Discutir a participação da mulher no cenário atual da fotografia brasileira a partir de um recorte baiano. Esse é o foco do debate “A mulher na fotografia brasileira contemporânea – Fotojornalismo, movimentos e mercado”, que acontecerá na Caixa Cultural Salvador, nesta quarta-feira (24), a partir das 15h, dentro da Exposição World Press Photo.
De acordo com dados do Sindicado dos Jornalistas Profissionais do Estado da Bahia (Sinjorba), as repórteres fotográficas são minoria nas redações dos veículos impressos de Salvador, mesmo sendo o jornalismo baiano composto por cerca de 60% de mulheres.
Com entrada gratuita, o evento contará com a participação de Manuela Cavadas (fotógrafa e videomaker), Margarida Neide (fotógrafa do A Tarde e diretora do Sinjorba), Rosa Bunchaft (fotógrafa independente), Shirley Stolze (fotógrafa freelancer) e Sora Maia (editora de fotografia do Correio*). Durante o debate, serão abordadas as influências, formação, inserção e desafios do mercado de trabalho, organizações e coletivos, além das perspectivas para o futuro das mulheres na área.
SERVIÇO
Debate “A mulher na fotografia brasileira contemporânea”
Dia: 24/01 às 15h
Valor: Gratuito
Onde: Caixa Cultural Salvador (Rua Carlos Gomes, 57 – Centro)
*Informações do site Aldeia Nagô e do Bahia Notícias
A capital baiana recebe, pelo segundo ano consecutivo, a exposição World Press Photo, mostra mais importante do fotojornalismo mundial que reúne os registros mais impactantes de 2016. São 154 imagens sobre temas variados como política, economia, esportes, cultura e meio ambiente. O público pode conferir a mostra entre os dias 13 de dezembro a 04 de fevereiro, de terça a domingo, das 9h às 18h, na CAIXA Cultural Salvador (Rua Carlos Gomes, 57, Centro). A entrada é franca.
Entre as temáticas, a crise dos refugiados em função dos conflitos na África e Oriente Médio é o assunto que tem maior presença e repercussão nesta edição da mostra.
A fotografia vencedora – “Um assassinato na Turquia”: a principal fotografia vencedora da World Press Photo do Ano de 2016, foi “Um assassinato na Turquia”, do turco Burhan Ozbilici. O registro foi feito em dezembro de 2016, quando o policial Mevlut Mert, que estava de folga, atirou contra o embaixador da Rússia Andrei Karlov, em uma sala de exposições, em Ancara. Na imagem, o assassino aparece com a pistola na mão e o dedo em riste. Na ocasião, ele gritava: “Não se esqueçam de Alepo. Não se esqueçam da Síria”.
O Brasil na World Press Photo 2017: o brasileiro Lalo de Almeida, fotógrafo da Folha de S. Paulo, foi premiado pela primeira vez na World Press Photo. Ele recebeu o 2º lugar na categoria Assuntos Contemporâneos com o sensível ensaio sobre bebês com microcefalia, vítimas do vírus da Zika no Nordeste – parte de um especial publicado pelo jornal em dezembro.
Já o brasileiro Felipe Dana, que trabalha para a agência The Associated Press, havia recebido uma Menção Honrosa em 2013. Este ano, no entanto, ele levou o terceiro lugar na categoria Notícias em Destaque, com a imagem “Batalha por Mosul”, feita no Iraque, durante a ofensiva das forças especiais iraquianas e das milícias aliadas para recuperar o controle da cidade tomada pelo Estado Islâmico.
O Brasil ainda está presente na foto do alemão Kai Oliver Pfaffenbach, que congelou o sorriso vitorioso do atleta jamaicano Usain Bolt na semi-final dos 100 metros rasos, nas Olimpíadas do Rio de Janeiro. A imagem recebeu o 3º lugar na categoria Esporte, fotos individuais.
