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ONU cobra da China eleições abertas em Hong Kong

O Comitê de Direitos Humanos da ONU cobrou da China que garanta o sufrágio universal em Hong Kong, incluindo o direito de concorrer às eleições sem estar sujeito a vetos. O painel de 18 especialistas independentes, que monitora o cumprimento de um tratado internacional sobre direitos civis e políticos, decidiu manifestar o pedido à China durante reunião, nesta quinta-feira (23), em que expressou preocupação com os planos de Pequim de vetar candidatos na antiga colônia britânica.

O comitê concordou sobre “a necessidade de garantir o sufrágio universal, o que significa tanto o direito de ser eleito como o direito de votar. As principais preocupações dos membros do comitê foram focadas no direito de concorrer à eleição sem restrições despropositadas”, disse Konstantine Vardzelashvili, que comandou a reunião, em sua conclusão.

Manifestantes pró-democracia entram em confronto com a polícia em Hong Kong - Foto: Kin Cheung/AP
Manifestantes pró-democracia entram em confronto com a polícia em Hong Kong – Foto: Kin Cheung/AP

Os especialistas também pediram à China mais informações sobre como o país pretende colocar o método de seleção de candidatos em prática, frisando que ele deve estar de acordo com o Acordo Internacional de Direitos Civis e Políticos adotado pela Assembleia Geral da ONU em 1966. A China assinou o documento em 1998, mas nunca o ratificou. No pacto estão garantidas a manutenção das liberdades individuais e a realização de eleições livres e regulares.

Em março do ano passado, os especialistas já haviam feito recomendações à China para que o sufrágio universal fosse garantido em Hong Kong. O governo de Pequim respondeu com um comunicado na última semana, no qual afirma que diante das divergências, “o governo de Hong Kong continuará trabalhando da melhor forma possível para criar um consenso na comunidade e assegurar o sufrágio universal para o pleito de 2017”.

O comitê da ONU obviamente considerou que a resposta “não é satisfatória”. “Tivemos a impressão de que nenhuma ação foi tomada para implementar as recomendações”, afirmou Cornelis Flinterman, um dos membros do grupo. Christine Chanet, uma magistrada francesa que também faz parte da comissão, disse que o papel da ONU será pressionar a China para garantir os direitos básicos à população de Hong Kong. “O comitê não quer que os candidatos sejam filtrados”, destacou.

Pequim quer controlar eleição

Manifestantes pró-democracia ocupam as principais ruas de Hong Kong há quase mês em protesto contra o plano do governo central que daria à população local a chance de votar para seu próprio líder em 2017, mas os candidatos seriam selecionados, de forma bastante restritiva, por um órgão controlado por Pequim – um comitê composto por 1.200 membros, separados por setores variados, de associações empresariais e de classe a membros do Legislativo.

Os ativistas afirmam que as regras representam uma “falsa democracia”, já que o comitê é dominado por grupos simpáticos ao governo chinês. Na última quarta (22), os manifestantes marcharam à residência do chefe do Executivo, Leung Chun-ying, do qual exigem a renúncia. As primeiras conversas entre manifestantes e governo na terça (21) não deram nenhum resultado.

*Informações da Reuters via G1 Mundo, Folha de S. Paulo e Revista Veja.

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Associação Brasileira de Imprensa elege novo presidente

Após mais de um ano de processos, a Associação Brasileira de Imprensa (ABI) anunciou na noite da última sexta-feira (26) seu novo presidente, em um pleito marcado pelo pioneirismo. Pela primeira vez na história da entidade, um repórter assume a presidência da Casa dos Jornalistas: Domingos Meirelles venceu as eleições pela Chapa Vladimir Herzog, que disputou com a Prudente de Morais, encabeçada por Fichel Davit Chargel. Esta também foi a primeira eleição nacional na história da ABI. Desde que a entidade foi criada, em 1908, a votação era feita somente com os sócios do Estado do Rio de Janeiro. Na atual, além da sede na capital fluminense, seções foram instaladas nas cinco representações espalhadas pelo país: São Paulo, Minas Gerais, Alagoas, Brasília e Maranhão.

