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Site monitora ataques contra liberdade de imprensa nos EUA

Em parceira com as principais organizações que defendem a liberdade de imprensa, o Comitê de Proteção a Jornalistas (CPJ) e a Freedom of the Press Foundation mantêm o site independente U.S. Press Freadom Tracker, que monitora atentados contra meios de mídia nos Estados Unidos. Membro do projeto, a ONG Repórteres Sem Fronteiras (RSF) vai formar um comitê diretivo do portal para armazenar registros dos ataques.

trackerO que motivou a criação do site foi um contexto recente nocivo a jornalistas no país, onde repórteres sofreram acusações de ilegalidades em manifestações realizadas em Washington D.C., houve detenções de profissionais e seus aparelhos eletrônicos na fronteira e até agressões, como no caso do repórter Ben Jacobs, que foi vítima do parlamentar republicano Greg Gianforte.

“A guerra contra o jornalismo, emprendida pelo governo do presidente Donald Trump, tem se intensificado gradualmente, por isso nossa iniciativa chega em um momento crucial”, disse o diretor-executivo da Freedom of Press Foundation, Trevor Timm.

Leia também: Jornalistas analisam efeitos do governo Trump sobre a imprensa

Na descrição do site, os organizadores ressaltam que se trata de um espaço de natureza não partidária e que pretende ser o primeiro a fornecer informações confiáveis ​​e de fácil acesso sobre o número de violações da liberdade de imprensa nos Estados Unidos. “Essa tendência é clara nos Estados Unidos, que ocupa a 43ª colocação no ranking mundial de liberdade de imprensa feito pela RSF em 2017. O Tracker é uma execelente ferramenta que permitirá o acesso a informações detalhadas sobre esse retrocesso”, afirmou a diretora da RSF na América do Norte, Delphine Halgand.

Imprensa e TRUMP 

Charge de Simanca mostra Trump disparando ofensas através do Twitter
Charge de Simanca mostra Trump disparando ofensas através do Twitter

As investidas de Trump contra o jornalismo foram alvo de análise de uma reunião promovida pela Associação Bahiana de Imprensa (ABI), em julho. Do debate conduzido pelo presidente da instituição, Walter Pinheiro, participaram os jornalistas Ranulfo Bocayuva e Tony Pacheco, e o cartunista Osmani Simanca, que fez uma exibição de sua produção sobre o presidente estadunidense. Os convidados fizeram reflexões sobre o poder político, militar e econômico norte-americano, além de suas relações com países como China, Rússia, Síria, Iraque e Arábia Saudita. Temas como política anti-imigração, possível conflito com a Coreia do Norte e recuo nos acordos ambientais integraram a pauta.

*Com informações do Portal IMPRENSA

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ABI BAHIANA Notícias

Jornalistas analisam efeitos do governo Trump sobre a imprensa

Faltavam dois dias para a festa da Independência dos Estados Unidos, celebrada em 4 de julho, quando o presidente Donald Trump resolveu ampliar sua já extensa lista de ataques contra a imprensa. Publicou em seu Twitter uma montagem em que ele encarna uma espécie de Hulk Hogan e golpeia um homem cujo rosto está coberto com o logotipo da rede CNN. Essa e outras investidas de Trump contra o jornalismo foram alvo de análise, na manhã desta quinta (20), durante reunião promovida pela Associação Bahiana de Imprensa (ABI). A íntegra da discussão pode ser acessada aqui.

Do debate conduzido pelo presidente da instituição, Walter Pinheiro, participaram os jornalistas Ranulfo Bocayuva e Tony Pacheco, e o cartunista Osmani Simanca, que fez uma exibição de sua produção sobre o presidente estadunidense. Os convidados fizeram reflexões sobre o poder político, militar e econômico norte-americano, além de suas relações com países como China, Rússia, Síria, Iraque e Arábia Saudita. Temas como política anti-imigração, possível conflito com a Coreia do Norte e recuo nos acordos ambientais integraram a pauta. O diretor da ABI, Luis Guilherme Pontes Tavares, idealizador do debate, observou que [o evento] não é um julgamento de Trump, mas uma oportunidade de analisar os efeitos de seu governo.

Desde que Donald Trump conquistou a presidência dos Estados Unidos, tendo assumido em 20 de janeiro, ele acumula episódios de uma amarga relação com a imprensa. Um dia depois da posse, há seis meses, Trump, que tem o Twitter como sua plataforma predileta de ofensas, afirmou para oficiais da inteligência daquele país ter uma “guerra em curso com a imprensa”, cujos profissionais classificou como “os seres humanos mais desonestos da Terra”. Segundo ele e sua equipe, “a imprensa deveria manter a boca fechada”.

