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Debate expõe desafios da mulher na fotografia brasileira contemporânea

O debate “A mulher na fotografia brasileira contemporânea – Fotojornalismo, movimentos e mercado”, realizado nesta quinta (24) na Caixa Cultural Salvador como parte integrante da Exposição World Press Photo 2017, reuniu expoentes da fotografia nos âmbitos baiano e nacional, para discutir a participação da mulher no cenário atual da fotografia brasileira. A partir de um recorte local, o evento expôs desafios encontrados por mulheres condutoras de trabalhos que propõem posicionamentos políticos e estéticos – expandindo as possibilidades que o universo da fotografia permite –, ao mesmo tempo em que questionam um velho mundo carregado de preconceitos em relação ao feminino.

Influências, formação, inserção e desafios do mercado de trabalho, além das perspectivas para o futuro das mulheres na área foram alguns temas discutidos por Manuela Cavadas, fotógrafa e videomaker; Margarida Neide, fotógrafa do jornal A Tarde; Rosa Bunchaft, fotógrafa independente; Shirley Stolze, fotógrafa freelancer; e Sora Maia, editora de fotografia do Correio*.

Mesmo sendo o jornalismo baiano composto por cerca de 60% de mulheres, as repórteres fotográficas são minoria nas redações dos veículos impressos de Salvador, segundo dados do Sindicado dos Jornalistas Profissionais do Estado da Bahia (Sinjorba). “Fora da redação eu sou como um peixe fora d’água”, reclama a veterana Margarida Neide, que atua no fotojornalismo há mais de três décadas. Para ela, “todo fotojornalista teria que passar por uma redação. É um absurdo que os professores ensinem sem nunca ter estado em uma. Como passar uma experiência que você nunca teve? É uma pena que tenhamos tão poucos veículos”, lamenta.

Filha de uma geração analógica e praticamente artesanal, durante o debate ela relembrou sua trajetória, relatou episódios vividos ao longo da carreira e falou sobre sua luta para se estabelecer em um meio dominado por homens. De acordo com “Margô”, como é chamada pelos colegas, o início foi difícil, sobretudo, por causa do preconceito e da discriminação velada e explícita em relação à mulher. Ela conta que chegou a ser esnobada por um técnico de futebol em sua primeira cobertura esportiva na antiga Fonte Nova, em 1982.

Para a fotógrafa, ainda há muitas barreiras para o exercício profissional, mas as mulheres têm que se impor. “Fotojornalismo é guerra. Se eu vou para guerra, tenho que estar armada”. Questionada sobre os requisitos para ser uma profissional bem sucedida na área, ela é enfática: “Para ser fotojornalista precisa ter faro e sangue no olho”, afirma a fotógrafa fascinada por movimento.

Assédio

O assédio também foi um tema abordado pela videomaker Manuela Cavadas. “Até o peso da câmera é frequentemente usado para desencorajar as mulheres. Alegam limitações físicas com clara intenção de diminuir a mulher”, relatou.

A fotógrafa e pesquisadora Rosa Bunchaft falou sobre as condições do feminino no contexto da fotografia e a busca por formas diferentes de afirmação por sobrevivência em uma sociedade ainda patriarcal. Ela aproveitou para destacar a nova geração de fotógrafas que contribuem para a expressão dessa arte, a exemplo de Helen Salomão e a premiada Paula Fróes, que opinou sobre a baixa participação de mulheres em concursos de fotografia.

“É importante que as mulheres apareçam. Tenho visto crescer a participação delas na fotografia e isso é muito bom. Existe uma pressão psicológica muito grande em cima da mulher. A gente é muito assediada”, ressalta Paula Fróes. Ela conta que foi desencorajada por um antigo chefe a participar de um concurso. “Ele disse ‘você acha mesmo que vai ganhar algo com isso?’. Paula acabou desistindo de participar e viu um trabalho semelhante ao dela levar o prêmio.

