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Jornalista e escritor Zuenir Ventura é eleito para a cadeira de Ariano Suassuna na ABL

Um dos jornalistas mais respeitado do Brasil, Zuenir Ventura (83), é o mais novo imortal da Academia Brasileira de Letras (ABL). Autor de grandes clássicos do jornalismo literário, com mais de 50 anos de carreira, ele passou pelas principais redações do país, sempre deixando a sua marca de ética, inovação e criatividade. Agora, ele vai ocupar a cadeira 32, que ficou vaga com a morte do acadêmico, dramaturgo, poeta e romancista Ariano Suassuna, em 23 de julho passado, em Recife (PE). Zuenir foi eleito, na tarde desta quinta-feira (30), com 35 dos 37 votos. Thiago de Mello teve um e Olga Savary um. Estavam presentes 18 acadêmicos e 19 votaram por carta.

O presidente da academia, Geraldo Cavalcante, deu as boas-vindas ao novo integrante da ABL. “Ele é um querido por sua dedicação e lucidez e pela argúcia com que acompanha a vida social e econômica do Brasil. Estamos contentes em recebê-lo”, disse.

Zuenir recebe outros imortais após as eleições - Foto: Cristina Boeckel/G1
Zuenir recebe outros imortais após as eleições – Foto: Cristina Boeckel/G1

Zuenir não escondia a alegria com o resultado: “Eu tive um impacto positivo. Por mais que se espere, é diferente quando você recebe a notícia. Demorei a me candidatar porque, nas outras, meus amigos se candidataram e eu achei que eles mereciam mais do que eu. A grande votação é uma acolhida, pois o número é expressivo, uma grande responsabilidade. Este momento representa uma consagração dos pares. Uma instituição como a Academia Brasileira de Letras, secular, com a tradição, e que se renova sem romper com a tradição”.

Ele falou ainda sobre o fato de suceder Suassuna. “Pretendo frequentar a ABL o máximo possível, pois é um convívio amistoso e agradável. Suceder Suassuna é uma emoção especial. Dedico essa vitória a Zélia Suassuna. Antes de ser internado, o Suassuna falou para o Gerson Camarotti, grande amigo dele, que pretendia votar em mim, mesmo sem votar gá muitos anos. A academia tem uma tradição de jornalistas. Espero não decepcionar”, afirmou.

Vida e obra

Bacharel e licenciado em Letras Neolatinas, Zuenir Ventura é jornalista, ex-professor da Universidade Federal do Rio de Janeiro e da Escola Superior de Desenho Industrial, da Universidade do Estado do Rio de Janeiro. Mineiro de Além Paraíba, ele é colunista do jornal O Globo e ingressou no jornalismo como arquivista, em 1956. Nos anos 1960/61 conquistou bolsa de estudos para o Centro de Formação dos Jornalistas de Paris. De 1963 a 1969, exerceu vários cargos em diversos veículos: foi editor internacional do Correio da Manhã, diretor de Redação da revista Fatos & Fotos, chefe de Reportagem da revista O Cruzeiro, editor-chefe da sucursal-Rio da revista Visão-Rio.

No fim de 1969, realizou para a Editora Abril uma série de 12 reportagens sobre “Os anos 60 – a década que mudou tudo”, posteriormente publicada em livro. Em 1971, voltou para a revista Visão, permanecendo como chefe de Redação da sucursal-Rio até 1977, quando se transferiu para a revista Veja, exercendo o mesmo cargo. Em 1981, transferiu-se para a revista IstoÉ, como diretor da sucursal. Em 1985, foi convidado a reformular a revista Domingo, do Jornal do Brasil, onde ocupou depois outras funções de chefia.

Em 1988, Zuenir Ventura lançou o livro 1968 – o ano que não terminou, cujas 48 edições já venderam mais de 400 mil exemplares. O livro serviu também de inspiração para a minissérie “Os anos rebeldes”, produzida pela TV Globo. O capítulo “Um herói solitário” inspirou o filme O homem que disse não, que o cineasta Olivier Horn realizou para a televisão francesa.

Em 1989, publicou no Jornal do Brasil a série de reportagens “O Acre de Chico Mendes”, que lhe valeu o Prêmio Esso de Jornalismo e o Prêmio Vladimir Herzog. Em 1994, lançou Cidade partida, um livro-reportagem sobre a violência no Rio de Janeiro, traduzido na Itália, com o qual ganhou o Prêmio Jabuti de Reportagem. Em fins de 1998, publicou O Rio de J. Carlos e Inveja – Mal Secreto, que foi lançado depois em Portugal e na Itália. Já vendeu cerca de 150 mil exemplares.