Foto: Luiz Hermano Abbehusen
Foto: Luiz Hermano Abbehusen

Para Ranulfo Bocayuva, Trump é “um desequilibrado”, embora, segundo ele, tenha sido vítima de preconceito. “Ele não ataca só a imprensa, mas também a Constituição americana. Nós sabemos aqui no Brasil os efeitos do autoritarismo”. Ele definiu Trump como um “outsider”, por não se enquadrar até mesmo em seu próprio Partido Republicano, e destacou fracassos políticos nos EUA e nas relações internacionais, a exemplo do Obamacare – plano de saúde implantado pelo democrata Barack Obama -, que Trump tentou revogar, sem sucesso. “Foi uma derrota vergonhosa. Esse caráter fanfarrão revela incompetência para governar. A agressão à imprensa visa escamotear a incapacidade dele, que tem tido derrotas grandes e vê sua popularidade cair a cada dia”.

Tony Pacheco acredita que tudo não passa de brincadeira e o “jeitão” do líder é um misto de defesa e tentativa de cumprir o que prometeu a seu eleitorado, formado, segundo Pacheco, por uma classe média branca e desprezada pelos governos anteriores. Para ele, Trump encontrou na falência da classe média o apoio de que precisava para alcançar a presidência. “Ele pongou na insatisfação dos americanos com suas vidas. Metade da população não queria Trump. Por isso, ele encara uma forte oposição, como foi com a presidente Dilma aqui no Brasil”, disparou.

Em sua análise, ele lembrou que Trump fez propaganda para o branco pobre, uma parcela da população que só faz decrescer economicamente. Segundo Pacheco, pelo menos três pontos fizeram a vitória de Trump: a casa própria (classe média continua na hipoteca), a educação (jovens estão cada vez mais endividados) e o automóvel, cuja idade média de uso nos Estados Unidos atualmente é de 12 anos. “O americano médio não pode mais trocar de carro como é mostrado no cinema”. “Só 1% dos americanos tem renda superior a 600 mil reais por ano. Outros 15% ficam entre 90 e 400 mil. A maioria, uns 200 milhões de americanos, fica patinando, correndo atrás de empregos melhores nos últimos 20 anos”.

O jornalista destacou que a imprensa brasileira e mundial fez cobertura partidária anti-Trump na época da eleição e, de acordo com ele, continua fazendo agora. “Ele é um idiota e rebate as provocações que são feitas por uma imprensa partidária. Se eu fosse tratado desse jeito, eu faria pior”. Tony Pacheco citou que Obama foi o presidente que mais deportou imigrantes na história dos Estados Unidos. “Mas todos criticam Trump, antes mesmo dele expulsar. Putin [presidente russo], por exemplo, resolve mandando matar jornalistas e ninguém diz nada”. Ele pediu “paciência” com Trump. “Vamos pesquisar mais. Com seis meses, ainda não dá para saber se será bom ou ruim”.

Foto: Luiz Hermano Abbehusen
Foto: Luiz Hermano Abbehusen

Quem discorda é Osmani Simanca. Ao longo da exibição das charges, ele explicou seu olhar sobre o resultado das eleições e a postura de enfrentamento assumida pelo presidente. “A charge sempre é opinião. Eu tenho uma posição muito clara no meu desenho: Donald Trump tem um desequilíbrio”. Segundo o cartunista, as ofensas – hoje no âmbito virtual – podem incitar agressões reais.

Esse é também o medo da Sociedade Interamericana de Imprensa (SIP), que recentemente condenou os ataques de Trump aos meios de comunicação dos EUA. A organização manifestou preocupação de que a atuação do presidente incite atos de violência contra jornalistas e veículos.

“Ele preferiu adotar a política do ‘porrete’, enquanto Obama [ex-presidente] agia à base da simpatia e do carisma. O perigo é essa doutrina ganhar corpo. Se as manifestações dele encontrarem apoio, as coisas vão piorar. Eu acho que o caminho é sempre o diálogo. O processo de ameaça é prejudicial. Que o comportamento agressivo dele com os profissionais da notícia não seja copiado no Brasil”, avalia o presidente da ABI, Walter Pinheiro.

Prestigiaram a sessão a historiadora e professora Ana Caribé, o professor de Filosofia da UFBA, Ricardo Líper, a representante da Sociedade Protetora dos Desvalidos, Lígia Margarida Gomes, os diretores da ABI, Nelson José de Carvalho, Luiz Hermano Abbehusen e Valter Lessa, entre outros.

