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Justiça absolve policiais acusados pelas 12 mortes do Cabula

Os nove policiais militares da Rondesp Central acusados de matar 12 pessoas no dia 6 de fevereiro, na Vila Moisés (Cabula), foram absolvidos por uma decisão da juíza Marivalda Almeida Moutinho, na noite de sexta (24). A sentença dá um novo capítulo controverso para o caso que mobilizou parentes, ativistas nacionais e internacionais, e jogou holofotes sobre episódios de violência policial na Bahia. De acordo com a assessoria do Tribunal de Justiça da Bahia (TJ-BA), a magistrada se baseou nas provas que existiam nos autos para absolver os policiais denunciados pelo Ministério Público da Bahia, em maio.

Recentemente, o Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP) concluiu o inquérito das mortes. Segundo a investigação, foi avaliado que os PMs agiram em legítima defesa. Como argumento, o documento aponta que os laudos cadavérios não revelam indícios de execução.Uma reconstituição realizada no dia 27 de maio também apontava que os rapazes foram mortos em um confronto com a polícia, conforme alegação apresentada pelos policiais na época do caso. Eles informaram que receberam denúncia de que bandidos se preparam para cometer um crime e, quando foram apurar as informações, foram recebidos por tiros pelo grupo.

A volumosa denúncia do Ministério Público da Bahia sobre as mortes de Cabula contesta a versão do inquérito da Polícia Civil sobre confronto e descreve padrões de execução sumária — por exemplo, a quantidade de tiros e a posição dos disparos que atingiram os rapazes entre 16 e 27 anos. Ela foi aceita em junho pelo juiz Vilebaldo José de Freitas Pereira, que deu início ao processo, mas por causa das férias, o caso foi assumido pela juíza Moutinho. De acordo com o jornal El País, a sentença da juíza se fundamenta num artigo do Código de Processo Civil, apesar de se tratar de uma ação penal.

Ameaças

Os envolvidos no caso relatam sofrer constrangimentos e ameaças veladas e diretas. Entre os alvos da pressão estão os ativistas de movimentos como o Reaja e até mesmo o promotor Davi Gallo, que lidera o quarteto do Ministério Público da Bahia responsável pela denúncia. “Esse caso envergonha a Bahia, com exceção do Ministério Público”, havia dito, dias atrás, o promotor Gallo. “Nós cumprimos nosso trabalho e vamos continuar cumprindo.”

A repercussão do caso, que mobilizou a Anistia Internacional, a Justiça Global e deputados da CPI que investigou casos de violência contra jovens negros e pobres no Brasil, chamou a atenção do procurador-geral da República, Rodrigo Janot. Segundo apurou o El País, Janot fez o pedido para ter acesso aos autos do processo, o que sinaliza que o procurador deve pedir ao STJ (Supremo Tribunal de Justiça) para o que o caso de Cabula passe a instâncias federais. O procedimento acontece quando a Procuradoria avalia que há violações de direitos humanos e constrangimentos para o devido processo no âmbito estadual.

*Informações de El País e Jornal A Tarde.

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Missa marca trigésimo dia de falecimento de Afonso Maciel Neto

O trigésimo dia de falecimento do bacharel Afonso Maciel Neto foi lembrado em uma missa realizada nesta quinta-feira (23), na Igreja da Vitória, em Salvador. Amigos, familiares e personalidades públicas homenagearam a memória desse conceituado homem público que partiu aos 94 anos, deixando sua esposa, Sílvia Araújo Maciel, suas três filhas, Sílvia Maria, Rose Marie e Sandra Maria, oito netos e seis bisnetos.

Durante os 14 anos em que esteve à frente da Associação Bahiana de Imprensa (ABI), Afonso Maciel Neto encarou um dos momentos mais difíceis para a imprensa brasileira – a ditadura. Ele presidiu a instituição de 1972 a 1986 e se tornou uma figura conhecida e respeitada por causa de sua importante contribuição em defesa da liberdade de imprensa.

Afonso Maciel Neto presidiu diversas instituições durante sua vida pública - Foto: Arquivo ABI
Além da ABI, Afonso Maciel Neto presidiu diversas instituições – Foto: Arquivo ABI

“Foi através da presidência da rádio Excelsior da Bahia que ele exercitou a comunicação e veio a se tornar presidente da Associação Baiana de Imprensa, com o apoio do seu velho amigo, Jorge Calmon, presidente da ABI na época”, lembrou o atual presidente da ABI e diretor-presidente da Tribuna da Bahia, Walter Pinheiro, salientando as principais características de Afonso Maciel. “Sempre visto como um Lord, pela sua elegância, pela sua postura, muito ponderado, calmo e firme nas suas decisões. Um homem moral e intelectualmente respeitado, devotado à sua família”, conclui o dirigente, que prestigiou a missa acompanhado de diretores da ABI.

