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Programação variada celebra os 30 anos da Facom

As comemorações dos 30 anos da Faculdade de Comunicação da Universidade Federal da Bahia (Facom/UFBA) prometem agitar o Campus de Ondina, nesta quinta-feira (1º). Pela manhã, às 9h, ocorre a inauguração da nova ala da unidade, que terá um espaço para a instalação do Instituto Nacional de Ciência e Tecnologia em Democracia Digital (INCT-DD), além de novas salas de aula, laboratórios e gabinetes para os professores. Também serão apresentados o novo site da Facom e o Núcleo de Comunicação, iniciativa inédita implantada pela Facom. O reitor da UFBA, João Carlos Salles, prestigiará a cerimônia.

A diversidade, característica marcante da Facom desde o seu início, será lembrada durante a mesa-redonda “Multiplico direitos, fortaleço cidadania”, a partir das 10h30, com a participação da jornalista Silvana Moura (Diretoria de Conteúdo do IRDEB), formada pela Facom, do professor Hélio Santos (integrante da Fundação Baobá) e mediação do professor José Roberto Severino. A ação é organizada pelos alunos da Agência Experimental, projeto de extensão da Facom fundado em 2007 que promove o diálogo entre a universidade, a comunidade e movimentos sociais. O momento marcará a campanha “Conviver com Respeito”, que busca estimular a convivência pacífica entre povos de diferentes religiões. Além disso, haverá a exibição do teaser do documentário dos 100 anos do Terreiro Bate Folha.

Outra novidade é a inauguração da Casa de Comunicação – Ilê ti Com. O espaço compartilhado de trabalho e convivência, que funcionará no vão do primeiro andar da faculdade, é um antigo desejo dos estudantes e será apresentado às 12h30 no sarau “A Casa é Sua”, organizado pelos alunos do curso de Produção Cultural, sob a orientação do vice-diretor da Facom, o professor Leonardo Costa. Haverá apresentações de música e poesia, com a participação do coletivo Frôceta. O microfone estará aberto ao público.

Durante o evento, serão lançados diversos produtos feitos pelos alunos da Facom, como o FAQ COM, cartilha que ajudará a tirar dúvidas de calouros e veteranos, o FacomFaz, site com o acervo de todas as publicações já produzidas nas disciplinas, o perfil do instagram Baú da Facom, que tem registros de momentos marcantes para a história da instituição, e a edição impressa do Jornal da Facom. Também será lançada a nova edição digital da revista Fraude, feita pelos alunos do Programa de Educação Tutorial da Faculdade de Comunicação (Petcom).

A Gestão CulturAção, que esteve à frente do Centro Acadêmico Vladmir Herzog durante todo o ano de 2017, encerra seu mandato com uma festa de confraternização às 14h. Os membros da instância, que representa os alunos da Facom, pedem para que os participantes tragam roupas de banho, para tomar sol e aproveitar o final do semestre de verão ao som de uma boa música. Alimentos e bebidas serão vendidos no local. O aniversário se encerra com o Bloquinho do Paredão da Facom, iniciativa de veteranos da faculdade, às 17h.

Sobre a Facom – A Faculdade de Comunicação da UFBA (Facom) faz parte do campus universitário de Ondina. A unidade é reconhecida por abrigar o primeiro curso de Jornalismo da Bahia, criado na década de 1950 sob domínio da Faculdade de Filosofia. O curso sofreu uma transformação com o deslocamento para a Escola de Biblioteconomia, em 1969. Com a junção dos dois cursos no mesmo prédio, a unidade passou a ser denominada Escola de Biblioteconomia e Comunicação, onde o curso de Comunicação funcionou sob luta política até 1987, ano da separação e independência. A Facom também foi pioneira ao oferecer a primeira habilitação em Produção em Comunicação em Cultura do Brasil, em 1996.

