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“Washington Post” recorrerá contra condenação de correspondente no Irã

O jornal americano The Washington Post declarou nesta segunda-feira (12/10) ser uma “injustiça ultrajante” a condenação do correspondente Jason Rezaian no Irã. Informou também que trabalha com seus advogados e com a família do jornalista para apresentar uma apelação. Segundo a agência de notícias AFP, Rezaian, de 39 anos, foi preso em julho do ano passado acusado de espionagem e de outros crimes contra a Segurança Nacional, depois de trabalhar durante dois anos como correspondente em Teerã.

O jornalista compareceu quatro vezes diante do Tribunal Revolucionário de Teerã desde maio. Uma corte especial do órgão é responsável por julgar crimes políticos e casos relacionados à segurança do país. Washington chegou a solicitar que as autoridades iranianas libertassem Rezaian, mas Teerã, que não reconhece a dupla nacionalidade do profissional, alega que se trata de um caso exclusivamente iraniano.

“O Irã se comportou de forma excessiva ao longo deste caso, mas nunca como nesta ocasião, com essa sentença de um tribunal revolucionário, pelo qual um jornalista inocente é condenado por graves crimes após um procedimento que se desenvolveu em segredo, sem que fossem exibidas provas de qualquer tipo”, afirmou o reforçou o editor executivo do jornal, Martin Barón, em um comunicado.

Fonte: Portal IMPRENSA

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Projeto que libera PM para investigar crimes avança na Câmara

Em uma articulação inédita com outras categorias, a Polícia Militar está fazendo avançar na Câmara uma PEC (Proposta de Emenda à Constituição) que dá à PM a atribuição de registrar e investigar crimes, hoje exclusividade das polícias civis e da Polícia Federal. Pela proposta da PEC 431, apresentada no ano passado, todas as polícias realizarão o chamado “ciclo completo”. Isso significa que, enquanto a PM poderá acumular a função de investigar crimes, a Polícia Civil, por sua vez, pode passar a fazer patrulhas e prevenção. Todas poderão assumir uma ocorrência desde o início e levá-la até o Ministério Público.

Essa não é a primeira proposta do gênero na Casa. Há outras quatro paradas –a mais antiga, desde 2009– porque incluíam pontos polêmicos, como a desmilitarização das polícias e a criação de uma polícia única. Desenvolvida como alternativa “consensual” entre todas as propostas anteriores, a PEC 431 tem apoio de promotores, procuradores, peritos e alguns policiais civis e federais. Eles se reúnem, em Brasília, em um gabinete integrado formado para discutir como implementar o ciclo completo e reformar a segurança.

Por outro lado, a ideia enfrenta resistência de delegados, hoje os responsáveis por conduzir todas as investigações e assinar todos os registros de ocorrência. “O objetivo é tornar tudo mais eficiente, encurtar caminhos. Isso vai favorecer a polícia investigativa, a Polícia Civil, porque vai eliminar trabalho burocrático e ela vai poder se dedicar às investigações”, diz José Robalinho, presidente da ANPR (Associação Nacional dos Procuradores da República).

A questão é qual modelo será implantado. O do tipo territorial, por exemplo, prevê que a PM investigue em cidades pequenas, sem delegados. Outro modelo é por categoria de delito: a PM ficaria com os mais leves, deixando investigações maiores para a Polícia Civil. Um terceiro modelo prevê que, quando houver flagrante, a PM apresente o detido diretamente a um juiz. “Se o flagrante está pronto, por que precisa ser formalizado [pelo delegado]?”, afirma o procurador Robalinho. Ele defende também que registros de ocorrências leves, os chamados termos circunstanciados, possam ser feitos pela PM no local da ocorrência, sem ter de levar o caso à delegacia. Isso faz com que todos os envolvidos –inclusive os policiais– percam tempo.

Esse procedimento já é adotado na prática pela Polícia Rodoviária Federal em 19 Estados, segundo a ANPR, por meio de convênio com os Ministérios Públicos locais.  “Não tenho dúvida de que o que a PM quer não é fazer o termo circunstanciado. Quer é lavrar autos de prisão em flagrante, fazer pedidos de prisão preventiva, fazer pedidos de quebra de sigilo, investigar”, diz Marcos Leôncio Ribeiro, presidente da ADPF (Associação de Delegados da Polícia Federal).

Para o relator da PEC na Comissão de Constituição e Justiça, Raul Jungmann (PPS-PE), o modelo a ser adotado na prática, em caso de aprovação da proposta, ainda está indefinido, e dependerá de lei posterior para regulamentá-lo. Mas o momento é de rever os padrões. “Há uma Polícia Militar castrada, que não pode levar até o fim um processo que ela inicia. E há a frustração da Polícia Civil, que se transforma num cartório”, diz. A CCJ planeja promover seminários em 11 Estados para debater modelos de implantação. A ideia é aprovar um relatório até novembro.