Já no emprego atual, a história foi outra: ela saiu vencedora do prêmio nacional “OLHARES INSPIRADORES”, promovido pela Canon. “Eu fiz a inscrição depois do incentivo do meu chefe e acabei ganhando o prêmio. Isso dá uma noção sobre o quanto uma palavra pode fazer a diferença”, observa. “Tive também experiências frustrantes na redação. Já vi fotógrafas ganharem metade da remuneração dos fotógrafos. E eram excelentes profissionais. A gente vive isso diariamente e precisa se impor”, completa a fotógrafa.

Tecnologia e mercado

Não ficou de fora a polêmica discussão sobre os impactos do uso dos smartphones, e as vantagens e desvantagens da câmera digital, que, segundo Shirley Stolze, permite a qualquer um fazer alguns cliques e se intitular fotógrafo. “Está cada vez mais difícil sobreviver como freelancer. Antes, eu matava um leão por dia. Hoje, eu mato dez”. Fora do circuito dos grandes veículos, ela procura alternativas para fazer o que sabe: reportar. E as redes sociais têm sido boas aliadas. “Eu procuro fazer minha pauta. As redes ajudam nessa missão porque tem pautas que não vão parar nos jornais. O que eu vejo de feio na cidade também precisa ser mostrado”.

Sora Maia admite que o digital se estabeleceu. “Não tem como a gente parar. E nem queremos. O mercado tem essa demanda e vamos tentar capitanear essa mudança. Precisamos normatizar esse processo e fazer da forma que menos explore o trabalhador”, pondera. Sora alerta sobre as mudanças da área e a necessidade de adaptação. “O profissional vai ter que estudar mais. Hoje, todo mundo faz tudo. O que vai diferenciar é quem tem algo a dizer. É para isso que a gente usa esses equipamentos. Eles não têm vida própria. Ainda”.

A Exposição World Press Photo, mostra mais importante do fotojornalismo mundial que reúne os registros mais impactantes de 2016, fica na CAIXA Cultural Salvador (Rua Carlos Gomes, 57, Centro) até o dia 4 de fevereiro (das 9h às 18h). São 154 imagens sobre temas variados como política, economia, esportes, cultura e meio ambiente. A entrada é franca.

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Salvador sedia debate sobre mulher na fotografia brasileira contemporânea

Discutir a participação da mulher no cenário atual da fotografia brasileira a partir de um recorte baiano. Esse é o foco do debate “A mulher na fotografia brasileira contemporânea – Fotojornalismo, movimentos e mercado”, que acontecerá na Caixa Cultural Salvador, nesta quarta-feira (24), a partir das 15h, dentro da Exposição World Press Photo.

De acordo com dados do Sindicado dos Jornalistas Profissionais do Estado da Bahia (Sinjorba), as repórteres fotográficas são minoria nas redações dos veículos impressos de Salvador, mesmo sendo o jornalismo baiano composto por cerca de 60% de mulheres.

Com entrada gratuita, o evento contará com a participação de Manuela Cavadas (fotógrafa e videomaker), Margarida Neide (fotógrafa do A Tarde e diretora do Sinjorba), Rosa Bunchaft (fotógrafa independente), Shirley Stolze (fotógrafa freelancer) e Sora Maia (editora de fotografia do Correio*). Durante o debate, serão abordadas as influências, formação, inserção e desafios do mercado de trabalho, organizações e coletivos, além das perspectivas para o futuro das mulheres na área.

SERVIÇO
Debate “A mulher na fotografia brasileira contemporânea”
Dia: 24/01 às 15h
Valor: Gratuito
Onde: Caixa Cultural Salvador (Rua Carlos Gomes, 57 – Centro)

*Informações do site Aldeia Nagô e do Bahia Notícias

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Coletivo de jornalistas mobiliza homens em campanha contra machismo

O coletivo “Jornalistas Contra o Assédio” começa nesta terça (26) uma campanha que pretende mobilizar os homens no combate a atitudes constrangedoras que as jornalistas ainda enfrentam no exercício da profissão. A jornada vai até o próximo domingo (8), com uma série de seis vídeos que trazem depoimentos de colegas jornalistas sobre frases de assédio ouvidas por mulheres jornalistas, dentro e fora de redações e assessorias, públicas e privadas.

