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Painel debaterá racismo e intolerância religiosa na mídia

O Dia Internacional pela Eliminação da Discriminação Racial, celebrado em 21 de março, será marcado pela realização do painel “Nas lentes da exclusão: Racismo e intolerância religiosa na mídia”, que acontece hoje, às 16 horas, no Teatro Vila Velha, em Salvador. O objetivo é discutir a presença negra na televisão, cinema, artes cênicas, mídia imprensa, digital e meios de comunicação em geral. A agenda integra as ações da Década Internacional Afrodescendente na Bahia e o calendário alusivo aos 10 anos de criação da Secretaria Estadual de Promoção da Igualdade Racial (Sepromi).

A atividade contará com a presença de comunicadores da mídia negra, cineastas, militantes do movimento negro e de defesa da diversidade religiosa. Para a mesa de debate estão confirmadas as presenças da secretária da Sepromi, Fabya Reis; dos jornalistas Yuri Silva, do Conselho de Desenvolvimento da Comunidade Negra (CDCN) e profissional de mídia impressa; André Santana, do Instituto Mídia Étnica e Portal Correio Nagô; Jamile Menezes, idealizadora do Portal Sotero Preta; Cleidiana Ramos, representando o projeto Flor de Dendê; além de Flávio Gonçalves, diretor geral do Instituto de Radiodifusão Educativa da Bahia (IRDEB).

Durante o evento também serão discutidos caminhos para o combate aos crimes de racismo, ódio religioso e outras violações de direito no campo racial. O acesso é gratuito, com credenciamento no local e emissão de certificados aos participantes.

Sobre a data – O Dia Internacional de Luta pela Eliminação da Discriminação Racial foi criado pela Organização das Nações Unidas (ONU) em referência ao Massacre de Sharpeville. O fato ocorreu em 21 de março de 1960, em Joanesburgo, na África do Sul, quando 20 mil pessoas faziam um protesto contra a Lei do Passe, que obrigava a população negra a portar um cartão que continha os locais e limitações para sua circulação, uma medida notadamente discriminatória. Porém, mesmo tratando-se de uma manifestação pacífica, a polícia do regime de apartheid abriu fogo sobre a multidão desarmada resultando em 69 mortos e 186 feridos. A data também marca a inclusão de Zumbi dos Palmares na galeria dos Heróis Nacionais, em 1997.

Serviço:

O quê: Painel “Nas lentes da exclusão: Racismo e intolerância religiosa na mídia”

Quando: 21 de março de 2017 (terça-feira), às 16h

Onde: Teatro Vila Velha (Passeio Público/Campo Grande) – Salvador/BA

Mais informações: Sepromi – 71 3103-1440

Assessoria de Comunicação: 71 3103-1410 / 9 8224-2737 / 9 9983-9721

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Twitter bane jornalista após publicação racista contra atriz

A rede social Twitter baniu o jornalista Milo Yiannopoulos, editor de tecnologia do site Breitbert.com, após publicações racistas contra a atriz americana Leslie Jones, protagonista do novo filme “Caça-Fantasmas”.

Segundo o jornal Público, o jornalista é conhecido por comentários polêmicos e já teve sua conta suspensa diversas vezes. Agora, sua conta foi cancelada. Milo reclamou que a “suspensão foi covarde”, que “confirma o Twitter como um espaço seguro para terroristas muçulmanos e extremistas do Black Lives Matter, mas uma zona interditada para os conservadores”.

Após os ataques racistas, Leslie decidiu abandonar seu perfil oficial no Twitter, na última terça-feira (19/7). “Deixo o Twitter hoje, em lágrimas e muito magoada. Tudo isso por causa de um filme. Podem odiar o filme, mas o que eu passei hoje… está errado”, escreveu.

A americana, conhecida por integrar o elenco de “Saturday Night Live”, foi comparada a gorilas. Internautas citaram o gorila Haramble, que foi abatido após uma criança de quatro anos cair em sua jaula, nos Estados Unidos.

Além disso, foi criada uma conta falsa com o nome da atriz, usada para criticar homossexuais e judeus. Depois dos ataques, colegas de Leslie publicaram mensagens de apoio. O diretor Paul Feig disse que a artista é uma das melhores que já conheceu. “Já qualquer ataque contra ela são ataques contra todos nós”, disse.