Fonte: Folha de S.Paulo

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Caricaturista sírio é morto após ser torturado em cativeiro, diz RSF

A Organização Repórteres Sem Fronteiras (RSF) confirmou na última terça-feira (22/9) a morte do caricaturista sírio Akram Raslan. Ele estava preso desde 2013 e foi sido vítima de tortura pelo serviço de segurança sírio. De acordo com a EFE, a entidade alega que o cartunista foi preso em 2 de outubro de 2012 por oficiais da inteligência militar nos escritórios do jornal governamental Al Fidaa, na cidade de Hama, por uma caricatura em que criticava o presidente Basharr al Assad.

Em julho de 2013, Raslan foi julgado em segredo por um tribunal antiterrorista, sem testemunhas e sem advogados. A RSF informou ainda que depois de sofrer abusos e maus-tratos na prisão, ele foi levado a um hospital e morreu por conta dos ferimentos.
A diretora do departamento da RSF para o Oriente Médio e o Magrebe, Alexandra el Khazen, disse que a morte do caricaturista “como resultado das torturas por parte dos partidários do regime é uma lembrança de que a Síria foi um inferno para os jornalistas durante mais de quatro anos”.
Com mais de 300 ilustrações publicadas, Akram Raslan era conhecido por seu compromisso com o povo sírio e por questionar as ações repressivas do regime e as violações de direitos humanos. Antes do início dos protestos no país, em março de 2011, o profissional havia publicado charges contrárias ao regime de forma anônima nos sites de veículos como Al Jazeera e o jornal Al Yarida.

*As informações são do Portal IMPRENSA

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Cinegrafista demitida após agredir refugiados pode pegar cinco anos de prisão

As cenas de uma jornalista húngara chutando refugiados sírios que tentavam atravessar a fronteira da Sérvia para entrar na Hungria escandalizaram todos os veículos de comunicação daquele país. Após a divulgação das imagens, publicadas pelo jornalista Stephan Richter, a repórter cinematográfica Petra Lazlo foi demitida pela N1TV e pode ser condenada a até cinco anos de prisão pela agressão, que se tornou símbolo da crescente intolerância de países da Europa. Segundo o Jornal britânico The Guardian, a cinegrafista tem ligações com o partido de extrema-direita Jobbik, radicalmente contrário à imigração e defensor de ideias neonazistas.

Petra Lazlo era funcionária do canal N1TV na cobertura dos enfrentamentos entre refugiados e a polícia na cidade húngara de Roszke na última terça-feira. Enquanto filmava a fuga de refugiados sírios, ela foi flagrada colocando o pé na frente de um homem que tentava escapar de um policial, derrubando-o e agredindo com chutes outras pessoas. Nem mesmo o fato de o homem carregar uma criança em seu colo deteve a repórter, mais tarde flagrada chutando uma menina.

As cenas ganharam as redes sociais, e milhares de comentários pedem que Petra seja processada para responder de forma mais grave pelo ato. Perfis de repúdio contra a jornalista também já foram criados pelos internautas. O Comitê de Helsinque para os direitos humanos indicou que, como a repórter chutou várias pessoas, pode ser condenada a cumprir de 1 a 7 anos de prisão, uma vez que a violência foi direcionada contra membros de um grupo específico.

Interesses “cristãos”

Nos últimos dias, a situação na fronteira daHungria com a Sériva, em Röszke, tem sido bastante tensa. O primeiro-ministro húngaro, Viktor Orban, é alvo de críticas pelo discurso contra a entrada de imigrantes estrangeiros e por ordenar a construção de uma cerca ao longo da fronteira com a Sérvia para tentar conter o fluxo de migrantes e refugiados que tentam atravessar a Hungria para chegar à Áustria e a Alemanha. Mais de 160 mil migrantes ou refugiados entraram na Hungria em 2015, segundo autoridades do país.

Orban é líder do Fidesz, partido de tendência nacionalista e conservadora. Recentemente, ele criticou os planos da União Europeia de criar cotas de recebimento de refugiados para países do bloco. E disse estar defendendo “interesses cristãos contra o fluxo de muçulmanos chegando à Europa”. Uma recente enquete revelou que 46% dos húngaros é contra a entrada de imigrantes no país, um índice que triplicou em 20 anos.

A Hungria é um dos países com um intenso fluxo imigratório de refugiados vindos principalmente do Oriente Médio, especialmente na Síria – que passa por Turquia, Grécia, Macedônia e Sérvia, até chegar a Budapeste, já na União Europeia e perto dos países mais ricos do bloco. Da capital húngara, os imigrantes tentam chegar à Áustria ou à Alemanha. Uma pesquisa registra que 66% da população húngara vê os refugiados como uma ameaça à estabilidade de seu país. Milhares de pessoas, porém, tem se posicionado a seu favor durante a atual crise, mobilizando-se para ajudá-los, apesar do repúdio explícito manifestado pelo Governo àquilo que considera uma invasão.

*Informações da Associação Brasileira de Imprensa (ABI), BBC Brasil, El País (Edição Brasil).

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