Mário Calmon, filho do jornalista Jorge Calmon – recentemente homenageado pelo transcurso do centenário de seu nascimento –, recordou a amizade entre seu pai e Afonso Maciel. “Ele sempre se referia ao ‘Doutor Afonso’ como um grande amigo. Eram irmãos, confidentes, tiveram uma relação muito próxima durante décadas e, para nós, é uma perda muito grande”, afirmou.

Afonso Maciel Neto também foi homenageado durante a reunião mensal do Conselho da ABI, no dia 9 de julho. A diretoria da entidade abriu a sessão com uma manifestação do presidente e de outros integrantes do órgão. Na ocasião, foi expedida uma moção de pesar encaminhada à família, para externar as condolências e o sentimento pela figura de Afonso Maciel, que colaborou não só para a manutenção e fortalecimento da Associação, como também para a recuperação da casa de Ruy Barbosa, ação para a qual ele dedicou atenção especial.

Bio – Nascido em Salvador, em 1921, Afonso Glicério da Cunha Maciel Neto foi vice-presidente do Diretório Acadêmico da Faculdade de Direito da Bahia, formou-se em Ciências Jurídicas e Sociais. Durante sua vida publica, foi presidente de várias instituições, entre elas a ABI. Foi auxiliar de imprensa e chefe de revisão da Imprensa Oficial do Estado da Bahia, 1945-1946. Chefe de gabinete do Secretário da Educação e Saúde do Estado, 1946; redator de debates da Assembléia Legislativa da Bahia; Assistente jurídico do Ministério da Viação e Obras Públicas, servindo na Viação Férrea Federal Leste Brasileiro, 1947-1957; consultor jurídico da Rede Ferroviária Federal S/A. Conselheiro, diretor e tesoureiro da Ordem dos Advogados do Brasil, OAB-BA.

*Informações de Chayenne Guerreiro para o jornal Tribuna da Bahia

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Caso Marivaldo: ABI cobra providências em ofício encaminhado à SSP

A Associação Bahiana de Imprensa (ABI) encaminhou um ofício (leia aqui) à Secretaria de Segurança Pública do Estado da Bahia (SSP-BA), na tarde desta quarta-feira (22). A ABI, que congrega profissionais e empresas de comunicação social no estado, cobra informações sobre os procedimentos adotados para a apuração e consequente punição dos responsáveis pela agressão ao editor do site de notícias Bocão News, Marivaldo Filho, ocorrida no início deste mês. “Consideramos que, entre outros delitos, houve grave violência contra a liberdade de produção da informação social”, diz trecho.

O documento assinado pelo presidente da ABI, Walter Pinheiro, é resultado da reunião mensal da diretoria da instituição, que deliberou cobrar providências de forma mais incisiva sobre a agressão, além de exortar as autoridades a apurar com rigor os sucessivos casos de abusos. A entidade reclama ao governador Rui Costa contra a “continuada repetição de agentes policiais do Estado que têm praticado violências e arbitrariedades contra profissionais de comunicação social que se encontram em pleno exercício da atividade”. A ABI entende que a maneira de agir dos policiais equivale à adoção de uma inconstitucional forma de censura prévia e classificou a prisão do jornalista como “arbitrária e inadmissível”.

A ABI encaminhou o ofício também ao Secretário de Comunicação Social Governo da Bahia, o jornalista André Curvelo, ao Procurador-Geral de Justiça da Bahia, Márcio Cordeiro Fahel, além de instituições que atuam em defesa dos direitos humanos e da liberdade de imprensa: Federação Nacional dos Jornalistas (Fenaj), Associação Brasileira de Imprensa (ABI), Sindicato dos Jornalistas da Bahia (Sinorba) e Ordem dos Advogados do Brasil – Seção Bahia (OAB-BA).

