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Governo afegão expulsa jornalista do The New York Times do país

DEU NA ABI – Associação Brasileira de Imprensa

As autoridades afegãs ordenaram nesta quarta-feira, 20 de agosto, a expulsão do correspondente do jornal New York Times, após a publicação de uma reportagem sobre a suposta ameaça de dirigentes locais de assumir o poder para acabar com a crise eleitoral. Governo ordenou Matthew Rosenberg – correspondente do jornal americano em Cabul há três anos – de abandonar o país, após a publicação da matéria sobre a eleição presidencial afegã.

O Departamento de Estado e o jornal criticaram a decisão. O Afeganistão está em um momento de bloqueio político desde a eleição presidencial – primeiro turno em abril, segundo turno em junho -, e ainda não foi possível determinar o vencedor entre os candidatos Abdullah Abdullah e Ashraf Ghani.

Rosenberg publicou na terça-feira uma reportagem na qual afirma que “poderosas figuras governamentais” vinculadas às forças de segurança “ameaçam” formar um governo interino se o país não superar rapidamente a crise política. “O New York Times publicou vários artigos do mesmo tipo com base em fontes governamentais que pedem anonimato”, anunciou o Ministério Público afegão, para justificar a expulsão. Segundo o NYT, Matthew Rosenberg, de 40 anos, foi convocado a revelar as fontes, o que se recusou a fazer.

*Com informações da AFP

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Restrições a repórteres põem em questão liberdade de imprensa em Ferguson

DEU NO O POVO Online

(Deutsche Welle) – Enquanto violência escala na cidade, jornalistas são alvos de detenções e medidas restritivas por parte das autoridades na cobertura dos protestos. Criticada por ONGs e mídia, polícia alega questões de segurança. A Guarda Nacional dos Estados Unidos foi mobilizada para a cidade de Ferguson, no estado do Missouri, mas se mantém longe dos principais palcos dos protestos. A polícia tenta assumir com mão de ferro o controle da situação, resultante da morte a tiros do afro-americano Michael Brown, de 18 anos e desarmado, por um policial branco. A ação repressiva tem tido consequências também para o trabalho da imprensa.

Frank Herrmann, do jornal alemão Rheinische Post, e Ansgar Graw, do Die Welt,  foram presos enquanto cobriam os protestos em Ferguson - Foto: Reprodução
Frank Herrmann, do jornal alemão Rheinische Post, e Ansgar Graw, do Die Welt, foram presos enquanto cobriam os protestos em Ferguson – Foto: Reprodução

Nos últimos dias, diversos jornalistas têm sido impedidos de apurarem livremente sobre a situação na cidade. Um fotógrafo da agência Getty Images que registrara os protestos foi temporariamente detido. O mesmo ocorreu com repórteres dos jornais Washington Post e Huffington Post. Uma equipe de TV da emissora árabe Al Jazeera foi atacada com gás lacrimogêneo, segundo informações da polícia.

Leia também: Governo convoca Guarda Nacional em Ferguson para conter a violência

Na segunda-feira (18/08), três jornalistas alemães foram levados algemados e detidos por algumas horas pela polícia. Eles teriam supostamente resistido à ordem policial de não permanecerem parados numa rua aliás, vazia. Os profissionais pretendiam registrar imagens do posto de gasolina saqueado e incendiado na última semana.

Estratégia policial

As regras para manutenção da segurança pública em Ferguson preveem que transeuntes isolados se mantenham em movimento caso não se encontrem numa “zona organizada de protesto”. “Esse é um método que as autoridades dos EUA têm empregado repetidamente nos últimos dez a 15 anos”, explica Gregory Magarian, especialista em direito da Washington University em St. Louis. “Elas tentam concentrar os manifestantes numa área fechada, a fim de fazer impor a lei mais facilmente.”

Ansgar Graw e Frank Herrmann estão entre os jornalistas da Alemanha presos temporariamente. Graw, correspondente do diário Die Welt, afirma que a polícia impediu a ele e a outros jornalistas de realizarem seu trabalho. “Isso é uma violação gritante da liberdade de imprensa”, critica. Herrmann, que trabalha para alguns jornais regionais, classificou como “totalmente absurdas” as justificativas das prisões, que segundo ele visariam intimidar os jornalistas.

