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Falta de verba da ONU ameaça direitos humanos

DEU NO ESTADÃO – A Organização das Nações Unidas (ONU) avisa que seu orçamento para garantir a proteção aos direitos humanos está prestes a terminar. Até o fim de 2014 e para 2015, a entidade conta com apenas US$ 87 milhões, equivalentes ao que se vende por dia em iPhones. Com um orçamento insuficiente, a ONU está sendo obrigada a viver de doações voluntárias de governos para conseguir operar. Dados obtidos pelo Estado de S.Paulo revelam que o governo brasileiro não contribuiu nem em 2013 e nem este ano, diferentemente de países como México, Argentina, Uruguai, Peru e até a Nicarágua.

“Estou chocado”, admitiu o comissário da ONU para Direitos Humanos, Zeid Ra’ad al-Hussein, que acaba de assumir o cargo e encontrou uma entidade falida. “Estou tendo de fazer cortes”, contou, lembrando que a crise financeira ocorre justamente no momento que suas operações estão “em seu limite”. Segundo ele, o dinheiro disponível é insuficiente. “Pedir que eu resolva essas crises com o dinheiro que temos é pedir que eu use um barco e um balde para lidar com uma inundação”, alertou.

A ONU fez questão de colocar em perspectiva o orçamento de que dispõe para lidar com as violações de direitos humanos. “As pessoas que vivem na Suíça gastam dez vezes o meu orçamento por ano em chocolate”, disse Hussein. Segundo ele, a construção de uma estrada costuma estar orçada em três vezes o valor que a ONU tem para proteger os direitos humanos no mundo por ano. “O que estamos pedindo é menos que os americanos devem gastar em fantasias para seus animais de estimação no dia de Halloween”, alertou.

Nos últimos 12 meses, o que se gastou na compra de iPhones seria o suficiente para financiar o escritório da ONU por 391 anos. “Nosso orçamento anual é o equivalente às vendas de um dia de iPhone”, constatou o jordaniano.

Por mais que a ONU insista que coloca os direitos humanos como prioridade, o setor recebe apenas 3% do orçamento global da entidade. Com a proliferação de crises, a realidade é que o ano vai terminar ainda com um buraco de US$ 25 milhões. “Qualquer magnata mundial cobriria esse buraco com um piscar de olhos”, disse.

O resultado é que funcionários estão sendo obrigados a lidar com sete ou oito países e não há gente nem mesmo para dedicar um funcionário de forma exclusiva para lidar com os impactos de meio ambiente. “Nossos serviços começam a sofrer”, declarou. Segundo o comissário, a ONU está rejeitando planos para ajudar países, evitando abrir novos escritórios e nem mesmo treinando policiais para que respeitem direitos humanos.

“Não estamos pedindo muito. Alguns governos – algumas das maiores economias do mundo, na verdade – estão dando pouco ao sistema internacional de direitos humanos, apesar de falarem com orgulho sobre os direitos humanos”, atacou.

“Os governos criaram o escritório de Direitos Humanos da ONU, eles criaram o sistema internacional e precisam garantir que tenhamos os recursos necessários para fazê-lo funcionar”, disse. Para o chefe de Direitos Humanos da organização, o custo dessa falência “pode ser muito alto”.

*JAMIL CHADE, CORRESPONDENTE/GENEBRA – O ESTADO DE S.PAULO

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Mais conservador, Congresso eleito pode limitar avanços em direitos humanos

DEU NA AGÊNCIA BRASIL – Levantamento feito pelo Departamento Intersindical de Assessoria Parlamentar (Diap) mostra um aumento, na nova composição do Congresso Nacional, do número de parlamentares ligados a segmentos mais conservadores – entre eles, militares, policiais, religiosos e ruralistas. Na avaliação do analista político do Diap, Antônio Augusto de Queiroz, este será “o Congresso mais conservador desde a redemocratização”. Para o especialista, “algumas conquistas do processo civilizatório, como a garantia dos direitos humanos, podem ser interrompidas ou mesmo regredir com a eleição de uma bancada extremamente conservadora”.

