A Copa do Mundo de 2014 perdeu para a edição de 2010 em número de jornalistas da imprensa escrita credenciados. O balanço foi divulgado no último domingo (29) pelo diretor de Operações de Comunicação da Fifa, Alain Leiblang. Segundo o executivo, a queda é de 20% em relação ao torneio de quatro anos atrás. No total, a entidade máxima do futebol imprimiu 16,7 mil credenciais de imprensa. Desse montante, mais de 10 mil são de emissoras do mundo inteiro, além de 3 mil profissionais de televisões brasileiras.
A queda no número de credenciados da imprensa escrita é atribuída por Alain Liblang aos custos no Brasil. “Muita gente reduziu o número de repórteres por conta do orçamento”, argumentou. Segundo os números da Fifa, há 2 mil jornalistas de imprensa escrita, além de 593 brasileiros. O levantamento registra, ainda, quase mil fotógrafos do mundo inteiro. “Tivemos muitas defecções da imprensa escrita. Os preços altos causaram um impacto. Algumas organizações ignoraram a primeira fase e só chegarão ao Brasil a partir das quartas de final. Além disso, a situação difícil vivida por várias publicações do mundo pesou”, admitiu.
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Parceira da Fifa na realização da Bola de Ouro, prêmio entregue anualmente ao melhor jogador do mundo, a France Football não enviou equipe ao país sedes da Copa do Mundo pela primeira vez. Alain Leiblang contou que tentou negociar a redução dos preços de passagens para jornalistas credenciados viajarem entre as 12 cidades sede, mas houve resistência por parte do governo brasileiro. Na Copa de 2006, os credenciados viajavam gratuitamente de trem entre as cidades da Alemanha. Para 2018, a Rússia garantiu o benefício na malha ferroviária a todos que tiverem ingressos.
Espetáculo em imagens
Na contramão da imprensa escrita, as redes sociais e as tevês registram recordes. Muito mais que um mero meio de transmissão de sons e imagens líder em audiência em todo o mundo, cabe à mídia televisiva, na condição de meio de comunicação de massa por excelência, visibilizar o espetáculo. Embora exista um crescimento acentuado e significativo a cada ano, a internet responde pelo segundo lugar no acesso. Nesse sentido, a força da imagem no jornalismo do século XXI é confirmada pelo maior evento esportivo internacional, que, para além de um campeonato de futebol, põe em jogo um esquema que envolve, dentre outros elementos, paixão e cultura.
A Fifa está satisfeita com a exposição do torneio em ferramentas como o Facebook e o Twitter. O entusiasmo aumenta em relação às emissoras de televisão. Nas estimativas da Fifa, 3,2 bilhões de pessoas terão assistido à Copa do Mundo de 2014 até a final.
A maior conquista diz respeito ao mercado norte-americano. “Está impressionantemente alto o interesse nos EUA. É um verdadeiro divisor de águas para a Copa do Mundo”, orgulha-se o diretor de TV da Fifa, Niclas Ericson. O duelo entre Portugal e Gana, no Estádio Nacional de Brasília Mané Garrincha, foi a partida de futebol mais vista na história da tevê americana. “Tivemos mais espectadores do que qualquer jogo das finais da NBA e do que a média das finais do beisebol da temporada de 2013”, festejou o dirigente. Apesar do fuso-horário, Niclas Ericson também está satisfeito com o desempenho na Ásia e na Europa.
*Informações de Marcos Paulo Lima para o Correio Braziliense via Superesportes, com Semana On.