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Mostra Mahomed Bamba evidencia força de cinemas negros

Todo o público soteropolitano fã de cinema e audiovisual aguardava ansioso pela abertura da segunda edição da MIMB – Mostra Itinerante de Cinemas Negros Mahomed Bamba, ocorrida no último dia 14. O nome da mostra é significativo. Mahomed Bamba foi professor adjunto da Faculdade de Comunicação da Universidade Federal da Bahia (FACOM/UFBA) e pesquisador na área de cinema e audiovisual. Falecido em novembro de 2015, em todas as sessões, seu nome é elevado ao lugar de importância que criou nos longos anos de atuação e luta em prol de visibilizar os cinemas africanos. A programação segue até o dia 18 de agosto.

Foto: Reprodução

Ao todo, são mais de 70 filmes sendo exibidos em diversas regiões da capital baiana, incluindo bairros periféricos. Segundo conta a organização, “a Mostra tem o objetivo de ampliar as janelas de reprodução dos conteúdos nacionais e internacionais produzidos por realizadores negros”.

Por prezar por representatividade e proporcionalidade na produção, todas as responsáveis pela MIMB são mulheres negras envolvidas com cinema e audiovisual: Julia Morais e Taís Amordivino (coordenadoras de curadoria nacional); Kinda Rodrigues (coordenadora de curadoria internacional); Loiá Fernandes (coordenadora de produção); Naymare Azevedo (coordenação executiva).

A abertura foi realizada no Sesc Pelourinho, com shows da banda Afrocidade e participação da marcante voz de Margareth Menezes. A Afrocidade é considerada uma das apostas mais promissoras do cenário cultural baiano, oriunda do município de Camaçari e que produz um estilo musical marcado pela mistura do afrobeat, rap, ritmos jamaicanos, baianos e africanos. Outro nome novo na área musical, mas que têm se destacado também se apresentou, a cantora Nêssa e Yan Cloud, que em março deste ano lançou o seu último single de trabalho, intitulado “Que Calor”.

Mostrinha – Ilha de Maré, Calabar, Periperi, Goethe-Institut, Sesc Pelourinho, Centro Cultural da Barroquinha, Sala Walter da Silveira (Dimas), Casa de Angola e o Ponto de Cultura Boiada Multicor são os locais e instituições contemplados com o recebimento da mostra durante os dias do evento. Além dos filmes exibidos, acontecem também apresentações culturais, oficinas, palestras, exposição e circulação de novos conteúdos. Este ano, a MIMB lançou programação também para o público infantil com a sessão nomeada de “Mostrinha”.

Numa entrevista concedida ao Jornal da Manhã da Rede Bahia, a cineasta e idealizadora da mostra, Daiane Rosário contou com felicidade o orgulho da participação infantil nas exibições. Segundo Rosário, “a Mostrinha é o momento mais lindo da MIMB, onde a gente não só trabalha a questão da sessão de filmes, mas a gente faz contação de história, oficina de origami, oficina de Obayomi. A gente trabalha toda essa ludicidade, coloca pintura, todas as coisas para as crianças interagirem e o momento legal da sessão é quando elas se veem. Crianças pretas se vendo nas telas!”, conta, feliz. Assista a matéria completa a partir de 01:41.

  • Confira no Instagram Oficial da MIMB a programação para os dias 16, 17 e 18 de agosto.

*Supervisão: Joseanne Guedes

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ABI BAHIANA

Sessão especial na ABI exibe documentário sobre o Caso Geovane

Preso, torturado, degolado vivo, queimado, esquartejado. O trágico destino de Geovane Mascarenhas de Santana, cujo assassinato por policiais militares em 2014 ficou posteriormente conhecido como “Caso Geovane”, será lembrado na sede da Associação Bahiana de Imprensa (ABI). No aniversário de 70 anos da Declaração Universal dos Direitos Humanos, 10 de dezembro, a Sala Roberto Pires, exibirá às 18h o documentário “Sem Descanso” (2018). A obra, do cineasta francês Bernard Attal, narra a saga de Jurandhy Silva de Santana em busca de seu filho, desaparecido após uma abordagem policial no bairro da Calçada, em Salvador.

No dia 13 de agosto de 2014, uma reportagem do jornalista Bruno Wendel para o jornal Correio* revelava o desaparecimento da vítima. Segundo a matéria, uma câmera de segurança flagrou o momento em que Geovane, de 22 anos, foi levado no fundo de uma viatura. Dois dias após a publicação ganhar as ruas, o corpo carbonizado foi encontrado. As investigações chegaram a 11 policiais, que foram denunciados pelo Ministério Público por homicídio, sequestro e ocultação de cadáver.