Na graduação, oferece as habilitações de Comunicação Social: Jornalismo e Produção em Comunicação e Cultura, além da área de concentração em Cinema e Audiovisual. Na pós-graduação, a Facom oferta a especialização em Comunicação Estratégica (Gestão da Marca), e os programas de mestrado e doutorado em Comunicação e Cultura Contemporâneas. Atualmente, é composta por cerca de 600 alunos e 40 professores efetivos. Entre suas conquistas mais recentes, se destaca a nota 5 alcançada pelo curso de Jornalismo no Exame Nacional de Desempenho dos Estudantes (ENADE), tornando-o campeão entre as instituições públicas de ensino. (Ler Dossiê Facom)

SERVIÇO:

ANIVERSÁRIO DE 30 ANOS DA FACOM
Dia 01/02 (quinta-feira), a partir das 9h
Local: Faculdade de Comunicação da UFBA – Rua Barão de Jeremoabo, s/n, campus de Ondina
Aberto ao público

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Notícias Artigos Pensando a imprensa

Artigo: A construção da memória da televisão no Brasil

Por Sérgio Mattos*

As produções acadêmicas sobre a televisão brasileira foram iniciadas em fins da década de 1960 e intensificadas a partir da década de 1980, com a multiplicação dos cursos de Comunicação e implantação de programas de pós-graduação. Em sua maioria, esses estudos, dedicam-se a analisar a produção, exibição, consumo, comercialização e propostas temáticas desse veículo.

Os primeiros trabalhos limitavam-se ao conteúdo de sua programação e seus efeitos sociais. Na década de 1970, muitos estudos procuravam a estrutura organizacional da mídia televisiva, analisando mensagens e efeitos no receptor, procurando desvendar suas relações com os grupos dominantes e demonstrando as características capitalista dependente da televisão dependente (MATTOS, 2007, p. 35).

Até o ano de 1980, o material bibliográfico sobre a televisão no Brasil era basicamente constituído por análises descritivas sobre o desenvolvimento desse veículo e como ele influenciou e foi utilizado pelas classes dominantes (MARQUES DE MELO, 1980).

Até o ano de 1990, os estudos acadêmicos sobre a televisão produzidos no Brasil não ultrapassavam a marca dos cem títulos (MATTOS, 1990). Até o ano 2000, quando a televisão festejou 50 anos ainda era possível identificar e quantificar livros, dissertações e teses focadas no assunto televisão (MATTOS, 2000).

Em comemoração aos 50 anos da televisão Brasil, no ano 2000, inúmeras publicações registraram o fato e divulgaram depoimentos de profissionais. Àquela época, foram identificados, classificados e descritos parte da bibliografia sobre a televisão brasileira, pois já era impossível identificar toda a produção existente (MATTOS, 2000).

Nos últimos 16 anos (2000 – 2016), muitas pesquisas foram realizadas e publicadas sem que tenhamos uma ideia exata do que está sendo feito por todo o país, o que nos leva a imaginar a necessidade de se resgatar, preservar e disponibilizar eletronicamente esses trabalhos.

Um levantamento aleatório nos sites dos Programas de Pós-Graduação, na CAPES e no CNPq, nos repositórios das Universidades ou uma consulta ao banco de dados do SciELLO Books e do Google/Internet, por exemplo, com palavras chaves, nos apresenta uma relação enorme de trabalhos realizados, com uma concentração nos seguintes temas: Recepção e os efeitos da mídia televisiva; O controle social da TV; Censura e TV; Programas educativos; TV Publica versus TV Privada; A propriedade cruzada na mídia; Políticas de Comunicação; Mercado de TV; Modelo de Negócio da Televisão; Poder e Televisão; TV por assinatura; Aspectos Mercadológicos; Produção de programas televisivos; Políticas de Comunicação; Questões de hegemonia, ideologia e dominação pela TV; Discurso televisivo; a Televisão como criadora da identidade nacional; Telenovela, Telejornal; e raros trabalhos sobre Legislação e estudos comparativos com outros países Latino americanos, no caso, os do Mercosul.; estudos de legislação apresentando indicadores comparativos da mídia televisiva no Mercosul; Mídia alternativa; estruturas televisuais na América Latina; O fenômeno da Web TV, Formatos e Linguagens; Processos midiáticos contra-hegemônicos, Regionalização da produção; e, Democratização da mídia televisiva.

Além desses, inúmeros são os trabalhos sobre emissoras de televisão, a exemplo da Rede Globo, em maior número, sobre programas específicos de uma emissora, como o jornal Nacional da Globo, ou programas evangélicos, sobre as emissoras públicas e educativas dentre muitos outros temas. Isto sem falar de uma quantidade imensurável de livros publicados, de cunho memorialista ou biográficos, que registram a história de emissoras e de indivíduos envolvidos no fazer televisão.