Acompanhada por observadores da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) e da Federação Nacional dos Jornalistas (Fenaj), a eleição da histórica e mais antiga entidade dos profissionais da imprensa no país aconteceu nos dias 25 e 26 de setembro, tendo sido escolhidos a Diretoria Executiva, o Conselho Fiscal, o Conselho Consultivo e dois terços do Conselho Deliberativo. No maior colégio eleitoral da entidade, no Rio de Janeiro, com 303 eleitores, a Chapa Vladimir Herzog conquistou 167 votos e a Prudente de Morais, 134.

Domingos Meirelles/Foto: Reprodução
Domingos Meirelles/Foto: Reprodução

Os dirigentes ficam à frente da ABI até 2016, quando a chapa eleita promete implementar o voto eletrônico. A novidade, cujo objetivo é corrigir a distorção que hoje limita ao espectro regional o foro de decisões da instituição, acabou tendo de ser adiada por causa da ação movida por representantes da chapa Prudente de Morais, que postularam a realização das eleições apenas no Rio de Janeiro.

Atualmente, o jornalista é contratado da TV Record. Em sua carreira, Domingos Meirelles, de 74 anos, já foi condecorado com dois prêmios Esso e três Wladimir Herzog de Direitos Humanos. O novo presidente também é escritor, já tendo conquistado dois prêmios Jabuti em 1996 e 2006 pelos livros “As Noites das Grandes Fogueiras – Uma História da Coluna Prestes” e “Os Órfãos da Revolução”, respectivamente.

Judicialização do pleito

A crise eleitoral na ABI teve início em abril de 2013, quando a chapa Vladimir Herzog alegou que era vetada pelo estatuto da instituição a participação de associados inadimplentes na eleição, pois um dos integrantes da Prudente de Morais estaria com mensalidades atrasadas. Com isso, o então presidente Maurício Azêdo pagou em 11 de março, com cheque próprio, a dívida de 17 dos 51 integrantes de sua chapa.

O grupo adversário tentou fazer o mesmo com seus inadimplentes. A atual direção, porém, argumentou que já havia expirado o prazo para a inscrição. A chapa Herzog reclamou que não foi informada sobre a data-limite para o registro e que a cobrança de dívidas deveria ser individual, por meio de boleto bancário, diferente do ocorrido com a chapa de Azêdo. Após decisão judicial, Meirelles tornou-se diretor econômico-financeiro da entidade, que tinha o vice de Azêdo, Tarcísio Holanda, como presidente.

Depois da morte de Azêdo em outubro de 2013, o cargo foi ocupado pelo conselheiro Fichel Davit Chargel por pouco mais de três meses. Em fevereiro de 2014, o recurso da ABI, impetrado ainda no tempo de Azêdo, foi derrubado e a juíza da 8ª Vara determinou o afastamento da diretoria eleita em 2013 e determinou o retorno da chapa Vladimir Herzog ao comando da entidade.

Chapa Vladimir Herzog

Diretor Presidente – Domingos Meirelles/Diretor Vice Presidente – Paulo Jeronimo de Sousa/ Diretor Administrativo – Orpheu Santos Salles/ Diretor Econômico-Financeiro – Ana Maria Costábille/ Diretor de Cultura e Lazer – Jesus Chediak/ Diretor de Assistência Social – Arcírio Gouvêa/ Diretor de Jornalismo – Eduardo Cesário Ribeiro .

Conselho Consultivo:Alberto Dines, Audálio Dantas, Ferreira Gullar, Juca kfouri, Cícero Sandroni, Hélio Fernandes, Ziraldo.

Conselho Fiscal: Arnaldo César Jacob, Jorge Ribeiro, Lindolfo Machado, Luiz Carlos Chesther de Oliveira, Geraldo Pereira dos Santos, Rosângela Amorim, Paulo Roberto Gravina.

