O Instituto de Arquitetos do Brasil (IAB), Departamento da Bahia, vai realizar em Salvador o “Fórum Preservação e Desenvolvimento”, na próxima terça-feira (6). A entidade entende que estas questões não são descoladas e nem antagônicas, mesmo em organizações urbanas constituídas por denso Patrimônio Histórico Cultural e submetidas à pressão de tensões e, conflitos socioeconômicos e políticos.
“Nesses contextos muitas referências simbólicas de espaços e equipamentos urbanos são relegadas a um segundo plano ou mesmo esvaziadas e, a cidade passa a ser vista como oportunidade de negócios, notadamente, imobiliários”, explica a arquiteta Solange Araújo, presidente do IAB-BA.
Serviço
Quando: dia 06 de dezembro (terça-feira)
Horário: 13:30h – Coletiva de Imprensa; 14:00h / 19:00h – Mesa Redonda
Local: Faculdade de Arquitetura da UFBA (Auditório Mastaba)
O governo, nos níveis federal, estadual e municipal, é o maior anunciante no mercado de comunicação de Salvador, com 44% do total que passa nas agências; em seguida, vem o varejo, com 26%; serviços, 16%; outros, 11%, e no último lugar um setor que já foi dos maiores anunciantes, o imobiliário, com apenas 3%. Os dados foram divulgados nesta terça-feira (25) pela Associação Baiana do Mercado Publicitário (ABMP) como resultado de pesquisa feita pela empresa ABC+ Comunicação Estratégica. O estudo estará disponível a partir do dia 28, no novo site da entidade.
A pesquisa, que é inédita em sua forma no Brasil, resume um estudo do mercado de comunicação baiano, englobando todos os veículos de comunicação e agências de publicidade, assim como o marketing promocional, conforme explica Nelson Cadena, diretor da ABC+ e coordenador do levantamento.
De acordo com Cadena, a pesquisa pioneira trouxe uma metodologia própria. “Até agora, todas as pesquisas tinham como base apenas estimativas e a Bahia sempre entrou nesses estudos como um adendo de área geográfica, Nordeste, no caso”.
A apresentação da ABMP foi realizada durante um café da manhã na Casa do Comércio, com a presença de representantes dos mais diversos órgãos de comunicação e de agências de propaganda. O presidente da entidade, João Gomes, afirmou que “a grande importância desse estudo é que ele fornece dados reais em relação a todo o mercado”, o que, segundo ele, traz maior credibilidade. “Nosso papel é de extrema relevância na sociedade. Temos profissionais qualificados, agências criativas. Então, por que perdemos clientes para agências nacionais?”, questionou.
O presidente da Associação Bahiana de Imprensa, Walter Pinheiro, que também é diretor do jornal Tribuna da Bahia, parabenizou a iniciativa e demonstrou satisfação com o encontro de lideranças do setor da comunicação. “Neste momento em que estamos repensando o Brasil, uma pesquisa desse tipo é excelente instrumento de trabalho, notadamente quando sabemos que Salvador tem ficado com participação inferior em relação a capitais como Recife, Fortaleza e Belo Horizonte, metrópoles que se equiparam em população e nível social”.
Para ele, o levantamento traduz os hábitos de mercado e é um trabalho para ser ainda mais desenvolvido. “Nosso desejo é que seja estimulada a competição saudável, acima de tudo, para fortalecer nossa posição no mercado. É um grande mecanismo para preparar 2017”, avalia.
*As informações são de Alex Ferraz/Tribuna da Bahia
Promover o debate de estratégias e soluções para o Centro Histórico de Salvador é o objetivo da sexta edição da Semana ACM Ação, Cidadania e Memória. As palestras acontecem dia 15 de setembro, na antiga Faculdade de Medicina da Universidade Federal da Bahia (UFBA), localizada no Terreiro de Jesus.
Com o tema “Centros Históricos: o desafio da governança”, a programação contará com participação de líderes de várias partes do mundo falando sobre atuações bem-sucedidas em centros históricos de outras cidades, além da exposição interativa “Centros Históricos ao Redor do Mundo”, que ficará aberta ao público de 15 a 30 de setembro.