RSF: “Inaceitável”

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A ONG Repórteres Sem Fronteiras considerou inaceitáveis as detenções/Foto: Reprodução

“A detenção de jornalistas só é legalmente admissível se a polícia se encontra diante de uma situação de emergência”, diz Gregory Magarian, que se especializa em liberdade de imprensa. Isso não se aplica apenas a jornalistas, aliás. E, desse ponto de vista, nenhuma das prisões de representantes da imprensa em Ferguson foi lícita. “Há muitos casos em que a polícia fica de mira nos jornalistas. E não só enquantoestes realizam seu trabalho, mas sim porqueeles fazem seu trabalho.” Isso é uma violação da Primeira Emenda da Constituição americana, que garante a liberdade de imprensa, lembra Gregory Magarian.

Ele comenta que os protetores da lei em Ferguson e do condado de St. Louis viviam aparentemente numa bolha, sem perceber que percepção os cidadãos dos EUA e do mundo inteiro tinham suas ações: “Não sei o que precisa acontecer para que essas pessoas entendam que aquilo que fazem parece horrível para muita, muita gente.”

Em Berlim, o escritório alemão da ONG Repórteres Sem Fronteiras (RSF) criticou duramente as prisões recentes, denominando-as “totalmente inaceitáveis”. “Nós exigimos que os repórteres possam realizar seu trabalho em Ferguson sem terem medo de detenção, ou mesmo de que se atire neles.” Nas proximidades da cidadezinha no Missouri, nesta quarta-feira, ocorreu um novo incidente fatal. No norte de St- Louis, policiais mataram a tiros um afro-americano de 23 anos que supostamente estava armado com uma faca.

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Jihadistas afirmam ter decapitado jornalista. Na Venezuela, jornalista é degolado

Um vídeo com cenas grotescas de uma suposta decapitação está circulando nas redes sociais, desde que o grupo extremista Estado Islâmico (EI) afirmou, nesta terça-feira (19), ter executado o jornalista norte-americano James Foley, de 40 anos, que desapareceu na Síria há dois anos, quando trabalhava como freelancer para vários veículos de comunicação internacionais. Nas imagens divulgadas pelo EI, Foley teria sido obrigado a recitar ameaças contra os Estados Unidos antes de ser degolado. Em um vasto território entre a Síria e o Iraque, o grupo tem decapitado, crucificado e executado sumariamente os considerados ‘infiéis’, impondo uma selvageria cotidiana, onde o trabalho da imprensa é constantemente ameaçado pela violência generalizada.

O vídeo intitulado “Uma Mensagem aos Estados Unidos” é, segundo o EI, uma resposta aos ataques aéreos norte-americanos no norte do Iraque, iniciados no último dia 8, para apoiar as forças militares iraquianas e curdas em suas tentativas de conter o avanço dos jihadistas no país. Foram os primeiros ataques dos EUA no Iraque desde a retirada das tropas do país, em 2011.

James Foley_reproduçãoA estética da barbárie funciona como arma de propaganda para aterrorizar os inimigos e garantir a obediência das populações das cidades conquistadas. “Peço a meus amigos, família e entes queridos que se levantem contra meus verdadeiros assassinos, o governo americano, porque o que vai acontecer comigo é apenas o resultado de sua complacência e criminalidade”, diz o homem, de joelhos, vestido com uma roupa laranja, a mesma cor dos uniformes usados pelos presos de Guantánamo.

O homem com o rosto coberto, então, diz: “Este é James Wright Foley, um cidadão americano, de seu país. Como governo, você tem estado na linha de frente da agressão contra o Estado Islâmico. Hoje, sua força aérea militar está nos atacando diariamente no Iraque. Seus ataques causaram vítimas entre os muçulmanos. Você não está mais combatendo uma insurgência. Nós somos um Exército islâmico e um Estado que foi aceito por um grande número de muçulmanos no mundo todo”.

A Casa Branca mostrou-se terça-feira “horrorizada” com a possível decapitação do jornalista norte-americano James Foley pelo Estado Islâmico (EI), sublinhando que os serviços de inteligência estão a tentar verificar a autenticidade do vídeo difundido pelos jihadistas. “Vimos um vídeo que pretende mostrar a morte do cidadão americano James Foley pelo EI. Se for autêntico, estamos horrorizados com a morte brutal de um jornalista americano inocente”, indicou Caitlin Hayden, porta-voz do Conselho de Segurança Nacional, em comunicado.