Em 2003, lançou Chico Mendes – Crime e Castigo. Seus livros seguintes foram Crônicas de um fim de século e 70/80 Cultura em trânsito – da repressão à abertura, com Heloísa Buarque e Elio Gaspari. No cinema, codirigiu o documentário Um dia qualquer e foi roteirista de outro, Paulinho da Viola: meu tempo é hoje, de Izabel Jaguaribe. Suas obras mais recentes são Minhas histórias dos outros, 1968 – o que fizemos de nós e Conversa sobre o tempo, com Luis Fernando Verissimo. Seu livro mais recente é o romance Sagrada Família.

Em 2008, Zuenir Ventura recebeu da ONU um troféu especial por ter sido um dos cinco jornalistas que “mais contribuíram para a defesa dos direitos humanos no país nos últimos 30 anos”. Em 2010, foi eleito “O jornalista do ano” pela Associação dos Correspondentes Estrangeiros. Ao comentar sua série de reportagens sobre Chico Mendes e a Amazônia, The New York Review of Books classificou o autor como “um dos maiores jornalistas do Brasil”. A revista inglesa The Economist definiu-o como “um dos jornalistas que melhor observam o Brasil”.

*Informações do G1 Rio e Guia da TV Brasileira

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“Imprensa tem papel duplo” em relação aos direitos humanos, diz jornalista do Intervozes

DEU NO PORTAL IMPRENSA – Em outubro, o coletivo de comunicação carioca Intervozes lançou o “Guia Mídia e Direitos Humanos” em parceria com a Secretaria de Direitos Humanos da Presidência da República. A obra faz parte do Ciclo de Formação em Mídia e Educação em Direitos Humanos, campanha do grupo que pretende acabar com os estereótipos no discurso da imprensa. A redatora do guia é a jornalista Iara Moura, integrante do Intervozes. Segundo ela, a obra faz parte de um projeto maior, que passou por cinco capitais brasileiras, com o objetivo de formar comunicadores no tema “direitos humanos”. “A imprensa tem um papel duplo: ela pode atuar tanto como defensora quanto violadora de direitos humanos. Caso de programas policiais, que não respeitam a privacidade de vítimas, a intimidade de crianças e adolescentes em conflito com a lei etc.”

“São violações constantes. E a gente entende que elas também são causadas por falta de conhecimento no tema”, explica a jornalista. O guia traz um índice de fontes, históricos de grupos sociais e étnicos que são constantemente vítimas de preconceito, marcos legais internacionais, entre outras informações, para oferecer aos repórteres uma base para tratarem corretamente do assunto.

Para a redatora do guia, porém, não é apenas uma questão de “ingenuidade” do repórter. Os veículos de comunicação também têm responsabilidade em difundir a ideia de que direitos humanos significam “direitos de bandido”. “A questão da formação é uma das dificuldades, mas não é só isso. As empresas de comunicação, a grosso modo, não têm interesse editorial em pautar esses temas. Mas há uma abertura, tem crescido muito a procura”, acrescenta.

O que demonstra essa crescente preocupação de jornalistas e veículos em tratar de maneira mais adequada questões de direitos humanos e minorias é a Parada da Diversidade do Rio de Janeiro (RJ). Evento que muitos jornais insistem em categorizar como “parada gay”, segundo Iara. “Se a gente pegar a cobertura de cinco anos atrás, era bem pior. Ela vem melhorando, pela própria pressão do movimento, mas algumas coberturas – não vamos generalizar – ainda tendem para o estereótipo, a destacar a questão da festa, deixando encobertas as pautas políticas”, diz Iara.

Para a jornalista, a informação fundamental desse tipo de movimento, que é a luta por mais direitos aos homossexuais, dificilmente chega ao público. Questões menos relevantes, como os shows populares de drag queens e o aumento de faturamento das redes de hotéis, por exemplo, acabam tendo muito mais destaque no noticiário.

Iara conclui dizendo que a construção de estereótipos ainda existe em diversos veículos de comunicação, mas que uma abertura para o fim dessa barreira já começa a ser notada. O “Guia Mídia e Direitos Humanos” foi lançado oficialmente no Rio de Janeiro (RJ) no dia 18 de outubro, como última etapa do projeto do Intervozes que circulou o Brasil. Uma versão em PDF pode ser encontrada para download neste link.