O documentário Sem Descanso foi lançado no dia 17 de novembro, durante o Panorama Internacional Coisa de Cinema, mais relevante evento de cinema da Bahia. De acordo com Bernard Attal, a série de reportagens “Onde está Geovane?”, produzida pelo jornal Correio*, motivou a realização do filme. Attal, que divide o roteiro com a jornalista e produtora cultural Fabíola Aquino, destaca a importância do jornalismo investigativo. “Achei muito bacana porque o jornal acompanhou o pai, não deixou a história cair”. Para ele, o desfecho do caso só foi possível por causa da obstinação de Jurandhy, que não descansou até saber o destino do seu filho.

“Sem descanso” foi dedicado a Sérgio Costa, que morreu em 2016 e era editor-chefe do jornal Correio* quando o crime aconteceu. De acordo com Bruno Wendel, o papel de Costa foi fundamental para a continuidade da apuração. A obra, inclusive, conta com depoimentos de Sergio Costa, Bruno Wendel e Juan Torres, editor do jornal na época. Pela série de reportagens, Bruno Wendel foi indicado ao Prêmio ExxonMobil de Jornalismo (antigo Prêmio Esso) e venceu o Prêmio OAB de Jornalismo.

A sessão ambientada na ABI dispõe de 20 lugares. Para ter acesso, os interessados devem enviar um e-mail de confirmação de presença (RSVP) para <[email protected]>. No Edifício Themis, vizinho do Edifício Ranulpho Oliveira, onde está situada a sede da ABI, há um estacionamento. Acesso pela Rua D’Ajuda.

 

Serviço

Exibição do filme “Sem descanso” (2018)

Data: 10/12/18, às 18h

Local: Sala Roberto Pires (sede da ABI – 2º andar do Ed. Ranulpho Oliveira – Rua Guedes de Britto, 1 – Praça da Sé)

Entrada franca (20 lugares)

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ABI BAHIANA

Museu de Imprensa da ABI exibe filmes para estudantes da rede pública de ensino

Como parte da 12ª Primavera dos Museus, promovida pelo Instituto Brasileiro de Museus (Ibram), o Museu de Imprensa da ABI vai exibir no dia 19/09 (quarta-feira) dois curtas-metragens para estudantes das redes municipal e estadual de ensino. Foram convidadas escolas situadas no Pelourinho, no Centro Histórico de Salvador. As sessões serão realizadas na Sala de Exibição Roberto Pires, na sede da ABI (Praça da Sé).

Pela manhã, a partir das 9h, o Museu exibirá “A menina que odiava livros”, seguido de uma atividade relacionada ao Dia Internacional da Paz, celebrado anualmente no dia 21 de setembro. A partir das 14h, será a vez do filme “Balú”. Depois da exibição, haverá uma dinâmica com o Dado da Paz.

“A menina que odiava livros”(2006), curta-metragem realizado por Jo Meuris com base no livro homônimo de Manjusha Pawagi e Jeanne Franson, é uma obra de incentivo à leitura. Ele conta a saga de Meena, uma garota que odiava livros, mas vivia em uma casa cheia deles. Um dia, ao subir em uma enorme pilha de livros infantis para salvar o seu gato Max, derruba os livros. Abertos pela primeira vez, as páginas dos livros libertam as personagens e Meena mergulha no oceano da literatura.

Já o curta-metragem baiano “Balú” (2014) conta a história de um menino que tem como único amigo um cachorro vira-lata. Um dia, o cachorro desaparece misteriosamente. E em busca do amigo perdido, o menino vai embarcar numa grande aventura pelas ruas do seu próprio bairro. Com direção de Paula Gomes, o filme, que foi rodado totalmente em Plataforma, contou com a participação de crianças e jovens do local, tanto no elenco como na equipe técnica.

Educação – A cada edição da Primavera dos Museus, o Ibram lança um tema para fomentar as discussões e inspirar os eventos propostos pelos museus ou instituições culturais. Este ano o tema é Celebrando a Educação em Museus, que tem como embasamento o Caderno da Política Nacional de Educação Museal (PNEM), lançado no último mês de junho. A publicação aborda o processo de criação da PNEM, bem como os princípios e diretrizes dessa política, que visa nortear gestores, educadores e demais interessados na prática da educação museal. Para a entidade, os museus devem ser reconhecidos como espaços plurais, que propiciam vivências diversas e trocas constantes de conhecimentos e experiências e, nesse sentido, a educação permeia todos os seus cantos. Para saber mais sobre o tema, clique aqui.