O grupo extremista ameaça, ainda, executar um segundo jornalista dos Estados Unidos, Steven Joel Soltof. De acordo com os jihadistas, ele é mantido refém e sua vida “depende da próxima decisão do presidente Barack Obama”. O homem aparece no final do vídeo, também de joelhos e com roupas cor de laranja. Sotloff, colaborador  das revistas Time e Foreign Policy desapareceu na fronteira entre da Síria com a Turquia em julho de 2013.

Segundo informações do jornal The New York Times, quando sumiu, no dia 22 de novembro de 2012, James Foley trabalhava na Síria para o Global Post e para a Agência France Presse, entre outros veículos. Ele desapareceu na província de Idlib e, desde então, nem sua família nem as empresas para as quais trabalhava tiveram notícias dele. Um dos grupos de mídia para o qual Foley trabalhava antes de desaparecer, o Global Post, com sede em Boston, ressaltou que ainda “não foi possível verificar” a autenticidade do vídeo e que o FBI está “estudando o conteúdo” da gravação. A plataforma de apoio criada após o desaparecimento do jornalista, Free James Foley (Libertem James Foley) pediu no Twitter e no Facebook “paciência” até que se obtenham mais informações.

Jornalista degolado na Venezuela

Álvaro Cañizales - Foto: Reprodução
Álvaro Cañizales – Foto: Reprodução

Na América Latina, o panorama não é diferente. A liberdade de expressão, os meios de comunicação e os jornalistas enfrentam um quadro legal cada vez mais restritivo para o exercício do jornalismo, assim como ameaças e agressões. No último sábado (16), o corpo do jornalista Álvaro Cañizales, de 50 anos, foi encontrado degolado, amordaçado e com as mãos atadas, em um riacho do estado Cojedes, na Venezuela. Ele dirigia o Departamento de Comunicação de um programa oficial contra a insegurança na região oeste do país.

A Sociedade Interamericana de Imprensa (SIP), que reúne os proprietários e editores dos meios de comunicação do continente, frequentemente alerta sobre a deterioração da liberdade de expressão na Venezuela, apesar de Caracas menosprezar as críticas. A entidade condenou nesta segunda-feira (18) o assassinato do jornalista e pediu que os fatos sejam esclarecidos.

*Informações do El País (Edição Brasil), El Universal, Estado de Minas e Veja.

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FIJ exige libertação de jornalista sequestrado na Ucrânia

A Federação Internacional de Jornalistas expressou profunda preocupação com o destino do fotógrafo da agência internacional de notícias Rossiya Segodnya, Andrei Stenin, que desapareceu enquanto cobria os acontecimentos em Donetsk, Slavyansk e em outras cidades do leste da Ucrânia, onde as tropas do governo estão realizando uma operação especial contra apoiantes da independência. Em comunicado divulgado nesta segunda-feira (11), a entidade pediu a libertação imediata do repórter que não faz contato com a redação da agência desde terça-feira (5).

“Nos solidarizamos com os nossos parceiros da União de Jornalistas da Rússia e expressamos profunda preocupação com o destino do nosso colega Andrei Stenin. Caso ele tenha sido detido por alguém no leste da Ucrânia, conclamamos a sua libertação imediata”, disse o presidente da Federação Internacional de Jornalistas, Jim Boumelha. Ele acrescentou que Stenin é “um jornalista, e não um soldado”, e, portanto, não pode ser limitado em seu deslocamento, nem estar sujeito a “detenção, interrogatório ou comportamento violento”, diz nota da FIJ.