O Diap mostra crescimento do número de parlamentares policiais ou próximos desse segmento, como apresentadores de programas de cunho policialesco. Ao todo, esse setor contará com 55 deputados, parte dos quais defendeu, na campanha, a revisão do Estatuto do Desarmamento, a redução da maioridade penal e a criação de leis mais rígidas para punir crimes.

Com foco no discurso sobre segurança, o delegado da Polícia Federal Moroni Torgan (DEM) foi o candidato a deputado federal mais votado do Ceará, com 277.774 votos. Em seus programas no horário eleitoral gratuito, ele pedia uma legislação mais rígida. “Já estamos cansados dessa história, o bandido comete um crime e não passa um dia na cadeia. Isso acontece por que a lei é fraca. Isso tem que mudar. Quem deve ter medo das leis é o bandido e não a população.”

No Distrito Federal, o coronel da reserva da Polícia Militar Alberto Fraga (DEM) foi o mais votado, com 155.056 votos. No Rio de Janeiro, o atual deputado Jair Bolsonaro (PP), militar da reserva, foi o campeão de votos no estado, com 464.418 votos e segue agora para o sétimo mandato no Congresso Nacional.

Conhecido por suas declarações contra homossexuais e pelos embates na Comissão de Direitos Humanos e Minorias da Câmara, Bolsonaro deve ter velhos e novos aliados na próxima legislatura. A bancada evangélica – que teve em Marcos Feliciano (PSC), também reeleito, representante de destaque na legislatura passada – também cresceu e contará, agora, com 52 parlamentares. Embora nem todos os evangélicos devam ser considerados conservadores, em geral, eles têm tido postura contrária à ampliação do direito ao aborto, à união homoafetiva e à legalização de drogas como a maconha.

Infográfico: Reprodução/Agência Br
Infográfico: Reprodução/Agência Br

O líder do Partido Republicano Brasileiro (PRB) na Câmara, George Hilton (PRB-MG), partido que foi fundado por integrantes da Igreja Universal do Reino de Deus, pondera que as posições não são novas e que esses grupos já vêm ocupando a política institucional. “O país é plural, mas ainda tem uma história muito conservadora. É de maioria cristã. É natural que essa maioria defenda, no Parlamento, os ideais cristãos”, aponta.

Defensor da família, o apresentador Celso Russomano (PRB-SP) foi o deputado mais votado destas eleições. Com 1,5 milhão de votos, ele ajudou a dobrar a bancada do PRB, que passou de oito para 21 deputados na Câmara. “Vai existir nessa Casa um grande embate em relação a esses direitos [humanos]”, avalia Hilton, para quem o partido não deve combater, mas sim defender políticas públicas para as mulheres e outros segmentos.

Já o setor identificado com a defesa dos direitos humanos perdeu parlamentares com longo histórico de atuação na área, como Nilmário Miranda (PT-MG), Domingos Dutra (SD-MA) e Iriny Lopes (PT-ES), que não foram reeleitos. Por outro lado, lideranças como Érika Kokay (PT-DF), Jean Wyllys (PSOL-RJ) e Chico Alencar (PSOL-RJ) ganharam nas urnas e figuraram no grupo dos mais votados de cada estado.

Para o integrante da coordenação da Plataforma de Direitos Humanos (Dhesca Brasil) Darci Frigo, houve uma mescla entre “o fenômeno de conservadorismo, mas com influência decisiva do poder econômico”. Para garantir equidade no pleito, ele defende a limitação da atuação das empresas nas eleições, por meio de uma reforma política.

Embora aponte que as avaliações são preliminares e que o comportamento do Parlamento dependerá do resultado das eleições presidenciais, Frigo assinala que “os setores mais vulneráveis da sociedade poderão sofrer ataques fortíssimos”. No centro das atenções, de acordo com ele, estão as questões relacionadas aos povos indígenas.

Leia também: Efeito do Ficha Limpa ainda é limitado, diz idealizador da lei

Segundo o Diap, nenhum dos candidatos que se autodeclarou indígena foi eleito para a Câmara dos Deputados. Além disso, dois dos que integram a Frente Parlamentar em Defesa dos Povos Indígenas não voltarão à Câmara: Padre Ton (PT-RO), que perdeu a eleição para o governo de Rondônia, e Domingos Dutra (SD-MA), que não conseguiu ser reeleito.