Saliente-se que a televisão também é estudada por pesquisadores das áreas de Antropologia, Educação, História, Psicologia e Publicidade, entre outras, que concentram seus estudos nos efeitos e influência da TV no comportamento, no desenvolvimento de hábitos de consumo e atitudes; no impacto das mensagens de violência e de erotismo no comportamento das audiências e no processo de ensino aprendizagem.

PROPOSTA DE ABORDAGEM – Mesmo sem ter o conhecimento de tudo o que se tem publicado e estudado sobre a televisão brasileira, todos os pesquisadores do campo têm consciência de que a história da televisão brasileira, com 66 anos de existência operacional, está cheia de lacunas a serem preenchidas. Muitos são os trabalhos realizados e publicados, mas para que possamos entender o seu processo de desenvolvimento é necessário pesquisar outros aspectos e detalhes até agora desconsiderados.

É de fundamental importância que os novos estudos sejam realizados sem dissociar a televisão do sistema de comunicação do país, do qual ela é apenas uma parte. A televisão deve ser “analisada como parte de um processo de mudanças e permanências das estruturas econômicas, políticas e sociais do país e não como parte isolada” (MATTOS, 2007, p.38). Para tanto, é necessário o uso de uma abordagem dentro do contexto social, econômico e político do país (MATTOS, 2009), de acordo com a tradição crítica latino-americana que tem por base o referencial teórico da Economia Política da Comunicação.

[…] para estudar as causas e efeitos do processo global, precisamos construir uma teoria crítica e social da globalização que seja mais abrangente do que as teorias identificadas como sendo de direita ou de esquerda.

[…] Os estudos que aplicam as teorias da globalização para explicar o que está ocorrendo com a televisão em determinado país, o Brasil, por exemplo, não podem deixar de considerar a realidade local em relação à realidade global, a regionalização versus a globalização.

[…] o desenvolvimento da nossa televisão também sofreu a influência direta e indireta das mudanças do contexto. Contexto que apresenta não uma, mas várias realidades, devido à anomalia que é a nossa história contemporânea, que torna quase impossível a tarefa de se estabelecer critérios com os rigores da historiografia sob pena de apresentarmos resultados com distorções (MATTOS, 2007, p 39-40).

Para uma melhor compreensão da evolução de um veículo como a televisão, no Brasil ou em qualquer outro país Latino Americano, é necessária a aplicação de uma estrutura de análise que considere como fundamental o contexto histórico com todas as suas nuances, socioeconômica, cultural e política. “pois só assim poderemos compreender, plenamente, a evolução da televisão e suas variações, no tempo e no espaço, devido às influências internas e externas” (MATTOS 2007, p.41).

Todos os estudos de aspectos particulares da televisão devem ser considerados como elementos interdependentes de um contexto global. Cada estudo realizado sobre a televisão deve levar em consideração que o assunto pesquisado – seja ele um aspecto de produção, um recorte de programação ou sobre uma emissora – continua sendo parte de um todo, recebendo influência do meio, atuando sobre ele e modificando a realidade. Precisamos estar conscientes da televisão como unidade em si e da inter-relação dela com o meio no qual está inserida, sofrendo influência e influenciando a realidade do contexto socioeconômico político e cultural (MATTOS, 2007, p. 41).

PROPOSIÇÕES – Considerando as tecnologias digitais e a convergência das mídias, devemos pesquisar se a televisão (aberta e fechada) e a Internet são ou não responsáveis pela queda acentuada da venda avulsa dos jornais nos últimos cinco anos apesar do sucesso crescente da mídia impressa de distribuição gratuita (MATTOS, 2014). Qual a influência direta da televisão aberta e da TV por assinatura na diminuição do índice de leitura de jornais, livros e revistas no país?

Muitas inferências e hipóteses têm sido levantadas sobre a influência da televisão, mas os pesquisadores precisam confirmá-las. Precisamos agora conectá-las e inseri-las no contexto histórico, socioeconômico, político e cultural para entendermos o que está acontecendo hoje. Enfim, precisamos encontrar uma nova maneira de entender a televisão como um dos veículos para a compreensão da realidade.