Entre os palestrantes está a arquiteta Branca Neves, diretora de Projetos da Direção Municipal de Economia e Inovação da Prefeitura de Lisboa, que vai falar sobre sua experiência na revitalização da capital portuguesa. Em seguida, Washington Fajardo, presidente do Instituto Rio Patrimônio da Humanidade, realiza a palestra ‘A Melhor Cidade’.
Fajardo e Neves participam ainda, com Erico Mendonça, secretário de Cultura e Turismo de Salvador e Firmo Azevedo e professor da UFBA, do debate ‘O Valor Contemporâneo do Patrimônio da Cidade’. Mauro Munhoz, diretor-geral da Flip (Festa Literária de Paraty), estará na palestra ‘A Cultura que Desenha a Cidade’. Em seguida, ele participa da mesa-redonda ‘Centros Históricos: Um Bom Negócio?’, com Joan Romero, diretor da Agência Catalã de Turismo para América do Sul, Luciano Lopes, diretor executivo da Prima S.A., e Paulo Gaudenzi, presidente da Salvador Destination.
Patrícia Reis, coordenadora do setor de Cultura da Unesco, palestra sobre ‘O Papel da Cultura para o Desenvolvimento Urbano Sustentável’. E por último a mesa redonda ‘A Nova Agenda Urbana’, com Bruno Tavares, superintendente do Iphan-Bahia, João Carlos de Oliveira, diretor do Ipac, e Waldeck Ornelas, coordenador da reforma do Pelourinho nos anos 1990.
Tanto a exposição quanto o seminário têm entrada gratuita. Não é necessário inscrever-se previamente para acompanhar os debates.
Confira a programação completa:
MANHÃ:
9h – Abertura – Claudia Vaz, superintendente do Instituto ACM
9h05 – LISBOA: PATRIMÔNIO, INOVAÇÃO E EMPREENDEDORISMO NA CIDADE
Branca Neves, diretora de Projetos da Direção Municipal de Economia e Inovação da Prefeitura de Lisboa
9h45 – A MELHOR CIDADE
Washington Fajardo, presidente do Instituto Rio Patrimônio da Humanidade e Assessor Especial do Prefeito do Rio de Janeiro para Assuntos Urbanos
10h55 – O VALOR CONTEMPORÂNEO DO PATRIMÔNIO DA CIDADE – Mesa redonda
Debatedores:
Branca Neves, diretora de Projetos da Direção Municipal de Economia e Inovação da Prefeitura de Lisboa
Washington Fajardo, presidente do Instituto Rio Patrimônio da Humanidade
Erico Mendonça, secretário de Cultura e Turismo de Salvador
Firmo Azevedo, professor da UFBA e ex-diretor da Associação Comercial e Turística da Praia do Forte – Turisforte
Mediador: Fernando Sodake, jornalista, apresentador e editor da TV Bahia
TARDE:
14h – A CULTURA QUE DESENHA A CIDADE
Mauro Munhoz, diretor-presidente da Casa Azul e diretor-geral da Flip
14h15 – CENTROS HISTÓRICOS: UM BOM NEGÓCIO? – Mesa redonda
Debatedores:
Mauro Munhoz, diretor presidente da Casa Azul e diretor-geral da Flip
Joan Romero, diretor da Agência Catalã de Turismo para América do Sul
Luciano Lopes, diretor executivo da Prima S.A., responsável pela obra do Hotel Fasano, em Salvador
Paulo Gaudenzi, presidente da Salvador Destination e diretor do Sheraton Bahia
Moderador: Fernando Guerreiro, presidente da Fundação Gregório de Matos
16h30 – O PAPEL DA CULTURA PARA O DESENVOLVIMENTO URBANO SUSTENTÁVEL
Patrícia Reis, coordenadora do setor de Cultura da UNESCO
16h45 – CENTRO VIVO: A NOVA AGENDA URBANA – Mesa redonda
Debatedores:
Patrícia Reis, coordenadora do setor de Cultura da UNESCO
Bruno Tavares, superintendente do Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan – Bahia)
João Carlos de Oliveira, diretor do Instituto do Patrimônio Artístico e Cultural da Bahia (IPAC)
Waldeck Ornelas, especialista em planejamento urbano-regional, ex-secretário do Estado e coordenador da Reforma do Pelourinho dos anos 1990
Moderador: Marcus Alban, professor e pesquisador da Escola de Administração da UFBA
A moça que faz malabares no sinal de trânsito, a travesti que faz ponto nas esquinas, o jovem homofóbico, o cadeirante que vende cafezinho, a velha catadora, o jovem sagaz que trafica. Essas personagens vão desfilar pelas ruas do Politeama (Centro), a partir das 20h desta terça-feira, 29 de março, data em que a capital baiana completa 467 anos de fundação. Cidade de tantos epítetos, São Salvador da Bahia de Todos os Santos é tema da peça teatral “Ruína de Anjos”, d’A Outra Companhia, grupo revelado no Teatro Vila Velha. Em meio à celebração do aniversário da primeira capital do Brasil, o grupo pretende voltar o olhar da população para os problemas sociais da cidade – notabilizada por um expressivo conjunto de manifestações culturais e que guarda no seio os fortes traços da tradição, mesmo se abrindo para o novo.