Já a bancada ruralista deve crescer, segundo a Frente Parlamentar da Agropecuária, que reúne os representantes do setor. Hoje composta por 14 senadores e 191 deputados, a frente estima que passará a contar com 16 senadores e 257 deputados.

“O ataque principal vai ser ao conjunto de direitos dos povos indígenas, em especial os ligados à questão fundiária”, afirma o secretário executivo do Conselho Indigenista Missionário (Cimi), Cleber Buzatto. Propostas de emenda à Constituição e projetos de Lei sobre o tema já tramitam e têm gerado resistência por parte desses povos.

Diante do atual cenário, “nós vamos continuar apoiando a incidência direta dos povos indígenas, que não têm representação na Câmara e no Senado, mas que têm feito intervenções diretas por meio de delegações, ao mesmo tempo que procuraremos deputados e senadores que se identificam com a causa e também aqueles que não têm vínculo orgânico com o latifúndio para pedir o apoio para que não haja retrocessos”, antecipa Buzatto.

No caso das mulheres, o problema é a sub-representação. A bancada cresceu 10%, conforme o Diap. Foram eleitas 51 mulheres, cinco a mais do que as 46 que ganharam as eleições em 2010. Pouco, na avaliação do departamento. Antônio Augusto de Queiroz opina que, para reverter a situação, seriam necessárias políticas efetivas de valorização das candidaturas femininas, como a priorização das mulheres na distribuição do tempo de televisão e garantia de recursos financeiros.

O levantamento do Diap mostra também que a bancada de parlamentares vinculados à defesa dos trabalhadores, como os advindos do movimento sindical, sofreu diminuição. Dos 83 deputados da legislatura anterior, restaram apenas 46, dos quais 14 são novos e 32 foram reeleitos. O setor empresarial, por sua vez, vai contar com 190 deputados, segundo levantamento parcial do departamento. Em 2010, esse segmento elegeu 246 representantes.

De acordo com o analista do Diap, a diferença no tamanho das bancadas pode levar a retrocessos em relação aos direitos trabalhistas, já que o setor empresarial pode fortalecer a defesa da regulamentação da terceirização “em bases precarizantes, da substituição do legislado pelo negociado, permitindo que os sindicatos possam negociar redução de direitos, e do projeto do chamado Simples Trabalhista, que pode criar um trabalhador de segunda categoria, com menos direitos”, avalia.

Para a socióloga e professora da Universidade de Brasília (UnB) Débora Messenberg, que estuda o Parlamento brasileiro, as diferenças nas representações dos distintos grupos sociais e “a questão central que passa pela ampliação da pulverização dos partidos é decorrência da não realização da reforma política”, defende. Embora o tema tenha sido alvo dos protestos de junho de 2013 e, inclusive, de propostas da presidenta Dilma Rousseff, a reforma não andou. Dentre as consequências disso, segundo a especialista, estão a manutenção do financiamento privado das campanhas e o distanciamento dos jovens da política.

“Os jovens não estão interessados na política institucional, e isso fez com que muitos deles votassem nulo ou branco. Um voto que, na prática, funciona como abertura de espaço para quem está no jogo”, cita a socióloga, destacando que abstenções, votos nulos ou brancos somaram cerca de 29% do total aferido no primeiro turno destas eleições. Os percentuais relativos aos votos que não entram nas contas dos votos válidos aumentaram nas três modalidades. Para Débora, “a reforma política não vai sair do Congresso”. “Não teve em Congressos menos conservadores, muito menos agora”. Ela aposta que a mudança deverá ser fruto da pressão da sociedade e da atuação do Executivo.

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Edição 2014 do Prêmio Esso de Jornalismo divulga lista de finalistas

DEU NA ABI – Associação Brasileira de Imprensa*

Foi anunciada nesta quarta-feira, 15 de outubro, a lista dos 68 trabalhos finalistas da 59ª edição do Prêmio Esso de Jornalismo. Entre os mais de mil trabalhos inscritos e apreciados por um júri composto por profissionais renomados da área, foram eleitas 35 matérias escritas, 15 de criação gráfica e oito de telejornalismo, divididos em 12 categorias. Os vencedores serão conhecidos no dia 15 de novembro.

