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RSF aponta violências contra jornalistas que investigam direitos das mulheres

Na semana da mulher, a ONG Repórteres Sem Fronteiras (RSF) divulgou um relatório que mostra as barreiras enfrentadas por jornalistas que investigam assuntos relacionados aos direitos das mulheres. De acordo com o documento, esse tipo de reportagem pode envolver riscos para os profissionais da imprensa. Entre 2012 e 2017, a RSF registrou em 20 países cerca de 90 casos sérios de violação dos direitos dos jornalistas devido ao trabalho sobre a temática. O resultado é estarrecedor: 11 jornalistas mortos, 12 presos e pelo menos 25 assaltados por terem ousado falar sobre a condição das mulheres em seu país. Outros 40 sofreram ou continuam recebendo ameaças nas redes sociais. O documento aponta como principais responsáveis por estes atos de violência grupos criminosos, religiosos e governos autoritários.

Na Índia, Gauri Lankesh, editora-chefe da revista Lankesh Patrike, foi assassinada em 5 de setembro de 2017 após denunciar o local que atribui as castas para as mulheres de seu país. No Irã, jornalistas feministas sofreram assédio judicial e foram presas por suas matérias. É o caso de Mansoureh Shojaii, que optou pelo exílio, e de Narges Mohammadi, que está na prisão. Na Somália, o repórter Abdiaziz Abdinur Ibrahim foi preso e condenado a um ano de prisão acusado de divulgar “informações falsas” porque entrevistou uma vítima de estupro.

Segundo a RSF, alguns repórteres não tiveram escolha senão o exílio. Outros, pararam de escrever. Nosso objetivo é prestar uma homenagem a esses profissionais, além de fazer recomendações a Estados, organizações internacionais, plataformas on-line e salas de redação para que a questão dos direitos das mulheres não seja mais um tabu e que jornalistas que procuram trabalhar nessa questão podem fazê-lo livremente”.

“Não é possível que até hoje, em 2018, os jornalistas que investigam questões relacionadas aos direitos das mulheres continuam a arriscar suas vidas”, disse Christophe Deloire, secretário geral da RSF. “Nesse documento, mostramos como os predadores da liberdade impedem os relatórios e as investigações dos jornalistas, mulheres ou homens, relacionados aos direitos das mulheres. Nós também colocamos na mesa recomendações muito claras para respeitar o direito de todos os membros da sociedade, sem diferenças de gênero, para receber um tratamento midiático justo, sem o qual não é possível falar de liberdade jornalística e pluralismo”, acrescentou.

O relatório da RSF ainda questiona: “quem está por trás desse tipo de agressão? Quem são os predadores dos direitos das mulheres e dos jornalistas que abordam essa questão?”. Por um lado, a ONG aponta para grupos radicais, como o Talibã ou o Estado islâmico. Na França e no Canadá, como em outros países, milhares de usuários da internet lançaram campanhas de ciberbullying contra jornalistas. “Quando as vítimas são mulheres, as agressões são muito mais violentas e, na maioria dos casos, são de natureza sexual”, afirma Deloire.

Nos Estados Unidos, os grupos pró-vida também ameaçam os jornalistas que abordam a questão dos direitos do aborto. Por outro lado, as organizações criminosas também procuram silenciar os repórteres: no México, a cobertura de feminicídios no estado de Chihuahua é muito perigosa. Da mesma forma, os regimes autoritários, como China, Turquia e Egito, também não querem que a questão do status das mulheres seja parte do debate público. (Com informações do Portal IMPRENSA)

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Abraji promove curso gratuito sobre Lei de Acesso à Informação

Seguem abertas até o dia 1º de março as inscrições para mais uma edição do curso on-line “Lei de Acesso à Informação para Jornalistas”. O treinamento é voltado a jornalistas e a estudantes de jornalismo e tem como objetivo qualificar os participantes a tirar o melhor proveito da Lei 12.527/2011 no trabalho de apuração jornalística. Pessoas que atuam em organizações da sociedade civil voltadas a controle social também podem participar do curso.

Esta edição será gratuita e é a quinta dentro do projeto que a Abraji realiza em parceria com a Transparência Brasil para o fortalecimento da Lei de Acesso à Informação no Brasil. O projeto é financiado pela Fundação Ford e envolve, além de mais um treinamento on-line, dois cursos presenciais e o portal Achados e Pedidos, que reúne pedidos de acesso a informações a as respectivas respostas.

As inscrições devem ser feitas via formulário on-line até as 23h59 do dia 1º de março (clique aqui). São 135 vagas disponíveis; caso o número de inscrições ultrapasse esse número, a Abraji selecionará os(as) participantes. Os(as) selecionados(as) receberão um e-mail em 7 de março com instruções para acessar o treinamento.

Com duração de 4 semanas (de 12 de março a 9 de abril), o curso apresentará os principais aspectos da Lei de Acesso a Informações Públicas: desde as informações que devem ser divulgadas sem necessidade de pedidos até os casos de sigilo. O treinamento será ministrado por Marina Atoji, gerente-executiva da Abraji e secretária-executiva do Fórum de Direito de Acesso a Informações Públicas.

