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OAB-Bahia lança prêmio de jornalismo Barbosa Lima Sobrinho. Inscrições já estão abertas

Para reconhecer a importância do trabalho desenvolvido pelos jornalistas baianos, a Seção Bahia da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB-Bahia) lançou na tarde desta quinta-feira (23) o Prêmio OAB de Jornalismo Barbosa Lima Sobrinho. O evento dirigido pelo presidente da OAB-Bahia, Luiz Viana Queiroz, aconteceu no auditório da seccional e recebeu o presidente da Associação Bahiana de Imprensa (ABI), Walter Pinheiro, a presidente do Sindicato dos Jornalistas Profissionais do Estado da Bahia (Sinjorba), Marjorie Moura, além de advogados que também integram a comissão que analisará os trabalhos inscritos nas categorias: impresso, fotografia impressa, rádio, televisão e webjornalismo. Sob o tema “Justiça e Direitos Fundamentais”, a premiação vale para os trabalhos produzidos no período de 1º de janeiro a 31 de dezembro de 2014. As inscrições começam nesta sexta-feira (24) e prosseguem até dia 1º de junho.

Durante o lançamento do prêmio, criado em homenagem ao advogado, jornalista e escritor Barbosa Lima Sobrinho e reativado pela Resolução Nº 001/2015 do Conselho Pleno  da OAB da Bahia, foram apresentados o edital, as categorias e as regras do concurso. O presidente da OAB-Bahia, Luiz Viana Queiroz, define a iniciativa como o compartilhamento daquilo que os advogados acreditam: paixão, coragem e esperança. “Na verdade, isso é o reconhecimento da importância do jornalismo na Bahia. Esse prêmio é também um incentivo para que os jornalistas mantenham-se firmes na trajetória de defesa daquilo que acredita, sobretudo, nessa possibilidade de bem informar a sociedade”.

O presidente da OAB (Seção Bahia), Luiz Viana Queiroz, recebe o presidente da ABI, Walter Pinheiro - Foto: OAB/Bahia
O presidente da OAB (Seção Bahia), Luiz Viana Queiroz, recebe o presidente da ABI, Walter Pinheiro – Foto: OAB/Bahia

O presidente da ABI, Walter Pinheiro, relembrou a trajetória de Barbosa Sobrinho, que chegou a presidir a entidade. “Ele traduz um reconhecimento ao trabalho que a imprensa desenvolve. Sem dúvida, na quadra que o Brasil vem vivendo, o trabalho que os jornalistas desenvolvem é essencial para que possamos fazer uma nação como sempre sonhou”, afirmou o dirigente ao jornal Tribuna da Bahia.

Para Marjorie Moura, presidente do Sinjorba, o concurso chega em um momento importante para os profissionais da área. “Nós passamos um processo de judicialização de nosso trabalho, do cerceamento de direito da imprensa, através de processos individuais. Destacar a importância de ser jornalista é fundamental. É preciso muita valentia para ser um jornalista, para enfrentar tudo e todos, buscando desvendar os fatos e trazendo as verdades que permeiam nossas vidas”, destacou.

Além dos prêmios em dinheiro, os dois jornalistas que tiverem mais destaque ganharão diploma e medalha. A análise dos trabalhos será no dia 7 de julho, data que marca o centenário do jornalista Jorge Calmon. Já a premiação, será no dia 10 de setembro. Só podem participar profissionais registrados na Superintendência Regional do Trabalho (SRTE).

Confira a resolução com as regras do concurso:

Resolução Nº 001/2015 CP

*OAB-BA e Tribuna da Bahia

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ABI se solidariza com diretor da instituição agredido por PMs em Cachoeira

Mais um caso de violência policial reforça o grave cenário de abusos e violações aos direitos humanos na Bahia e reacende o debate sobre os limites para o uso da força militar nas abordagens. Durante a reunião da Associação Bahiana de Imprensa (ABI), realizada na manhã desta quarta-feira (11), um dos diretores da entidade, o jornalista e advogado Romário Costa Gomes, relatou ter sido brutalmente agredido por policiais militares, no último dia 16 de fevereiro, na cidade de Cachoeira, no Recôncavo Baiano. Com a presença dos diretores, o presidente da ABI-Bahia, Walter Pinheiro, prestou solidariedade ao colega. Uma representação preparada por três advogados será protocolada na Corregedoria da Polícia Militar, na Secretaria de Segurança Pública do Estado da Bahia e na Secretaria de Comunicação Social do Estado da Bahia. O documento será encaminhado à ABI-Bahia, à Ordem dos Advogados do Brasil Seção Bahia (OAB-BA) e ao Sindicato dos Jornalistas do Estado da Bahia (Sinjorba), para que estas instituições dirijam-se diretamente ao Governo do Estado, para cobrar responsabilização e punição dos agressores.