Além do prêmio principal, que leva o nome do programa, fixado em R$ 30 mil e do Prêmio de Telejornalismo, estabelecido em R$ 20 mil, serão distribuídos R$ 10 mil para as categorias de Reportagem e Fotografia. As categorias de Informação Econômica, Informação Científica, Tecnológica ou Ambiental, Educação, Criação Gráfica – Jornal, Criação Gráfica – Revista, Primeira Página receberão R$ 5 mil cada e R$ 3 mil para cada um dos quatro prêmios regionais. A cerimônia de premiação será realizada no dia 2 de dezembro, no Copacabana Palace, no Rio de Janeiro.

Leia abaixo a lista de finalistas do Prêmio Esso de Jornalismo 2014:

Fotografia

– Daniel Hatiro Teixeira, com o trabalho “Fora da Ordem”, publicado no O Estado de S.Paulo.

– Diego Nigro, com o trabalho “Um mergulho no absurdo”, publicado no Jornal do Commercio(Recife).

– Diego Nóbrega, com o trabalho “Brasilidades”, publicado no Correio da Paraíba.

– Domingos Peixoto, com o trabalho “Crime à Liberdade de Imprensa”, publicado no O Globo.

– Ed Alves, com o trabalho “Lago vira ameaça a banhistas e animais”, publicado no Correio Braziliense.

– Fabio Motta, com o trabalho “Em defesa da democracia”, publicado no O Estado de S.Paulo.

– Hélia Scheppa, com o trabalho “Flagelo Nosso”, publicado no Jornal do Commercio (Recife).

– Marlene Bergamo, com o trabalho “Dirceu acompanha o julgamento do mensalão”, publicado naFolha de S.Paulo.

– Milena Aurea, com o trabalho “Violência: policiais agridem adolescentes após protesto em São Simão”, publicado no jornal A Cidade (Ribeirão Preto-SP).

– Nelson Antoine, com o trabalho “Coronel da polícia militar é espancado no centro de SP, publicado no O Estado de S.Paulo.

 Educação

– Daniel Barros, com o trabalho “A diferença começa na escola”, publicado na revista Exame.

– Diego Barreto, com o trabalho “Além da Escola”, publicado no jornal Extra.

– Juliano Rodrigues e Mauro Vieira, com o trabalho “A luz de ler”, publicado na Zero Hora.

– Letícia Duarte e Félix Zucco, com o trabalho “Lições da Turma 11F”, publicado na Zero Hora.

– Luiz Ribeiro, com o trabalho “Ilhados no Mundo”, publicado no O Estado De Minas.

 Informação econômica

– Cássia Almeida, Flávio Ilha, Letícia Lins, Roberta Scrivano e Victor Furtado, com o trabalho “Economia em Família”, publicado no O Globo.

– Daniel Barros, com o trabalho “A diferença começa na escola”, publicado na revista Exame.

– Eduardo Salgado, Aline Scherer, Fabiane Stefano, com o trabalho “Por que é tão desigual?”, publicado na revista Exame.

– Vicente Nunes, Antonio Temóteo, Celia Perrone, Deco Bancillon, Diego Amorim, Luiz Ribeiro, Nívea Ribeiro, Rodolfo Costa, Rosana Hessel, Paulo Silva Pinto, Simone Kafruni e Vera Batista, com o trabalho “20 anos do Real”, publicado no Correio Braziliense.

– Vinicius Jorge Sassine, José Casado, Danielle Nogueira e Eduardo Bresciani, com o trabalho “Farra de aditivos na refinaria Abreu e Lima”, publicado no O Globo.

 Informação científica, tecnológica ou ambiental

– Arnaldo Bloch e Sebastião Salgado, com o trabalho “Ianomâmis: a guerra de um povo entre a vida e a morte”, publicado no O Globo.

– Bernardo Esteves, com o trabalho “Os seixos da discórdia”, publicado na revista Piauí.

– Cristiane Segatto, com o trabalho “O lado oculto das contas de hospital”, publicado na revista Época.

– Emanuel Alencar, Rafael Galdo e Fabiola Leoni, com o trabalho “Dilema petroquímico”, publicado no O Globo.

