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Suprema Corte dos EUA estuda limitar liberdade de expressão

Da FRANCE-PRESSE* – A Suprema Corte dos Estados Unidos analisa nesta segunda-feira (1) o estabelecimento de limites à liberdade de expressão em casos como ameaça de morte lançadas através das redes sociais. O principal tribunal de justiça do país debate pela primeira vez o polêmico tema da liberdade de expressão no Facebook e outras redes sociais. Os nove integrantes da Corte devem decidir se é possível falar com total liberdade nos fóruns, bate-papos e outras publicações online, ou se a primeira emenda da Constituição norte-americana, que protege a liberdade de expressão, pode ser limitada em certas condições.

Assim como fizeram Eminem e outros rappers famosos, Anthony Elonis postou ameaças de morte contra sua ex-companheira depois que ela decidiu terminar o relacionamento, após sete anos de convivência. “Há uma maneira de te amar, mas milhares para te matar. Não vou sossegar até que seu corpo esteja despedaçado, nadando em sangue, agonizante de feridas. Vamos, revide, seu lixo!”, escreveu o rapper em seu perfil no Facebook. Outras mensagens do mesmo tipo foram enviadas à agente do FBI que o interrogou, ao parque de diversões que o demitiu e às escolas primárias da região, ameaçando começar “o tiroteio mais odioso que se possa imaginar”.

Um juiz o condenou em primeira instância a três anos e meio de prisão e outros três de liberdade condicional. A sentença foi ratificada na apelação. Anthony Elonis argumenta que suas mensagens teriam apenas uma intenção “terapêutica” após o término do namoro, e que nunca passou por sua cabeça matar ninguém. A mesma desculpa foi dada por outros rappers autores de músicas violentas.

*Texto de Chantal Valery, da Agence France-Presse (AFP).

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Jornalistas do Egito desafiam seus editores

(Associated Press via Estadão) – Cerca de 200 jornalistas egípcios rejeitaram uma recente declaração política de editores de jornais se comprometendo com um apoio ao Estado e banindo críticas à polícia, aos militares e ao judiciário em suas publicações. Em um comunicado publicado no domingo em redes sociais, os jornalistas disseram que enfrentar o terrorismo era tanto um dever quanto uma honra, mas não tem a ver com a renúncia voluntária da liberdade de expressão.

“Resistir ao terrorismo com uma imprensa algemada e boca fechada significa oferecer a nação ao extremismo como uma presa fácil”, diz um trecho do comunicado. Oficiais de segurança confirmaram a autenticidade do comunicado, explicando que os jornalistas que o assinaram representam espectro amplo de ideologias, do islamita ao esquerdista ou ao secularista. Os oficiais falaram sob condição de anonimato, porque não estavam autorizados a falar com a imprensa.

Fonte: Associated Press via Estadão Conteúdo.

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Liberdade de imprensa na América Latina retrocede e violência contra jornalistas aumenta, diz SIP

Os crescentes retrocessos da liberdade de expressão nos últimos anos e o aumento de agressões a jornalistas na América Latina e no Caribe foram denunciados neste domingo durante a 70ª Assembleia Geral da Sociedade Interamericana de Imprensa (SIP), que acontece até terça-feira em Santiago, no Chile. No total, 11 jornalistas da região morreram no último semestre, de acordo com a organização, que criticou as restrições crescentes ao acesso a informações em Venezuela, Equador e até mesmo nos Estados Unidos — principalmente após os vazamentos do ex-agente da CIA Edward Snowden. Alguns cenários de agressão a profissionais foram as manifestações que antecederam a Copa do Mundo no Brasil, os protestos em Ferguson, Estados Unidos, pelo assassinato de um jovem negro, e as manifestações estudantis no Chile. A violência e a insegurança são algumas das principais ameaças ao jornalismo na América Latina, segundo os relatórios da SIP.

Durante cerca de dez horas, 20 representantes da imprensa da América Latina detalharam a situação que enfrentam – e em pelo menos oito deles há motivos de sobra para inquietação. As situações vividas em países como Equador, Venezuela, Argentina, Cuba e Nicarágua “fazem do continente um mar de intolerância e degradação”, resumiu o presidente do Comitê de Liberdade de Imprensa da SIP, o uruguaio Claudio Paolillo. Além desses cinco, a situação é preocupante no México, na Bolívia e na Colômbia. Em todo o planeta, segundo ele, “só 14% da população vive em sociedades com liberdade de imprensa. Os outros 86% enfrentam restrições de todo tipo”. No balanço geral de seis meses feito pela SIP, 11 jornalistas morreram no continente por denunciar o crime organizado e criticar autoridades.

A leitura começou com a situação do Brasil, apresentada por Marcelo Rech, em nome da Associação Nacional de Jornais (ANJ) – e antecipada ontem pelo jornal O Estado de S. Paulo. O documento relata 84 episódios, principalmente de agressões e censura judicial. No intervalo das leituras, dois painéis trouxeram depoimentos sobre a qualidade da democracia no continente – um deles da colombiana Catalina Botero, que acaba de deixar a Relatoria da Liberdade de Imprensa da Comissão Interamericana de Direitos Humanos (CIDH), e outro do uruguaio Edison Lanza, que a sucedeu nesse posto.

Para o novo relator para a Liberdade de Expressão da Organização dos Estados Americanos (OEA), Edison Lanza, há alguns países com situações mais graves do que os outros, mas o cenário é comum a toda a região. “A situação da liberdade de expressão que se vive no cotidiano na região é de tirar o fôlego. Após 30 anos de restauração da democracia em nossos países, às vezes parece incrível como não podemos sequer discutir ou debater estas questões”.

