Durante um ato organizado pela Força Sindical em apoio ao candidato à Presidência da República pelo PSDB, Aécio Neves, a jornalista do Portal Terra, Janaína Garcia, foi ameaçada. Durante uma confusão, um homem que se identificou somente “ Paraibinha”, disse que era dirigente da central sindical. Janaína Garcia registrou a agressão. O homem disse que era dirigente da central sindical mas se identificou apenas como ” Paraibinha”. “Eu quero que você se f…. Só não meto a mão na sua cara porque você é mulher”, disse ele.
A organização do evento deduziu que seria o suplente do Sindicato dos Metalúrgicos de São Caetano do Sul, Eliézer Alvino Gomes, uma vez que ele disse ser da Paraíba. Entretanto, a jornalista afirma que “Paraibinha” é outra pessoa. “Não vi se mais gente foi ameaçada. Foi muito tumultuado”, acrescentou Janaína.
Janaína Garcia contou que o sindicalista deu início às ameaças quando ela pediu que ele parasse de empurrá-la. Entretanto a jornalista explicou que não vai ingressar com nenhuma ação judicial, pois não sabe a identidade do agressor. O ato ocorreu no momento em que o candidato Aécio Neves saía do palanque na Casa de Portugal, no bairro da Liberdade, região central de São Paulo (SP). Alguns jornalistas inclusive foram proibidos por seguranças e sindicalistas de acompanhar o político.
“Festa e comida na Bahia” é o tema do VI Congresso de História, que acontece de 22 a 24 de setembro, no Bahia Othon Palace. O encontro, que integra as comemorações dos 120 anos de fundação do Instituto Geográfico e Histórico da Bahia, vai reunir estudiosos e pesquisadores de temas sobre festas e comidas típicas da Bahia, bem como de países que tiveram contato com os portugueses, com a proposta de resgatar essas tradicionais manifestações culturais.
Entre os convidados está a pesquisadora goesa Maria de Lourdes Bravo da Costa, que se especializou no estudo de comidas portuguesas que permaneceram na culinária em Goa/Índia, e que têm semelhanças com pratos baianos. Outro convidado é um musicólogo congolês, que realizou pesquisas no Brasil, incluindo a Bahia, colocando a questão sobre as origens do samba, “mito ou realidade?”. De Portugal, trazendo as tradições que foram adotadas na Bahia, e mesmo no Brasil, se poderá contar com duas pesquisadoras, uma de Lisboa e outra de Évora, que programam trabalhos sobre a culinária lusa e os doces conventuais.
Em mesas redondas, estudiosos baianos e de outras capitais brasileiras, tratarão da comida espiritual católica, comida do sertão, de santo, de índio, de turista na Bahia e outros. São oferecidas 150 (cento e cinquenta) vagas para a inscrição de trabalhos relacionados ao tema central, que estão sujeitos à comissão de seleção. Poderão participar historiadores, geógrafos, antropólogos, sociólogos, estudiosos do patrimônio, arte, dentre outros. Podem se inscrever estudantes e estudiosos sem formação acadêmica, mas com conhecimentos sobre os assuntos abordados.
O formulário de inscrição, com regras de apresentação de trabalhos, está disponível no site www.ighb.org.br. É necessário preencher o formulário e encaminhá-lo através do e-mail [email protected], ou entregar na sede do Instituto Histórico, próximo ao Shopping Center Lapa. Os valores das inscrições variam de R$ 50 a 150 reais, a depender da categoria escolhida. O prazo para envio de trabalhos encerra em 26 de agosto, sendo que as inscrições (sem apresentação de trabalhos) podem ocorrer até 20 de setembro.
História do congresso
O primeiro Congresso de História da Bahia foi realizado em 1949, para comemorar os 400 anos de fundação da Cidade do Salvador. O segundo, em 1952, abordou a chegada do primeiro bispo do Brasil, D. Pero Fernandes Sardinha à Soterópolis. Em 1973, o tema da terceira edição foi a celebração dos 150 anos da Independência da Bahia. Só em 1999 teve vez do IV Congresso, comemorando os 450 anos da primeira capital do Brasil. No V Congresso, em 2001, os festejos estiveram voltados para os 500 anos da Baía de Todos os Santos.
Fundado em 13 de maio de 1894, o Instituto Geográfico e Histórico da Bahia é a entidade cultural mais antiga do Estado. Também conhecido como a “Casa da Bahia”, possui a maior coleção de jornais, datados, desde o século XIX até a atualidade, além do maior acervo cartográfico do Estado, o que permite a sociedade conhecer a origem dos atuais 417 municípios baianos. Na Biblioteca Ruy Barbosa e Arquivo Theodoro Sampaio, cerca de 30 mil títulos e coleções particulares estão à disposição de pesquisadores e demais interessados. No museu do IGHB, há uma importante coleção de retratos, além de esculturas de bronze, mobiliário de época e peças religiosas da cultura africana na Bahia. A instituição é guardiã do Pavilhão 2 de Julho, que guarda o Caboclo e a Cabocla, comemorativo da Independência da Bahia.