*Fonte: Portal IMPRENSA

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Jornalista criadora da “Tia Má” formaliza denúncia contra ataques racistas

“Não me calo! Fui forjada no movimento negro, aprendi desde cedo a combater todas as formas de discriminação”, escreveu a jornalista Maíra Azevedo, em sua página no Facebook. A profissional, que integra a equipe do jornal A Tarde, usou a rede social para repudiar no dia 1º de maio as agressões raciais de que foi vítima no Youtube, onde é famosa pela personagem “Tia Má”. Nesta segunda, Maíra registrou ocorrência na 1ª Delegacia, nos Barris, e avisou que dará continuidade ao processo, mesmo com a dificuldade de identificação dos agressores escondidos por trás de perfis fakes (falsos).

As ofensas foram publicadas em seu canal, nos comentários de um vídeo sobre o episódio em que o deputado Jean Wyllys cuspiu em direção ao deputado Jair Bolsonaro, durante a votação do pedido de impeachment da presidente Dilma Rousseff. Ela foi chamada de “macaca”, “escrava do Bolsa Família” e “necroloide beiçuda”, entre outras agressões. Além do racismo, ‘Tia Má’ também foi alvo de comentários machistas e teve a honra ofendida. “Associar uma pessoa negra a um macaco é, talvez, a forma mais primária de exercer o racismo. É a tentativa de negar a humanidade dessa pessoa. Racistas não terão comigo a oportunidade de exercer seus podres poderes. Sigo com meus posicionamentos. Para os racistas, a lei”.

13123097_1330825140267638_1654592466245019885_oA jornalista destacou as barreiras para formalizar a denúncia. “A busca para denunciar um crime de racismo lembra uma maratona ou gincana. Além de ter seu emocional abalado, você precisa lidar com a falta de preparo dos agentes de segurança”, criticou. “Parece que é tudo feito para deixar passar, para que o crime não tenha punição”.

Ela esteve amparada por um grupo de advogadas durante o registro na delegacia. “Levei mais de quatro horas para conseguir fazer uma ocorrência. Os agentes que estavam lá tentaram assediar as advogadas que foram comigo. E, mesmo assim, eu resisti. É duro, mas seguirei no caminho em busca de justiça. Racistas não ficarão impunes. “Nenhum passo atrás. Com toda dificuldade, eu não vou desistir. Essa denúncia não é só minha, mas de todas as pessoas que dizem se indignar com posturas racistas”.

Visibilidade

Maíra começou dando conselhos na internet, através de vídeos irreverentes. Mas, de repente, se viu rodeada de milhares de “sobrinhos”. A personagem Tia Má, que surgiu por causa de uma cantada indelicada, tem quase 80.000 curtidas em sua fanpage no Facebook e uma legião de seguidores, já tendo participado inúmeras vezes do programa “Encontro com Fátima Bernardes”, da TV Globo. Com humor, seu alter ego milita pelo protagonismo da mulher, contra o machismo, racismo e faz outras provocações que fazem parte da pauta das dicas da Tia Má. Ela defende que ter negros ocupando esses espaços de visibilidade ajuda a combater o preconceito.

Ataques_Naira Gomes“O racismo nos une. Não fui a única vítima de crime de racismo na internet”, analisa Maíra, em referência ao caso da antropóloga Naira Gomes, uma das organizadoras da Marcha do Empoderamento Crespo, que foi agredida na página do jornal Correio*. O agressor usou um post sobre um evento convocado pelo movimento para atacar Naira. Posteriormente, ele editou os comentários, mas ela havia capturado a tela e denunciou. “Ele é uma pessoa publica, um músico. Agora, ele vai fazer um show é na delegacia”, conta Maíra Azevedo.

Além delas, outras figuras públicas foram vítimas do mesmo tipo de crime. A atriz Thaís Araújo e a jornalista Maria Julia Coutinho, a “Maju”, denunciaram situações semelhantes no ano passado. Jogadores de futebol também são alvos constantes desse tipo de crime.