*Lucas Carvalho para o Portal Imprensa.

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ABI BAHIANA Notícias

Flica 2014 movimenta cenário cultural do recôncavo baiano

Um dos principais eventos literários do país foi iniciado na noite desta quarta-feira (29), com um passeio sobre a vida de Dorival Caymmi. Pelo quarto ano, a Festa Literária Internacional de Cachoeira (Flica) une durante cinco dias – de 29 de outubro a 2 de novembro – festa e literatura, em uma mistura que movimenta o panorama cultural do recôncavo baiano. Quem vivenciou as três edições anteriores da Flica, viu, ouviu e sentiu emoções inesperadas, conviveu de perto com intelectuais ilustres de outras terras e nações, ao mesmo tempo com uma população entusiasmada, envolvida na Festa e no propósito de bem receber a todos.

E este ano não é diferente. Autores nacionais e internacionais participam de 12 mesas especiais, debates e circulam pela cidade em contato bem próximo com seus leitores. Nesta edição, uma das grandes novidades é que o evento passa a homenagear um autor e a primeira será a Yalorixá Maria Stella de Azevedo Santos, Mãe Stella de Oxóssi. O saudoso escritor João Ubaldo Ribeiro, que participaria da festa, também será celebrado e lembrado com a mesa especial ‘Viva João Ubaldo Ribeiro’.

Foto: Ruan Melo
Mesa de abertura da Flica 2014 discute vida e obra do músico Dorival Caymmi – Foto: Ruan Melo/G1 Bahia

Na abertura realizada ontem, Stella Caymmi, neta e biógrafa do cantor e compositor baiano, e o escritor Marielson Carvalho, discutiram com bom humor momentos da história do músico, sob o tema “O tempo de Caymmi”. A homenageada, que conferiu a mesa de abertura do evento, foi convidada a falar sobre Caymmi. “Eu tenho muita saudade dele. Gosto. Você [Stella] herdou a simpatia dele, a simpatia, o jeito interessante de contar história. Torço por você sempre”, disse Mãe Stella.

Para hoje (30), segundo dia da Flica, estão previstas mesas sobre mercado e gêneros literários. Com a mesa “O país do compadrio”, a jornalista Consuelo Dieguez e o professor da Ufba Wilson Gomes vão discutir sobre os limites da camaradagem comum às famílias brasileiras. Às 15h, é a vez da segunda mesa do dia, cujo tema é “Bibliodiversos”. O debate trará a escritora baiana Kátia Borges e o autor catarinense Carlos Henrique Schroeder, que vão trocar experiências sobre a variedade dos gêneros e assuntos literários.

Já a programação musical começa às 22h, como grupo Transcendental, uma big band de jazz contemporâneo que mistura influências de filarmônicas e candomblé. Às 23h20 o ator Jackson Costa exibe sua arte na performance chamada “A coisa”, na qual interpreta poemas de várias épocas, acompanhado por uma banda de música popular contemporânea, formada por sintetizador, teclado, guitarra, violão, baixo e percussão.

Na manhã de sábado (1º), a mesa “A nobreza dos versos” terá a presença do poeta e jornalista Florisvaldo Mattos e do poeta Roberval Pereyr, com mediação do ator Jackson Costa.

Estrutura

O evento conta com três espaços distintos para abrigar sua programação: as mesas e encontros com autores acontecem no Claustro do Carmo; a Fliquinha – versão infantil da festa literária com lançamentos, oficinas e encontros com autores – está no novo cinema, o Cine-Teatro Cachoeirano. E na Praça da Aclamação, está o espaço especial para a programação musical.

A programação e os autores que estarão presentes no evento podem ser consultados através do site (www.flica.com.br), que também ganhou nova cara com a repaginação da marca do evento. As informações também são divulgadas nas redes sociais, nos perfis do Twitter (@flicaoficial) e do Facebook (FlicaOficial).

Confira a PROGRAMAÇÃO completa aqui.

*Informações da Flica e do G1.