Entenda o caso – Marivaldo Filho usou seu perfil em uma mídia social para divulgar o relato da violência praticada por PMs, no dia 5 de julho. A denúncia repercutiu rapidamente a partir das redes sociais, com milhares de acessos logo nas primeiras horas após a publicação. O fato virou notícia nos principais veículos de comunicação online, e ganhou espaço nas redes nacionais de televisão, ao lado das manifestações de solidariedade ao jornalista, indignação de colegas de profissão e da população. Entidades que atuam em defesa da liberdade de expressão e da liberdade de imprensa condenaram o episódio e exigem punição dos responsáveis pelo ataque ao jornalista.

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Combate à Corrupção é tema de Workshop para Jornalistas em Salvador

A Operação Lava Jato e as Dez Medidas Contra a Corrupção lançadas pelo Ministério Público Federal (MPF) são alguns dos principais temas do Workshop para Jornalistas MPF e o Combate à Corrupção que o MPF/BA realiza no próximo dia 07 de agosto. O evento, que começa às 13h30 no auditório da Procuradoria da República na Bahia (PR/BA), é voltado para jornalistas, estudantes de comunicação e o cidadão em geral. A pré-inscrição aberta até o dia 4 de agosto, basta preencher o formulário disponível no site. Durante o evento será lançada na Bahia as “Dez Medidas Contra a Corrupção” pelo procurador da República do MPF em Curitiba Deltan Dallagnol Martinazzo, coordenador da Força-Tarefa da Lava Jato.

Também serão tema do workshop a atuação do Núcleo de Combate à Corrupção (NCC) do MPF/BA e a Rede de Controle de Gestão Pública. A primeira faz parte da atuação do MPF no combate à corrupção, já a segunda soma esforços de órgãos a fim de aprimorar a efetividade da função de controle sobre a gestão pública. Como palestrantes, a procuradora da República Flávia Galvão Arruti, coordenadora do NCC, e Melina Montoya Flores, representante da Rede de Controle no MPF.

O workshop, que será aberto pelo procurador-chefe do MPF/BA, Pablo Barreto, e pela assessora de Comunicação do órgão, Marla Barata, contará com a participação de outro membro da Lava Jato, o procurador da República Roberson Henrique Pozzobon. Após as palestras, haverá espaço para perguntas e respostas, além de entrevistas aos procuradores que compõem a programação.

Dez Medidas Contra a Corrupção – As medidas agrupam 20 anteprojetos de lei encaminhados ao Congresso Nacional, propondo mudanças legislativas para quebrar o círculo da corrupção no Brasil. A sociedade é chamada a apoiar e defender essas medidas a fim de que o congresso promova as alterações estruturais e sistêmicas necessárias para prevenir e reprimir a corrupção de modo adequado. Está disponível uma ficha de colheita de assinaturas (“lista de apoiamento”) para dar origem a um projeto de lei de iniciativa popular. Além disso, pessoas e organizações podem assinar uma carta de apoio contra a corrupção declarando anseio pelas reformas.

As medidas buscam, entre outros resultados, agilizar a tramitação das ações de improbidade administrativa e das ações criminais; instituir o teste de integridade para agentes públicos; criminalizar o enriquecimento ilícito; aumentar as penas para corrupção de altos valores; responsabilizar partidos políticos e criminalizar a prática do caixa 2; revisar o sistema recursal e as hipóteses de cabimento de habeas corpus; alterar o sistema de prescrição; instituir outras ferramentas para recuperação do dinheiro desviado. Todas as informações sobre as Dez Medidas Contra a Corrupção, além da lista de apoiamento e da carta de apoio estão disponíveis no site: http://www.combateacorrupcao.mpf.mp.br/10-medidas

Interlocutora da divulgação das Dez Medidas Contra a Corrupção na Bahia, a procuradora da República Melina Flores informa que, após preenchidos, os formulários podem ser enviados ou para a Procuradoria da República na Bahia (Rua Ivonne Silveira, 243, Loteamento Centro Executivo – Doron, CEP 41.194-015 – Salvador/BA) ou para a Procuradoria da República no Paraná (R. Marechal Deodoro, 933, Centro, CEP 80.060-010.- Curitiba /PR).

Confira a programação / Acesse aqui o formulário de inscrições

Serviço

O que: Workshop para Jornalistas “MPF e o Combate à Corrupção”

Quando: 7 de agosto,  partir de 13h30

Onde: Auditório da Procuradoria da República na Bahia

(Rua Ivonne Silveira, 243, Loteamento Centro Executivo – Doron, Salvador-BA)

Quanto: Gratuito

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