– Marcelo Leite, Dimmi Amora, Morris Kachani, Lalo de Almeida, Rodrigo Machado, com o trabalho “A batalha de Belo Monte”, publicado na Folha de S.Paulo.

 Primeira página

– Aline Fialho, Evandro de Assis e Fábio da Câmara, com o trabalho “Acasos da vida”, publicado noJornal de Santa Catarina.

– Ary Moraes e Daniel Bortoletto, com o trabalho “É Tois!”, publicado no Lance!.

– Eduardo Pierre, Humberto Tziolas, Joana Ribeiro, Giselle Sant’Anna, André Hippertt e Sidinei Nunes, com o trabalho “Não vai ter capa”, publicado no Meia Hora.

– Luiz Fernando Gomes, Daniel Bortoletto e Fernando Rapa Uribe, com o trabalho “Vexame”, publicado no Lance!.

– Rafael Alves do Carmo, Carlos Marcelo Carvalho, Júlio Moreira, Renata Neves, Ney Soares, Janey Costa e Walfredo Macedo, com o trabalho “Notícias de um país surreal”, publicado no O Estado de Minas.

 Criação gráfica – jornal

– Ary Moraes, com a série “A história das copas contada pelos gols do Brasil”, publicada noLance!.

– Gil Dicelli, Luciana Pimenta, Guabiras e Pedro Turano, com o trabalho “Sertão a Ferro e Fogo”, publicado no jornal O Povo (Fortaleza).

– Ivan Luiz Pimentel Moura e Felipe Nadades, com o trabalho “A grande Luta”, publicado no jornalExtra.

– Luísa Bousada, André Hippertt, Luiz Berri, Gustavo Moore e Nei Lima, com o trabalho “50 anos do golpe”, publicado no jornal O Dia.

– Robson Mathias Duarte, Clayton Bueno e Irapuan Campos, com o trabalho “Guia do secador”, publicado na Folha de S.Paulo.

 Criação gráfica – revista

– Paula Bustamante, Denis Russo Burgierman, Cristine Kist e Emiliano Urbim, com o trabalho Crack, tudo o que sabíamos sobre ele estava errado”, publicado na Superinteressante.

– Paulo Zocchi, Fábio Bosquê, Fábio Sasaki, Fábio Volpe, Giovana Moraes Suzin, Paulo Montoia, Paulo Zocchi, Thereza Venturoli e Yuri Vasconcelos, com o trabalho “As nossas cidades”, publicado no Almanaque Abril.

– Rafael Costa, Fernando Saraiva, Katia Militello e Thiago Tanji, com o trabalho “O celular pode acabar com o analfabetismo?”, publicado na revista Info Exame.

– Rafaela Ranzani, com o trabalho “Brasil: vai ficar ou tá a fim de ir embora?”, publicado na Trip.

– Rafaela Ranzani, Fernando Luna, Alex Cassalho, Bruna Sanches e Ian Herman, com o trabalho “De olhos fechados”, publicado na Trip.

 Regional Norte/Nordeste

– Cláudio Ribeiro, Demitri Túlio, Ana Mary C. Cavalcante, Émerson Maranhão e Fátima Sudário, com os trabalhos “A peleja da água” e “Sertão a ferro e fogo”, publicados no jornal O Povo(Fortaleza).

– Fabiana Moraes, com o trabalho “A história de mim”, publicado no Jornal do Commercio(Recife).

– Ismael Soares Machado, com o trabalho “Soldados do Araguaia”, publicado no Diário do Pará(Belém).

– Júlia Schiaffarino, com o trabalho “Vidas partidas”, publicado no Diário de Pernambuco (Recife).

 Regional Centro-Oeste

– Ana Cristina d’Angelo e Diego Abreu, com o trabalho “O valor da vida nos tribunais”, publicado no Correio Braziliense.

– Ana Cristina d’Angelo, com o trabalho “Uma fuga planejada há oito anos” , publicado no Correio Braziliense.