É necessário estudar o processo de produção em si e o processo de recepção como um ato de opção individual e não coletiva. É preciso realizar estudos qualitativos sobre como as mensagens são recebidas e processadas, levando-se em consideração o contexto e as experiências individuais e sem perder de vista que a televisão é apenas a parte de um processo que envolve a produção, circulação e consumo por meio dos quais os significados são construídos.

Precisamos, portanto, entre outras propostas, atualizar o Estado d’Arte da Televisão, criando um Banco de Dados, com todo o acervo bibliográfico produzido no país por Editoras Públicas e Privadas, além do material produzido pelas Universidades (dissertações de mestrado, teses de doutorado, monografias de conclusão de cursos de especialização em nível de pós-graduação e TCCs de graduação) sobre a televisão brasileira. É necessário, garantir que este inventário seja disponibilizado On Line, ao alcance de todos os pesquisadores.

Precisamos observar e comparar a mídia Televisão dentro do contexto histórico, socioeconômico, político e cultural do país, levando em consideração a sua interdependência e relações com todos os fatores intervenientes no processo.

Enfim, precisamos acompanhar a implantação da tecnologia digital e sua interferência direta no desempenho e produção de conteúdos televisivos, bem como o impacto que o Mobile TV está exercendo sobre o conteúdo da televisão.

REFERÊNCIAS

MARQUES DE MELO, José de. Comunicação e classes subalternas. São Paulo: Cortez, 1980.

MATTOS, Sérgio. A televisão no Brasil: 50 anos de história (1950-2000). Salvador: Editora PAS – Edições Ianamá, 2000.

MATTOS, Sérgio (Org.). Comunicação Plural. Salvador: EDUFBA, 2007 (Coleção Sala de aula, nº 4).

MATTOS, Sergio. Dilemas do Jornalismo Impresso na busca de um novo modelo de negócio. In: Revista Eptic Online, vol. 16, n.1,p.19-32, jan-abr., 2014.

MATTOS, Sérgio. História da Televisão Brasileira: uma visão econômica, social e política. Petrópolis: Editora Vozes, 5ª Edição, 2010.

MATTOS, Sergio. O Contexto Midiático. Salvador: IGHB, 2009.

MATTOS, Sérgio. Um Perfil da TV Brasileira: 40 anos de história (1950-1990). Salvador: ABAP/Jornal A Tarde, 1990.

* Sérgio Mattos é Jornalista diplomado pela UFBA, Mestre e Doutor em Comunicação pela Universidade do Texas, em Austin, Estados Unidos. É autor de 49 livros dentre os quais A História da Televisão Brasileira: uma visão econômica, social e política (Vozes, 2010, 5ª edição).

Publicado na EPTIC – Rede de Economia Política da Informação, Comuniação e Cultura

Disponivel em: http://eptic.com.br/coluna_cepos_sergiomattos/

Acesso em 15 de setembro de 2016

Link: http://eptic.com.br/coluna_cepos_sergiomattos/

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Congresso da UFBA marca os 70 anos da instituição

Para comemorar os 70 anos da maior instituição federal de ensino superior do estado, a Universidade Federal da Bahia (UFBA) realizará um congresso, de 14 a 17 de julho. A cerimônia de abertura será na sala principal do Teatro Castro Alves, às 18h desta quinta-feira, com a palestra da filósofa Marilena Chauí. 

A programação completa das atividades está disponível no site do Congresso – www.congresso.ufba.brA organização do evento também disponibilizou o caderno da programação, com os horários, auditórios, temáticas e responsáveis pelas mesas, fóruns, apresentações de trabalhos, exposições e intervenções artísticas, que pode ser baixado aqui. 

De acordo com o reitor João Carlos Salles, o objetivo do evento é produzir material para que os conselhos superiores da Ufba tracem melhor as políticas para os próximos anos. Para isso, a comunidade acadêmica vai discutir temas como “Ensino, Pesquisa e Extensão”, “Racismo e produção de saberes”, “Protagonismo feminino e empoderamento”, ações afirmativas, democracia, marcos regulatórios, acessibilidade etc. 

