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Liberdade de expressão no Brasil piora nos últimos anos, diz ANJ

Um relatório divulgado pela Associação Nacional dos Jornais (ANJ) aponta 318 casos de ataques à liberdade de imprensa no Brasil entre agosto de 2012 a julho de 2014. Os casos de assassinatos impunes de jornalistas e de outros profissionais de veículos de comunicação continuam a ser o fato mais grave no cenário da liberdade de expressão no país, com oito casos com fortes evidências de que foram provocados pelo exercício do jornalismo no período abrangido pelo relatório.

De acordo com o documento, a persistência dos casos de censura judicial, com 28 novos casos, também é motivo de alarme, posto que praticado por magistrados. É especialmente digno de nota que a censura aplicada ao jornal O Estado de S.Paulo, em 31 de julho de 2009, ainda não tenha sido objeto de decisão final. O aspecto positivo a respeito é que se mantém a tendência de que as sentenças, nesses casos, sigam sendo revistas pelas instâncias superiores do Poder Judiciário. As revisões, entretanto, não revertem o prejuízo sofrido pela sociedade ao ser impedida de ter acesso a notícias sobre fatos relevantes com a devida atualidade.

Leia também: Jornalistas exigem segurança de autoridades policiais no Rio de Janeiro

Fotógrafo atingido durante manifestação em Belo Horizonte (MG)/ Foto: Uarlen Valério
Fotógrafo atingido durante manifestação em Belo Horizonte (MG)/ Foto: Uarlen Valério

Para a ANJ, no que se refere ao exercício cotidiano do jornalismo, é motivo de especial preocupação o fato de que, em decorrência da onda de protestos que ocorre no Brasil desde meados de 2013, foram registrados 209 casos de profissionais vítimas da truculência policial e de agressões por parte de manifestantes. A ANJ ainda manifesta preocupação com os incidentes registrados durante a campanha eleitoral já iniciada, em particular sob a forma de censura judicial, agressões a profissionais e atos hostis a empresas jornalísticas.

“A violência, em muitos casos, claramente, dirigida aos profissionais de imprensa, resultou na morte do cinegrafista da TV Bandeirantes Santiago Andrade, em ferimentos (em alguns casos graves) de profissionais e atingiu instalações e veículos de empresas jornalísticas. É preocupante que muitos manifestantes aliem a agressividade contra os jornalistas a atitudes hostis à mídia empresarial. Além disso, em inúmeros casos, aos atos violentos houve manifestações reivindicando que o governo proponha normas mais drásticas de regulação da mídia do que as já existentes, alegando a necessidade de que o Poder Público promova formas ‘populares’ de comunicação”, destaca o relatório.

Acesse o relatório sobre o período de 08/2012 a 07/2014 (clique aqui).

*Informações da ANJ – Associação Nacional dos Jornais

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Homens invadem redação e agridem jornalista do jornal mexicano “El Heraldo de León”

DEU NO PORTAL IMPRENSA – Na última quinta-feira (4/9), a jornalista Karla Janeth Silva Guerrero foi atacada e ameaçada por um grupo de homens que invadiu a redação do jornal El Heraldo de León, no estado de Guanajuato, no México, para agredi-la. Segundo El Universal, a jornalista está hospitalizada com graves lesões e edema cerebral. Após o ataque, o jornal revelou que ela havia recebido reclamações do prefeito de Silao, Enrique Benjamín Solís Arzola, em razão das denúncias de corrupção sobre o governo do político do Partido Revolucionário Institucional (PRI).

“A jornalista denunciou a falta de serviços municipais, insegurança, falta de transparência e ao desperdício de recursos do município. Seus escritos lhe renderam inúmeras queixas de funcionários locais, que têm tentado várias vezes dificultar o seu trabalho. A jornalista disse que não havia nenhuma dúvida de que os agressores haviam sido enviados por um desses funcionários”, alegou o jornal em nota do site. Os criminosos também atacaram a auxiliar de escritório e roubaram um computador e quatro telefones celulares.

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Jornalista kosovar é ameaçado de decapitação; RSF expressa preocupação

DEU NO PORTAL IMPRENSA

O jornalista kosovar Visar Duriqi, especializado em questões políticas ligadas ao Islã, disse que recebeu ameaças de decapitação por fundamentalistas de seu país no dia seguinte à execução do repórter americano Steven Sotloff, por integrantes do Estado Islâmico (EI). De acordo com a AFP, estimativas dos serviços de segurança apontam que cerca de 150 kosovares estão engajados aos jihadistas na Síria. “Recebi várias ameaças, principalmente pelo Facebook. Algumas me ameaçavam de decapitação”, disse Duriqi.