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Debate na ABI aborda as relações de Trump com a imprensa

Desde que Donald Trump conquistou a presidência dos Estados Unidos, ele acumula episódios de uma amarga relação com a imprensa. Um dia depois da posse, há seis meses, Trump, que tem o Twitter como sua plataforma predileta de ofensas, afirmou para oficiais da inteligência daquele país ter uma “guerra em curso com a imprensa”, cujos profissionais classificou como “os seres humanos mais desonestos da Terra”. Para ele e sua equipe, “a imprensa deveria manter a boca fechada“. Buscando analisar as investidas do presidente estadunidense contra a imprensa e entender o que Trump pode significar para o jornalismo, a Associação Bahiana de Imprensa (ABI) promoverá na manhã de 20 de julho (quinta-feira), a partir das 9h30, a mesa redonda “Os primeiros seis meses da administração Donald Trump”.

trump_liberdade_charge SIMANCAO evento aberto ao público será realizado na Sala de Reunião Afonso Maciel, no 2º piso do edifício-sede da instituição (Rua Guedes de Brito, 01, esquina da Praça da Sé). O debate ficará com os jornalistas Ranulfo Bocayúva e Tony Pacheco, ambos comentaristas da cena internacional. Os dois divulgam suas análises em veículos impressos e radiofônicos. Na ocasião, o cartunista Osmani Simanca exibirá as charges que elaborou sobre o personagem desde a campanha eleitoral norte-americana de 2016.

Acontecimentos recentes levaram a Sociedade Interamericana de Imprensa (SIP) a condenar os ataques de Trump aos meios de comunicação dos EUA. A organização manifestou preocupação de que a atuação de Trump incite atos de violência contra jornalistas e veículos.

O jornalista e historiador Luis Guilherme Pontes Tavares, diretor da ABI, acredita que o tema que a entidade abordará na quinta-feira poderá ser retomado às 18h do dia 25 (terça-feira), quando a professora e filósofa norte-americana Angela Davis (73 anos) comparecerá a um debate no Salão Nobre da Reitoria da Universidade Federal da Bahia. A ativista é convidada do NEIM (Núcleo de Estudos Interdisciplinares sobre a Mulher) e da UFRB (Universidade Federal do Recôncavo da Bahia). “Ela tem se manifestado contrária à administração de Donald Trump”. E não é a única. De acordo com a AFP, em apenas seis meses de presidência, Trump vê popularidade cair para 36%.

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ABI promove mesa sobre os seis meses do governo Trump

Debate abordará investidas do presidente estadunidense contra a imprensa

Por Luís Guilherme Pontes Tavares*

A Associação Bahiana de Imprensa (ABI) promoverá na manhã de 20 de julho (quinta-feira), a partir das 9h30, a mesa redonda “Os primeiros seis meses da administração Donald Trump”. O evento será realizado na Sala de Reunião Afonso Maciel, no 2º piso do edifício-sede da instituição (Rua Guedes de Brito, 01, esquina da Praça da Sé). Será aberto ao público, mas é necessário o contato prévio com a secretaria (3322 6903), devido ao limite de lugares.

Estão confirmados, como debatedores, os jornalistas Ranulfo Bocayúva e Tony Pacheco, ambos comentaristas da cena internacional. Os dois divulgam suas análises em veículos impressos e radiofônicos. Está prevista, também, a participação do cartunista Osmani Simanca, ocasião em que exibirá as charges que elaborou sobre o personagem desde a campanha eleitoral norte-americana de 2016.

TRUMP E A IMPRENSA

trump_liberdade_charge SIMANCAO presidente Donald Trump assumiu em 20 de janeiro deste ano após surpreendente vitória contra a candidata, que pontuava como favorita, do Partido Democrata, Hillary Clinton. Desde a campanha e ao longo desses seis meses de administração, Trump tem se confirmado com fenômeno midiático, exibindo-se com provocações através das mídias sociais, sobretudo pelo Twitter. Desde o ano passado, esse personagem tem afligido o mundo com bravatas que ameaçam a paz e o meio-ambiente.

Donald Trump, nova-iorquino de 71 anos de idade, é bilionário que multiplicou a herança paterna e possui negócios, sobretudo imobiliários, espalhados pelo mundo. É o patriarca de família de empresários e, no quadro de auxiliares diretos de seu governo, figuram sua filha e o marido dela. O presidente norte-americano é filiado ao Partido Republicano, porém, tem colecionado antagonistas também no âmbito dessa agremiação política.

Os jornalistas Bocayúva e Pacheco, assim como Simanca, não desconhecem que Trump tem investido contra a imprensa com gestos e palavras que contrariam a tradição liberal dos EUA. A Constituição desse país protege a ação da imprensa e os poderes constituídos a encaram como um dos pilares que garantem a governabilidade, o progresso e o bem-estar do povo norte-americano.

*Luís Guilherme Pontes Tavares é diretor da ABI

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