Segundo a ‘Guia para Exame Médico-Legal’, requerido pela Delegacia Territorial de Cachoeira, o advogado alega que foi agredido fisicamente pelo 1º Sgt. Elinaldo de Souza Bonfim e pelo soldado Jackson dos Santos Souza, quando abordado no centro da cidade, acusado de estar obstruindo o trânsito. Romário Gomes, que alegou não usar drogas e não estar sob efeito de substância entorpecente, foi acusado de desacatar os policiais envolvidos na operação, da qual participou também o soldado Edson dos Santos Leal. O relatório assinado pelo médico clínico da Santa Casa de São Félix, Zacarias dos Apóstolos, atesta que Romário Gomes apresentava escoriações e hematomas no antebraço e punho, nas mãos e cotovelos.

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“Eu trafegava numa ladeira, em Cachoeira, que dá acesso uma avenida à beira rio. Reduzi a velocidade para cumprimentar duas pessoas e deixá-las atravessar a rua, quando surgiu uma viatura ao meu lado, impedindo o acesso de quem estava do sentido contrário. O sargento chamou a minha atenção ‘para que não obstruísse a via’. Eu respondi que estava em movimento lento, mas quem estava obstruindo a passagem era a viatura policial, por estar na contramão. Mas eles são ousados e prepotentes, não admitem que apontemos seus erros. O sargento, transtornado, com olhos esbugalhados e avermelhados, passou a desferir palavras de baixo calão e determinou que eu parasse o veículo e abandonasse a direção: ‘Pare essa p**** desse carro ali na frente!’. Como me recusei e segui, fui perseguido pela viatura. Parei 50m depois, ao perceber que eles faziam zig-zag na pista para eu bater o carro. Fui obrigado a deixar o carro, já que abordado pelos soldados, que empunhavam três metralhadoras. Ordenaram que eu levantasse as mãos e as pusesse em cima do carro, abrisse as pernas e braços. Eu não entendi e não atendi. Fui chutado violentamente nas duas pernas pelo policial Santos Souza, mesmo já tendo me identificado como advogado e jornalista”, relata Gomes.

Humilhação

De acordo com o jornalista, durante a abordagem, populares protestavam contra os policiais, afirmando se tratar de um cidadão considerado e prestigiado por toda a cidade, mas não adiantou e o sargento ainda apontou a metralhadora para os cidadãos. “Dei a carteira da OAB e da ABI, alertei que ele estava falando com um advogado e jornalista. Ele desdenhou afirmando que ‘aquilo não valia nada’. Após a abordagem, fui algemado com as mãos para trás e jogado de forma brusca no camburão da viatura, onde permaneci por cerca de uma hora, em frente à Delegacia de Cachoeira até ser conduzido para a Delegacia de Maragogipe.

Ao sair da Delegacia de Cachoeira, o sargento retirou as algemas da vítima, afirmando se tratar de um ‘favor’. “Quando aleguei ser uma pessoa idosa, ele respondeu com mais violência e desrespeito: ‘Idoso tem que se f****!’. Então, repeti que ele estava falando com um jornalista e advogado. Ele respondeu que ‘jornalista, advogado, juiz, promotor, para ele, não valiam nada”. Até hoje tenho dificuldades em fazer alguns movimentos com as mãos, além de escoriações nas pernas, causadas pelos coturnos dos policiais. Foram muitos os prejuízos”. Durante o trajeto, o veículo da vítima ainda permaneceu na mão do sargento Elinaldo, que não teria pedido permissão para dirigi-lo e vistoriá-lo sem a presença de seu proprietário.