Conselho Deliberativo (Efetivos) 2013/2016:Aziz Ahmed, Flávio Tavares, Jesus Antunes, Lima de Amorim, Bernardo Cabral, Jorge de Miranda Jordão, Sérgio Gomes (Serjão), Andrei Bastos, Paulo Gomes Neto, Austrégesilo de Athayde Filho, Ralph Lichote, Silvestre Gorgulho, Elio Maccaferri, Antônio José Ferreira Carvalho e Udson da Silva de Oliveira

Conselho Deliberativo (Efetivos) 2014-2017: Ricardo Kotscho, Milton Coelho da Graça, Anna Lee, Joseti Marques, Moura Reis, Tarcísio Baltar, Nivaldo Pereira, Carlos Chaparro, Luthero Maynard, Daniel Mazola, Amiccucci Gallo, Oswaldo Augusto Leitão, Siro Darlan, Jeronimo do Espírito Santo e Fábio Costa Pinto.

Conselheiros Suplentes 2013/2016: Adalberto Diniz, Adilson Ribeiro, Carlos Alberto da Rocha Carvalho, Carlos Di Paola, Terezinha Santos, João Luiz Dória, Maurício Max, JL Costa Pereira, Luarlindo Ernesto, Marcia Guimarães, Carlos Newton, Moysés Chernichiarro Corrêa, Raul Silvestre, Reinaldo Leal, Wilson Alves Cordeiro.

Conselheiros Suplentes 2014-2017: Lourival Marques Bogea, Petrônio Souza Gonçalves, Elisabete Burlamarqui, Ilma Martins da Silva, Vilson Romero, Bonifácio Rodrigues de Mattos (Ikenga), Claudinéia Lage, JB Serra e Gurgel, José Carlos Machado, Jayme Gama, Érika Branco, Luiz Wanderley da Silva, Roberto Martins, Tiago Santos Salles, Wilson Carvalho.

Conheça as propostas da chapa vitoriosa:

1) Assistência médica e outros benefícios

Ambulatório na ABI

Seguro de vida e outros benefícios

Novos convênios Médico-hospitalares

2) Uma nova administração

Gestão compartilhada

3) Geração de empregos

Revitalização da Imprensa do Interior

Cadernos de Jornalismo ABI

Cursos Livres

4) Atividades Culturais

Sessão Livre

5) Um novo pacto social

Criação de um Fórum de Políticas Públicas

6) Valorização do Patrimônio recuperação do Edifício-sede

 

*Informações da Associação Brasileira de Imprensa (ABI), Folha de S. Paulo e Portal Imprensa.

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ABI BAHIANA

ABI recebe Rui Costa na abertura dos encontros com pré-candidatos ao governo

O pré-candidato da chapa governista para as Eleições 2014, Rui Costa (PT), foi recebido pelo presidente da Associação Bahiana de Imprensa (ABI), Walter Pinheiro, nesta sexta-feira (30), na abertura da série de encontros com postulantes ao cargo de governador do estado da Bahia. Durante o encontro, que reuniu na sede da instituição jornalistas e representantes de entidades da sociedade civil, o pré-candidato relatou uma série de projetos e obras que serão incluídos em seu programa de governo. Rui Costa elogiou o trabalho da ABI em defesa da liberdade de expressão e na luta contra a censura e tentativas de silenciar manifestações livres. Temas como mobilidade urbana, educação e cultura, logística e segurança pública foram abordados.

Rui Costa dividiu a mesa com o presidente da ABI, Walter Pinheiro, e o diretor Aloísio Franca Rocha Filho, que coordenou o encontro/ Foto: Reginaldo Ipê - Tribuna da Bahia
Rui Costa dividiu a mesa com o presidente da ABI, Walter Pinheiro, e o diretor Aloísio Franca Rocha Filho, que coordenou o encontro/ Foto: Reginaldo Ipê – Tribuna da Bahia

Na abertura, o coordenador da mesa, Aloísio Franca Rocha Filho, enfatizou a preocupação da entidade com a crise generalizada da representação política. “Estamos preocupados com a democracia. Isso significa que estamos também preocupados com as eleições e, consequentemente, com as propostas, projetos e intenções daqueles que pretendem conduzir o nosso estado”, disse o dirigente. A primeira questão dirigida ao pré-candidato indagou sobre a sua intenção de governar a Bahia. “Se seria por vaidade, disponibilidade desinteressada para servir a sociedade e/ou ambição pelo poder”.