– Ivan Luis David Iunes, Amanda Almeida, Daniela Garcia, Diego Abreu, Étore Medeiros, Grasielle Castro, Ivan Iunes, João Valadares, Luiz Carlos Azedo, Paulo Silva Pinto, Renata Mariz e Tereza Cruvinel, com o trabalho “À sombra dos quepes”, publicado no Correio Braziliense.

– Mateus Parreiras e Luiz Ribeiro, com o trabalho “A nova fronteira da sede”, publicado no O Estado de Minas.

– Queila Ariadne, Ana Paula Pedrosa e Mariela Guimarães, com o trabalho “Um mineroduto que passou em minha vida”, publicado no jornal O Tempo (Contagem-MG).

 Regional Sul

– Joice Bacelo, Ivan Rodrigues, Ricardo Stefanelli, Guilherme Mazui, Ronald Batista e Fabio Nienow, com o trabalho “Terra contestada”, publicado no Diário Catarinense.

– José Luís Costa e Itamar Melo, com o trabalho “Bandido tipo exportação: o homem que enganou todo mundo”, publicado na Zero Hora.

– Letícia Duarte e Félix Zucco, com o trabalho “Lições da turma 11F”, publicado na Zero Hora.

– Mauri König, Albari Rosa e Diego Antonelli, com o trabalho “Império das Cinzas”, publicado naGazeta do Povo.

– Nilson Vargas, Adriana Irion, Humberto Trezzi, José Luís Costa, Juliana Bublitz, Larissa Roso, Letícia Duarte, Nilson Mariano, Paulo Germano, Itamar Melo, Carlos Etchichury, Diego Araújo, Leandro Fontoura, Diego Borges, Laura Rinaldi, Carlos Macedo e Lauro Alves, com o trabalho “Kiss – Um ano”, publicado na Zero Hora.

 Regional Sudeste

– Adriana Carranca, com a série “As guerras esquecidas da África”, publicada no O Estado de S. Paulo.

Andreza Matais, Fábio Fabrini, Murilo Rodrigues Alves, Sabrina Valle e Cláudia Trevisan, com o trabalho “A história secreta da ‘supergerente’ Dilma com Pasadena”, publicado no O Estado de S. Paulo.

– Guilherme Amado, com o trabalho “Os embaixadores do Narcosul”, publicado no jornal Extra.

Leonencio Nossa Jr., com o trabalho “Sangue político”, publicado no O Estado de S. Paulo.

Marcelo Leite, Dimmi Amora, Morris Kachani, Lalo de Almeida e Rodrigo Machado, com o trabalho “A batalha de Belo Monte”, publicado na Folha de S.Paulo.

 Telejornalismo

– Bianca Vasconcellos, Gustavo Minari, Eduardo Viné, Luana Ibelli, Thaís Rosa, Caio Cardenuto, Fábio Montes, Edgar Monteiro, Aline Beckstein, Fernanda Balsalobre, Édina Girardi, Rodrigo Mattos e Vanessa Nascimento, com o trabalho “Escola base – 20 anos depois”, veiculado na TV Brasil.

– Cristiano Teixeira, Marcus Reis, Darlan Penino, Ingrid Sachs, Lucas Melo, com o trabalho “Laranjas do Sertão”, veiculado na Rede Record.

– Fábio Pannunzio, Victor Sá, Anísio Barros, Denis Romani, Alziro Oliveira, Fernanda Chamlian, André Pereira, Fábio Nikolaus, Raphael Cadamuro, com o trabalho “O avanço da maconha”, veiculado na Rede Bandeirantes.

– Gustavo Marcelo Costa, Gerson de Souza, Bernardo Paglia, Lucas Mello, Cátia Mazin, Leandro Pasqualin e Rafael Gomide, com o trabalho “Filhos da violência”, veiculado na Rede Record.

– Marcio Sato, Fábio Nikolaus e Diego Costa, com o trabalho “Salvas da família”, veiculado na Rede Bandeirantes.

– Marina Machado, Victor Sá, Claudinei Mendes, Luis Evangelista, Alziro Oliveira, Fernanda Chamlian, Raian Cardoso da Silva, Vinícius Dônola e Bruna Oliveira, com o trabalho “Encarceirados”, veiculado na Rede Record.

– Roberto Cabrini, com o trabalho “Os filhos dos coronéis”, veiculado no SBT.