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Seminário em São Paulo vai discutir futuro da imprensa no Brasil

DEU NA ABI (Associação Brasileira de Imprensa) – Um seminário internacional que pretende discutir o futuro da imprensa no Brasil e no mundo será realizado entre os dias 17 e 18 de novembro, em São Paulo. O objetivo do seminário é reunir profissionais que são referências nacionais e internacionais em um intercâmbio de pensamentos, práticas e tendências sobre o futuro do jornalismo e da comunicação.

O painel “Os desafios de ser jornalista na América Latina” contará com as presenças de Ariel Palacios, correspondente do jornal O Estado de S. Paulo e da Globo News na Argentina; Pablo Giuliano, repórter da agência EFE; Verónica Goyzueta, correspondente no Brasil do jornal espanhol ABC News; e Kamil Ergin, representante da Cihan News Agency na América Latina.

As inscrições para o mídia.JOR são limitadas e já estão abertas. O valor de cada dia de palestras é de R$ 260,00 (inteira). Até o dia 31 de outubro, o interessado pode se inscrever com descontos promocionais. Para mais informações e toda a programação clique aqui.

Conheça as oficinas:

OFICINA DE JORNALISMO EM REVISTA – MÓDULOS I E II*
Com Edson Rossi – diretor de conteúdo e marketing na rede Elemídia

JORNALISMO EM REVISTA – MÓDULO I: PAUTA E REPORTAGEM
Dirigida para profissionais que querem atuar no mercado de revistas – uma dos maiores segmentos de atuação para jornalistas hoje, no Brasil, e com perspectivas de crescimento – a Oficina de Jornalismo em Revista I tem como objetivo formar os profissionais para atuar na elaboração de pautas e reportagens para revistas. Também é essencial para jornalistas que desejam atuar como freelancers na área de revistas, ajudando-os a entender melhor como sugerir e elaborar uma pauta a ser oferecida aos editores. A oficina vai tratar de questões como características da pauta e da reportagem para revistas, a produção de matérias, a entrevista com as fontes e o texto para revistas.

JORNALISMO EM REVISTA – MÓDULO II
Como continuidade do primeiro módulo da oficina de Jornalismo em Revistas, a segunda parte trata de questões essenciais para quem deseja se projetar como editor no mercado revisteiro. Parte significativa do sucesso de um título depende do trabalho de editores e isso exige conhecimentos técnicos, de estilo, de design e de mercado leitor. A oficina de Jornalismo em Revista – Módulo II trata destas questões, com foco na formação inicial de editores de texto e fechadores de revista, apresentando, a partir de cases e de exercícios, o que um profissional precisa saber para atuar nessas funções. Essa oficina pode ser feita integrada ou de maneira independente da primeira do módulo.

OFICINA DE INFOGRAFIA E INTERAÇÃO COMO FERRAMENTAS JORNALÍSTICAS*
Com Fred Di Giacomo e Karin Hueck – jornalistas, escritores e criadores do Glück Project

Esta oficina explora uma das mais impactantes ferramentas de informação do jornalismo. Infográficos bem conceituados e construídos são diferenciais no editorial de qualquer veículo e, consequentemente, no currículo de todo jornalista que atua ou procura atuar como editor. Neste curso, você conhecerá alguns dos princípios que orientam a editoração de infográficos impressos ou digitais como objetividade, clareza, layout e diálogo com conteúdo textual.

OFICINA DE PRODUÇÃO DE CONTEÚDO PARA BLOGS E MÍDIAS SOCIAIS*
Com Ailin Aleixo, editora do blog Gastrolândia

Quais fatores influenciam na qualidade editorial e no sucesso de audiência nas novas mídias? A evolução tecnológica e a expansão das novas mídias deu a palavra para cada indivíduo que tivesse o interesse em se expressar. Com a explosão do número de blogs na internet, abriu-se espaço para que os profissionais empreendedores que assumiram a produção de conteúdo como ganha-pão saíssem em busca do êxito sem precisar sair de casa. Hoje, blogs e mídias sociais tornaram-se importantes meios de comunicação e de relacionamento com o cliente. Os métodos de produção se profissionalizaram e uma nova discussão surgiu: como negócio nestas plataformas pode se tornar relevante e rentável?

SERVIÇO

mídia.JOR

Data: 17 e 18 de novembro de 2014
Local: Teatro Aliança Francesa – Rua General Jardim, 182 – Vila Buarque – São Paulo-SP
Horário: das 9h às 13h – Oficinas IMPRENSA / a partir das 14h – Painéis de debate
Inscrições no site: www.midiajor.com.br

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