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As palavras de Lanza foram corroboradas por José Miguel Vivanco, diretor da Human Rights Watch. Para ele, é “alarmante” que nos últimos anos tenha sido imposto na América Latina um processo de banalização de compromissos coletivos para promover e defender a democracia, os direitos fundamentais, as liberdades civis, a independência do Poder Judiciário e a liberdade de expressão. “Os casos da Venezuela e do Equador são emblemáticos sobre os riscos que existem para a liberdade de expressão na região. É importante termos um órgão com caráter, força, recursos, liderança, coragem e inteligência”.

Vigiados

Ao descrever a situação da imprensa na Argentina, aonde o governo vem pressionando duramente jornalistas e cerca de 80% da mídia está sob o controle do governo, o colunista Joaquin Morales Solá, de La Nación, disse que há no país uma perseguição constante, “que põe o jornalismo à beira da extinção, pois somos vigiados diariamente em nossos telefones e nossas casas. Somos insultados nas ruas por fanáticos do governo”. E completou: “Pouco importa se o governo foi legitimamente eleito. Na democracia o fundo é tão importante quanto a forma. O fundo é que é a forma na democracia”.

O jornalista chileno Genaro Arriagada relatou injustiças que sofreu e testemunhou, primeiro sob o governo comunista de Salvador Allende, que se preparava para calar a imprensa não governista, e depois da ditadura militar de Augusto Pinochet. Mas os desafios do presente são de outro tipo, afirmou: “O que vemos nos EUA, na Europa, na America Latina, em outras regiões, é um crescente controle também exercido por grandes corporações”.

Na Venezuela, foram 292 casos de violações de liberdade de expressão entre janeiro e setembro deste ano: um aumento de quase 67% em relação a 2013, quando se registraram 175 casos. A maior violação é a censura: foram 107 casos até agora, o que representa um aumento de 37,17% em relação a todo o ano passado. A SIP também destacou que mais de 30 veículos impressos são afetados pela escassez de papel, e 12 deixaram de circular, temporária ou definitivamente.

O relatório sobre o Equador, que repetiu o quadro de perseguições e proibições, detalhou duas normas recentes criadas pelo governo de Rafael Corrêa. Uma delas instituiu a figura do “defensor de audiência”, um funcionário que a empresa é obrigada a contratar, porém indicado pelas autoridades. É uma espécie de censor interno, que faz relatórios sobre os erros cometidos ao se publicar uma notícia.

A segunda medida proíbe a autocensura dos jornais – mas o que a lei chama de “autocensura” é a decisão do jornal de não publicar uma “notícia importante para o interesse público”. Exemplo desse interesse: uma homenagem recebida pelo presidente Rafael Corrêa em uma viagem fora do país.

SIP condena atentados

Durante a abertura Assembleia-geral, na última sexta-feira (17/10), a entidade condenou recentes atentados contra jornalistas latino-americanos. O presidente da Comissão de Liberdade de Imprensa da entidade, Claudio Paolillo, afirmou que desde o último encontro da SIP em Barbados aconteceram oito novos crimes no continente, três em Honduras, dois no México, um na Colômbia, um em El Salvador e um no Peru.

Entre os atentados recentes, a instituição citou o assassinato do repórter paraguaio Pablo Medina, do jornal ABC Color, na última quinta-feira (16/10). O segundo foi o desaparecimento, na quarta-feira (15/10) e a morte confirmada na sexta-feira (17/10) da ativista mexicana María del Rosario Rubio, jornalista-cidadã conhecida por denunciar as ações do cartel do Golfo, que controla as atividades do narcotráfico no nordeste do país.

Medina é o terceiro comunicador morto por narcotraficantes no Paraguai em apenas um ano. “A morte de Medina enluta o início de nossas reuniões, cujo propósito é justamente reavaliar como se exerce a liberdade de imprensa e o trabalho de investigar em nossos países”, disse Paolillo.

*Informações da AFP, O Globo e Agência Estado.

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Jornalistas recebem ameaças de grupos paramilitares na Colômbia

DEU NO PORTAL IMPRENSA – Grupos paramilitares da Colômbia, os chamados Los Urabeños e Los Rastrojos, publicaram uma lista com seus próximos alvos. Entre os que correm risco de vida estão dez jornalistas. Eles exigem que os profissionais peçam demissão e deixem as cidades onde trabalham.

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Dez jornalistas estão na lista de alvos dos grupos paramilitares – Foto: Reprodução/EFE

De acordo com o Blog Jornalismo nas Américas, aproximadamente 160 repórteres, ativistas de direitos humanos, advogados e lideranças sindicais foram diretamente apontados como alvos dos grupos, em setembro.

A ONG Repórteres Sem Fronteiras (RSF) denunciou as ameaças e solicitou que as autoridades assegurem proteção aos profissionais de imprensa para tentar combater as crescentes intimidações no local.

Oito jornalistas que trabalham na região de Valle del Cauca, localizada no oeste da Colômbia, receberam um aviso no dia 28 de setembro, no qual o grupo diz que “aqueles que quebrarem a ordem direta imposta pelos Los Urabeños serão silenciados”.

A Fundação Colombiana pela Liberdade de Imprensa (FLIP) também denunciou ameaças alegando que “os atos ressaltam a situação crítica vivida por jornalistas do Valle de Cauca”. Apenas neste ano, a entidade registrou 10 agressões contra jornalistas na cidade, incluindo o assassinato de Yonny Steven Caicedo, que trabalhava como cinegrafista.

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