– Rodrigo Hidalgo, Tony Chastinet, Camila Moraes, Alziro Oliveira e Walter Colling, com o trabalho “Vila Socó – A verdade apagada”, veiculado na Rede Bandeirantes.

*Por Igor Waltz para a ABI

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Prêmio Nobel para Malala pode ajudar a combater o Estado Islâmico

DEU EM O GLOBO – O comitê do Prêmio Nobel da Paz citou o trabalho de Malala Yousafzai e Kailash Satyarthi de “luta contra a repressão de crianças e jovens e pelo direito de todas as crianças à educação,” mas é o trabalho de Malala em defesa das meninas e das mulheres que é o mais importante hoje para promover a paz no mundo. Como já escrevi antes, a repressão sistemática das mulheres é a maior injustiça da história e que deve ser tratada o quanto antes. Mas além desta preocupação, em um mundo em que uma das maiores ameaças internacionais vem da propagação de grupos extremistas islâmicos, é de máxima urgência que nós também tenhamos consciência como é essencial dar mais poderes às mulheres para derrotar os jihadistas.

A correlação entre a repressão dos direitos das mulheres e a instabilidade no mundo moderno é absolutamente clara. A cada ano, o Fórum Econômico Mundial produz o relatório Gender Gap. Em 2013, ele acompanhou 136 países na educação, poder econômico, saúde e capacitação política das mulheres. Consideramos as principais nações em conflitos extremistas. Alguns, como a Somália, Líbia e Afeganistão, nem mesmo fizeram os seus relatórios. Mas aqueles que participaram, a classificação é a seguinte no ranking: Nigéria, 106, Bahrein, 112, Qatar 115, Kuwait 116, Jordânia 119, a Turquia 120, Argélia 124, Egito 125, a Arábia Saudita 127, Mali 128, Marrocos 129, Irã 130, Síria 133, Paquistão 135, e por último o Iêmen 136.

Um relatório de 2011 da Newsweek sobre os melhores e piores lugares para as mulheres colocam Sudão, Etiópia, Paquistão, Níger, as Ilhas Salomão, Mali, República Democrática do Congo, Iêmen, Afeganistão e Chade, nas dez primeiras piores colocações. Em um relatório similar da Marie Claire, de junho, os dez piores países são Índia, Iêmen, Iraque, Paquistão, Nepal, Peru, Turquia, Sudão, Afeganistão e República Democrática do Congo. E ainda um outro ranking indicou os 10 piores, como Iraque, Paquistão, Índia, Somália, Mali, Guatemala, Sudão, República Democrática do Congo, Afeganistão e Chade.

Leia também: Defensores dos direitos da criança levam Prêmio Nobel da Paz

Países com ideologias extremistas tratam mal as mulheres. Eles misturam cultura e heranças religiosas para promover práticas abomináveis ​​e indefensáveis ou simplesmente não reconhecem os direitos de mulheres e meninas. Isso leva-se a práticas atrozes de grupos como, o Estado Islâmico (EI). Em sua revista on-line produzida em inglês, Dabiq, o grupo defende a escravidão de meninas e mulheres yazidis e tomá-las como concubinas, argumentando que a prática é “firmemente estabelecida na Sharia”.

Claramente, esses bandidos brutais temem o poder das mulheres e estão apavorados com o que pode acontecer com o fortalecimento da educação. Poucas histórias ilustram isso tão bem quanto o atentado contra a Malala, que incomodava pelo seu ativismo para garantir a pobres meninas o direito de ir à escola. Alegando crédito para o ataque, o porta-voz do talibã a chamou de “símbolo dos infiéis e obscenidade” e justificou-a como uma ameaça contra o Islã.

Muitos países nas listas dos piores lugares do mundo para as mulheres são islâmicos o que ilustra claramente um problema que os líderes muçulmanos tem com sua teologia e as sociedades do futuro. Porém, maus tratos — ou até mesmo assassinatos, como no caso de crimes de honra — não é visto pela grande maioria da comunidade de 1,6 bilhão de muçulmanos como tolerável. Novos modelos estão evoluindo, como na Turquia, onde negócios e comunidades educacionais turcas comprovam que dar poder às mulheres é uma onda crescente e que vale a pena aproveitar.