SERVIÇO
O que: VI Congresso de História da Bahia Quando: 22 a 24 de setembro Onde: Bahia Othon Palace (Ondina) Quanto: R$ 50 a 150 reais Realização: IGHB (Avenida Joana Angélica, 43 – Piedade) Patrocínio: Secretaria de Cultura do Estado, Secretaria de Desenvolvimento, Turismo e Cultura da Prefeitura, Ucsal, além do apoio da Bahiatursa, Rádio Metrópole e Irdeb. Informações: www.ighb.org.br/ 71 3329 4463/ [email protected]
(Deutsche Welle) – Enquanto violência escala na cidade, jornalistas são alvos de detenções e medidas restritivas por parte das autoridades na cobertura dos protestos. Criticada por ONGs e mídia, polícia alega questões de segurança. A Guarda Nacional dos Estados Unidos foi mobilizada para a cidade de Ferguson, no estado do Missouri, mas se mantém longe dos principais palcos dos protestos. A polícia tenta assumir com mão de ferro o controle da situação, resultante da morte a tiros do afro-americano Michael Brown, de 18 anos e desarmado, por um policial branco. A ação repressiva tem tido consequências também para o trabalho da imprensa.
Nos últimos dias, diversos jornalistas têm sido impedidos de apurarem livremente sobre a situação na cidade. Um fotógrafo da agência Getty Images que registrara os protestos foi temporariamente detido. O mesmo ocorreu com repórteres dos jornais Washington Post e Huffington Post. Uma equipe de TV da emissora árabe Al Jazeera foi atacada com gás lacrimogêneo, segundo informações da polícia.
Na segunda-feira (18/08), três jornalistas alemães foram levados algemados e detidos por algumas horas pela polícia. Eles teriam supostamente resistido à ordem policial de não permanecerem parados numa rua aliás, vazia. Os profissionais pretendiam registrar imagens do posto de gasolina saqueado e incendiado na última semana.
Estratégia policial
As regras para manutenção da segurança pública em Ferguson preveem que transeuntes isolados se mantenham em movimento caso não se encontrem numa “zona organizada de protesto”. “Esse é um método que as autoridades dos EUA têm empregado repetidamente nos últimos dez a 15 anos”, explica Gregory Magarian, especialista em direito da Washington University em St. Louis. “Elas tentam concentrar os manifestantes numa área fechada, a fim de fazer impor a lei mais facilmente.”
Ansgar Graw e Frank Herrmann estão entre os jornalistas da Alemanha presos temporariamente. Graw, correspondente do diário Die Welt, afirma que a polícia impediu a ele e a outros jornalistas de realizarem seu trabalho. “Isso é uma violação gritante da liberdade de imprensa”, critica. Herrmann, que trabalha para alguns jornais regionais, classificou como “totalmente absurdas” as justificativas das prisões, que segundo ele visariam intimidar os jornalistas.
RSF: “Inaceitável”
“A detenção de jornalistas só é legalmente admissível se a polícia se encontra diante de uma situação de emergência”, diz Gregory Magarian, que se especializa em liberdade de imprensa. Isso não se aplica apenas a jornalistas, aliás. E, desse ponto de vista, nenhuma das prisões de representantes da imprensa em Ferguson foi lícita. “Há muitos casos em que a polícia fica de mira nos jornalistas. E não só enquantoestes realizam seu trabalho, mas sim porqueeles fazem seu trabalho.” Isso é uma violação da Primeira Emenda da Constituição americana, que garante a liberdade de imprensa, lembra Gregory Magarian.
Ele comenta que os protetores da lei em Ferguson e do condado de St. Louis viviam aparentemente numa bolha, sem perceber que percepção os cidadãos dos EUA e do mundo inteiro tinham suas ações: “Não sei o que precisa acontecer para que essas pessoas entendam que aquilo que fazem parece horrível para muita, muita gente.”
Em Berlim, o escritório alemão da ONG Repórteres Sem Fronteiras (RSF) criticou duramente as prisões recentes, denominando-as “totalmente inaceitáveis”. “Nós exigimos que os repórteres possam realizar seu trabalho em Ferguson sem terem medo de detenção, ou mesmo de que se atire neles.” Nas proximidades da cidadezinha no Missouri, nesta quarta-feira, ocorreu um novo incidente fatal. No norte de St- Louis, policiais mataram a tiros um afro-americano de 23 anos que supostamente estava armado com uma faca.