O fotojornalista e correspondente de guerra Andrei Stenin está desaparecido há uma semana - Foto: Damir Bulatov
O fotojornalista e correspondente de guerra Andrei Stenin está desaparecido há uma semana – Foto: Damir Bulatov

O Mininstério das Relações Exteriores da Rússia não exclui que Andrei Stenin possa ter sido vítima de um ataque, tendo em conta a prática de detenção de jornalistas na Ucrânia. Para a comandante das forças da autoproclamada República Popular de Donetsk, Igor Strelkov, o repórter fotográfico foi detido por forças de segurança ucranianas em Shakhtersk. O representante oficial do Comitê de Investigação da Rússia, Vladimir Markin, informou hoje que o órgão verifica a versão de implicação da Guarda Nacional e dos órgãos de segurança da Ucrânia no sequestro do fotógrafo. O Comitê de Investigação da Federação da Rússia pretende também solicitar a assistência jurídica dos órgãos competentes da Ucrânia.

A encarregada da Organização para Segurança e Cooperação na Europa (OSCE) para a Liberdade de Imprensa, Dunja Mijatovic, dirigiu um apelo ao governo da Ucrânia pela imediata libertação do repórter fotográfico Andrei Stenin, da agência internacional de notícias Rossiya Segodnya (Rússia Hoje). Segundo ela, “esta perigosa prática de detenção e sequestro de profissionais de mídia é inaceitável e deve acabar imediatamente”.

Na última sexta (8), a diretora do HRW – Human Rights Watch na Rússia, Tanya Lokshina, afirmou que as autoridades ucranianas de Kiev devem explicar os motivos por trás da detenção do fotojornalista e correspondente de guerra.  Tanya Lokshina disse ainda que, se de fato o jornalista foi detido por forças de Kiev ou por grupos pró-governo, as autoridades devem providenciar a sua libertação imediata, ou, se houver razões para fazer acusações contra ele, levá-lo a um tribunal para que seja julgado. Ela acrescentou que o governo da Ucrânia tem que assegurar a total proteção da lei a Andrei Stenin, dando-lhe acesso a um advogado e a funcionários consulares russos.

Segundo Alberto Jacob Filho, presidente da Associação Profissional de Repórteres Fotográficos e Cinematográficos do Rio de Janeiro, ARFOC, é uma violência contra a liberdade da imprensa. “É uma atitude condenável, não só por mim, mas condenável mundialmente. O povo tem o direito de receber informação e jornalistas têm o direito – e a obrigação – de transmitir livremente informação para o povo”.

Leia também: Jornalista defensor de direitos humanos é encontrado morto na Rússia

Sequestro de fotojornalistas, segundo o presidente da ARFOC, é menos frequente do que sequestro de repórteres. Fotógrafos, no Brasil, são mais vulneráveis à violência urbana. Geralmente, o objetivo de tal violência é impedir que seja produzida uma imagem de um determinado momento. Por isso o jornalista é agredido.

Em entrevista à Voz da Rússia, Jacob Filho lembra os pontos principais do curso que a Federação Internacional de Jornalistas (FIJ) fez no Brasil. São três momentos essenciais: se equipar para se proteger de possíveis agressões, se abrigar em caso de perigo e trabalhar em grupo sempre que for possível. Trabalhando em grupo, cada jornalista, e também cada fotógrafo para assim ter sua própria visão e seus próprios momentos de apertar o botão. Quanto mais trabalharem juntos mais poderão obter e trazer mais imagens que esclareçam a situação. “Jornalista sequestrado vira moeda, declara Jacob Filho. No entanto, não é justo. Não é justo repórter virar notícia, em vez de reportar a notícia”.

Processo

O governo da Ucrânia está preparado um caso criminal contra Andrei Stenin, com a intenção de acusá-lo de suposta cumplicidade em crimes de guerra. “Um processo criminal está sendo preparado contra Andrei Stenin com base em um testemunho que supostamente evidencia que ele assistia às execuções e tortura dos soldados das tropas ucranianas”, declarou via telefone à RIA Novosti uma fonte na Ucrânia.

A agência Rossiya Segodnya afirma que as atividades profissionais de Andrei Stenin tinham caráter humanitário. “Trata-se de uma provocação. Suas fotos são conhecidas em todo o mundo. Andrei não pode estar envolvido em qualquer crime, as acusações contra ele são infundadas”, disse a agência, que, ao meio-dia de domingo, iniciou a campanha #freeAndrew para apoiar o fotógrafo e exigir sua libertação. Além disso, fotos de Stenin foram espalhadas e um endereço de vídeo feito por colegas de Andrei foi carregado no YouTube.

*Informações do site Voz da Rússia e Diário da Rússia.

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