“Quando o delegado solicitou ao soldado Santos Souza que trouxesse a documentação do carro, fiquei surpreso ao perceber a rapidez com que achou, dando a entender que já havia revirado o interior do veículo. Um fato que chama atenção no Auto de Entrega emitido pela Delegacia Territorial de Maragogipe é a discrepância entre a quantia em espécie entregue à unidade pelos policiais e o valor alegado pela vítima. Segundo Romário, entre seus pertences no carro apreendido, havia novecentos reais (em nove cédulas de R$100) que desapareceram, além de moedas de R$1 e cédulas de R$2 que totalizavam R$ 152, único valor devolvido pela polícia.

No dia seguinte à agressão, Romário Gomes procurou o Departamento de Polícia Técnica de Santo Amaro, que estava fechado, uma vez que os profissionais estavam à disposição do Carnaval de Salvador. No dia 18 de fevereiro, o jornalista conseguiu realizar o exame de corpo de delito em Santo Amaro, depois de três tentativas.

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Reunião da ABI discute invasão de hackers ao blog político ‘Por Escrito’

A Associação Bahiana de Imprensa (ABI) decidiu, em reunião realizada nesta quarta-feira (11), encaminhar uma declaração às autoridades encarregadas pelas investigações dos ataques orquestrados por hackers ao blog “Por Escrito”, editado pelo jornalista Luís Augusto Gomes. O objetivo da instituição é exigir rigor na apuração e na punição dos responsáveis por mais essa violação que atenta contra a liberdade de imprensa. “É evidente que se trata de um cerceamento à liberdade de expressão. Isso não é um fato raro, mas tem que ser fortemente combatido. A ABI se mostra vigilante e disposta a cobrar apuração dos fatos”, afirmou o presidente da entidade, Walter Pinheiro, em apoio ao veículo.

Leia também: Blog político ‘Por Escrito’ é atacado por hackers e retirado do ar

O blog foi vítima de duas invasões de hackers em menos de quinze dias, tendo ficado fora do ar. Na segunda vez, o hiato foi de nove dias. Os piratas da internet chegaram a hastear, em comemoração, uma “bandeira” de ocupação do site, que retomou as atividades no último sábado (7). O editor do “Por Escrito”, Luis Augusto Gomes, relatou a situação durante a reunião na sede da ABI e agradeceu a atenção da entidade. O jornalista afirmou ter procurado novamente a unidade policial para prestar queixa, mas por falta de documentos pretende formalizá-la na tarde desta quarta-feira.

“Agradeço o acolhimento que a ABI dá a essa questão, incluindo o assunto no site institucional e tratando-o em reunião. Agradeço também a disposição da entidade em acompanhar a investigação policial, cujo desfecho será de grande importância para a imprensa baiana, uma vez punidos os responsáveis pela ação criminosa. O site já havia sofrido ataques, pelo menos cinco. Mas, desta vez, tivemos que reconstruí-lo”, afirma Luís Augusto Gomes.

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Relatório da Fenaj registra 129 casos de violência contra jornalistas em 2014

No ano passado, 129 jornalistas sofreram algum tipo de violência no Brasil. É o que aponta o relatório da Federação Nacional dos Jornalistas (Fenaj), divulgado nesta quinta-feira (22), durante evento realizado na sede da Associação Brasileira de Imprensa (ABI). Apesar de apontar uma redução de 33% no número total de ocorrências em relação a 2013, o documento registra três assassinatos, um caso a mais do que os registrados naquele ano. Os dados mostram que a Região Sudeste concentrou mais da metade das agressões, sendo que a maioria dos casos ocorreu nos protestos nas ruas. São Paulo e Rio de Janeiro foram os estados que mais tiveram jornalistas feridos. Segundo o relatório, a maior parte da violência partiu de policiais. Em seguida, dos manifestantes em protestos políticos, assessores e políticos.

De acordo com Celso Schroeder, presidente da Fenaj, mais de 50,4% das agressões (65 casos) aconteceram durante protestos. Ele afirma que esse dado aponta para uma mudança do perfil dos agressores. Se antes a maior parte dos crimes era cometida por políticos e assessores, hoje policiais militares e guardas municipais são responsáveis por 48,06% das ocorrências, seguidos por manifestantes, com 12,4%. O Relatório aponta ainda a região Sudeste como a mais violenta para a categoria, com 55,81% das agressões, e a Centro-Oeste como a menos violenta, com 18,6%. A maioria das ocorrências aconteceu contra profissionais do sexo masculino (76,74%), atuantes na mídia impressa (32,56%).

