria ser feito pelo líder do País, o que o presidente não faz, e quando faz, faz errado”, disse Dória em entrevista coletiva, na sexta-feira. Já Witzel, disse que não ter diálogo com o governo federal. “Não sou só eu: os governadores que querem falar com o goveno federal precisam mandar uma carta”, destacou.

De acordo com reportagem do Valor, parlamentares pedirão que os presidentes da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), e do Senado, Davi Alcolumbre (DEM-AP), devolvam a Medida Provisória nº 926, que sobrepõe ações de governadores sobre transportes, ao Palácio do Planalto.

 

  • Confira documentos oficiais:

LEI Nº 13.979, DE 6 DE FEVEREIRO DE 2020

DECRETO Nº 10.282, DE 20 DE MARÇO DE 2020

MEDIDA PROVISÓRIA Nº 926, DE 20 DE MARÇO DE 2020

DECRETO Nº 10.288, DE 22 DE MARÇO DE 2020

*informações do G1, Valor e Estadão.

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