Hoje, 3 de maio é o Dia Mundial da Liberdade de Imprensa. Criado pela Organização das Nações Unidas para a Educação, Ciência e Cultura (Unesco), no ano de 1993, a data busca alertar sobre os inúmeros casos de violência contra jornalistas, que em muitas situações são torturados e até mesmo assassinados como consequência de perseguições por informações apuradas e publicadas por estes profissionais.
De acordo com um levantamento feito pela organização Repórteres sem Fronteira (RSF), de junho de 2013 a dezembro de 2016 foram registrados mais de 300 casos de agressão a jornalistas em manifestações. A instituição destaca ainda que há uma preocupação crescente com os comunicadores que cobrem pautas em favelas e comunidades – que sofrem represália policial – e em pequenas cidades, que tem menos visibilidade e ficam mais vulneráveis a ameaças de pessoas insatisfeitas com as denúncias feitas.
Segundo o presidente da Associação Bahiana de Imprensa (ABI), Antônio Walter Pinheiro, “é preciso aproveitar não só o dia de hoje, mas todos os momentos para enfatizar a importância da imprensa, denunciar casos de agressão contra os profissionais da área e tudo aquilo que possa impedir a prática do jornalismo”.
Mesmo diante dos problemas que a imprensa enfrenta diariamente, o presidente destaca os avanços. “Comparando com outros tempos, houve sim a quebra de inúmeras barreiras. Houve uma evolução marcada pelo surgimento das redes sociais, mas ainda há muito para conquistar, ainda mais que no Brasil muitos poderosos fazem uso do Poder Judiciário para silenciar a imprensa”, explicou.
A imprensa é parte importante da democracia do Brasil. É através dela que a sociedade pode se manifestar, emitindo opiniões, denúncias e cobrando soluções. Para o jornalista Florisvaldo Matos, membro da ABI, a permanência dessa democracia deve ser comemorada no dia dedicado a liberdade de imprensa. “Um requisito máximo para a nossa profissão é o respeito à liberdade. Quando surgiu a imprensa no Brasil, começou ali a ação positiva em defesa da liberdade de imprensa, fundamental para exercer a profissão e a democracia nos dias de hoje”.