Sem dúvida, a personagem mais crítica da cidade através dos tempos, dos seus costumes, dos seus valores morais, do exercício do poder pelos políticos da época, foi o advogado e poeta soteropolitano Gregório de Mattos, apelidado de “Boca do Inferno”. A verve de Gregório nos seus poemas do início da colônia já revelavam um cenário de uma cidade povoada de mazelas sociais, a ambição desmedida dos políticos e uma extraordinária vocação para alimentar e endossar prestígio social nas classes dominantes e a acumulação de bens, via uma burguesia sem pudores. Problemas e carências atravessam o tempo secular, chegando até os dias de hoje.
“Se estivesse vivo, sua pena e seu papel estariam preparados para criticar a corrupção, a sujeira e a falta de educação que atingem a cidade”, crava o historiador Fernando da Rocha Peres, autor de livros como “Gregório de Mattos e Guerra: Uma Re-visão Biográfica” e “Um Códice Setecentista Inédito De Gregório De Mattos”. Para ele, a cidade de que falava o poeta gentio é bastante semelhante à atual. “Em ‘Salvadolores’, como eu gosto de chamar, falta saúde, educação e segurança”, afirma.
Máquina mercante
Duas figuras notáveis da história de Salvador também seguiram o estilo de Gregório no quesito criticidade: o antropólogo Roberto Albergaria e a historiadora Consuelo Pondé de Sena, ambos falecidos em 2015. Eles conheciam a sociedade baiana como poucos e não desperdiçavam uma chance de destilar boas doses de indignação com a situação da cidade. “Gregório dizia que a cidade foi transformada em ‘máquina mercante que não tem fim’. A história não mudou muito. O tripé do espírito sobre o qual se estrutura a cidade é dinheiro-poder-prestígio”, disse Albergaria, para defender a atualidade da obra de Gregório.
Em umas das entrevistas a este espaço, professora Consuelo, que é ex-presidente do Instituto Geográfico e Histórico da Bahia (IGHB), contou que a própria instituição determinou a data 29 de março como aniversário de Salvador depois de a prefeitura solicitar, em 1945, um estudo para definir o marco. Já que nunca foi encontrado um documento que revelasse a data de fundação da cidade, após pesquisa apurada, historiadores membros do instituto fixaram a data simbólica. Ela também explicou o motivo de seu olhar sempre atento e sua prontidão em despertar a população a conhecer e preservar sua história. “Se critico, é para que ela fique melhor. Amo a minha cidade. Tenho esperança de que Salvador volte a ocupar um espaço digno entre as outras capitais brasileiras. Quando não temos esperança, nem adianta viver”, disse na ocasião.
SERVIÇO
O que: Peça “Ruína dos Anjos”
Quando: Terça – 29/03/2016, 20h
Onde: Casa da Outra (Rua Politeama de Cima Politeama – Salvador)
Quanto: Pague quanto quiser (reserva pelo email [email protected] ou pelo telefone 71 3565-4623)