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O trabalho do repórter sobre o extremismo religioso tem sido uma fonte de irritação entre os círculos radicais. Em uma série de artigos, ele descreveu a maneira como os jovens muçulmanos kosovares são doutrinados antes de serem incentivados a participar de grupos extremistas na Síria.

A organização Repórteres Sem Fronteiras (RSF) expressou, por meio de comunicado, sua preocupação com as ameaças ao jornalista e solicitou que o ministério do Interior do Kosovo lhe forneça proteção. A situação de Duriqi é “muito preocupante e as ameaças devem ser levadas a sério”, pontuou o secretário-geral da RSF Christophe Deloire ao pedir uma investigação que identifique os autores das ameaças.

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Jornalistas exigem segurança de autoridades policiais no Rio de Janeiro

DEU NA ABI – Associação Brasileira de Imprensa

Os jornalistas Wilson de Carvalho e Paulo Jerônimo representaram a Associação Brasileira de Imprensa (ABI), no encontro realizado na tarde desta quinta-feira, dia 4, na, sede da Secretaria de Segurança Pública do Estado do Rio de Janeiro, entre integrantes do Movimento Viva Santiago, que defendem o fim da violência contra profissionais de imprensa, e autoridades de área de segurança pública estadual. Participaram da reunião os jornalistas Paula Mairán e Marcelo Moreira, respectivamente, presidentes do Sindicato dos Jornalistas Profissionais do Município do Rio de Janeiro (SJPMRJ); e da Associação Brasileira de Jornalismo Investigativo (Abraji), representantes da Federação Nacional dos Jornalistas (Fenaj), da Associação Profissional dos Repórteres Fotográficos e Cinematográficos do Rio de Janeiro(Arfoc), entre outros profissionais de imprensa.

As propostas debatidas no encontro foram definidas em reunião realizada na noite desta quarta-feira, dia 3, na Associação Brasileira de Imprensa (ABI), que contou com as presenças de diversos jornalistas entre os quais Elba Boechat, Carolina Morand, Flávia Oliveira e Fernando Molica. O fim da violência contra jornalistas e a sociedade em geral também será tema de uma manifestação organizada pelo Movimento Viva Santiago no próximo domingo, dia 7 de setembro, Dia da Independência do Brasil.

Operação

O subsecretário de Planejamento e Integração Operacional da Secretaria de Segurança, Roberto Sá, se comprometeu a adotar propostas apresentadas pelo Movimento Viva Santiago, e ainda a definição das medidas de segurança para jornalistas que irão cobrir manifestações de 7 de Setembro. O subsecretário aprovou a designação de um oficial que, durante as manifestações, ficará encarregado de receber reclamações relacionadas a agressões praticadas por policiais ou manifestantes. Este oficial de ligação trabalhará ao lado do comandante da operação policial.

A proposta da reunião entre jornalistas e policiais surgiu após uma conversa, no último dia 21, entre integrantes do Movimento Viva Santiago com o Secretário de Segurança Pública do Estado do Rio de Janeiro José Mariano Beltrame.

— A iniciativa do encontro foi excelente, já que deu a oportunidade de apresentarmos sugestões para garantir ao jornalista a plena liberdade de exercer o seu ofício sem sofrer agressões de policiais ou ativistas. Durante a reunião as autoridades lembraram que vários policiais também foram agredidos durante os conflitos, mas reconheceram que os agentes de segurança que agem com truculência devem ser punidos, comentou o jornalista Wilson de Carvalho, da ABI.

De acordo com o representante da Associação, os policiais afirmaram ainda que o ideal é evitar conflitos, mas que em muitos casos a polícia não tem como impedir o risco de agressões.

— Os esforços no sentido de evitar o confronto incluem treinamento específico, inclusive no exterior, palestras com psicólogos e cursos de luta para evitar o uso de armamentos, para dar segurança a todos os cidadãos. As autoridades assinalaram ainda a importância do registro formal nas delegacias de todas as agressões para que a polícia possa investigar e punir os culpados, afirmou Wilson de Carvalho.

Santiago Andrade

Desde as manifestações iniciadas em junho de 2013, em todo o Brasil, mais de 90 jornalistas foram agredidos durante os protestos. Dois terços das ocorrências foram cometidos por policiais, o restante por ativistas. O episódio mais grave ocorreu em 6 de fevereiro último, quando o repórter cinematográfico Santiago Andrade, da TV Bandeirantes, morreu ao ser atingido na cabeça por um rojão disparado por dois ativistas em meio a um protesto na Central Brasil.

*Por Cláudia Souza

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