A cada semana, um módulo ou capítulo é liberado aos estudantes. O conteúdo pode ser consultado em quaisquer dias e horários ao longo do curso. Há prazos apenas para completar exercícios relativos a cada semana e para a entrega do trabalho final.

Serviço

Curso on-line “Lei de Acesso a Informações para jornalistas”

Custo: gratuito

Inscrições: até 1º de março de 2018, às 23h59, via formulário on-line

Duração do curso: de 12 de março a 9 de abril de 2018

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Novo manual de redação da Folha aborda comportamento dos jornalistas nas redes sociais

Uma das novidades do novo manual de redação do jornal Folha de S.Paulo é uma seção dedicada ao comportamento dos jornalistas nas redes sociais. A publicação faz parte da comemoração pelos 97 anos do jornal e traz novidades no conteúdo e no projeto gráfico. Segundo o Observatório da Imprensa, material de divulgação enviado à imprensa informa que a elaboração do manual levou mais de dois anos e se guiou pelas transformações sociais e comportamentais dos últimos tempos, além das que se impuseram com a difusão da internet.

Em caderno especial sobre o manual publicado na edição de domingo (18) da Folha, uma reportagem chama atenção para os cuidados éticos que os profissionais do jornalismo devem ter nos seus perfis públicos.

Atitudes como usar informação privilegiada para obter vantagens pessoais ou escrever sobre instituições nas quais tem interesse figuram como proibidas. Já aspectos como responder com agilidade e educação às manifestações dos leitores e deixar claro aos entrevistados os motivos da reportagem são incentivados. Ainda no caderno especial, a Folha uma matéria intitulada “O que a Folha pensa” elencou a opinião do jornal sobre temas da atualidade.

As questões relativas ao texto ocupam dois capítulos. Estilo trata de aspectos de organização da escrita, hierarquização do texto, verificação se todos os lados estão contemplados na abordagem. As regras gramaticais foram reunidas no capítulo “Língua Portuguesa”.

Outros capítulos novos são “Ciência e ambiente”, “Educação”, “Tecnologia” e “Poder Executivo”, que se somam aos anexos “Economia”, “Matemática e estatística”, “Religiões”, “Saúde”, “Poder Legislativo” e “Poder Judiciário”. O livro traz ainda a versão mais recente do Projeto Editorial do jornal, de 2017, precedida por uma lista de doze princípios.

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Entidades lançam guia que auxilia jornalistas na cobertura sobre drogas

Plataforma Brasileira de Políticas de Drogas (PBPD), em parceria com o IBCCRIM (Instituto Brasileiro de Ciências Criminais) e a Catalize, lançou este mês o Guia sobre Drogas para Jornalistas. O projeto, financiado pela organização americana Social Science Research Council, tem texto do jornalista Tarso Araujo, especializado na área e autor do “Almanaque das Drogas”.

Com 96 páginas, o Guia é dividido em duas partes: a principal traz um glossário em ordem alfabética com mais de 200 verbetes comumente usados na cobertura de drogas, traduzindo conceitos jurídicos e científicos para uma linguagem mais acessível; a segunda traz uma sequência de fichas com informações por substâncias ou grupos de substâncias, listando mitos e verdades, dados relevantes e informações correlatas.

Segundo Harumi Visconti, coordenadora de comunicação da PBPD e coordenadora do projeto, o objetivo do guia é “qualificar o debate público sobre drogas através da imprensa”. Para ela, a cobertura de drogas costuma se limitar ao aspecto policialesco do assunto. “Muitas pessoas são hoje favoráveis à manutenção da criminalização das drogas porque não têm informação honesta, porque não sabem o panorama da guerra às drogas”, explica. Visconti ressalva que o material não se pretende um manual de cobertura, mas uma referência para ser usada no dia a dia.

A escolha dos verbetes partiu de um levantamento colaborativo de sugestões e passou por revisões técnicas tanto no aspecto medicinal quanto no aspecto jurídico. O formato é inspirado no “Direito Penal para Jornalistas – Material de Apoio para a cobertura de casos criminais”, iniciativa do IDDD(Instituto de Defesa do Direito de Defesa), em parceria com o IBCCRIM — lançado em 2013, o material foi feito no âmbito do Projeto Olhar Crítico. Além do Guia, a PBPD está captando recursos para levar o projeto adiante, realizando oficinas com estudantes de jornalismo e bate-papos sobre o assunto nas redações do país.

PBPD

A Plataforma Brasileira de Política de Drogas é uma rede com mais de 40 entidades e que nasceu “da necessidade de unir, em rede, especialistas e organizações dedicadas a estudar e a promover a reforma da política de drogas” no âmbito da saúde, da segurança pública, do acesso à justiça e dos direitos humanos. Surgida em 2014 e sediada no IBCCRIM, a plataforma também promove eventos e a publicação da revista Platô, que traz artigos e discussões sobre o assunto.

Os profissionais de imprensa interessados no assunto podem baixar a versão digital, disponível no site www.pbpd.org.br.

*Informações da Abraji (Associação Brasileira de Jornalismo Investigativo)

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