Para Schroeder, as agressões que vitimam os jornalistas são um atentado à liberdade de imprensa e à liberdade de expressão e devem ser cobradas, já que “vivemos em um Estado democrático de direito”. “Isto é um primeiro passo que nós temos que fazer. Identificar efetivamente, fazer processos eficientes, e cobrar que os processos judiciais apurem. Por isso uma federalização de investigação seria importante, ou seja, nos locais que isso não for feito, seja qual for a razão, seria importante que pudéssemos estimular um setor nacional, federal que pudesse concluir essas investigações. Nos reunimos em três ocasiões com o Ministro da Justiça José Eduardo Cardozo para pedir que ele cobrasse uma mudança de postura das polícias militares. Infelizmente, ainda não tivemos um retorno positivo, assim como ocorreu com a Secretaria de Direitos Humanos da Presidência”, lamentou.

Além desses eventos, a categoria continua sofrendo com outras formas de violência historicamente recorrentes. Foram computados 17 episódios de agressão física não relacionada a manifestações (13,17%), 12 de cerceamento à liberdade de expressão por meio de ações judiciais (9,3%), 11 relacionados a ameaças e intimidações (8,52%) e sete envolvendo agressões verbais e injúria racial (5,43%). “No Brasil, a indústria de ações judiciais para limitar a liberdade de imprensa está crescendo. O fim da Lei de Imprensa produziu um vácuo que incentivou juízes de primeira instância a atuar contra a atividade jornalística. O caso mais emblemático foi o do jornalista Cristian Góes, que foi condenado a prisão e pagamento de multas exorbitantes por uma obra ficcional publicada em seu blog”, afirmou o presidente da Fenaj.

O relatório mostra que a maioria das mortes ocorreu no estado do Rio, com dois casos. Entre eles, está o do repórter cinematográfico Santiago Andrade, da TV Bandeirantes, morto após ser atingido por um explosivo, durante uma manifestação no Centro do Rio. Os dois réus, Caio Silva de Souza e Fábio Raposo vão a júri popular. O julgamento ainda não tem data marcada. A outra morte ocorreu em Miguel Pereira, município no Centro-Sul do estado. Em fevereiro do ano passado, Pedro Palma, dono e único repórter do jornal Panorama Regional foi assassinado com três tiros, na porta de sua casa. Ele fazia denúncias de corrupção, contra políticos do sul fluminense.

A mulher do jornalista, Patrícia Palma, acompanhou a divulgação do relatório, na Associação Brasileira de Imprensa (ABI), no Centro do Rio. Ela cobrou justiça. “Vai fazer um ano, ele está virando uma estatística. Então, o que é que vai colaborar daqui para frente para toda a categoria? Ele foi assassinado na porta da minha casa e eu não ter resposta nenhuma? A gente está lutando é por justiça”, disse Patrícia, em entrevista à TV Globo.

Para a jornalista brasileira Beth Costa, secretária-geral da Federação Internacional dos Jornalistas (FIJ), a violência no Brasil e no mundo ainda é motivada pela certeza da impunidade. “Aproximadamente 98% dos casos no mundo inteiro não são investigados. A FIJ realiza uma campanha junto à Unesco e às Nações Unidas para que os países forcem seus sistemas judiciários a punirem os envolvidos na morte de jornalistas. Nosso objetivo é mostrar que a nossa categoria é de risco, não apenas na cobertura de conflitos armados, mas em nosso dia a dia”.

Paula Mairan, presidente do Sindicato de Jornalistas Profissionais do Município do Rio de Janeiro, acredita que a violência não se manifesta apenas de forma pontual na cobertura de temas como violência urbana e política, mas também na precarização das relações de trabalho. “Hoje os jornalistas são mal remunerados, com sobrecarga de trabalho, atuando sem equipe, como ocorreu com Santiago em fevereiro passado”.

*Informações de O Globo e Associação Brasileira de Imprensa (ABI).

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