O Conselho Nacional de Justiça (CNJ) explica que, embora impliquem possibilidade de incidência da responsabilidade penal, os conceitos jurídicos de injúria racial e racismo são diferentes. “o crime de racismo é mais amplo do que o de injúria qualificada, pois visa atingir uma coletividade indeterminada de indivíduos, discriminando toda a integralidade de uma raça”. Ao contrário da injúria racial, cuja prescrição é de oito anos – antes de transitar em julgado a sentença final –, o crime de racismo é inafiançável e imprescritível, conforme determina o artigo 5º da Constituição Federal.

*Com informações do jornal A Tarde

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ABI BAHIANA Notícias

ABI exibe documentário e debate racismo no Carnaval de Salvador

“Negro é a raiz da liberdade”. Os versos da canção “Sorriso Negro”, interpretada pela primeira-dama do samba, Dona Ivone Lara, ecoaram na sala de exibição cinematográfica da Associação de Imprensa (ABI), na manhã desta quinta-feira (26). A entidade recebeu jornalistas, pesquisadores, historiadores e artistas, para a apresentação do documentário “Racismo no Carnaval de Salvador”, dirigido pelo professor Nelson da Mata, com o apoio do Centro de Estudos dos Povos Afro-Índio Americanos (CEPAIA) da Universidade do Estado da Bahia (UNEB). Depois da projeção, os convidados debateram o tema, trazendo à mesa antigas críticas ao sistema de organização dos festejos momescos da capital baiana, em busca de novos caminhos que garantam a dignidade e os direitos do povo negro, responsável pela maioria dos espetáculos do Carnaval.

O filme traz depoimentos de acadêmicos, pesquisadores, além de personagens importantes para o cenário cultural e político da Bahia, dentre os quais estão o cantor e compositor Walter Queiroz; o cantor Raimundo Nonato da Cruz, mais conhecido como Chocolate da Bahia; o fundador do bloco afro mais antigo do Brasil, Vovô do Ilê Aiyê; o ex-secretário municipal de Reparação, Ailton Ferreira; e o cantor Márcio Victor, vítima do episódio de racismo que inspirou a pesquisa do professor Nelson da Mata, em 2011.

Segundo o professor Nelson Costa da Mata, o projeto sobre racismo no Carnaval foi iniciado no final daquele ano, no Centro de Estudos dos Povos Afro-índio Americanos (CEPAIA), unidade da UNEB. Já o documentário apresentado na ABI foi concluído em 2014, como um dos produtos da pesquisa que o professor desenvolve há mais de três anos. Ele adiantou que será produzido um segundo documentário, dessa vez com depoimentos de foliões. Na obra, o carnaval é abordado como mais uma expressão da hierarquia de classes pela antropóloga Goli Guerreiro. Já o ex-secretário Ailton Ferreira afirma que “o racismo está presente no Carnaval porque o racismo está presente na sociedade baiana”.

Os debatedores abordaram as diferenças entre os circuitos, os horários disponibilizados aos blocos afros, a distribuição do espaço, a violência policial, entre outros problemas. Em todas as falas, denúncias de que aqueles que desfilam esquecidos no circuito Batatinha, no centro histórico, aguardam há anos oportunidades de atravessar a passarela em horário nobre no Campo Grande – que, junto com a Barra, forma os dois grandes circuitos da festa, com farta cobertura da mídia e camarotes. Ao contrário dos trios e camarotes milionários, que atraem robustas verbas da iniciativa privada, os blocos afros vivem com verba mínima e orçamentos apertados. “Estou envolvido com esse assunto há pelo menos 30 anos porque acredito ser possível termos um Carnaval fraterno e democrático. Com que direito o espaço público é reservado a uma parcela privilegiada da população? Proponho que baixemos as cordas judicialmente e quero contar com o apoio da ABI”, conclamou o Walter Queiroz.

O vice-presidente da ABI, Ernesto Marques, esteve acompanhado dos diretores da entidade, Valter Lessa, Agostinho Muniz e Luís Guilherme Pontes Tavares. “Eu acho um absurdo que os camarotes ainda sejam montados na área pública e ninguém tome providências. Precisamos dialogar com as autoridades competentes e pensar novos formatos para o Carnaval”, afirma Marques, que, em atenção à proposta do cantor Walter Queiroz, vai incluir o assunto na pauta da reunião mensal da entidade.

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