Em algumas comunidades no Oriente Médio em meio a essas crises, fortes correntes de mudança estão em andamento. Em 2003, Shirin Ebadi do Irã ganhou o Prêmio Nobel da Paz em reconhecimento ao seu trabalho específico para as mulheres. Em 2011, Tawakkol Karman do Yemen (junto com as da Libéria, Ellen Johnson Sirleaf e Leymah Gbowee) foram igualmente homenageadas.

Hoje, outros símbolos desses modelos emergentes de maior tolerância se juntam à Malala na frente de batalha contra os extremistas. Mariam al-Mansouri, de 35 anos, a primeira piloto da Força Aérea dos Emirados Árabes Unidos participou dos ataques contra o Estado Islâmico. E algumas das histórias mais inspiradoras contra os extremistas na Síria e no Iraque, são as unidades curdas Peshmerga, em grande parte composta de mulheres, que lutam bravamente contra o EI e outros militantes islâmicos.

De acordo com a Síria Deeply, quase um terço dos combatentes do braço armado do Partido da União Democrática (em curdo o PYD) são mulheres. Mulheres curdas têm lutado contra os turcos há décadas, e desenvolvendo um gosto particular pela luta contra os jihadistas, dado as atitudes extremamente opressivas deste último em relação às mulheres. Uma dessas militantes diz: “Eu acredito em uma causa maior, que é proteger nossas famílias e as nossas cidades da brutalidade e pensamentos sombrios dos extremistas …. Eles não aceitam as mulheres em cargos de liderança. Eles querem nos cobrir e nos transformar em donas de casa, só para atender suas únicas necessidades. Eles acham que não temos o direito de falar e controlar nossas vidas.”

Mas histórias de Malala e Mariam al-Mansouri, são aberrações em um mundo em que os papéis das mulheres ainda são profundamente circunscritos. Seria um erro sugerir que a corrente de luta é pró-mulher versos anti-mulher, uma vez que alguns membros da coalizão anti-EI são notórios por seus maus tratos às mulheres, como os sauditas, que ainda têm de conceder às mulheres o direito de dirigir ou qualquer tipo de poder político ou econômico real.

Mas reverter a propagação do extremismo e, finalmente, derrotá-lo, é o imperativamente estratégico e que não deve apenas orientar a nossa batalha contra o EI, mas também contra todos os outros grupos extremistas, como o Boko Haram que sequestrou centenas de meninas. Apenas parte do problema é derrotar os combatentes jihadistas armados que enfrentamos no campo de batalha.

Como o economista Larry Summers escreveu, “investimento na educação das meninas pode ser o maior investimento de retorno disponível no mundo em desenvolvimento.” É por isso que a questão é tão central para os objetivos de desenvolvimento do milênio das Nações Unidas. Mas para realmente garantir que as questões das mulheres sejam tratadas de forma justa, é preciso a concessão de voz política representativa para elas, bem como garantir a proteção igual perante a lei. Nenhuma dessas coisas é possível nas ideologias extremas adotadas por grupos jihadistas, nem são possíveis nos chamados ambientes “moderados” de alguns dos aliados dos Estados Unidos na guerra contra o EI. Promover um tratamento justo para as mulheres, desfazer séculos de opressão, educá-las e dar-lhes oportunidade econômica, é a única maneira de negar um apoio futuro para as pessoas com pontos de vista extremos e marginais perigosos, e, ao mesmo tempo, fazer o que é certo interessa a longo prazo os países em questão.

Dar oportunidades e mais poder às mulheres desfaz séculos de injustiça e enriquece as sociedades. Mas pode desempenhar um papel vital também para ajudar a derrotar algumas das organizações mais perigosas hoje em dia. É por esta razão que esses grupos estão tão assustados com uma adolescente como Malala ou pelo progresso que representa mulheres que lutam contra o extremismo no Oriente Médio. Elas são o tipo de mudança que pode relegar permanentemente as filosofias e práticas medievais de grupos como o Estado Islâmico ao monte de cinzas da história, onde é o lugar deles.

*DAVID ROTHKOPF, para o WASHINGTON POST.

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