A premiação em números: o World Press Photo 2017 atraiu inscrições de todo o mundo: 5,034 fotógrafos de 126 nacionalidades inscreveram 80,408 imagens. O júri distribuiu prêmios em oito categorias para 45 fotógrafos de 25 países: Austrália, Brasil, Canadá, Chile, China, República Tcheca, Finlândia, França, Alemanha, Hungria, Índia, Irã, Itália, Paquistão, Filipinas, Romênia, Rússia, África do Sul, Espanha, Suécia, Síria, Nova Zelândia, Turquia, Grã-Bretanha e EUA.
A World Press Photo, organização independente sem fins lucrativos, promove o mais importante concurso internacional de fotojornalismo. A fundação está empenhada em apoiar e promover altos padrões de qualidade na fotografia, com o objetivo de gerar interesse e reconhecimento no grande público pelo trabalho dos fotógrafos e de outros jornalistas visuais, e pela livre troca de informações.
Na tarde desta quinta-feira (11), às 16h, será realizada na Biblioteca Central do Estado da Bahia, nos Barris, a palestra “Vamos salvar a memória do acervo negro baiano”. O evento abordará os 35 anos de registros fotográficos de manifestações políticas e culturais do movimento negro baiano, capturados pelo fotógrafo Lázaro Roberto Zumvi. A palestra está associada à Exposição Movimento e Resistência Negra, que ficará aberta ao público no foyer da Biblioteca até o dia 30 de maio.
A Zumvi Arquivo Fotográfico, criada por Lázaro Roberto, dispõe de um acervo com milhares de registros de expressões políticas e culturais de comunidades negras da Bahia e do Brasil. Faz parte do acervo: a Marcha da Consciência Negra, nas ruas do Centro de Salvador (1980); a recepção de Nelson Mandela, em Salvador (1991); aula inaugural do Instituto Steve Biko, em Salvador (1993); diversas manifestações do Grupo de Mulheres do MNU, em Salvador e São Paulo.
A Associação Bahiana de Imprensa (ABI) e a Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Estado da Bahia (Fecomércio-Ba) inauguraram, na noite desta segunda-feira (1), Dia Nacional da Imprensa, uma exposição para homenagear o centenário do jornalista e professor Jorge Calmon (1915-2006), que esteve à frente da ABI entre os anos de 1970 e 1972. A exposição “100 anos de Jorge Calmon” reúne, no foyer da Casa do Comércio, 20 fotos que foram cedidas pela família e retratam momentos marcantes da sua carreira e sua atuação em diversos segmentos, com personalidades políticas nacionais e internacionais e também com a família. A exposição abre as comemorações alusivas ao centenário de Jorge Calmon – programados para ocorrer durante os meses de Junho e Julho deste ano –, e permanece aberta à visitação pública até o próximo dia 10, quando seguirá em caráter itinerante por shopping centers, casas de cultura e bibliotecas. A mostra teve a coordenação de pesquisa do jornalista Luís Guilherme Pontes Tavares e do fotógrafo Valter Lessa, diretores da ABI.
Os anfitriões do evento, presidente da ABI, Walter Pinheiro e o presidente da Fecomércio-BA, Carlos de Souza Andrade, recepcionaram os convidados e destacaram a importância do homenageado, que foi diretor redator-chefe do Jornal A Tarde por 47 dos seus 60 anos de carreira no jornalismo. “Jorge tinha um talento polifacetado, tendo participação fundamental na história de diversas entidades. Ele era muito respeitado e inúmeras foram as campanhas por ele promovidas, uma delas é “A Bahia não se divide”, postura contrária à divisão do estado. A ABI se sentiu comprometida em realizar não só esse, mas outros eventos para assinalar o centenário de Jorge Calmon. Para quem é da imprensa, nada melhor do que uma exposição de fotos, que, conforme dizia Confúcio, ‘uma imagem vale mais que mil palavras’. A gente pode sentir isso. As fotos falam, as fotos nos emocionam”. Carlos Andrade resgatou a memória de Pedro Calmon, pai de Jorge, comerciante e produtor rural, e seu conterrâneo da cidade de Amargosa. “Um homem de reconhecida idoneidade, que virou sinônimo de moeda numa época de recessão monetária no Brasil. Ele fabricava vales que eram entregues como pagamento a pequenos comerciantes”, lembrou.