Um vídeo com cenas grotescas de uma suposta decapitação está circulando nas redes sociais, desde que o grupo extremista Estado Islâmico (EI) afirmou, nesta terça-feira (19), ter executado o jornalista norte-americano James Foley, de 40 anos, que desapareceu na Síria há dois anos, quando trabalhava como freelancer para vários veículos de comunicação internacionais. Nas imagens divulgadas pelo EI, Foley teria sido obrigado a recitar ameaças contra os Estados Unidos antes de ser degolado. Em um vasto território entre a Síria e o Iraque, o grupo tem decapitado, crucificado e executado sumariamente os considerados ‘infiéis’, impondo uma selvageria cotidiana, onde o trabalho da imprensa é constantemente ameaçado pela violência generalizada.
O vídeo intitulado “Uma Mensagem aos Estados Unidos” é, segundo o EI, uma resposta aos ataques aéreos norte-americanos no norte do Iraque, iniciados no último dia 8, para apoiar as forças militares iraquianas e curdas em suas tentativas de conter o avanço dos jihadistas no país. Foram os primeiros ataques dos EUA no Iraque desde a retirada das tropas do país, em 2011.
A estética da barbárie funciona como arma de propaganda para aterrorizar os inimigos e garantir a obediência das populações das cidades conquistadas. “Peço a meus amigos, família e entes queridos que se levantem contra meus verdadeiros assassinos, o governo americano, porque o que vai acontecer comigo é apenas o resultado de sua complacência e criminalidade”, diz o homem, de joelhos, vestido com uma roupa laranja, a mesma cor dos uniformes usados pelos presos de Guantánamo.
O homem com o rosto coberto, então, diz: “Este é James Wright Foley, um cidadão americano, de seu país. Como governo, você tem estado na linha de frente da agressão contra o Estado Islâmico. Hoje, sua força aérea militar está nos atacando diariamente no Iraque. Seus ataques causaram vítimas entre os muçulmanos. Você não está mais combatendo uma insurgência. Nós somos um Exército islâmico e um Estado que foi aceito por um grande número de muçulmanos no mundo todo”.
A Casa Branca mostrou-se terça-feira “horrorizada” com a possível decapitação do jornalista norte-americano James Foley pelo Estado Islâmico (EI), sublinhando que os serviços de inteligência estão a tentar verificar a autenticidade do vídeo difundido pelos jihadistas. “Vimos um vídeo que pretende mostrar a morte do cidadão americano James Foley pelo EI. Se for autêntico, estamos horrorizados com a morte brutal de um jornalista americano inocente”, indicou Caitlin Hayden, porta-voz do Conselho de Segurança Nacional, em comunicado.
O grupo extremista ameaça, ainda, executar um segundo jornalista dos Estados Unidos, Steven Joel Soltof. De acordo com os jihadistas, ele é mantido refém e sua vida “depende da próxima decisão do presidente Barack Obama”. O homem aparece no final do vídeo, também de joelhos e com roupas cor de laranja. Sotloff, colaborador das revistas Time e Foreign Policy desapareceu na fronteira entre da Síria com a Turquia em julho de 2013.
Segundo informações do jornal The New York Times, quando sumiu, no dia 22 de novembro de 2012, James Foley trabalhava na Síria para o Global Post e para a Agência France Presse, entre outros veículos. Ele desapareceu na província de Idlib e, desde então, nem sua família nem as empresas para as quais trabalhava tiveram notícias dele. Um dos grupos de mídia para o qual Foley trabalhava antes de desaparecer, o Global Post, com sede em Boston, ressaltou que ainda “não foi possível verificar” a autenticidade do vídeo e que o FBI está “estudando o conteúdo” da gravação. A plataforma de apoio criada após o desaparecimento do jornalista, Free James Foley (Libertem James Foley) pediu no Twitter e no Facebook “paciência” até que se obtenham mais informações.
Jornalista degolado na Venezuela
Na América Latina, o panorama não é diferente. A liberdade de expressão, os meios de comunicação e os jornalistas enfrentam um quadro legal cada vez mais restritivo para o exercício do jornalismo, assim como ameaças e agressões. No último sábado (16), o corpo do jornalista Álvaro Cañizales, de 50 anos, foi encontrado degolado, amordaçado e com as mãos atadas, em um riacho do estado Cojedes, na Venezuela. Ele dirigia o Departamento de Comunicação de um programa oficial contra a insegurança na região oeste do país.
A Sociedade Interamericana de Imprensa (SIP), que reúne os proprietários e editores dos meios de comunicação do continente, frequentemente alerta sobre a deterioração da liberdade de expressão na Venezuela, apesar de Caracas menosprezar as críticas. A entidade condenou nesta segunda-feira (18) o assassinato do jornalista e pediu que os fatos sejam esclarecidos.
*Informações do El País (Edição Brasil), El Universal, Estado de Minas e Veja.