Rui Costa respondeu à questão muito emocionado, ao lembrar-se de sua mãe, que faleceu há 19 anos vítima de câncer. O pré-candidato relatou sua trajetória difícil no bairro da Liberdade, onde cresceu enfrentando dificuldades. Para ele, a má distribuição de renda no Brasil foi uma das principais causas para o seu envolvimento com a política. “Eu cresci em uma encosta, vendo em meus pais o medo de desabamentos, além das dificuldades cotidianas. Isso é muito injusto. Eu quero ajudar a mudar esse cenário e sou muito determinado, busco todas as alternativas disponíveis”. O deputado federal contou que seus estudos foram concluídos na rede pública de ensino, sempre com o apoio da mãe.

Foto: Reginaldo Ipê/Tribuna da Bahia
Foto: Reginaldo Ipê/Tribuna da Bahia

Já sobre sua qualificação para ser governador da Bahia, Rui afirma que se preparou a vida inteira para o cargo. “Eu tenho certeza de que sou o mais bem preparado. Tive duas formaturas: na universidade, em economia; e outra de superação, da vida, porque tive origem humilde e sou determinado”. Perguntando sobre o que existe de singular em sua candidatura e como pretende vencer a barreira do desconhecimento pela maioria dos eleitores, ele foi taxativo. “Diferentemente dos outros dois principais candidatos, eu nunca tive a oportunidade de governar um estado ou uma cidade. Eles puderam mostrar seu estilo. Eu não. Quanto ao desconhecimento, podemos diminuir isso no período da propaganda eleitoral, além da realização de carreatas, encontros, comícios… Ainda é muito cedo”, afirmou Rui Costa, revelando a sua ansiedade em debater com a oposição os programas de governo.

Rui abordou alguns temas que devem ser priorizados em seu programa de governo. “Por muitos anos, o Nordeste esteve em segundo plano do ponto de vista do desenvolvimento nacional, panorama que está sendo alterado desde o governo Lula”. Questionado sobre a mobilidade urbana, Rui Costa enumerou diversas obras do governo do PT na Bahia que, segundo ele, melhoraram o trânsito em Salvador, como a Via Expressa, Complexo Viário 2 de Julho e viadutos na Paralela, além de rodovias construídas no interior.

Leia também: ABI realiza encontros com pré-candidatos ao governo da Bahia

A polêmica construção da Ponte Salvador-Ilha de Itaparica, cujo contrato para elaboração do projeto básico de engenharia foi assinado em março, não ficou de fora da discussão. De acordo com Rui Costa, o projeto não está descartado. “Precisamos pensar projetos grandes e a ponte é um projeto importante. O estado da Bahia não tem condições de arcar com os 6 bilhões de reais estimados para a realização das obras. Então, precisa de apoio da iniciativa privada. Exige um amplo plano de desenvolvimento”.

O presidente da ABI, Walter Pinheiro, encerrou a sessão e agradeceu a presença do pré-candidato, com votos de que a emoção com que Rui abordou sua trajetória de vida seja o “combustível para governar o estado”. Também participaram do encontro dirigentes da ABI, a presidente do Instituto Geográfico e Histórico da Bahia (IGHB), Consuelo Pondé, a presidente do Sindicato dos Jornalistas Profissionais do Estado da Bahia (Sinjorba), Marjorie Moura.

No dia 4 de junho, às 9h, a ABI trará Paulo Souto (DEM) e no dia 9 de junho, também às 9h, Lídice da Mata (PSB). Os encontros também serão abertos a representantes de entidades da sociedade civil e profissionais da comunicação.

Fonte: ABI

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