Segundo o curador da exposição, Valter Lessa, o trabalho foi realizado durante quatro meses e envolveu pesquisas em jornais, bibliotecas e acervos da família e no seu arquivo pessoal. “Após cerca de 190 fotografias, foram selecionadas as 20 que estão expostas. São fatos marcantes que nós tivemos a visão de mostrar. Todas as outras são realmente importantes, mas algumas são fundamentais”, ressaltou. O jornalista Luis Guilherme Pontes Tavares destaca que a família de Jorge Calmon abriu as portas e o acervo pessoal de Jorge Calmon. Entre as imagens estão momentos como a entrevista com ex-presidente Getúlio Vargas, no Clube Bahiano de Tênis, em 1943, a visita ao Pentágono, em Washington, D.C., em 1956, e também representando a imprensa brasileira na BBC, em Londres, em 1960. “O 1º de Junho celebra o dia em que Hipólito da Costa estreou, em 1808, o seu Correio Braziliense, reconhecido como o primeiro jornal brasileiro – apesar de impresso em Londres. A data não poderia ser mais oportuna, já que Dr. Jorge foi, sobretudo, jornalista”.
Jorge Calmon Filho falou do prazer e gratidão pela homenagem e definiu o pai como um “catalisador cultural”. Segundo ele, a família está muito agradecida à ABI e à Fecomércio pela iniciativa, principalmente tendo sido concretizada no Dia da Imprensa. “Nós viajamos junto com Valter Lessa e Luís Guilherme nessa aventura de descobrir as 20 fotos. Vimos mais de 2.500 fotos e cada uma traz uma recordação importante de uma fase da vida dele. Para nós, foi muito prazeroso. Meu pai foi um digno representante da imprensa baiana, sempre lutando em defesa da liberdade de imprensa e do crescimento do jornalista na profissão. Dentro da sua função principal, que na época era diretor do jornal A Tarde, ele buscava extrapolar para ajudar as instituições da Bahia em diversas áreas, como educação, cultura, saúde e esportes. Foi uma pessoa que deixou um legado muito grande de humanismo, de ética. Para a família, foi um paizão. Apesar dessas atividades múltiplas, tinha tempo para os seis filhos. Nos criou e educou maravilhosamente bem, junto com minha mãe, dona Leonor Calmon, que era o seu braço direito”.
O jornalista e presidente da comissão encarregada de organizar a programação do centenário, Samuel Celestino, que é presidente da Assembleia da ABI, falou da figura marcante que foi Jorge Calmon. “Ele foi o maior jornalista do Século XX na Bahia. 14 anos após entrar no Jornal A Tarde, ele já era redator-chefe, porque era um jornalista diferenciado. Jorge Calmon teve uma coisa incomum em todo o jornalismo brasileiro, permaneceu durante 60 anos em um único jornal. Viveu até os 91 anos produzindo, escrevendo para o jornal diariamente, apesar de já estar aposentado. A minha vida é marcada por Jorge Calmon. Ele foi meu mestre”.
O evento conduzido por Pedro Daltro, diretor da ABI e da Associação Comercial da Bahia (ACB), foi prestigiado por familiares do homenageado, pelo vice-presidente da ABI, Ernesto Marques, e demais diretores da ABI: Aloísio da Franca Rocha, Nelson de Carvalho, Agostinho Muniz, Sérgio Mattos e Raimundo Marinho. Participaram também o presidente do Instituto Geográfico e Histórico da Bahia (IGHB), Eduardo Morais de Castro; a presidente da Academia de Letras da Bahia (ALB), Evelina Hoisel; o presidente do Tribunal de Contas do Estado, Inaldo Araújo; o ex-governador Roberto Santos; o secretário municipal Pedro Godinho; a diretora da Fundação Casa de Jorge Amado, Myriam Fraga; a superintendente do Acbeu, Athiná Leite; além de representantes outras entidades que tiveram a história marcada pela passagem de Jorge Calmon.
No dia 07 de Julho, às 10h, quando Calmon completaria 100 anos, haverá uma missa na Basílica de Senhor do Bonfim, concelebrada pelo arcebispo dom Murilo Krieger e outros sacerdotes, assim como a sessão especial da Academia de Letras da Bahia (ALB), na noite de 9 de julho.