A partir das 10h de hoje, será promovido um “tuitaço” com a hashtag #JuntosContraoMachismo. A ideia da campanha surgiu a partir da crônica publicada este mês pelo jornal Correio Braziliense. O texto romantizava o assédio às estagiárias no ambiente de redação. Depois deste episódio, o coletivo passou a receber relatos de funcionárias e ex-funcionárias do jornal afirmando que a crônica não representava exatamente uma exceção.

“O fato incomodou não só as mulheres, mas também os jornalistas homens que não querem ter sua imagem atrelada a uma prática tão antiquada. Por isso, convidamos os colegas para a luta do coletivo, que começou há mais de um ano, justamente a partir de um caso de assédio contra uma estagiária. Na época, ela foi demitida do portal IG após denunciar um cantor de funk à polícia”, afirmam em nota.

Num grupo de mais de cinco mil jornalistas de todo o país, as jornalistas do coletivo perguntaram que tipo de assédio já tinham sofrido dentro e fora das redações, bem como nas assessorias de imprensa. “Recebemos mais de duzentas frases. Desde frases mais chocantes até outras mais corriqueiras, tão naturalizadas em ambientes machistas”, dizem.

O resultado do levantamento foi entregue para grandes nomes do jornalismo nacional comentarem. Assim, surgiu a série de seis vídeos com pelo menos quatro depoimentos gravados. Cada jornalista repetiu a frase ouvida pelas nossas colaboradoras e registrou o que pensa disso. “É um convite à reflexão e, sobretudo, à ação”, apontam.

Entre os participantes estão nomes que se destacam na política, nos esportes, no entretenimento, na televisão, na internet, em todo lugar. Participam da #JuntosContraoMachismo nomes como Chico Pinheiro, Juca Kfouri, Fernando Rodrigues, Felipe Andreolli, Cazé, Mário Marra, Fábio Diamante, Marcus Piangers, Matheus Pichonelli, Abel Neto, Guilherme Balza, Cauê Fabiano, Nilson Xavier, Thiago Maranhão, Leonardo Leomil, Guilherme Zwetsch, Ricardo Gouveia, Fernando Andrade, Thiago Uberreich, Tiago Muniz, Rafael Colombo, Philipe Guedes, Chico Prado, Reinaldo Gottino e Haisem Abaki.

As informações são do Portal IMPRENSA

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Revista mexicana seleciona mulheres fotógrafas da América Latina

Correr atrás de contornar a histórica desigualdade e falta de representatividade feminina nas mais diversas áreas é com toda justiça a palavra da vez, e não seria diferente na fotografia. A revista Visor México abriu inscrições para uma convocatória que receberá fotografias de mulheres fotógrafas da América Latina até o dia 01 de julho de 2017.

Foto: Projeto Sambas e Dissembas
Foto: Projeto Sambas e Dissembas

As inscrições para o projeto “Mujeres fotografas en Latinoamérica” podem ser feitas por fotógrafas amadoras ou profissionais, sem qualquer limite de idade. De cada participante é pedido uma ou uma série de 4 a 6 fotos acompanhadas de um texto com pelo menos 200 palavras a respeito da fotografia ou sobre a própria fotógrafa, e enviar para o e-mail galerí[email protected]. Junto das fotos é preciso enviar preenchido o formulário da convocatória.

Serão avaliadas a qualidade técnica, estética, a composição e conceito por detrás da imagem. Quatro fotos serão então selecionadas para serem publicadas na revista, e todas as fotos finalistas sairão no livro anual. As fotografias selecionadas serão anunciadas pelo site da Visor México no dia 08 de julho. (Informações do Blog Hypeness)

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