Melhor do Nordeste – Nesta segunda-feira (11), o Center for World University Rankings (Cwur) divulgou um ranking no qual a UFBA aparece como a melhor instituição de ensino superior do Nordeste. O levantamento internacional lista anualmente as mil melhores universidades do mundo e, no Brasil, apenas 17 apareceram na lista, com a UFBA aparecendo na 15ª posição. No geral, a UFBA aparece em 962º lugar, à frente da Universidade Federal de Pernambuco (UFPE), que ocupa a 966ª colocação. As duas são as únicas universidades nordestinas a integrar a lista. Entre as universidades brasileiras destacadas, todas são públicas e 13 são federais.

Assista ao vídeo de convocação:

 

*Informações do UFBA em Pauta e A Tarde.

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Problemas em segurança pública não serão revertidos até 2023, diz Ipea

O Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) divulgou ontem (23/11) um estudo que apresenta possíveis cenários para o Brasil até 2023 e propõe ações de prevenção social e de segurança pública. O objetivo do estudo “Violência e Segurança Pública em 2023: cenários exploratórios e planejamento prospectivo” é contribuir com o planejamento do governo federal para a área. “Mudar essas tendências depende de uma atuação coordenada de todos os principais atores, que precisa ser construída e liderada pelo Ministério da Justiça”, defende o diretor de Pesquisa, Análise de Informação e Ensino da Secretaria Nacional de Segurança Pública, do Ministério da Justiça, Rogério Carneiro. O livro, fruto da parceria entre os  ministérios da Justiça e do Planejamento, Orçamento e Gestão, está disponível apenas em formato digital (clique aqui) no site do Ipea.

Um dos autores da publicação, o coordenador de Estudos e Políticas de Estado e Instituições do Ipea, Helder Ferreira, disse que é importante avançar no planejamento e discutir com a sociedade um plano nacional de segurança pública que contemple, não só homicídios, mas outros temas ligados à segurança. “A integração das próprias polícias já está sendo debatida no Congresso Nacional. Na prevenção social, é preciso trabalhar com jovens em situação de vulnerabilidade social e com os egressos do sistema prisional, incluindo os que cumpriram medidas socioeducativas, tentando tirá-los da trajetória de crime”. Entre as soluções para a melhoria da segurança pública, o coordenador defende a revisão do Estatuto do Desarmamento. “Todos os estudos apontam que mais armas trazem menos segurança”, completou.

O diretor Rogério Carneiro disse que é preciso avaliar as ações por sua efetividade no curto, médio e longo prazo e dividir em prevenção social as mais qualificadas. “O Ministério da Justiça está buscando parcerias com outros ministérios da área social, a fim de definir as ações de prevenção. Elas têm resultados a médio e longo prazos, são mais eficientes, duradouras e mais estruturantes. Como o trabalho coloca, talvez não se consiga atingir todas até 2023, como, por exemplo, acabar com a desigualdade social”, ressaltou.capa-violencia-e-seguranca-publica

Tendências e cenários

O estudo reforça a urgência de se avançar na política de segurança pública. “Isso, tendo em vista os riscos da situação se agravar, seja para um estado de violência endêmica, seja para um estado policial”, Rogério Carneiro. Segundo ele, a análise das tendências, das incertezas e dos principais atores de segurança pública e suas estratégias levaram a quatro cenários fictícios: de prevenção social, de violência endêmica, de repressão autoritária e de repressão qualificada.

O estudo mostra que certas decisões podem contribuir para um futuro indesejável. “A opção por uma política mais repressiva, punitiva e encarceradora pode reduzir a nossa liberdade e aumentar a exclusão, sem reduzir as taxas de criminalidade. A repressão direcionada para as camadas populacionais mais vulneráveis socioeconomicamente cria um sentimento generalizado de injustiça, que acaba por esgarçar os vínculos sociais e apartar a polícia das comunidades.”

Segundo a publicação, a melhoria da governança passa pela política de segurança pública, que precisa coordenar e integrar melhor as medidas de prevenção e repressão. Também passa pelo estabelecimento de pactos entre os órgão dos três poderes na coordenação de ações – hoje realizadas isoladamente no sistema de justiça criminal – e pela estruturação dos órgãos de segurança pública e envolvimento da sociedade.

*Fonte: EBC

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