Sinopses

A menina que odiava livros  “A Menina que Odiava Livros” é um curta-metragem que adapta o livro homônimo de Manjusha Pawagi e Jeanne Franson. Ele conta a história de Meena, uma garota que odiava livros, mas que não conseguia ficar longe deles, porque em sua casa eles estavam por toda parte: nos armários da cozinha, nas gavetas, nas mesas, nos guarda-roupas e nas cômodas. Estavam também sobre o sofá, alguns entulhados na banheira e outros empilhados nas cadeiras. Mas um dia o gatinho de Meena derrubou uma pilha enorme de livros infantis. Abertas pela primeira vez, as páginas dos livros libertaram os personagens e animais das histórias, que invadiram a sala, fazendo uma grande bagunça. Esse acontecimento mágico fez Meena viajar pelo fantástico mundo da literatura. Duração: 6’31”

Balú – O filme de Paula Gomes narra a história de um menino e seu melhor amigo, um cachorro vira-lata. Apesar disso, sua mãe não permite que o cão fique em casa. Um dia Balú desaparece misteriosamente. Em busca do amigo perdido, o menino vai descobrir o mundo à sua volta. Duração: 13’55”

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Mostra em Salvador celebra o audiovisual negro e homenageia Mahomed Bamba

Entre os dias 11 e 15 de abril de 2018, acontece em Salvador a I Mostra Itinerante de Cinema Negro – Mahomed Bamba, com o objetivo de visibilizar, difundir e debater a produção audiovisual realizada por cineastas negras(o)s de África e de sua diáspora. A mostra homenageia o ex-professor e pesquisador de cinema da Faculdade de Comunicação (FACOM/UFBA), Mahomed Bamba, falecido em 2015, depois de lutar contra um câncer no fígado. O evento contará com mesas de debates, oficinas para crianças, Oficina de Elaboração e Desenvolvimento de Projetos e o Minicurso de Cinema Africano. A abertura da mostra, no dia 11, no SESC Pelourinho, prevê um show da cantora baiana Luedji Luna.

Natural de Costa do Marfim, Bamba propunha em seus ensaios uma nova leitura sobre as narrativas fílmicas produzidas nas periferias globais, sobretudo as realizadas no continente africano. Ele era doutor em Cinema, Estética do Audiovisual e Ciências da Comunicação pela Universidade de São Paulo (ECA-USP), e integrava o corpo de professores da FACOM desde 2009, onde atuava na área de Cinema e Audiovisual, além de ser professor e pesquisador do Programa de Pós Graduação em Comunicação e Cultura Contemporâneas.

O festival terá exibições regulares na Sala Walter da Silveira (DIMAS), no bairro dos Barris, e itinerantes nos bairros do Cabula, Uruguai e Garcia, reunirá mais de 35 obras de longas e curtas metragens realizados entre 2015 e 2017, produzidos por cineastas negra(o)s do Brasil e de países africanos de língua portuguesa, como Guiné-Bissau, Moçambique, Angola, Cabo Verde, São Tomé e Príncipe e Guiné Equatorial e de países da diáspora.

A I Mostra Itinerante de Cinema Negro – Mahomed Bamba é realizada por cineastas e produtoras audiovisuais, tendo como idealizadora, coordenadora geral e de produção Daiane Rosário; na coordenação de curadoria de filmes nacionais e produção, Julia Morais e Tais Amor Divino; na coordenação de curadoria de filmes africanos e produção, Kinda Rodrigues; coordenação de produção, Loiá Fernandes; e na coordenação de comunicação e produção, Inajara Diz.

O festival tem como parceiros, a Fundação Cultural do Estado da Bahia (FUNCEB), a Diretoria de Audiovisual da Bahia (DIMAS), a Diretoria de Espaços Culturais, o Espaço Cultural de Alagados, a Secretaria Municipal de Cultura e Turismo de Salvador, o Centro Cultural Casa de Angola na Bahia, o Ponto de Cultura Boiada Multicor (UNIRAAM), a Aliança Francesa e Centro de Comunicação Democracia e Cidadania (CCDC), Instituto Mídia Étnica e Correio Nagô.

Acesse a página do evento e confira a programação.

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